Texto Sobre Silêncio
Relato: Meu Pai e o Silêncio das Palavras Escritas
Meu pai é pedreiro. Um homem de mãos firmes, calejadas pelo tempo e pelo trabalho, mas de um coração imenso, onde sempre couberam todos nós, seus filhos. Cresci vendo nele um exemplo de dignidade e esforço, mesmo sem saber, por muito tempo, que ele carregava consigo uma ausência dolorosa: a de não ter sido alfabetizado.
Ele sempre viveu bem, dentro do possível. Cumpria seus deveres com dignidade, ria com facilidade e fazia da simplicidade sua maior riqueza. Mas havia algo que o limitava — o mundo das palavras escritas. Ler um bilhete, uma receita, um endereço... tudo isso exigia ajuda. E ele pedia, com naturalidade, mas também com aquele olhar que escondia algo mais: a falta de uma oportunidade que a vida lhe negou cedo demais.
Lembro de um dia em especial. Na correria da rotina, mandei uma mensagem de texto pelo WhatsApp. Algo simples, rápido, como fazemos com qualquer pessoa. Minutos depois, ele me respondeu com um áudio. A voz dele, firme, disse com doçura e um leve constrangimento: “Filho, fala por áudio, por favor... seu pai não sei ler.”
Foi como um soco silencioso no peito. Eu sempre soube, mas naquele momento, ouvir da boca dele foi diferente. Doeu. Doeu por ele. Por tudo que ele poderia ter vivido se a educação tivesse chegado a tempo. Ele não teve escolha. Precisou largar tudo muito cedo para assumir responsabilidades de gente grande — cuidar da família, trabalhar, garantir o pão.
Mesmo sem ter lido uma só linha de Machado de Assis ou escrito uma carta de próprio punho, meu pai me ensinou lições que livro nenhum traz: sobre coragem, humildade, força e amor. Seu analfabetismo nunca foi sinônimo de ignorância, mas de uma sociedade que ainda falha em garantir a todos o direito de aprender.
Hoje, mais do que nunca, acredito que lutar pela alfabetização de jovens, adultos e idosos é também honrar a história de milhares de “pais” como o meu, que mesmo sem saber ler, escreveram com suor a própria vida.
o caminho que me leva a você
Onde o silêncio reina,
o tempo não tem vez.
Me despeço dos minutos
ao refletir
na solidão de meus pensamentos vazios.
As horas se tornam uma eternidade,
mas sem ninguém para compartilhar,
o que me resta é sonhar.
Ouço tua voz chamando-me há anos,
corro ao teu encontro
na esperança de um dia
poder te encontrar.
Mas o que fazer,
se o caminho a seguir
é aquele onde tantos se perdem?
Não me perco,
me encontro
afogado no "auto" mar,
com o sussurro dos ventos
conversando com o mar.
As ondas se abrem para, enfim, te encontrar.
Num profundo mergulho,
a esperança toma vez.
No reflexo das águas,
uma imagem reluz,
como uma luz a me cegar:
uma estrela brilhante,
o aquecer em tardes frias,
um segredo que eu queria guardar —
o sentimento de preenchimento que emerge,
clareando a escuridão do oceano,
o mistério em pessoa,
uma promessa a zelar.
Era você.
' SILENCIOSAMENTE '
Amo no silêncio do meu coração,
Como abelha colhe néctar da flor,
Sob a luz da Lua te amo no clarão,
Não sei o que é, se isso não for amor.
Com belo sorriso, amarei-te sempre,
Do anoitecer, até ao romper da Aurora,
No silêncio desse amor, sou eu resiliente No exato presente ontem e agora .
Até o infinito amarei-te silenciosamente ,
Contemplando as estrelas, a lua e o mar,
Enquanto meu coração te anseia presente,
Ainda no silêncio, para sempre irei te amar .
Amarei-te em silêncio , secretamente,
Um amor sem fim imensuravelmente.
Amando -te não terei sua rejeição
Como a a lua e o sol
Que jamais se encontrarão .
