Texto sobre Infância
Não tenho saudade da infância, mas sinto falta da forma como eu encontrava prazer em coisas pequenas, mesmo quando coisas maiores desmoronavam. Eu não podia controlar o mundo no qual vivia, não podia fugir de coisas nem de pessoas nem de momentos que me faziam mal, mas tinha prazer nas coisas que me deixavam feliz.
Meu quarto é o melhor lugar do mundo: era o meu plano. Paredes rosa, lembram minha infância. Ursinhos fofos, mostram que uma parte de mim ainda é meio criança. Mural de fotos, registra todos que amo e não posso tocar. Cama de casal, deixa o espaço que só um pode ocupar. Meu quarto não é o melhor lugar do mundo: era a realidade.
Às vezes eu sinto uma saudade enorme. Só não sei de quê. Talvez seja da minha infância. Era tão boa. Tudo era tão simples, tão fácil. Ou talvez seja das pessoas. Daquelas que passaram, mas não ficaram... se foram sem se despedir. Mas também pode ser os momentos. Esses que marcam e pairam na nossa mente. São sem dúvida especiais. É como se o agora fosse dispensável, e o pensamento voasse, procurando algo que não sabemos bem o que é. E nosso olhar insiste em ir em direção à janela. Como se a resposta desse aperto no coração estivesse além. Não sei se sensação é boa ou ruim... Sinto-me agradecida por tudo que vivi; mas ainda há uma enorme vontade de quero mais.
A atenção que as crianças querem de seus pais na infância é a mesma que os pais querem de seus filhos na velhice. A justificativa é a mesma: falta de tempo. E o motivo da falta de tempo é o mesmo: trabalho para ter dinheiro para sustentar a família. Será que pessoas que já possuem uma quantia em dinheiro suficiente para seu sustento e de várias gerações padecem do mesmo mal?
"Ser educado num lugar de estima; não ver nada baixo ou sórdido desde a infância; ser ensinado a respeitar-se a si próprio; ser habituado à inspeção crítica do olhar público; (…) ter tempo para ler, refletir, conversar; (…) ser ensinado a desprezar o perigo no cumprimento da honra e do dever; (…) possuir as virtudes da diligência, ordem, constância e regularidade, e ter cultivado uma atenção habitual à justiça comutativa."
Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, mas foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano.
Mimados desde a infância, podemos projetar essa mesma expectativa em nossa relação com Deus, esperando que ele sempre nos dê o que queremos, imediatamente. A consequência de um "não" divino é uma intensa frustração e uma reação infantil, uma birra ou pirraça "espiritual", na crença ilusória de que podemos forçá-lo a mudar de ideia.
Eu sinto tanta falta da minha infância; tempo bom que não volta mais! Era tudo tão simples, a vida não era tão complicada como atualmente. Vivia com um olhar de pureza, não conhecia a maldade do mundo. Era tudo tão tranquilo; não podia imaginar que um dia seria tão trágico, cheio de sofrimento, desamor e inveja. Queria que o mundo de hoje; fosse repleto de sentimentos bons; que não tivéssemos que viver mendigando paz!!!😳😣😕😷
O tempo passa e com ele se vai os momentos marcantes, a nossa infância, brincadeiras, amigos, pessoas queridas. Vivemos achando que não envelheceremos, o tempo continua passando e achamos que não morreremos, mas a vida continua passando depressa de mais. Quando um dia abrirmos os olhos e olhar para o espelho, veremos que o tempo continuou passando rápido de mais, e entenderemos que a vida e um piscar de olhos de Deus.
UM QUADRO DA INFÂNCIA
Sem mostrar resistência a essa vontade
de visitar os tempos de criança,
ponho na mão meu livro de saudade
e folheio lembrança por lembrança.
O olhar de minha mente assim me invade
a infância por inteiro, e logo alcança
uma linda menina da cidade,
loura, de olhos azuis e fala mansa.
Foi ela, certo dia, sol já posto,
que, após eu mal pisar sua calçada,
parou-me, com as mãos prendeu-me o rosto,
esfregou sua boca em minha boca,
e em seguida, saiu em disparada
para dentro de casa, como louca...
Eu me vejo na minha infância como uma colmeia, aonde varias pessoas simples, insignificantes, vinham, como abelhas, trazer o mel de seu conhecimento e das reflexões sobre a vida, enriquecendo generosamente o meu espírito, cada um como podia. Muitas vezes, acontecia de esse mel ser sujo e amargo, mas todo conhecimento era, mesmo assim, um mel"!
A Flor que eu nunca esqueci
Oh lindo dia!
