Texto para minha Sogra
''Eu que sou um sonhador,
Encontro minha
Alma na dor.
Na dor de um lamento,
De um universo
Imenso.
Meu coração é
de um rasta,
Minha alma
De um cristão.
Minha arte
É escrever poesias e transmitir
Informações, ou ate mesmo convicções,
Por que não?
Nessa vida somos um em um milhão,
Querendo chamar atenção.
A bondade esta coração de poeta,
Seguindo sua meta.
Escrevendo poesia,
Pra ver se algum dia,
Alguém se interessa,
Essa é a dor de um poeta.
Esquecido no mundo,
Fingindo ser cego surdo e mudo,
Essa é dor de um poeta,
Que segue sua meta.
Um último suspiro
Então acabou
Já se foi o amor
A esperança e a dor
O prazer e o calor
Minha paz e meu pavor
Ao te ver partir de onde estou
Assim a alegria não existe mais
Nem um sorriso da minha boca sai mais
Se sentindo mais vazio do que os demais
Que perdem alguém por não ser capaz
E ainda fico aqui te aguardando
Com a vontade me matando
De te ter em meus braços e me abraçando
Como um casal num rio se amando
Os dias parecem não ter fim
Infinitos igual ao verde de um jardim
Longos que nem se percebem o início e fim
Com manhãs ásperas e noites juvenis
A vida perde o sentido sem você
Te quero ao meu lado com muito prazer
Estando longe ou perto te amo sem querer
Pois tudo o que eu preciso é te amar pra valer
Mas o erro está aí
Você me ignora e me deixa partir
Me trata como um lixo e me recicla por aí
Me vê chorando e ainda zomba de mim
Como se eu fosse um brinquedo velho sem pilhas
E abandonado nos confins
Então não sirvo mais para você
Tudo o que eu fiz era para merecer
Mais abraços e beijos do que prazer
Sua voz doce e suave no meu ouvido ao amanhecer
Seu corpo pálido encostado ao meu
Sentindo seu desejo remanescer
Como duas almas que se uniram
Por um propósito a se esclarecer
Mas como você não quer
Nada eu vou poder fazer
Porque se de tudo eu fiz
Não tenho mais nada a dizer
E se me quiseres de volta
Terás de lutar para mim saber
Se o que sentes é de verdade
Ou é apenas seu dever
De fingir que me ama
Sem ter nenhum prazer
Por isso acabou
Já se foi o amor
A esperança e a dor
O prazer e o calor
Minha paz e meu pavor
Ao te ver partir de onde estou
É simples para você questionar minha frieza
Mais saiba que em seu lugar aquela leveza já morou
Fácil questionar meu semblante, esperar minha surpresa
Se assustar com minha "palidez", com minha renúncia de entrega
Fácil esperar minha reação, minha paixão
E acabar por ter apenas aquela minha "melancolia"
Ter sempre aquela minha inércia que é tão ruim para você
Sei que as vezes você acha que é tristeza
Mas meu bem, tristeza não é
Talvez isso seja uma consequência de você
Mas que nada tem de você
E sim muito de mim
Muito dela
E do que eu poderia ser e não sou para você
Penso que talvez você não tenha me encontrando na hora certa
E isso me entristece, pois você parece tão certa
Para você eu gostaria de ser imensa entrega
Aquela entrega espontânea, aquela entrega genuína
Queria ser para ti como já fui antes, mas não para ti
Creio que se existe alguém que precisa de mim neste momento
Talvez este alguém seja eu
Egoísta? Talvez...
Mas por outro lado é meu jeito de gostar de você
Com o tempo entendemos que semblantes carregam histórias
Que por trás de lágrimas já existiu um sonhar
Uma expectativa, uma luta, uma certeza.......
Que toda frieza esconde uma cautela
Que todo calar esconde um medo
E que principalmente
Toda renúncia de entrega esconde um despreparo
É triste pensar que talvez renunciando você
Eu esteja renunciando parte de mim
Mas penso ser pior ficar assistindo sua tão doce renuncia
E insistentemente reconhecer minha tão melancólica inércia.
