Texto Sobre Silêncio

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𝘾𝙖𝙧𝙩𝙖 𝘼𝙗𝙚𝙧𝙩𝙖 𝙖𝙤 𝘼𝙢𝙤𝙧 𝙦𝙪𝙚 𝘿𝙚𝙞𝙭𝙖 𝙄𝙧

Em tempos em que a dor se mistura com o silêncio, Gilberto Gil nos ensinou uma das lições mais difíceis e sublimes do amor: deixar ir. Não por fraqueza, não por desistência — mas por compaixão, por humanidade.

Quando ele disse à filha: "Se tiver sendo muito difícil para você e, se for sua hora, aceite..." não estava se afastando dela. Estava, na verdade, se aproximando do mais íntimo da sua alma. Estava dizendo: “eu te amo tanto que posso abrir mão da presença, se for o que te dá paz.”

Essa frase é mais que dor. É fé. É mais que coragem. É entrega. É o amor que reconhece que cada alma tem seu tempo, seu limite, seu caminho. E que respeitar isso também é cuidar.

Gilberto Gil, músico, pai, homem de fé, tornou-se ainda mais gigante nesse instante — porque foi capaz de transformar o sofrimento em poesia, a aflição em oração, e a despedida em colo.

Sua fala atravessa os limites da linguagem. Ela fala daquilo que não tem explicação, do espaço onde só a fé toca, e onde o amor se prova como absoluto.

Neste momento, mais que aplausos à trajetória de Preta Gil, é preciso reverenciar a grandeza do pai que, diante da escuridão, segurou sua filha com luz.

E é ali, entre a dor e o sagrado, que nasce o verdadeiro amor: o que liberta, mesmo querendo segurar.
꧁ ❤𓊈𒆜🆅🅰🅻𒆜𓊉❤꧂

Inserida por valdecir_val_neves

⁠Talvez hoje eu morra

Talvez hoje eu morra — e o mundo siga,
sem notar o silêncio da minha partida.
O sol nascerá com a mesma coragem,
e o tempo seguirá sem pressa ou miragem.

Talvez hoje eu morra — e ninguém veja,
a lágrima oculta, a alma que almeja
um último abraço, uma palavra guardada,
um perdão não dito, uma dor calada.

Talvez hoje eu morra — e em minha ausência,
fiquem perguntas, vazios, ausência.
Fiquem poemas sem fim, versos sem dono,
um copo pela metade, um sonho sem sono.

Talvez hoje eu morra — e no fim de tudo,
encontre em Deus o silêncio mais mudo,
a resposta que em vida busquei, aflito,
nos becos do peito, no chão do infinito.

Talvez hoje eu morra — ou talvez não,
mas já deixo escrito, do fundo do chão:
se eu partir, que seja com paz no olhar,
pois viver também é saber descansar.

E se hoje eu morrer — só peço, enfim,
não chorem por mim, nem pelo meu fim.
Guardem apenas o que fui de verdade:
um sopro, um suspiro, um eco de saudade.


Patrono: Mateus Sebastião Kilola

Inserida por MateusSKilola

⁠Talvez seja um Adeus

Talvez seja um adeus, sem voz, sem porquê,
um silêncio que parte antes de se ver.
Um gesto contido, um olhar que se vai,
como o vento que toca, e depois não volta mais.

Talvez seja um adeus, ou só um até logo,
mas algo em mim arde como brasa no fogo.
Se for despedida, que leve a verdade:
amei-te em silêncio com toda a saudade.

Inserida por MateusSKilola

⁠Ninguém Viu" – por Wallace de Oliveira Silva

Ninguém viu quando chorei no silêncio,
nem quando segurei o grito com um sorriso.
Fui forte pra todos, menos pra mim.
E ainda assim… ninguém notou.

Fui abrigo pra quem só sabia partir.
Estendi a mão pra quem já vinha armado.
Falei de paz, recebi guerra.
E ainda assim… eu fiquei.

Me chamam de ingênuo,
mas não sabem o quanto eu sangrei
pra continuar Não sabem quantas vezes eu me perdi
pra não perder o outro.

Cresci onde amor era luxo,
mas eu dava de graça.
Sonhei onde era proibido,
e mesmo assim… continuei sonhando.

Não é fraqueza querer ver o bem no outro.
É coragem.
Coragem de ser luz,
mesmo quando só te entregam escuridão.