Dia lindo para se andar em um campo colher uma flor e levar para meu amor, o sol está quente, batendo na gente
inspirando um dia cercado de amor, amor esse que me bate a lembrança
de quando eu era criança
e perdi a esperança de ter você, minha flor.
Hoje o passado me trás um recado diante do campo cercado de flor.
Oh meu amor! Hoje eu cresci e por ti eu vim, te trago essa flor como prova de amor.
Te selo no peito,
meu eterno amor.
Esse amor que me domina
E tira minha mágoa, minha dor
A flor e seu amor, me contamina
Deixa o coração com cheiro e sabor.
E é esse o encanto de quem ama.
Não importa o tipo do amor.
Ele conquista mesmo quando se deita ou quando se levanta.
Precisamos dele. Nos faz amar
E assim podemos nos alimentar
De sua vida, de sua luz.
E de seus olhos que me assistem
Que me atraem e imploram,
para que a minha flor possa te salvar.
Pois o poder do amor da flor só
funciona quando se tem alguém
Para amar.
E você é quem amo
E não me importa qual tipo de amor
que vamos nos encaixar
Eu só sei te amar.
----- FIM----
Baseado na história de amor entre duas crianças de seis anos que estudavam na mesma escola e na mesma sala.
Hoje eles tem nove anos , ela mora no Rio de Janeiro e ele em São Paulo. O destino dos dois só o tempo pode dizer
A infância
Se soubessemos como é a vida de gente grande aproveitariamos mais a infância.
Quando criança temos amigos dispostos a topar qualquer aventura e a guardar todos os segredos, porque naquele momento cada amigo faz a diferença.
Gente grande nao se uni, gente grande nao se respeita, gente grande nao é amigo.Gente grande sobrevive e a criança vive.
"Ai que saudade que tenho, da aurora da minha vida, da minha infancia querida..."
Para jamais ter essa saudade, basta não esquecer, e nem deletar aquela criança que sempre fica em nossa alma...
Osculos e amplexos,
Marcial
JAMAIS DEVEREMOS DELETAR NOSSA INFANCIA
Marcial Salaverry
Certamente jamais deveremos nos esquecer de que a sabedoria milenar dos chineses é algo que não se pode discutir. Sempre encontramos mensagens que nos foram legadas por eles, que, apesar de escritas há muitos séculos, ainda conservam uma atualidade impressionante. Como esta, que me foi repassada por meu amigo L’Inconnu:
"O grande homem é aquele que não perdeu a candura de sua infância."
Esta é uma grande verdade, pois o que realmente estraga a vida de muita gente, é esquecer totalmente que um dia foi uma criança livre de preconceitos, inibições, sem se preocupar com a famosa frase: "não faz assim, não fica bem, você não é mais criança"...
Geralmente a adolescência é uma das piores fases da vida, porque ainda não deixamos de ser criança, mas já queremos parecer adulto, desejando todas as prerrogativas da vida adulta, sem contudo assimilar que com essas prerrogativas vem uma série de responsabilidades, que só a vivência fará com que sejam bem compreendidas.
Tentando ser adultos, esquecem-se de que ainda são crianças, e daí nasce toda uma revolta, transformando a maioria dos adolescentes em rebeldes sem causa. É muito fácil desejar todas as regalias de um adulto, sem ter que fazer nada para isso. Apenas receber de “mão beijada” os direitos dos quais se julgam merecedores, esquecendo dos reais valores da vida, já que direitos e méritos devem ser conquistados por esforço próprio. Assim terão valor.
Uma coisa é certa, crianças fomos, e crianças sempre seremos.
A única diferença é que, quando somos fisicamente crianças, agimos com naturalidade sem aquela preocupação do "fica ou não fica bem". Quer coisa mais linda e espontânea do que o sorriso de uma criança feliz ? Não é aquele sorriso estereotipado como, por exemplo, o sorriso que temos que dar quando o chefe conta aquela piada velha e besta que sempre contou, assim como em diversas outras passagens de nossa vida, quando temos que "trair" nossa alma, fazendo certas coisas que não queremos, mas que "precisamos" fazer. As crianças somente sorriem, quando estão com vontade. Assim, quando são forçadas a agir contra sua natureza, quando os adultos querem que “cresçam depressa”, isso vai provocando danos em sua personalidade futura, formando aquele adulto cheio de traumas e preconceitos.