Hoje a saudade aqui quis morar, então enviei minha alma para te visitar para com ela acabar.
Logo ela retornou com marcas de muitos beijos, que alimentaram ainda mais os meus desejos. Fechei os olhos e senti então seu gosto, vi o seu rosto. Amanhã ao escurecer ela novamente partir para te encontrar e mais uma noite juntos vamos passar!
Sergio Fornasari
Já namoro seus olhos antes mesmo de te encontrar,
imagino sua boca a minha tocar. Seu corpo cheiroso no meu tão gostoso, seu perfume de flor pronta para o amor.
Seus lábios de mel, me levando ao céu,
sua boca molhada, sendo a minha morada.
Seu coração batendo e o meu se envolvendo,
a madrugada que passa e você me abraça,
nossos corpos suados, amor consumado,
outro dia nasceu e seu corpo foi meu!
Sergio Fornasari
Aqui estou eu, mais uma vez nessa noite gélida.
Minha respiração está ofegante e sinto uma
enorme dificuldade de inspirar o ar.
As minhas narinas já não recebem mais o comando
desse cérebro inútil.
Sim, inútil.
Sinto a total obrigação de explicar a inutilidade
dele, até porque não se pode considerar útil
essa máquina que é um depósito de lixo, de vergonha.
Quantas vezes eu vou tentar mudar?
Quantas vezes eu não vou manter um
compromisso com Deus, uma promessa?
Será que Ele tem que ter sempre a paciência ao ver minhas recaídas de repugnância?
Será que Ele está feliz comigo?
Vazio, vazio. Apenas vazio.
O meu coração está vazio.
Não existe sabedoria, não existe retidão, não existe temor.
Os dias estão passando e o Santo pacto está regredindo.
O meu corpo está degradando e o odor está causando ira a Deus.
O fim dos tempos está próximo.
O que devo fazer?
Eu preciso me erguer.
Em meu corpo existem flagelos, pedaços de carne podre.
Já não sei o que se pode aproveitar.
Sinto uma tristeza enorme.
Eu preciso de ajuda.
Não só de Deus, mas principalmente de pessoas que eu amo.
Pode haver uma mudança, mas ela depende inteiramente
da minha decisão.
Deus, tem piedade de mim, me ajuda na santificação.
Concede-me a tua graça infinita.
Eu quero uma mudança, eu preciso de uma mudança,
caso contrário eu prefiro ser extinta do que pecar contra ti Senhor.
Perdoa-me mais uma vez.
Janeiro/2010
Não espero que alguma menina veja minha beleza física
Mesmo assim acho que não tenho
No mundo há muitas garotas bonitas
A alma vai mais além
Peço que elas enxerguem meu interior
Nele terá valor, se morar o Senhor,
O espírito santo habita em mim
Meu coração não está sujo
A palavra de Deus nos purifica
Não repare os dentes quando alguém sorrir
Repare a face , nela algo vai transmitir
O rosto pode enganar, um sorriso também
Como descobrir se é do mal ou é do bem?
As atitudes demonstram quem somos
Somente o Altíssimo é perfeito
Em Jesus Cristo não há nenhum defeito
Nós humanos somos pecadores
Mas não podemos ser escravos do pecado
Hás pessoas de todos os jeitos
Por isso ignore as qualidades negativas
Reparem mais as positivas
Uma vida não pode passar despercebida
A dor da minha alma me devora, não sei como me defender...
Eu fico sempre esperando uma mudança de fora, mas é preciso de tempo para compreender que a vida espera de mim uma transformação vinda de dentro... Mas na maioria das vezes não consigo, preciso de uma mudança de mentalidade, uma mudança de vida. Sinto-me triste outra vez... Mas não consigo mudar isso... Parece que falta um pedaço dentro de mim.
Minha garota. Ei garota!!
Eu sou tudo o que você queria em um homem?
Você sabe que eu te dei o mundo?
Você me tem na palma da sua mão.
Então, por que seu amor foi embora?
Eu simplesmente não consigo entender.
Pensei que era eu e você, um no outro.