Maria Francisca Leite
Direitos autorais reservados sob a Lei -9.610/98
O Sabão e o Silêncio das Pequenas Revoluções
O sabão, simples e comum nos olhos de quem tem tudo, é quase mágico nas mãos de quem tem pouco. Em muitas famílias africanas, ele não é apenas um produto de limpeza, é um símbolo de transformação silenciosa, uma revolução embalada em espuma.
Com ele, mães lavam a roupa dos filhos e, ao mesmo tempo, lavam a poeira da desigualdade. Com ele, crianças tomam banho antes de ir à escola, carregando consigo não apenas o cheiro da limpeza, mas também a dignidade que a sociedade tantas vezes lhes nega. O sabão limpa, mas também cura: previne doenças, protege corpos frágeis, restaura autoestima.
Talvez seja por isso que se diga que ele “faz maravilhas”. Porque, onde falta quase tudo, até o mínimo vira milagre. Enquanto em algumas partes do mundo se discute qual marca de sabonete é mais perfumada, em outras, comemora-se simplesmente tê-lo. Ali, o sabão é ouro branco não pelo valor que tem nas prateleiras, mas pelo impacto que gera nas vidas.
E essa constatação dói.
Dói porque nos lembra que há famílias para quem um pedaço de sabão é a linha tênue entre saúde e doença, entre dignidade e abandono. Dói porque escancara um mundo onde a normalidade de uns é o luxo de outros.
Talvez seja hora de olhar com mais atenção para essas maravilhas discretas. De enxergar que o verdadeiro progresso não está apenas em construir arranha-céus, mas em garantir que todas as famílias em qualquer canto do mundo tenham o básico para viver com dignidade. Porque enquanto o sabão for considerado um milagre, ainda teremos muito por fazer.
Aos Finados
Hoje é um dia de silêncio profundo, de lembranças que apertam o peito e nos fazem refletir sobre a vida. É um dia em que ficamos mais calados, recolhidos em nossos pensamentos, recordando pessoas que foram importantes: familiares, amigos, conhecidos — e até aqueles que não tivemos a chance de conhecer, mas que marcaram nossa história de alguma forma.
Lembramos com carinho de pessoas maravilhosas com quem compartilhamos pouco ou muito tempo; daqueles que prometeram voltar, mas nunca mais apareceram; e até dos que chegamos tarde demais para conhecer. Ainda assim, todos eles vivem para sempre em nossas memórias.
A morte é o destino que chega sem ser chamado e do qual ninguém pode escapar. Mas, em vez de chorar por quem já está junto de Deus, agradeça pelos momentos felizes que viveram juntos. Honre essa pessoa lembrando o quanto ela foi importante em sua vida.
Cada religião e crença interpreta este dia de forma diferente — e tudo bem. O que une todos nós é a saudade e a gratidão por aqueles que partiram.
Essa dor nunca vai embora por completo, mas ela nos faz lembrar do valor de quem amamos. Nossa eterna gratidão a familiares, amigos, colegas, conhecidos, até mesmo àqueles que não chegamos a conhecer, e aos nossos queridos animais, que também deixaram saudade.
Muito obrigado por tudo que representaram em nossas vidas.
Sou Africano
Sou feito de terra quente e céu aberto,
De tambores que falam no silêncio do tempo,
De raízes fundas, num passado desperto,
Que vive em mim como um sagrado templo.
Sou o grito da savana ao romper da aurora,
A dança da chuva em solo sedento,
Sou voz ancestral que nunca vai embora,
Sou fogo que arde no firmamento.
Sou traço de reis em tronos de marfim,
Herança viva de reinos esquecidos,
Sou o riso e a lágrima dentro de mim,
Sou os caminhos, os mortos, os vivos.
Sou coragem que cresce na dor calada,
Sou o corpo que resiste, o peito que luta,
Sou cicatriz que se torna alvorada,
Sou a alma que canta mesmo na labuta.