Contudo, uma coisa é certa, as crianças não sabem ainda observar os limites, aquela velha máxima, "de que seu direito termina onde começa o meu, e vice-versa". Isto sim, é algo que tem de lhes ser ensinado, para que não sejam aquelas detestáveis crianças birrentas e cheias de vontades e exigências, que quando chegam perto de nós, somos obrigados a avisar: se morder, eu chuto...
Os limites sempre devem ser mostrados às crianças, para que elas saibam até onde podem chegar sem serem inconvenientes. Crianças mimadas ou super protegidas também transformam-se em adultos problemáticos.
Assim sendo, nem tanto ao mar, nem tanto à terra, não devemos adotar nem a disciplina militar, nem a liberalidade excessiva. A medida certa é a liberdade vigiada, o meio termo ideal, para que não percam a espontaneidade natural, nem se transformem naquelas crianças chatas e impertinentes que se acham com todos os direitos do mundo, sem nenhuma obrigação.
Mas isto é uma outra história, que fica para uma outra vez...
Do que estávamos falando mesmo? Ah!!! do quanto é bom conservarmos, com a sabedoria da idade, o espírito infantil de alegria e descontração. Realmente, dosando-se adequadamente as coisas, tornamos nossa vida muito agradável e gostosa de ser vivida, e ainda sobra tempo e disposição para transmitir um pouco dessa alegria aos que estão à nossa volta.
Conservar algo da infância, não tenham dúvidas, faz muito bem para o espírito, prolonga a vida, já que essa alegria e vontade de viver, faz com que vivamos até morrer, e nisso podem acreditar.
Dessa maneira, sempre poderemos fazer de cada dia, UM LINDO DIA...
Eu estava dançando descalça com o vento entre terra firme e a água fria do rio São Francisco em pleno fim de tarde de uma sexta-feira, eu girava com aquele vestido azul, aquele que adorava, e a cada rodada que eu dava mais parecia ser a última, e a criança que habitava dentro de mim se pôs naquele momento liberta, agora se encontra correndo atrás daqueles sonhos perdidos, a felicidade estampada no rosto ecoa agora no peito num ritmo interminável de completude insana.
Posso sentar aqui e admirar a beleza ser engolida pela vasta escuridão da noite, mas antes de findar apenas me deixe ficar mais um pouco, não quero perder nenhum segundo o show de cores que vem por aí nesse céu gigante.
Posso deitar minha cabeça em suas pernas, enquanto me conta sobre seus sonhos, estou sentindo a brisa abraçar meus pés como uma mãe abraça um filho, apenas acompanhe comigo a viajem das nuvens pra chegada das pequenas estrelas, se quiser cantar sinta-se em casa, mas não vou prometer manter-me acordada, porque o que eu quero mesmo é me perder na infinidade desse sonho.
Eu sou tinha 10 anos vai.Cuida dos seus irmão nem sei cuida de mim Eu so tinha 11 anos vai fazer comida e limpa a casa eu chorava pois não tinha maturidade tenho deve do colégio para fazer ia para o fogão.
Eu so tinha 12 anos vamos fazer faxina no rio mãe eu gosto de mexer em cabelo isso não da dinheiro Eu so tinha 13 anos tenho que ver meus irmão.
Meu Rincão
Meu passado...
Ranchinho querido da infância...
Aqui estou eu...
Te trazendo em um poema meu...
La na gruta...
A terra que dava o arroz...
No horizonte de minha janela...
Pastos e cafezais...
Oh tempo passado...
Até hoje te aprecio...
Naquela natureza vivida...
Naquele chão pisado de terra batida...
Por trás da nossa casa...
Hortaliças que perdia de vista....
Ali...
Amendoim e repolho...
Alho, cebola e couve....
Alface, rabanete e mandioca....
Na palhoça...
Milho para as galinhas...
Os porcos gordos no chiqueiro...
Mais a frente....
Curral de tábuas manchadas...
Com óleo velho queimado...
O gado nelore...
Era de alta qualidade....
As vacas leiteiras....
Davam leite naquela mangueira...
O pomar era pura fartura...
Laranja lima e pera do rio...
Amoras e carambolas...
Polcãs e mexiricas....
Adolescência vivida...
Tinha tudo e reclamava....
E hoje....
Só o tempo marcado que ficou naquela tábua...
Na espera de um novo Sol...
Talvez o vento me leve pra rever...
Apreciar e contemplar....
Aquele abençoado lugar...
Assim como o rio que corre para o mar...
Onde as estrelas me falam....
O inacabado ciclo da vida...
Um dia posso eu...
Naquele rincão verdejante morar...
Baruck...
Famosa Fazenda São Jorge...
Nessa posse....
Sera modificado seu nome...