Eu e você até o fim ate a morte.
Mas eu acho que não estava errado.
Não quero pensar sobre isso.
Não quero falar sobre isso.
Estou tão doente sobre tudo.
Eu não posso acreditar que está assim.
Basta esta tão confuso.
Eu apenas não posso fazer sem você.
Diga-me isso é justo.
E este o caminho que realmente está acontecendo, trilhando.
É assim que dizemos um para outro.
Deveria ter conhecido melhor quando você apareceu.
Que você iria me fazer chorar, hoje?
Agora está quebrando meu coração para ver você correr ao redor
Porque eu sei que você está vivendo uma mentira verdadeira.
Mas tudo bem, porque com o tempo você vai encontrar.
Minha essência continua intacta, meu sorriso ninguém consegue tirar de mim.
Porta de entrada do meu coração. Tem brilho que é intocável, não adianta pincelar de negro, cinza, vai voltar assim que a inveja descuidar. Vai brilhar, ainda que toda a revolta do mundo condenar. Brilho da alma brilha para o bem, não tem quem ou como borrar, se quiser pode tentar, mas repito vai se cansar... Sou grande forte, mas isso e casca no meu coração você também pode entrar. Se não for para me fazer bem peço, por favor, para se retirar. Mas marcado para sempre ficara. Sou rosa, mas tenho lá meus espinhos. E mesmo com a aparente fragilidade, minha raiz se mostra forte. Mesmo diante da delicadeza de minhas pétalas, que cansadas, vez em outra, se perdem pelo chão, renovam-se. Renovam-se sempre que a vida pede. E ela pede hoje, amanhã, depois. E depois de novo. É um ciclo. A vida essa não pode parar. Renovar-se não é ruim, é renascer. É dormir algum tempo depois de uma luta e acordar como quem vem ao mundo pela primeira vez, com olhos puros, como de uma criança. É olhar com esperança e lutar com determinação, E ter Deus na minha vida me mostrando a direção. Deus essa chama ardente dentro do meu coração. É nunca desistir e ver a vida como ela é, mesmo diante das dificuldades: linda, magnífica, colorida e alegre! Assim sou eu, palhaça feito criança, menina que se entrega com um sorriso que invade qualquer coração.
Coleção
Na minha vida fiz uma coleção,
de livros, esperanças,
que guardava no coração.
As histórias,a paz,
e as paredes,
e eu deitada
naquelas redes.
Quando eu escutava
as canções.
E lembrava
das prevenções
que tive de tomar.
Quando eu ouvia
um boato,
de um tal
de orfanato,
que eu tive de morar!
Cadê os meus pais?
Pra onde eles foram?
Me deixaram pra trás?
Que dó da pequenina.
Chorava as noites,
as tardes e enfim...
que dó da menina,
que olha o seu fim!
Mas fazendo uma coleção,
Da sua vida,
da sua direção.
pra onde foi até então.
Hoje ela cresceu,
pros outros respondeu.
Um livro ela escreveu,
por que tudo aquilo aconteceu.
A pobre menina,
encontrou os seus pais,
pra cara deles,
não quis olhar mais,
por tudo aquilo que eles haviam feito.
A pobre menina,
passou todos os anos,
procurando um jeito,
pra construir planos,
que foi assim que aconteceu!
Olhando as fotos,
revivendo a infância
vendo que hoje
não tem mais circunstância.
Então....
A pobre menina,
já virou uma mulher,
que já vê a vida,
do jeito que quiser.
Esta mulher já virou idosa.
Nó céu já está.
Deus a amou,
como ela quis te mar!