Sou bantu, sou kongo, sou zulu,
Sou as línguas que o mundo tentou calar,
Mas sou tambor que ecoa no céu azul,
Sou memória que ninguém vai apagar.
Sou África – e em mim ela habita,
Não como fado, mas como missão.
Em cada passo, a história me visita:
Eu sou africano. Sou chão. Sou visão.
Patrono: Mateus Sebastião Kilola
Amei-te, mulher Africana
Amei-te, mulher africana,
Com os olhos da alma desperta,
No silêncio do vento da minha alma,
Na dança da lua tão certa.
Amei-te no cheiro da terra molhada,
No batuque antigo do tambor,
Na lágrima firme, não derramada,
Na raiz do teu imenso amor.
Vi em ti a mãe, a guerreira,
A semente que nunca descansa,
A palavra forte, verdadeira,
A chama viva da esperança.
Teu cabelo é coroa de história,
Cada cacho, um tempo guardado,
Teu corpo, escultura da glória,
Teu sorriso, um mundo sagrado.
Amei-te quando o mundo calava,
E tu ergueste a voz sem temor.
Quando a dor da história pesava,
E tu respondias com flor.
Foste rio, montanha e caminho,
Foste sol que insiste em brilhar.
Mesmo só, nunca foste sozinha,
Pois tua alma nasceu pra lutar.
Mulher africana, essência de vida,
Tua presença é canto ancestral.
És cicatriz, mas também ferida,
És revolução sem igual.
Amei-te… e amo ainda, eternamente,
Pois em ti, pulsa a origem do ser.
Na tua força que cala e sente,
Descobri o que é renascer.
Patrono: Mateus Sebastião Kilola
Silêncio
No silêncio da estrada vazia,
Há um rosto oculto de mulher,
E na estrada da sintonia,
O que de fato agente quer.
Em um céu que se abre sereno,
Embalada por uma brisa que nos deixa pleno,
Surge um brilho no fim do horizonte,
Como se fosse um belo diamante.
Sei que sou apenas um passageiro,
Nessa grande nave chamada vida,
Não serei o último e nem o primeiro,
Apenas um intervalo de subidas e descidas.
O mundo às vezes é cruel,
E mais amargo do que fel,
Mas devemos sempre insistir,
Pois a recompensa há de vir.
Lourival Alves
"O Silêncio do Desperto"
Há aqueles que vivem de olhos abertos, mas jamais enxergam..
Repetem gestos, falas e crenças como marionetes presas ao script do mundo..
Comem o que o vício serve, amam como o medo permite,
gritam alto para calar a verdade que não suportam ouvir..
Mas em meio à névoa...
Surge alguém que vê..
Não com os olhos..
Mas com a alma desperta, com o coração que já apanhou do mundo e decidiu não ser igual..
Ele nasce do cansaço das mentiras..
Do eco das palavras que ouviu de uma mãe ferida,
de um pai ausente, de um mundo que confundiu amor com obrigação,
e disciplina com arrogância..
Ele se levanta, silencioso, como um monge entre gladiadores..
Treina quando todos dormem ou descansam..
Come com consciência..
Corre como se fugisse do passado e avançasse para um futuro que ele mesmo construiu..
E ele tenta falar, e mostrar a verdade..
O caminho correto..
Tenta mostrar que desligou o celular não por controle,
mas por cuidado..
Que comer melhor não é frescura,
é afeto consigo mesmo..
Que corrigir não é atacar,
é amar com coragem..
Mas cada palavra sua ecoa como ameaça aos que estão acorrentados emocionalmente…
Porque ele carrega um espelho..
E o espelho nunca perdoa..
Refletindo o que eles poderiam fazer, mas recusam e desistem todos os dias..
Então ele cala..
Não como quem desiste,
mas como quem entende..
"Não desperta quem ainda sonha com o conforto da mentira.."
E naquele silêncio que o mundo chama de frieza ou tristeza,
ele constrói um templo interior..
Feito de aço e sensibilidade..
De músculos e compaixão..
De disciplina e ternura..
Ele não é perfeito —
mas é real..
