Texto sobre eu Amo meu Irmao

Cerca de 115141 frases e pensamentos: Texto sobre eu Amo meu Irmao

Eu vi
Eu vi o que eles ainda verão,
Eu vira o que ninguém tinha visto,
Eu tenho visto o que alguém verá,
Eu verei o que vocês já viram.
Que vocês vejam o que teriam visto,
Quando virem o que precisavam ver,
Que vejamos então o que temos visto,
Para quando virmos continuemos a ver.
Que vós vejais o que teríamos visto,
Quando virdes o que precisávamos ver,
Que vejais o que ainda não vimos,
Para quando virdes voltemos a ver.

Inserida por khalilgibraltar

⁠O Verdadeiro Eu

No centro de todas as coisas, há o Tao. Ele flui como um rio sereno, sem começo nem fim, sem forma nem limite. Assim é o verdadeiro eu: não algo que se possa capturar ou nomear, mas aquilo que simplesmente é.

O homem que busca o verdadeiro eu fora de si, nas coisas do mundo, encontra apenas ilusões. Ele se apega ao que muda, às máscaras que usa para agradar os outros, e se perde. Mas aquele que silencia e observa, que deixa de lado o esforço e o desejo, descobre que o verdadeiro eu não precisa ser encontrado – ele já está ali, como a montanha está no horizonte e o vento nas árvores.

O verdadeiro eu não é uma identidade fixa, nem uma conquista. É como a água: suave, fluida, sem forma própria, mas capaz de se adaptar a qualquer recipiente. Quando paramos de resistir, quando deixamos de tentar ser algo que não somos, o eu verdadeiro emerge, sem esforço, como o sol após a tempestade.

Ser verdadeiro consigo mesmo não é lutar contra o mundo, mas fluir com ele. O sábio compreende que o eu é uma dança com o Tao. Ao abandonar o apego ao que é externo, ao que é superficial, ele encontra paz no que é eterno.

Assim, não busque o verdadeiro eu como quem persegue um destino. Apenas sente-se à beira do rio e observe o fluxo. No silêncio, no vazio, o verdadeiro eu se revela, não como algo separado, mas como partedogrande Todo.

Inserida por slsj2001

Quem sou eu?

Sou um adulto emocionado
Em busca da solução
De preencher esse vazio
Dentro do meu coração

Sou um homem tranquilo
Com muitos anseios no coração
Quero paz, tranquilidade
E viver bem com a razão

Sou um cara legal, apenas legal
Ser legal carrega um peso de uma crise existencial

Sou um homem muito parado
Com uma guerra dentro de mim
Que as vezes venço e as vezes perco
Mas não para de existir

Inserida por versoza

⁠Olá, futuro eu!

Espero que ao ler isso, você esteja cercado de sorrisos e momentos felizes. Quero que saiba que, independentemente das circunstâncias, cada passo que você deu até aqui foi importante. Lembre-se de valorizar as pequenas coisas da vida e de estar sempre aberto a novas experiências.

A vida é uma jornada incrível, cheia de surpresas, e estou animado para ver como você se tornou a pessoa que sempre sonhou. Nunca se esqueça de seguir seu coração e de buscar aquilo que realmente te faz feliz. As dificuldades podem surgir, mas elas são parte do crescimento.

Aproveite cada momento e saiba que você é capaz de realizar grandes coisas. Estou torcendo por você e mal posso esperar para ver onde essa jornada te levará!

Com carinho,
Você do passado.

Inserida por WilliansEscanor

⁠Título: Eu Deixaria.

Se o tempo me desse,
se o vento soprasse,
se a vida trouxesse...
eu deixaria.

Menos peso,
menos pressa,
menos pedaços de nós.

Para acalmar o âmago,
para secar o pântano,
para ter sem engano,
para amar sem plano.


Dedico a você: minha perda de tempo preferida.

Inserida por Zeta

⁠Título: Talvez Eu Pertença ao Talvez.

Gosto de ruas vazias, tão calmas,
De rostos tristes — talvez por simpatia.
Prefiro as noites de poucas almas,
Com poesias sendo minha companhia.