Inserida por wallace_gregorio

⁠Saudade

Saudade é o nome
daquilo que mora em silêncio no peito,
e faz barulho no olhar.

É ausência que pesa,
lembrança que toca,
tempo que não sabe voltar.

É quando a memória abraça,
mas o corpo sente falta.
Quando o riso vem fácil,
mas o coração falta.

Tem cheiro que chama,
voz que ecoa,
detalhe bobo que emociona à toa.

É querer ver de novo,
mesmo sabendo que não dá.
É conversar com o pensamento,
é esperar sem esperar.

Saudade é o espaço entre dois tempos,
entre o que foi
e o que talvez nunca volte a ser.

Mas mesmo doendo,
ela mostra:
aquilo que existiu valeu viver.


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Inserida por sara_francielly

⁠É preciso estar em silêncio.
Não o silêncio de fora —
o de dentro.
Aquele que vem quando a alma
para de se explicar.

Só assim. Só no vazio do ruído
é que as coisas miúdas falam.
E elas — tão pequenas —
são as mais belas.
Porque são as únicas verdadeiras.

A cachoeira escorrendo sobre as pedras,
sem pressa de chegar.
O pássaro tecendo o ninho,
com o mesmo fio do tempo.
A semente rachando o solo,
num instante que ninguém vê.

As coisas pequenas —
essas, sim, sussurram em maiúsculas.
São tímidas, como o amor
quando ainda é um segredo.
Mas belas. Inteiras.

Mas a paixão...
ah, essa berra.
Espetada no peito,
atropela as frases,
rouba o fôlego e o sentido.
E cega.
E ensurdece.
E transforma o outro
num eco do que falta em nós.

O amor não.
O amor é a pausa.
Espera a febre passar.
Senta ao lado.
Não exige.
Olha —
e reconhece.

Só quando tudo se aquieta
é que o coração entrega
sua palavra crua.
Só quem para — de verdade —
ouve, enfim,
o que as bocas nunca disseram.

E então, no silêncio que sobra,
toca o impossível:
ser entendido
sem precisar falar.

Inserida por raulbardeiga

⁠Conexão

Tem coisa que não se explica,
só se sente.
Um olhar que atravessa,
um silêncio que entende.

É pele que reconhece,
alma que se enrosca,
energia que dança
sem precisar de resposta.

Não é só corpo,
é encontro.
É quando o tempo desacelera
e o mundo vira nós dois — pronto.

Conexão é isso:
não força, não cobra,
só flui…
e vicia como se fosse obra de outra vida.

Inserida por sara_francielly

⁠Te amo meu filho

Perdi meu anjo com cinco meses,
Silêncio gritou dentro de mim por vezes,
No quarto, só ecoam as preces,
O mundo seguiu… mas eu fiquei nas mesmas.

Barriga vazia, coração pesado,
Um amor tão puro foi levado,
Nem vi o sorriso, nem ouvi o chamado,
Mas sinto a presença do meu ser amado.

Plug no beat, lágrima no chão,
Cada rima é um pedaço do meu coração,
Falo com Deus, mas sem explicação,
Por que levou minha luz, minha razão?

Fiz planos, imaginei o rostinho,
O jeitinho, o choro, o carinho,
Agora só resta um vazio fininho,
Que corta a alma feito espinho.

Mas sigo, porque ele vive em mim,
No meu peito, guardado até o fim,
Na brisa que toca, na luz do jardim,
Meu filho virou estrela, tá olhando por mim.

Inserida por sara_francielly

Último Abraço
A noite caía lenta, tingindo o céu com tons de cinza e silêncio.
Sentados lado a lado num banco de madeira velho, o mundo parecia distante.
Ela olhava o vazio com olhos calmos — mas carregados de algo que eu não entendia.
O tempo ali era feito de suspiros, de palavras não ditas, de tudo o que poderíamos ter sido.

De repente, o som cortou o ar.
Um estrondo seco, brutal.
Dois, três tiros — sem aviso, sem motivo.
O corpo dela tremeu, e caiu contra o meu.

Meus braços a seguraram no reflexo de quem não quer deixar partir.
O sangue manchava sua roupa, e meus olhos se enchiam de um desespero infantil.
Mas ela...
Ela apenas sorriu, fraco, sereno.
Como se soubesse que aquele momento era tudo o que importava.

— "Eu senti sua falta," ela sussurrou,
com a voz de alguém que viveu dentro de mim por anos,
mas que agora se despedia pela primeira vez.