Não busca um trono,
mas honra..
Não quer seguidores,
mas luz..
E se perguntarem por que ele não se mistura,
por que observa tanto,
por que parece sempre tão fora do ritmo das conversas rasas —
é porque ele saiu do script..
Deixou de ser NPC,
e se tornou o jogador..
Não do jogo dos outros..
Mas do seu próprio caminho..
E se um dia o chamarem de louco, ingrato ou frio...
Ele sorrirá com a tranquilidade de quem sabe:
É melhor ser sóbrio em um mundo embriagado de ilusões,
do que dormir eternamente no berço das mentiras..
Porque o amor verdadeiro começa no silêncio de quem se conhece..
E se transforma,
mesmo que ninguém veja..
Oração Mística da Luz Viva
Ó Força Divina que habita o silêncio,
Mãe da floresta, Pai das estrelas,
Deus invisível que vive em tudo o que é…
Neste instante sagrado,
eu abro meu coração à Tua presença viva.
Respiro a luz que emana da terra,
e deixo que o céu me toque por dentro.
Lava minha alma com a medicina do Espírito,
cura meus medos com a verdade da Tua voz,
dissolve meus pensamentos densos
na chama suave do Teu amor.
Que a Ayahuasca me revele aquilo que preciso ver,
que o Cristo interno desperte em mim,
que os ventos da sabedoria me guiem pelo caminho do bem.
Eu sou um com a Força.
Eu sou um com a Luz.
Eu sou um com o Amor que criou tudo.
E assim seja,
assim é,
e assim se manifesta.
O silêncio também abandona
Toda vez que vemos um animal abandonado e fingimos que não vimos,
mais uma camada de frieza cobre o mundo.
Silenciar diante da negligência não é neutralidade —
é deixar que o problema cresça.
Às vezes, não podemos fazer tudo,
mas sempre podemos fazer alguma coisa.
Quando a Vida Ensina em Silêncio
Há lugares que nos ensinam mais sobre a vida do que qualquer livro. Um deles é o leito de um quarto, onde alguém trava sua última batalha com o tempo.
Ali, entre o som dos aparelhos, o olhar cansado e os gestos silenciosos, a vida se revela em sua forma mais crua e verdadeira.
É no leito que a gente entende o quanto tudo passa rápido. O quanto somos passageiros. O quanto gastamos energia com mágoas tolas, disputas de ego, silêncios que nunca deveriam ter existido e orgulhos que hoje parecem ridículos.
É ali que percebemos que um abraço atrasado faz falta. Que um pedido de desculpas nunca deveria ter sido adiado. Que o “depois eu ligo”, o “na próxima eu vou”, o “um dia eu falo” talvez não tenham mais espaço.
No leito as prioridades mudam. O que antes parecia problema vira detalhe. O que antes parecia pequeno ; como um sorriso, uma mão segurando a outra, uma palavra de carinho vira o que realmente importa.
A injustiça social também dá sinais ali, quando se percebe que nem todos têm o mesmo direito ao cuidado e à dignidade.
E é no leito que se aprende, de forma definitiva: que no final, o que fica é o amor dado e recebido. As presenças, não as posses. Os afetos, não os feitos. Os gestos simples, não os discursos bonitos.
A vida é agora.
E quem a gente tem por perto… é o que faz tudo valer a pena.
AetA 🙏🏽
O frio tem voz...
Ele fala no silêncio das madrugadas, no vento que corta a pele, no vazio das ruas desertas.
O frio sussurra ausências, revela solidões, convida à introspecção.
Mas também ensina: é no frio que se valoriza o calor, é no inverno da vida que se aprende a força da esperança.
Toda estação fala. E o frio… também tem voz.
Tem gente que se acostuma tanto a ser ouvida por volume, que quando encontra silêncio com firmeza, se desespera.
Você é assim.
Você vive tentando ser grande aos olhos dos outros, mas no fundo…tua grandeza só existe quando os outros se diminuem.