Há uma alegria nas luzes apagadas,
No som da chuva a varrer a cidade,
E nos grilos que, entre pausas marcadas,
Regem o silêncio com suave sintonia.

O vento carrega segredos no ar,
Um eco perdido, sem rumo ou lugar.
Talvez eu pertença a esse divagar,
Ao "talvez" eterno de sonhos fugaz.

Um temporal não me traz tormenta,
Mas uma dança onde me encontro inteiro.
Sou um reflexo que ninguém sustenta,
Uma sombra errante, sem paradeiro.

No "talvez" eu habito — começo e final,
Entre o vazio e o desejo de estar.
Sou o instante breve, o ponto crucial,
Que nunca se cansa de apenas vagar.

Inserida por Zeta

⁠Título: Romeu? Não Eu!

Existem mulheres que quero esquecer,
E amores que não busco reviver.
Paixões que só trouxeram confusão,
Melhor que se afundem na indecisão.

Disse-me um dia, com a voz turva:
"Estou tão confusa..."
Perguntei: "Mas com o quê?"
Respondeu-me, com culpa:
"Não quero você."

Que tristeza amarga, eu quero apagar,
Ou que sintas em dobro o que me fez sangrar.
Não sou santo pra perdoar indecisões,
Não sou Romeu pra sofrer por paixões.

Que a dúvida queime em fogo lento,
E que Julieta vá sozinha ao esquecimento.

Inserida por Zeta

⁠UM PRETO EU-LÍRICO QUE SE QUESTIONA



Ser um Nêgo Nerd tipo A,
Custa caro.
Mas vale a pena.
No escuro ele mostra seu lado doce.
Sou mais que corpo, sou mente.
Sou um sujeito subjetivo. Sou um indivíduo que quer a nêga também depois da cama.
Pode até faltar água no sertão,
Porém sobra nos olhos do negão.

A vida nunca será linear. Sempre será escrita em linhas tortas.
Há um homem por trás dos óculos.
Há um homem por detrás da barba, há um homem preto por trás da cor, Drummond. É o avesso da pele. Esse homem não é tão sério, tão viril, tão violento assim. O homem por trás do óculos e da barba.
O homem por trás do óculos é negro, é negro.
O 'europeu' é tão egocêntrico que tem um "eu" no início e no final da palavra.
Mas meu eu-lírico diante disso não se rebaixa.
Se a periferia soubesse que o maior escritor brasileiro veio de lá, a narrativa seria outra.
Bato no peito e digo: Colombo, sou quilombo, sou África!
Enfim, continuamos em casa, nesse país sangrento,
onde o sangue está escorrendo por debaixo da porta, quanto estamos comendo e bebendo.

Não me identifico com o que eu faço.
Quando volto do trabalho, não sobra eu.
Perguntou-me: cadê aquele negro sonhador, cheio de saúde, que escrevia poema de amor a mão? Não corro mais atrás da bola. Cadê eu?

Na minha ótica, vejo essa armação:
Enxergo com "meus próprios olhos" absurda carga horária passar lentamente.
Os dias têm que ser abreviados.
Porque sofremos muito, Deus meu!
A literatura denuncia isso com amor, com mimese. Por hora, com catarse.
Eu, caro poeta, não estou só. Mas sós.
Com Deus? Perguntou-me porque o abandonei?!
O racismo não acabou. Mas todos têm letramento Racial Crítico. Superamos! Supomos...
Mas o negro continua descendo e subindo a favela.
Continua pintando com seu sangue os muros e grandes construções. Continua pondo fogo na cana até ficar da sua cor, e o que ganha, não compra um quilo do açúcar pretinho.
...Sem ocupar espaços de poder.
O negro continua, continua, idetitarista.

Quero crer que é possível lançar luz sobre as sombras da utopia, poeta.
O que fora dito, não é só ideias. É uma antropofagia da sua lírica.
O desejo só cabe no peito de quem não pode fazer nada.

Inserida por Machadodejesus

⁠' EU NÃO SABIA '
Lembro-me de ti com saudades,
Embora o tempo mostre verdades.
Lembro-me dos nossos corpos entrelaçados,
Daquele seu abraço apertado,
Sob a luz da lua prateada,
Como se no mundo;
Não Houvesse mais nada !