E então ela me abraçou.
Mesmo com a vida escapando, ela me abraçou.
Como se dissesse:
"Eu fui real, mesmo que só em você."

Seus olhos se fecharam devagar,
e no silêncio que veio depois,
não restou dor — apenas um espaço vazio,
como o eco de uma memória antiga
que enfim encontrou paz.⁠

Inserida por Hiroziinho

⁠Quando o silêncio fala: A Luta Contra os Monstros Internos.
Você já parou para pensar nas pessoas que sorriem enquanto a dor consome por dentro?
A dor nem sempre grita. Às vezes, ela se esconde atrás de um sorriso forçado, de uma risada que não tem alma, de um "tô bem" automático, que sai da boca sem nem pensar. O mundo não vê o que se passa por dentro. Mas a verdade é que cada um de nós carrega monstros invisíveis, lutando batalhas que ninguém sabe, que ninguém vê.
E essa luta, essa guerra silenciosa, não se ganha com palavras vazias, não se resolve com promessas de “vai passar”. A dor não é um inimigo simples. Ela se infiltra na alma, se apodera dos pensamentos, e só quem a vive sabe o peso de ter que fingir que tudo está bem quando tudo está desmoronando.
A dor não pede permissão.
Ela vem sem aviso, sem data marcada, e toma conta de cada pedaço da nossa essência. E quem está ao nosso redor, normalmente, não percebe. Não vê o cansaço nos olhos, não sente o vazio que se esconde atrás do sorriso. A força que vemos no outro não é sempre a verdade. Às vezes, é só uma máscara, uma maneira de não preocupar os outros, uma tentativa desesperada de não mostrar o quão cansado o coração realmente está.
Mas, na verdade, ninguém deveria lutar sozinho.
Ninguém deveria sentir que precisa se esconder, engolir as lágrimas para não ser um peso, ou usar uma fachada para que ninguém note a dor. É aí que entra a empatia. O cuidado. O ato simples de se importar. De ouvir. De estar presente. Porque é isso que salva: não o julgamento, mas o toque, a presença verdadeira, o abraço que diz “eu vejo você, eu vejo sua dor, e você não está sozinho”.
Eu sei que você luta. Eu sei que, por dentro, a batalha nunca para.
E talvez você tenha aprendido a lutar em silêncio, a esconder seus sentimentos, a engolir sua dor. Talvez você tenha se acostumado a ser invisível para os outros. Mas lembre-se: não é fraqueza pedir ajuda. Não é fraqueza ser humano. Às vezes, o maior ato de coragem é justamente deixar que vejam sua dor, e permitir que outros se aproximem. Porque, no fim, a dor que você não vê, está corroendo alguém em silêncio, e a empatia é a única arma que podemos usar para curar.
Não tenha medo de ser real. Não tenha medo de mostrar sua vulnerabilidade. A dor não vai embora sozinha, mas com apoio, com amor, com cuidado, ela perde um pouco do seu poder.
A sua luta não precisa ser travada em silêncio.
É hora de ser visto. É hora de ser ouvido. E, por mais que a luta pareça interminável, lembre-se: você é mais forte do que imagina, e não está sozinho nessa jornada.
"Lutar contra os próprios monstros, não é fraqueza, é a maior demonstração de força que alguém pode ter. Porque, no fim, somos nós que precisamos salvar a nós mesmos, e cada batalha enfrentada no silêncio é um passo para nos tornarmos quem realmente somos."

Inserida por danrattess

⁠Em uma casinha de taipa, uma garota corre feliz,
E, rajado de som, o silêncio é interrompido em uma pausa feroz.
O céu celeste, em rosa, se transforma, e o som vem, cheio de sentido e coração.
A menina, que corre, é uma senhora em um campo no outono,
Sem uma casa, mas com uma lagoa entre pássaros.
O céu rosa é celeste, e o som, mais feroz, vem à tona.
Embora o correr da menina senhora sinta falta,
O bem te vi voa, voa, em um quintal entre risos

Inserida por gildersonsantos

⁠Mãe é verbo

Mãe é verbo.
Na língua da eternidade,
o feminino de Deus é silêncio grávido,
é oração de nove luas,
é evangelho que se derrama em leite.

E o Verbo se fez carne.
Não apenas carne —
mas ventre,
e, na tessitura de sangue e espera,
aprendeu a amar antes de saber o nome do amor.