Você apareceu subitamente em minha vida
Me encontrou no fundo da solidão
Puxou-me pela mão
Me abraçou,com vontade
Até que eu esquecesse do frio
Já não me sinto tão estranho
Embora ainda seja
Me mostrou a diversão e os prazeres
Acordou um lado meu,que eu não conhecia
Mas que sempre esteve ali
Despertou tudo em mim
Nunca gostei tanto ,amei tanto,me apaixonei tanto pela mesma pessoa
Hoje saber que tenho sua amizade,é confortante
Tenho vivido a esperança
Sou paciente,sonhador talvez
MINHA HISTÓRIA DE VIDA
Pucha o fole sanfoneiro
pucha o fole sanfoneiro
que eu quero dançar
Mesmo sem saber
Eu quero tentar
No meu tempo de criança a pai pedia a bença
Pai e mãe me abençoava e eu na penitência
Ia trabaiar na roçar nove anos de idade
Venho de família pobre não tiver vaidade
Com nove anos de idade
Mudei de cidade
Onde vivo até hoje
Você que sabe dança
Eu posso lhe invejar
Porque nunca aprendi
Nunca tive coragem
Mais hoje encorajado
To salão estou aqui
Minha história de vida
Não tem dança nem bebida
Tive que trabalha pra conseguir o que eu queria
Parabéns pro cabra que dançou com Maria
Perdi minha paquera e muito gostando dela
Arrumei uma sem juízo
Passei muito perigo
Pensei estar no céu Mais sair no prejuízo
Poeta Antonio Luís
17/08/2015
Antes, minha loucura produzia minhas palavras, agora minhas palavras parecem loucuras.
Bem antes, tudo que não gostava era mentira, e verdade mesmo era só o que eu queria, agora tento apenas ser sincero, até onde não cabe.
Boêmios eu e meus irmãos, nossa intensidade nos fazia vier 7 dias em um, e morrer um pouco mais a cada minuto pelo extremo frenesi de se viver cada segundo, hoje a calma padece em meu corpo, e minha mente parece ser perder a cada hora.
O bobo aqui achando que,
você poderia ser a pessoa que mudasse minha vida,
Me fizesse largar todos os males que eu ainda carrego.
Me guiasse para o melhor, esvaziasse o meu Ego.
Você mexe comigo, isso eu não nego.
O que me resta de fato, é esperar sua mágoa passar.
E Procurar alguém pra eu questionar:
Se existe alguém pra eu valorizar ? Ou ela foi a única que faz meu sentimento gelar ?
Agora sei,
Que cada vez que passa o tempo,
É um momento da minha vida que eu poderia estar junto a ti.
Abraçados, beijando, afagando...
O que acha de fazer tudo isso de novo e voltar a me fazer sorrir ?
Você foi a única que conseguiu me despertar, meu amor.
Da sua Pessoa eu não consigo sentir rancor.
Não vamos lembrar do nosso passado frustrante
Devemos pensar adiante e Viver sem Pudor.
Uma vez uma nossa colega do grupo de nome #Eurídce #Guirmarães #Manhique comentou numa minha publicação: É muito díficil se desligar rapidamente da pessoa que você a ama..
→Eu sou um daqueles que sofrí muito com alguém que não se importava com os meus sentimentos. Eu era aquele homem que passava com coração. Eu não era feliz no meu relaciomanto..
Realmente eu morria de ciúmes, nervo, tristeza etc...
Sabem porque? Tem comportantos que temos nos quais impedem nos a serem felizes com parceiras ou parceiros.
→ Se eu queria uma moça fiel, eu tinha que ser fiel;
→ Se eu queria uma moça honesta, eu tinha que ser honesto;
→ Se eu queria alguém em quem confiar, eu tinha que ser confiável;
→ Se eu queria alguém de valor, eu tinha que me da valor;
→ Se eu queria alguém para me amar eu tinha que amar;
Tem atitudes que nos bloqueam para não sermos felizes, então para você ser feliz com alguém você deve plantar está felicidade sozinho.
Ex:
→ Se o sonho de uma mulher é encontrar o príncipe encantado, mas ela vive em festas e baladas ficando com todo mundo, quando ela acha que isso vai acontecer? Nunca.
→ Se o sonho de um homem é encontrar uma moça de respeito, que o trate bem e o ame, mas ele vive pegando todas as mulheres fáceis que encontra, quais as chances de ele encontrar uma mulher que vale à pena no meio delas? Nenhuma.