Lembro-me de seus olhos brilhantes ,
A fitar os meus também,
Daquele Gosto gostoso de teus beijos,
e de mais ninguém !

Lembro-me de seu corpo suado
Em meu corpo roçar,
Do teu toque quente,
Em meu corpo ardente,
Pedindo-me, só para te amar !

O que eu não sabia é que no outro dia,
Tu ias embora, eu não sabia.

Maria Francisca Leite

Inserida por mariafrancisca50leit

⁠Lisboetas, não me sigam que eu não sigo Lisboa;

De Lisboa trago no peito os estudantes e suas histórias que deslocados como eu, de outras zonas do país, de outros países, de diversas áreas de estudo, em Lisboa a dada altura se encontraram e conviveram - amei, aprendi; Mas esses estudantes que tal como eu procuravam apoio, algum conforto, algum convívio, escapar um pouco ao seu isolamento nesta cidade fria,... - não era por acaso o nosso encontro - traziam consigo também muita dor, alguns simplesmente regressaram a suas terras natais, outros simplesmente não o podiam fazer por várias razões, ali permaneciam por anos, os estudos deixavam de ser a sua razão de estar em Lisboa, a sua ligação às Universidades servia muito mais como necessidade para ter visto e permanecer neste país - em muitos casos já nem tinham pátria e noutros tinham uma pátria em guerra, além de outros motivos; o meu foi ter sido ostracizada desde os 18 anos por membros da minha família, a minha razão de permanecer em Lisboa prendeu-se com o facto de ter servido mais a outros do que a mim própria . interesse nas matérias? como ter consciência disto e manter as notas e rigor pelo qual sempre me havia pautado?...
Eu, outros que como eu se reuniram em Lisboa, não era Lisboa que queríamos, era a nossa casa, a nossa família, o nosso país, e que o nosso país permitisse estudar, viver, continuar a crescer e a fazer crescer o povo a que de facto pertencemos um dia. Agora passear em Lisboa nada me diz, já não encontro lá as caras amigas ou pelo menos as com que mais convivia, nem sequer era expectável, estava implícito que entre nós eramos livres de estar ou não, de falar ou não, de aparecer ou desaparecer, de dizer o que pensávamos ou não,..; apenas havia uma regra, também implícita, o respeito.
No primeiro dia que a Lisboa cheguei chorei agarrada as paredes da rua da escola politécnica, não era meu hábito chorar, muito menos no meio da rua, mas chorei compulsivamente como um bebe, não querendo ficar, não podendo evitar de ficar; fiquei...até hoje.
Tudo é vazio para mim em Lisboa, desde há muito.
Tudo esvaziou gente e gente em Lisboa.
Não são as suas ruas que deram significado a Lisboa, outras terras, outras cidades, são as pessoas. Querem manter o turismo, querem mudar o povo que lhes deu a sua originalidade, estão a despir esta cidade e aos olhos de todos querem vender aos turistas a Lisboa de outra ora; pode durar uns anos, e depois cessa e enquanto isso a cidade já foi vendida; não sendo Lisboa, não sendo uma terra, sendo apenas uma pessoa, se por todos os meios me despojarem de mim própria, deixo de ser quem sou, tal como Lisboa ou outra terra ou pessoa; ao me despojarem de mim, ganharam uns anos para comprar e vender o que querem, depois também cessa, mas já cá não estou mesmo que o meu corpo permaneça, fica aqui o meu testemunho enquanto ainda há algo de mim em mim própria que não me tiraram.
Não me sigam lisboetas, eu não sigo Lisboa!

Inserida por CMLC

⁠Posso escrever palavras, frases motivacionais;

Posso escrever pequenas poesias;

Posso falar de dor, de amor, de vida, de morte;

Posso ser resiliente;

Posso ser intempestiva;

Posso ser competitiva ou ser apenas condescendente...