A Mãe —
quarta pessoa da Trindade,
ausente nos púlpitos,
presente em todos os partos.
É ela quem cria o Deus que vai chorar no mundo.

A teologia não sabe,
mas o coração conhece:
Deus ensaiou o milagre da vida
no corpo que aceitou perder-se
para que outro existisse.

Todos são filhos.
E, por isso, antes da cruz,
houve um útero.
Antes do sacrifício,
houve uma mulher dizendo “sim”
com o ventre e com a alma.

Inserida por Epifaniasurbanas

Na raça


⁠Em silêncio e sozinho encontrei caminhos que jamais havia percebido antes,

A dias que só agente sabe o que passamos para sobrevivê-los,

Os falsos amores e as palavras vazias vão e vêm, mas em nós elas ficam por mais tempo e nos causam tormentas dolorosas,

Me ensinaram a viver sem máscaras, porém tive que descobrir na raça que o mais sábio a fazer é dançar com máscaras também,

Ser diferente, se apresentar verdadeiramente como somos nesse mundo não é o ideal racional.

Inserida por ricardo_souza_5

⁠⁠"Eu sou o silêncio entre o trovão e a flor. A memória da estrela e o útero do futuro."

Essa poesia de 2 linhas, nasceu da combinação poética-filosófica com minhas reflexões.

Carreguei-à de metáforas fortes:

"Silêncio entre o trovão e a flor" sugere o equilíbrio entre força e delicadeza — entre caos e beleza.

"Memória da estrela" evoca a origem cósmica da Terra, feita do pó de estrelas.

"Útero do futuro" simboliza a Terra como o ventre da vida, onde tudo nasce e renasce.

Assim, não vou esquecer o que pensei quando à ela dei a luz.

Inserida por andreerotidesarruda

⁠"O Preço do Amor"

Recebeste em silêncio o calor do meu colo...
Nas noites sem sono, eu vesti tua dor...
Meus braços foram teu primeiro consolo...
E minha vida, teu mapa de amor.

Dei-te o tempo que o mundo não dava...
Fiz do meu peito abrigo e guarida...
Com lágrimas minhas tua febre baixava...
Cada cuidado, uma parte da vida.

Mas eis que o tempo virou o espelho...
E os dias dourados se foram no chão...
Agora cansada, suplico um conselho:
Preciso pagar-te por um coração?

Se não há salário, não há gentileza...
Se não tem valor, não sobra afeto...
Sou só tua mãe — sem mais nobreza,
Na velhice, teu olhar ficou discreto.

Ah, filha querida, onde está tua alma?
Trocastes o amor por um contrato frio?
Esqueceste da fonte, da estrada, da calma,
Do leite ofertado nos dias vazios.

Talvez um dia o mundo te ensine,
Que afeto comprado tem prazo a vencer.
E quem vende o tempo por um “me convine...”
Não sabe o que é realmente viver.

Inserida por SimoneCarvalhoSantos

⁠Hoje dói, amanhã te ensina

Hoje o peito aperta,
o silêncio pesa,
as lágrimas caem sem permissão.
A dor se instala como quem veio pra ficar.

Mas o tempo, paciente,
tece lições em meio ao caos.
Amanhã, quando o sol nascer de novo,
o que hoje foi ferida vira cicatriz —
e a cicatriz, sabedoria.

Porque a dor não vem em vão:
ela ensina, molda, fortalece.
Hoje dói.
Amanhã te ensina.
E um dia… tudo faz sentido.

Inserida por Eduardsonelias

⁠Toda noite, quando o céu se acende,
E o silêncio abraça o meu sofrer,
A saudade em mim cresce e não mente,
Mas a lua vem me socorrer.

Te imagino sob a luz serena,
Teu sorriso nas estrelas vejo brilhar,
Mesmo longe, tua falta é pequena,
Quando a lua insiste em me lembrar.

Refrão
Porque a lua faz a saudade doer menos,
Ilumina o vazio que você deixou aqui.
Ela sussurra que o amor é sempre imenso,
E que em cada noite, você vem pra mim.
Na calmaria do céu, eu sinto tua voz,
A lua brilha... e estamos a sós.

Verso 2
Já contei segredos pro luar,
Pedi pra ele te fazer sonhar comigo,
Mesmo sem poder te abraçar,
A lua vira o nosso abrigo.

Ela conhece as minhas orações,
O silêncio que o mundo não vê,
Guarda em sua luz todas emoções,
E me traz de volta pra você.