Darei á ela um pseudônimo...
Dedicarei também uma inspiração única....
Terra formada de outrora...
Um dia lá atrás...
Os meus olhos da inocência te viram...
Na mata ainda intocada....
Será o cravo tirado de um poema...
Para isso acontecer....
Não precisei muito sonhar....
Apenas tive essa visão...
Seu nome um dia será...
Meu terno...
E eterno sertão....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Minha Velha Tia
Minha velha tia me contava muitas histórias. E entre uma história e outra, ela me ensinava muitas coisas. Minha tia me contou que houve um tempo em que os animais falavam. Ela me ensinou que a Terra é redonda e que se eu sair andando sempre em frente, acabo voltando ao mesmo lugar. Minha tia me ensinou que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil e que Santos Dumont inventou o avião. As histórias de minha tia eram sempre assim. As coisas mais difíceis ela explicava do jeito mais simples. Era preciso que cada coisa tivesse o seu inventor ou o seu descobridor. Se Santos Dumont não tivesse inventado o avião, até hoje estaríamos andando só a pé ou de carro.
Um dia minha tia me ensinou um acróstico: Minha Velha Tia Mandou Jogar Sal Úmido Nas Plantas. Para que eu nunca esquecesse os nomes dos nove planetas do Sistema Solar. Nunca me esqueci dessa tarefa que, é bem verdade, não cheguei a realizar; mas nunca me esqueci dos nomes dos nove planetas.
Eu sempre ouvia maravilhado as histórias de minha tia e nunca me esquecia de nada do que ela me falava. E ela dizia que quando eu crescesse iria saber muito mais do que ela. Talvez esse tenha sido o ensinamento que mais me intrigou. Eu não fazia idéia de como isso seria possível, embora soubesse que tudo o que ela me dizia era verdade. Lembro-me de quando comecei também a contar a minha tia as coisas que tinha aprendido sem ela. Minha tia sorria e ouvia atentamente tudo o que eu lhe dizia. Sei que às vezes ela achava que era tudo bobagem, mas nunca me dizia isso. Ficava feliz por eu estar aprendendo. E eu sempre esperava que ela complementasse as minhas descobertas com o que ela sabia. Minha tia é que sabia verdadeiramente das coisas; e só com o seu aval é que eu podia acreditar em tudo o que aprendia.
Vez ou outra eu a interpelava sobre algumas incoerências. Por que Colombo descobriu a América e Cabral descobriu o Brasil? Eles não descobriram, na verdade, a mesma coisa? Por que foi Colombo quem descobriu a América, e não os índios, que já estavam aqui? Minha tia sorriu e me explicou que os índios não tinham consciência de quem eram, nem de onde estavam, mas Colombo sim. Por isso os chamou de índios.
Lembro-me do dia em que contei à minha tia que a professora tinha dito que não foram nem Cabral, nem Colombo os nossos descobridores, e sim outros homens que estiveram aqui antes, mas que se nos perguntassem, era preciso dizer o que estava no livro. Minha tia abriu o mesmo sorriso carinhoso, sem dizer nenhuma palavra. Sei que ela nunca mais se lembrou dos nomes que eu havia dito a ela, mas, para dizer a verdade, eu também não me lembrei.
Hoje me arrependo de ter deixado tão cedo de visitar a minha tia. Lembro-me de que nas últimas vezes em que a visitei, eu ouvia atentamente o que ela me dizia, e sorria. Às vezes gostaria que ela ainda estivesse aqui. Mas sei que não seria mais possível. Talvez o mais duro exemplo de uma das tantas coisas que ela me ensinou: “cada coisa tem o seu tempo”. No tempo de Cabral, de Santos Dumont e da minha tia, as coisas mudavam muito pouco. Ela pôde me ensinar o que havia aprendido com a tia dela. Hoje, ela certamente se sentiria enciumada por causa da Internet. Eu não saberia como dizer a ela que o seu acróstico não vale mais. Não saberia dizer a ela que Plutão não é mais um planeta. Minha velha tia não sabia muito bem o que era um planeta. Não saberia me explicar por que isso aconteceu. Talvez ela fosse sorrir e dizer “isso é bobagem”. E, para dizer a verdade, eu também não saberia explicar isso a ela. Minha tia tinha razão em tudo o que dizia. Teve razão ao dizer que eu saberia muito mais do que ela. Mas minha tia é que entendia verdadeiramente das coisas. E hoje eu não sei onde aprender as coisas que ela sabia.
As melhores recordações de nossa vida,
certamente são aquelas que vem de nossa
"infancia querida, que os anos não trazem mais..."