Você chama de personalidade o que, na verdade, é só medo mal resolvido. Medo de ser esquecida, medo de ser comum, medo de não ser o centro.
Você não é forte. Você é barulhenta. E há uma diferença cruel entre as duas coisas.
A tua força é construída em cima de provocar, medir forças, testar limites. Você vive em guerra com qualquer um que ameace o império imaginário que criou ao redor de si.
Mas eu não tô no teu campo de batalha.
Eu não sou tua inimiga.
Eu sou teu reflexo.
E é por isso que você me odeia tanto.
Porque enquanto tu grita tua autoestima pras paredes, eu existo em silêncio ,sem precisar pisar em ninguém pra estar inteira.
E isso te consome.
Porque tua segurança é cênica, e a minha, mesmo remendada, é real.
Tu fala de corre como se tu fosse a única que rala, que luta, que sente.
Mas tu nunca respeitou o corre de ninguém.
Tu só respeita quem tu pode controlar.
Você idolatra Charlie Brown como se isso fosse uma carteirada de consciência. Como se isso te desse uma aura de rua, de verdade, de lealdade. Mas o que tu entendeu das letras, além das frases de efeito que tu posta em story?
Charlie Brown era dor, era respeito, era vivência,uma coisa que você nunca foi.
E você?
Você é vaidade disfarçada de atitude.
Tu fala bonito, mas age feio.
Tu quer respeito, mas nunca aprendeu a respeitar.
Tu quer lealdade, mas vive testando quem tá do teu lado.
Tu quer atenção, mas só oferece veneno.
Tu não é profunda. Tu só cava buraco nos outros.
Mas comigo não.
Tu pode tentar me pintar como vilã, me diminuir nas entrelinhas, me colocar como obstáculo no teu teatrinho.
Mas eu não sou coadjuvante no teu roteiro.
Eu sou o ponto final.
Eu sou o basta.
Eu tô te olhando nos olhos agora, com palavras afiadas como bisturi.
Porque gritar, qualquer um grita.
Agora, machucar com a verdade?
Isso é pra poucos.
E se doeu, é porque serviu.
Enquanto você lê...
Te procuro no silêncio,
Lá você já está,
Com a cabeça nas nuvens,
Um livro sempre à terminar,
Tem sorriso que sussurra,
Olhar que voa sem pedir licença,
Um pezinho miúdo que pisa leve,
Mas, deixa rastro em presença,
Fala pouco por mensagem,
Fala muito quando fica,
Ainda que sem palavras,
Confortavelmente,
Olhando pela janela do meu quarto,
Buscando a lua que nem sempre tem,
Um holofote
Com seu teatro na alma,
Um vinho no fim da trilha,
Depois bota um filme para não assistir,
Mas deita no meu peito como quem sabe onde ir,
E eu?
Amarro teus punhos com cetim,
Não para prender,
Sou ninho, não gaiola,
Mas, naquela hora, quero despertar o desejo,
Te desenho com a ponta dos dedos,
Tua respiração tropeça em mim,
Você é poema, som no silêncio da paz,
Fala pouco, mas me escuta inteira,
Qualidade,
Não é quantidade,
Para duas pessoas inteiras.
Silêncio que abraça
Às vezes, o mundo grita tanto que esquecemos de escutar o que não faz barulho. Mas, bem ali, atrás dos pensamentos apressados, mora uma calma que não precisa de palco. É quando paramos de correr atrás da ideia de ser… E apenas somos. Inteiros. Presentes. Leves.
Fechamos os olhos por fora ,e despertamos por dentro. Porque paz não é ausência de som, é presença de essência. E a mágica não está no que falta… Está em perceber que agora já é.
Quando a Última Luz se Apaga
No silêncio que resta após a voz,
Ouço apenas o eco do que fui.
A saudade não fala — ela dói,
Como o peso de um mundo sem rui.
O tempo, esse traidor sem rosto,
Levou tudo o que me fazia viver.
E deixou um coração exposto
A lembrar sem poder esquecer.
Os risos morreram nos cantos da casa,
E os quadros, sem cor, me acusam em vão.