Refrão
Porque a lua faz a saudade doer menos,
Ilumina o vazio que você deixou aqui.
Ela sussurra que o amor é sempre imenso,
E que em cada noite, você vem pra mim.
Na calmaria do céu, eu sinto tua voz,
A lua brilha... e estamos a sós.

Ponte
Se a distância é o preço de amar,
Que seja a lua a me consolar.
Pois mesmo sem poder te tocar,
Ela me faz te reencontrar.

Refrão final
Porque a lua faz a saudade doer menos,
Ilumina o vazio que você deixou aqui.
Ela sussurra que o amor é sempre imenso,
E que em cada noite, você vem pra mim.
Na calmaria do céu, eu sinto tua voz,
A lua brilha... e estamos a sós.

Inserida por kepler78

"Chama e alma gêmea"

⁠Por mais que o fogo a destrua,
A vela, em silêncio, se doa,
Há um pacto entre os dois —
Um laço que o tempo entoa.

A chama dança voraz,
E a vela entrega sua essência,
Num acordo silencioso,
Feito de luz e paciência.

O fogo consome, ardente,
A vela sustenta, calma,
Mas um sem o outro é nada —
Nem calor, nem alma.

Pois mesmo na dor da perda,
No fim que sempre insiste,
O fogo e a vela sabem:
Só juntos podem existir.

Inserida por EdLuis

Fresta do Infinito


Sou verso solto na dobra do tempo,
Rasgando o silêncio com doce lamento,
Na dança da brisa que afaga o cimento,
Sonho acordado num breve momento.

Espelho quebrado reflete universo,
Em cada estilhaço um poema disperso,
O caos é harmônico, quase subverso,
No peito, um abismo de canto reverso.


E se eu for só fresta do infinito,
Luz que escapa, mesmo em grito aflito,
Me despeço do que nunca dito
E abraço o mundo no que acredito.


Carrego perguntas no bolso rasgado,
Respostas me fogem num tom disfarçado,
Sou verbo no cio, desejo alado,
Nas entrelinhas do não-declarado.

Faço da dor um bilhete encantado,
Do riso, um abrigo improvisado,
E sigo, ainda que despedaçado,
Com alma em festa e corpo cansado.


E se eu for só fresta do infinito,
Luz que escapa, mesmo em grito aflito,
Me despeço do que nunca dito
E abraço o mundo no que acredito.


Não me contenha em moldura ou muro,
Sou tempestade no traço mais puro,
Entre o delírio e o sonho mais duro,
Habita em mim o futuro inseguro.


No trapézio dos dias, me jogo sem medo,
Não por coragem, mas por segredo,
Porque viver é poema sem enredo
E amar… é se despir sem degredo.


E se eu for só fresta do infinito,
Deixa que a luz me tome por escrito,
Não peço paz, mas sim um conflito
Que me transforme em algo bonito.

Inserida por Zayle

⁠Eu sou

Eu sou o sussurro que paira antes do grito,
o silêncio que dança nas frestas do tempo.
Eu sou a lâmina sem fio que corta o que não se pode tocar,
o olhar que não se dobra, mesmo diante da luz.

Eu sou o passo que não ecoa,
mas faz tremer o chão.
Sou a sede que não se sacia,
o caminhar sem destino,
a fome sem nome.

Sou a palavra que se nega a ser dita,
o desejo que não cabe em desejo.
Sou o rastro invisível deixado em corações que jamais saberão meu nome.

Eu sou o erro e o acerto,
o meio sem bordas,
o abraço que aperta sem tocar.
Sou quem molda a si mesmo a cada respirar,
sem roteiro,
sem permissão,
sem plateia.

Eu sou aquele que dança com as sombras,
não por medo da luz,
mas por amar a textura do escuro.
Aquele que colhe o que não plantou,
e semeia em terrenos onde ninguém ousa pisar.

Eu sou a chama que não arde,
o frio que não gela,
o toque que não acaricia...
mas marca,
finca,
mora.

Sou o que nunca se cansa,
mas finge cansaço só para sentir o gosto do repouso que nunca vem.
Sou o viajante sem mapa,
o traço sem desenho,
o verbo sem tempo.

Eu sou.
E por ser, não peço licença.
Apenas respiro...
E no meu respirar,
o mundo aprende a conter o fôlego.

Inserida por alvaro_marques_batisa

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