QUANDO BATE A SAUDADE DE MINHA INFANCIA
Marcial Salaverry
Bate a saudade de minha meninice...
vivida com tanta peraltice...
Minha mãe maluquecia,
quando num momento se distraia,
e lá ia eu pra jabuticabeira do vizinho,
que ficava muito doidinho,
quando tentava me pegar...
Tinha um baita de um cão pastor,
que era mau como quê...
Mordia quem tentasse entrar,
mas que ficou meu amigo, sei lá porque...
Não tinha cachorro que me atrapalhasse,
nunca impediam que as frutas eu pegasse...
Sempre com os cachorros me dei muito bem...
No bom sentido, era o terror da vizinhança...
Só querida viver minha infância com felicidade,
e dela agora tenho muita saudade...
Vida boa de criança,
coisas que ficam na lembrança...
Correr atrás de balão,
só dava confusão...
E o namoro com a filha do vizinho?
Ele nos pegou num inocente beijinho...
Mesmo sem saber da missa a metade,
estragou nossa felicidade,
dizendo que eu não prestava...
Mas não era isso que a menina achava...
Onde andará a doce Inez,
que tão feliz me fez?...
Dou razão a quem disse:
"Ai que saudade que eu tenho,
da aurora minha vida"...
Dá saudade mesmo...
Vale bem a recordação,
que faz bem ao coração...
Marcial Salaverry
30/11/2002
Aos 5 anos, vivemos o auge da infância, temos sonhos lindos e profissões escolhidas por amor para o nosso futuro.
Aos 10 anos, mais ou menos, vivemos o começo da transição para a adolescência, começamos a ter olhos para o que nos atrai, mas ainda queremos brincar com nossos brinquedos, de vez em quando. A fantasia lentamente começa a dizer adeus.
Aos 15 anos, é possível que já tenhamos chorado por alguém, já reclamamos de alguma injustiça na correção de uma prova, já cabulamos umas aulas, já tivemos alguma perda significativa na vida, queremos aparecer mais, forçar uma maturidade que não existe e fazemos os mais velhos rirem da nossa ingenuidade ...
Aos 20 anos pensamos apenas em curtição e estudos para uma vocação. Estamos "no auge" do mercado de trabalho, cheios de sonhos adultos, expectativas de ser alguém na vida, acreditamos na meritocracia e sabemos que o caminho que escolhemos é o caminho das nossas vidas ..... somos tão cheios de certezas...
Aos 25 anos nos damos conta que nem tudo é tão simples, colecionamos algumas frustrações na vida, mas ainda temos gás pra correr atrás. Ainda queremos curtição, farra, mas também temos as nossas responsabilidades e quem ainda não mora sozinho está louco para ter seu espaço.
Aos 30 a gente começa a cansar. Nosso biorritmo começa a alterar, a gente ainda quer se divertir, mas começa a optar pelos divertimentos menos cansativos. Passamos a dar mais atenção para nós mesmos e alguns, também nessa fase, conhecem a responsabilidade de ter filhos.
Aos 35 a gente só quer que a nossa rotina transcorra sem grandes novidades ou problemas, queremos nossos boletos pagos, queremos que os filhos sejam cooperativos e que a paz no dia a dia seja nossa companheira.
Aos 40 entramos num momento de questionamento sobre nossa vida, nossos sonhos, o que queremos levar adiante ou não, definimos aquilo que podemos evitar e aquilo que não temos como dizer Não. Reavaliamos carreira, relacionamentos, saúde, fé. Inevitavelmente, os questionamentos chegam para nós perto dessa idade.
Dos 45 pra frente é apenas chute, já que hoje eu tenho 37 anos. Mas eu diria que em algum momento, a gente passa a olhar os outros com mais compaixão, a gente passa a entender que a vida é feita de ciclos, que não podemos mudar as pessoas mas somente a nós mesmos, passamos a ser mais altruístas, ajudamos os filhos adultos, oramos por eles e até por quem não conhecemos, concentramos sabedoria em pílulas diárias que os mais jovens não entendem, vivemos a vida numa câmera mais lenta, somos conscientes dos nossos problemas de saúde e tomamos mais remédios para manter o corpo em ordem, aceitamos a necessidade de algumas dietas, fazemos o nosso melhor mas sabemos que algumas vezes ainda vai faltar alguma coisa e também está tudo bem, aceitamos que nossa juventude passou mas que a gente viveu o que podia como podia, e lembramos com carinho e nostalgia o que vivemos antes... com certeza existe muito mais aqui, mas eu só vou saber depois...
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