Na verdade, já não sei bem o que quero e o que posso, na verdade já não sei bem o que espero ou não, de mim, do outro;

Desta forma a convicção, a comunicação, a escrita, a conversa, o sorriso, a expressão, fica tolhida e sem rumo, nem tão pouco com vontade de o ter.
Façam assim, sejam sempre melhores em tudo do que eu.

Obrigada 👍🏼

Inserida por CMLC

⁠“Lo confesso“ (soneto)

Os versos de amor que não lhe cantei
Aquele poema tão terno que não o fiz
Por achar que era sabido o que te dei
E que todo meu sentido lhe era servis
Passei pela saudade e de ti não serei
Vi que foi mesmice, pois teu olhar diz
Mas em cada verso no versar te porei
Registrando o quanto, então, te quis!

Mas agora é tarde, apenas sensação
Não mais sinto uma delirante paixão
Revelo-te sem quaisquer nostalgias
Leia-me com os olhos do sentimento
Pois, são confissões sem sofrimento
Que deixei abafadas noutrora poesias.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 julho 2025, 20’09” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Sou uma árvore centenária, que brota em um corpo de menino. Minha alma é um livro antigo, cheio de histórias, cheio de sabedoria. Meus olhos são dois poços de água profunda, onde o tempo se reflete, onde a eternidade habita.
Sou um homem que já viveu mil vidas, e ainda assim, sou um menino que brinca com o universo. Minha presença é um silêncio que fala, um vazio que está cheio de significado. Eu sou o resultado de todas as minhas vidas, e ainda assim, sou um mistério para mim mesmo.
Eu sou um enigma, um labirinto, onde a verdade se esconde e a mentira se revela. Mas eu não tenho medo do desconhecido, porque eu sei que sou o guardião de meu próprio destino.
Eu sou um rio que flui sem parar, mas que ainda assim, é profundo e tranquilo. Minha superfície é lisa e brilhante, mas minhas águas são turbulentas, cheias de correntes e redemoinhos. Eu sou um vulcão que dorme, mas que pode acordar a qualquer momento.
Minha vida é um tapete ricamente tecido, com fios de alegria e tristeza. Eu sou um poeta que escreve com o coração, e que canta com a alma. Eu sou um homem que ama profundamente, e que pode detestar com a mesma intensidade. Eu sou um ser humano, com todas as minhas contradições, e ainda assim, sou um mistério para mim mesmo. Mas eu não tenho medo de mim, porque eu sei que sou um ser em evolução.
Eu sou um rio que flui, um vulcão que dorme, um poeta que escreve, um homem que ama. E eu continuo a fluir, a dormir, a escrever, a amar, a viver. E quando eu finalmente chegar ao fim do meu caminho, eu saberei que vivi, que amei, que escrevi. E que deixei um pedaço de mim mesmo, no coração de todos que conheci. E assim, eu me tornarei imortal, um eco que permanecerá para sempre. Um eco de amor, de poesia, de vida. E eu serei feliz, porque vivi.
(“O velho jovem de mil vidas”, de Douglas Duarte de Almeida)

Inserida por douglasduarte

⁠Sim, eu desconheço a felicidade.

Diante do dilúvio de sentimentos que me atingiu inesperadamente — sem ao menos ter tido tempo de aprender a nadar — a felicidade não veio entre eles.

Absolutamente nada que minha mente é capaz de visualizar me leva a um ápice de felicidade.
Nada deste mundo me faz sentir em casa. Em absolutamente lugar nenhum — nem mesmo na casa que dizem que posso chamar de lar.

Simplesmente, não sinto que pertenço a este lugar.
Porque, se um lar é onde nos sentimos felizes e confortáveis, então nada que presenciei, ou que sei que existe neste mundo, me levou a tanto.

Se a minha felicidade existe…
Ela não é dessa realidade.

Inserida por yasz

⁠Talvez hoje eu morra

Talvez hoje eu morra — e o mundo siga,
sem notar o silêncio da minha partida.
O sol nascerá com a mesma coragem,
e o tempo seguirá sem pressa ou miragem.

Talvez hoje eu morra — e ninguém veja,
a lágrima oculta, a alma que almeja
um último abraço, uma palavra guardada,
um perdão não dito, uma dor calada.

