Coleção pessoal de Lils

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Não Sabes?

Olho para a tua face estampada
Naquela inesquecível fotografia,
E penso na desilusão que trago tapada
Por uma falsa alegria.

Preciso de ti comigo,
Já só me resta implorar
Porque já nada mais consigo
Para que me voltes a amar.

Ando ainda baralhada
Só consigo sonhar
Sonho até acordada
Que tu estarás para voltar.

E torno a minha alma num engano
Espero voltar a ter-te aqui
Para que, de amar, não nos arrependamos
Já me bastou este demoroso ano
Em que pensei, pensei, até que descobri
Era apenas de amor que precisávamos.

Olhos tristes visionando a lua

"Ninguém fala da noite e do seu brilhar,
Parecem todos iludidos com a escuridão
E até as estrelas que se andam a esforçar
Sofrem com tamanha ingratidão.

Só os homens de olhar triste parecem ver
Que a noite serve de consolação
Para os que não conseguem entender
Os grandes males do coração.

A lua reclama para si algum poder
Pois é grandíssima a sua responsabilidade
Ninguém, um dia, poderá ter o prazer
De, dos olhos tristes, criar a felicidade.

Se a tristeza alguma vez te invadir
Não te deixes dominar pelo medo,
E mesmo sozinho, fala com a lua...
Pois ela nunca irá fugir,
Vê-a através de um dedo,
Ela irá ser sempre tua!

Afoguei o Amor

A culpa é, sem dúvida, o pior sentimento
Mas enche-me quase todo o coração
De mágoa e talvez até ressentimento,
Quando o tema abordado é paixão.

Deixei partir o meu grande amor,
Agarrado à vela de um barco.
Um barco que se afasta com rancor,
E leva no coração a seta de um arco.

E gora passo noites e noites a pensar
Em como entreguei o meu amor à morte
Entreguei-o, sim. Sem remorsos, sem chorar
E deixei-o navegar à sua sorte.

O mar por onde agora deve navegar
É composto de lágrimas da minha alma,
Que desde aí ficou despedaçada, creio.
Agora castigada, resta-me chorar
Para que com alguma calma
Aquele barco navegue num mar cheio.

Entardecer

O sol vai caindo pela linha do horizonte
Sente-se uma calma irregular
Que faz uma espécie de ponte
Com o sentimento daquele olhar.

Além, um grupo de amigos sentados,
Todos na mesma brincadeira,
Fazem-lhe lembrar momentos passados,
Antes de ter cometido tal asneira.

E atira uma concha ao mar
Com uma fúria descontrolada
Como se ele pudesse pagar
O facto dela ter sido mal amada.

Por fim, contenta-se com a resignação,
Ninguém pode aliviar o seu sofrimento
Nem mesmo o cheiro a maresia,
Tem despedaçado o coração
E agora apenas o vento
Lhe vai embalando a fantasia.

Alívio

Dói-me a alma e é tanto o meu sofrimento
Quero aliviar-me, acendo um cigarro
E esta estranha espécie de sentimento
Vai saindo na forma de catarro.

Emoções loucas, malucas
Sai tudo pela boca, num bramido
É o desespero que escutas
De quem acredita estar tudo perdido.

Tenho a consciência a ferver
Para este crime não existe redenção,
E continua loucamente a doer,
Acabou-se a alegria, o amor, a paixão.

No túnel apagou-se uma luz
Já nada a minha alma ilumina
Tudo está perdido...
Agora é a raiva que me conduz,
Por isso, apenas imagina,
O tamanho do meu bramido!