Cada passo é um corte que atrasa
A cura de tanta desilusão.
Eu amei com a força de um naufrago,
Gritei teu nome ao vento surdo.
Mas a vida, com seu verbo frágil,
Sussurrou: "você chegou tarde, é o absurdo".
Já não sei o que sou — sombra, poeira,
Ou só alguém que o mundo esqueceu.
Só sei que tudo que era bandeira
Hoje é trapo que o tempo comeu.
E quando a última luz se apagar,
Que não chorem, que não digam meu nome.
Pois quem morre sem mais esperar
Já morreu bem antes da fome.
Fragmentado — Vozes que Ninguém Quer Ouvir
> A verdade dói.
O silêncio também.
Purificação é o grito que ficou preso no peito.
Escrevo para os invisíveis, para os esquecidos, para os que choram em silêncio.
Denúncias falsas dilaceram reputações.
Filhos sem pai, histórias de abandono e de dor.
Mas a brutalidade maior está nos que ferem sem remorso —
os que batem, os que matam, a escória da sociedade.
E ainda assim, os que sobram carregam a luz da resistência.
Esta é a jornada de quem escreve para enfrentar a escuridão.
Esta é Purificação.
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Somos Mar
Eu sou feito de mar e de vento,
De silêncio, coragem e alento.
Carrego na alma a maré,
Que vem, que recua, que é fé.
Tem dia que sou calmaria,
Noutros, só vejo agonia.
Sou onda que bate na pedra,
Sou força que nunca se entrega.
No peito, carrego segredos,
Profundos, tal quais os meus medos.
Histórias que afundam no tempo,
Memórias levadas no vento.
Meus olhos são farol aceso,
Meu riso é um porto indefeso.
Mas dentro de mim tem tormenta,
Que chega, que arrasa, que enfrenta.
Sou brisa que passa de leve,
Sou mar que se agita e se atreve.
Não sou de caber em ribeira,
Nasci pra ser vasto — fronteira!
Ninguém me decifra de todo,
Sou feito de espuma e de lodo.
Sou livre, profundo e real,
Sou mar — sou beleza e vendaval.
Se tentas prender meu caminho,
Me faço furacão, desalinho.
Pois sou como o mar no seu tom:
Indócil, imenso e sem dom.
Escrevo no Escuro, Mas Não em Silêncio
Mesmo com minha visão limitada, minha voz não se cala.
A vida me impôs um silêncio forçado, uma pausa que nunca escolhi. Minha visão debilitada me impede de agir como antes, de subir, pintar ou realizar tarefas físicas.
Mas a dor que não fala explode por dentro — e eu preciso botar isso pra fora.
Escrever, para mim, não é simplesmente sentar e digitar. É uma batalha diária.
Minha visão limitada dificulta a leitura e a escrita. Cada palavra que sai é fruto de muita paciência, esforço e adaptação.
Uso ferramentas tecnológicas para ajudar — leitores de tela que me falam o que está escrito, comandos de voz que transformam minha fala em texto, teclados especiais que me ajudam a não errar —, mas mesmo assim o processo é lento e exaustivo.
Às vezes, a letra demora a sair porque tenho que revisar com cuidado o que foi transcrito, corrigir erros que aparecem, lidar com o cansaço físico e mental.
A sensação é de um combate constante contra o tempo, contra a fadiga, contra a frustração de não poder ver as palavras como antes.
Mas eu persisto. Porque essas palavras são mais que letras — são minha resistência, meu grito silencioso, meu modo de existir.
A escrita não é só trabalho, nem rotina — é luta, é expressão de dor, é cura e sobrevivência.
Enquanto minha visão limita meus passos, minha mente e alma encontram força para criar e resistir.
Que minha história sirva de voz para tantos que lutam calados, porque ser forte nem sempre significa estar bem.
Seguimos, com a alma ferida, mas de pé.
#Resiliência #DorSilenciosa #HomemQueSofre #EscritaQueCura #ForçaInterior
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