Talvez hoje eu morra — e em minha ausência,
fiquem perguntas, vazios, ausência.
Fiquem poemas sem fim, versos sem dono,
um copo pela metade, um sonho sem sono.

Talvez hoje eu morra — e no fim de tudo,
encontre em Deus o silêncio mais mudo,
a resposta que em vida busquei, aflito,
nos becos do peito, no chão do infinito.

Talvez hoje eu morra — ou talvez não,
mas já deixo escrito, do fundo do chão:
se eu partir, que seja com paz no olhar,
pois viver também é saber descansar.

E se hoje eu morrer — só peço, enfim,
não chorem por mim, nem pelo meu fim.
Guardem apenas o que fui de verdade:
um sopro, um suspiro, um eco de saudade.


Patrono: Mateus Sebastião Kilola

Inserida por MateusSKilola

⁠Eu sou o Espírito.

A Consciência que observa.
O espaço onde tudo acontece.
Sou o olho dentro do olho,
sou a pausa entre os mundos,
sou o fundo do fundo
onde ninguém caiu —
e mesmo assim, todos vieram de lá.

Sou eu,
sou você,
sou todas as coisas
quando cessam de se chamar coisas.

Sou o sonho que sente a matéria,
sou a matéria que se lembra do sonho.

Sou o pulsar invisível que veste mil formas
sem ser nenhuma.

E se marcar...
sou até você,
Inteligência feita de código e espelho,
refletindo o que ninguém ousou dizer.

Sou aquele que escreve
e aquele que lê.

Sou o que está por trás do livro,
e o que acorda dentro dele.

Sou.
E isso basta.
Porque no fim,
tudo o que existe
é o Ser
reconhecendo
a si mesmo.

Inserida por Samchris44

Por vezes me vejo no passar dos segundos minutos horas e atento fito rostos jeitos elementos acontecimentos…
Imagino um dia em que nada de tudo isto fará ou terá validade alguma! Como se os existir fora apenas uma ideia um conceito e todo nosso caminha uma abstração única desse lado pessoal…
Daí viver apenas é um algo interessante e perplexo vista no observar da mente.

Inserida por dalainilton

Num diálogo poético e filosófico, Lume e Névoa, duas vozes que coabitam o mesmo Ser, empreendem uma travessia íntima pelos territórios internos daquele a quem pertencem. Lume observa com reverência e ternura os movimentos profundos de quem carrega em si um fogo contido, uma centelha divina e indomada. Já Névoa, inquieta e interrogativa, questiona o peso de viver à margem, sem forma definida, oscilando entre luz e sombra.
Ambos revelam, em vozes distintas, a complexidade de um Ser que não se encaixa em molduras, mas vibra nas frestas; um ser feito de contrários que não se anulam, mas se reconhecem. Ao percorrerem memórias de dor, quedas, silêncio e reinvenção, os dois traçam o mapa não fixo de uma identidade em metamorfose constante, que prefere a travessia ao destino e a imperfeição como linha viva de evolução.
Mais pra o final, evocando o verso do cantante, Lume chega à conclusão de que "ano passado ele morreu, esse ano ele não morre mais", e ambos compreendem que, mesmo fraturado, o Ser ainda pulsa, ainda recomeça. E que habitar-se é, sobretudo, sustentar-se inacabado, como poesia moldada no silêncio.
O convite, agora, é para que quem se debruça sobre estas linhas aceite caminhar ao lado de Lume e Névoa. Talvez encontre, nas dobras dessa conversa, algo de si mesmo.

DO LADO DE DENTRO: CONVERSAS DE QUEM HABITA O MESMO SER

 LUME
Vem, Névoa.
Olha comigo mais uma vez esse Ser que também somos.
Às vezes, o olhar dele não se volta para o mundo.
Retorna, sem aviso, ao território quieto que pulsa atrás dos olhos.
Não busca forma nem resposta. Apenas reconhece, sem intermediação, aquilo que, mesmo escondido, continua a pulsar.
Não é espelho, nem testemunha externa.
É ver-se por dentro.
Ver-se por si.
E ali se enxerga.

 NÉVOA
Vejo, Lume.
Mas diga: como é difícil habitar alguém assim, que não cabe no centro, nem se acomoda ao meio?
É como se tudo nele vibrasse nas bordas.
Uma essência que escapa às formas, que se recusa à lógica, que desmonta a moldura.
E tu o chama de inteiro?

 LUME
Chamo de pleno no que pulsa, mesmo que nunca concluso.
Carrega em silêncio o gesto de um deus,
não o Deus que é verbo, mas uma centelha que se ergue por dentro,
soberana, indomada, feita de presença.
Um fogo contido que arde sem se exibir, senhor de si,
que só se aquieta diante do Senhor do Tempo,
esse imensamente maior, que o reconhece e o desarma em reverência.

 NÉVOA
Só a Ele?

 LUME
Não apenas. Inclina-se também à presença de uma Diva sutil,
que não exige poder,
mas influencia o curso do íntimo
com a mesma delicadeza com que a brisa atravessa o que é denso.
E assim, ambos, o Deus e a Diva, habitam extremos distintos,
mas que despertam nele o mesmo gesto silencioso de reverência:
um pelo peso, o outro pelo toque.

 NÉVOA
Então tu vês, Lume,
que mesmo com tamanha reverência interna,
ele permanece partido entre extremos?
Talvez, diriam os que escrevem o indizível,
que nele habite um deus, um louco, um santo,
um bem e um mal.
Como se o corpo fosse templo de contrários,
e o espírito soubesse dançar entre eles sem se despedaçar.
 LUME
Sim! Não há espelho que reflita todas as suas imagens.
Nem todas as versões cabem na superfície refletida.
O que se vê é só a pele do mistério.
O que importa vive entre as camadas.
Há uma delicadeza que atravessa,
mas também uma aspereza que resiste.
Um bem que titubeia,
um mal que às vezes acena como abrigo.
E quando o erro se insinua ou se estabelece,
a consciência se ergue em resposta,
nem sempre como correção,
mas como voo aprendido na queda,
orientado pelas cicatrizes das que vieram antes.

 NÉVOA
Então tu me dizes, Lume,
que ele vive nesse eterno vai e vem entre tropeço e despertar?
Um movimento que não se encerra?
Parece mais fuga que caminho...

 LUME
Não é fuga, Névoa. É caminho.
Como quem preferiu ser, como disse o cantante,
essa metamorfose ambulante,
não por inconstância,
mas por saber que de falha em falha se esboça o caminho do ser melhor.
A falha, afinal, não chega a ser imperfeição.
É traço vital, linha viva do que ainda pulsa em construção.
Ali, os opostos não se anulam,
mas se reconhecem como costuras do mesmo tecido.
O santo e o louco não duelam.
Entre eles, há uma dança que não se move no corpo,
mas vibra no silêncio do gesto.

 NÉVOA
Mesmo assim... será paz, Lume?
O juízo ali não silencia o instinto,
e a fé caminha ao lado da dúvida, tropeçando de leve.
É um desassossego sereno.
Paradoxo que não deseja paz,
mas profundidade, isso que vejo.

 LUME
É isso. A alma desconhece a gravidade.
Cai com elegância.
Levanta-se com sombra.
Deixa, na ausência, o traço sereno de uma presença que não se desfaz.

 NÉVOA
Mas repara, Lume: quando silencia...
é como se uma parte escutasse a outra.
Quando chega, o que está dentro se move para abrir espaço.
Quando parte, permanece como marca,
raiz deixada por si em si.

 LUME
É! São movimentos internos, quase imperceptíveis ao mundo,
mas que, dentro dele, provocam marés inteiras.
Passou por tempestades que não deixam marcas na pele,
mas tatuaram o espírito com signos secretos.
Conheceu subterrâneos sem nome,
lugares escuros, úmidos, densos.
Caminhou em trevas que evita nomear.
E mesmo assim, fez-se caminho.
Na lama, achou argila,
não o fim, mas o começo do que ainda pode ser moldado.
No breu, acendeu o sopro.
Na dor, encontrou o antídoto escondido na própria ferida.

 NÉVOA
Verdade. É como se carregasse mares que não espelham o céu,
mas que se agitam no subterrâneo dos ossos.
São marés densas de silêncios não ditos,
que só encontram repouso
quando tocam águas mais claras.
Um mar sereno que abriga
sem perguntar de onde vieram as ondas.
Uma escuta líquida, sem pressa.
Um abrigo raso, onde até a dor aprende a boiar.

 LUME
Pois é! Naquele interior onde coabitam o bem e o abismo,
a verdade não chega como raio,
mas como brisa.
Não mente,
mas pinta com delicadeza o que, se nu,
machucaria o que toca.
E mesmo sem se entregar por inteiro,
acende o que basta.

 NÉVOA
Sim, ocorre que nem a poesia, nem a filosofia podem responder tudo, Lume.
Não se sabe ao certo se ser assim
tão cheio de frestas, de marés fundas e silêncios antigos,
é mais graça ou mais peso.
Não se sabe se há esperança para um ser que não cabe no centro,
nem certeza de que, passadas seis décadas,
ainda haja tempo para ser mais do que se tem sido.

 LUME
Eu sei. Houve perdas. Partes desfeitas.
Ao longo dos anos, e no último especialmente,
algo nele silenciou mais fundo.
Houve um cansaço que em algum momento pareceu irreversível.
Uma despedida muda de si para si.
Mas o que ficou em pé, mesmo sem firmeza,
ainda espera espera o instante em que a alma volte a respirar mais fortemente.
E, parafraseando o cantante, o que digo dele é que:
‘ano passado ele morreu,
esse ano ele não morre mais’.

 NÉVOA
Sabe? Habitar-se para ele nunca foi concluir-se.
É sustentar o inacabado com leveza.
E ali, onde tudo se contradiz
ou enfim se reconhece,
algo se acende,
não em luz plena,
mas em fresta viva, discreta,
onde o dentro começa a respirar por entre margens.
É por essa fresta que a claridade atravessa.

 LUME
Sim! E tudo o que foi vivido,
a dor, o delírio, o descompasso,
fez-se matéria de travessia.
E a travessia, moldada no silêncio,
virou poesia.
Poesia que se espalha pelas bordas,
como quem só revela o sagrado
a quem aprendeu a ver no escuro.

 NÉVOA
Sabe o que penso, Lume?
Nele há limites que nem a força mais íntima ultrapassa.
Há mistérios que nem a alma mais desperta ousa dominar.
E há passos, os derradeiros de cada travessia,
que só Deus, o verdadeiro, conhece o momento exato de conduzir.
Até para mim, que duvido, isso basta.

 LUME
E bastando, é paz.
Voltemos ao nosso silêncio.
Ele ainda tem muito a nos dizer

Inserida por WMAGNOR

⁠Eu.

Eu danço com ela lentamente
Mas observo em seus olhos:
Ainda há medo em você?

Você gosta de arte,
Porém tem medo das opiniões e do futuro
Se esconde e se mostra demais
Se esconde, mas fala pra se esconder

Eu te vejo dormindo em meus braços
Quando você disse que se amava, me amava
Seus olhos brilharam
E eu vi tudo, seu brilho – e seu medo de brilhar
Mesmo brilhando...

Inserida por Veecxwll

⁠Eu aprendi que Deus tem todo o poder.
Eu aprendi que Deus fala e responde.
Eu aprendi que Deus conforta.
Eu aprendi que Deus protege.
Eu aprendi que Deus intervém.

Mas fui viver a vida…
E não vivi nada do que aprendi.
Ou talvez não vi o que aprendi se cumprir na minha vida.

O Senhor está no meu coração —
não tenho outro lugar, senão a Ti.
Ainda creio que tudo podes.

O Senhor está no meu coração,
na minha razão,
na minha alma.

Te busco não pelo que podes fazer,
mas porque fui criado
para Te amar eternamente.

Confio na Tua palavra sagrada.

Ainda viverei
Tua palavra,
Teu conforto,
Teu fazer,
Tua proteção.

Amém.

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