→Se você tem o desejo de casar e ter filhos, mas se comporta promiscuamente, tendo relações sexuais casuais ou entregando sua intimidade para o primeiro ou primeira que aparecer, me diz onde está o seu valor? Em lugar nenhum.
Isso porque eu entendi que para ser feliz com alguém primeiro você tem que aprender a ser feliz sem ninguém. A felicidade não pode depender de outra pessoa.
A Budiudiuca
Chegou no início da tarde e acomodou-se ali no último compartimento da minha prateleira que ficava encostada no meu tanque de lavar roupa. Sequer me pediu licença. Decerto já sabedora da minha paixão por seus iguais. Para ser mais exata, de minha enorme paixão por todas as criaturas do Uno.
A princípio arredia. Bastava que ela ouvisse minhas passadas para cair no mundo como se só a minha presença a colocasse em perigo real. À medida que eu fui me aproximando sem fazer barulho, pé ante pé, de mansinho, passinhos sonoros para não assustá-la, ela foi se assentando e aceitando a minha presença. Não me evitava mais. E eu, de minha parte tentava fazer o menor ruído possível ali na área de serviço. Não sacudia mais, depois de lavadas, minhas sacolas plásticas para não levantar suspeita de perigo na minha inquilina.
No entanto, ela só aceitava a mim. Bastava que chegasse visita para ela fugir em vôo disparado. E, assim, foi ficando, foi ficando e um belo dia ouviu-se o ruído denunciador da minha condição de avó. Haviam nascido dois.
Minha mãe com experiência na área sentenciou, assim os viu:
— São macho e fêmea.
— Por que sabe? Fiquei curiosa
— O macho é maior e mais forte.
Batizei-os de Leo e Léia.
O que mais me encantava naquela família era a dedicação total da recém-mamãe.
Saia logo cedo e após uma hora mais ou menos voltava com o papo cheio de comida para os filhotes. E ficava lá em cima deles esquentando-os, o restante do dia.
Porém, um dia, saiu e não voltou. Só comecei a me preocupar por volta do meio dia. Disse para minha mãe que aquilo não estava certo, ela havia abandonado os filhotes que ainda não voavam.
Eu olhava ao redor, em cima da casa, no arvoredo próximo e nada da mãe fujona.
Afligi-me com aquela traição e fui para a internet ver o que podia fazer. Que comida dar para os filhotes, enfim, eu tinha de suprir, como avó, a ausência da mãe desnaturada.
Encontrei, para meu espanto, vários relatos de abandono de ninhos pelas mamães rolinhas:
São ‘levianas’, pensei de pronto. Muito magoada e com um enorme dó dos dois pequerruchos despenados, considerei seguir um dos conselhos de um tratador de filhotes órfãos: mingau de fubá sem sal. Quando a papa ficou pronta minha mãe recomendou;
— Coloque bem perto deles, pois eles não vão deixar você pegá-los para colocar goela abaixo.
Assim que me aproximei qual não foi meu espanto quando eles assustados, ensaiaram um voo e caíram desajeitados no chão com grande estardalhaço e por mais que eu tentasse não conseguia pegá-los. Rápidos eles se escondiam entre as bacias e baldes e quando eu conseguia retirar o que me estorvava alcançá-los, eles pulavam para debaixo de outra vasilha. Ficamos lá nessa luta inglória muito tempo, até que desisti e deixei a comida no chão bem à mostra de seus olhares famintos assim que eles resolvessem sair do esconderijo, por conta da fome.
Sai para resolver uns problemas no banco e quando regressei encontrei a mãe andando pelo quintal, vagarosamente como se carregasse o peso do mundo.
Fiquei catatônica.
— Como assim, você não havia sumido?
Ela me olhou demoradamente e eu li naquele olhar a pergunta?
— O que você fez com meus filhotes?
— Eu tentei alimentá-los e eles fugiram, estão por aí debaixo das coisas. Respondi amargurada.
Ela ficou por ali muito tempo e nada de localizá-los. Então resolvi procurá-los para mostrar pra ela que eles estavam ali mesmo escondidos.
Não os localizando, chorei.
— Perdoe-me. Pedi aflita para a mãe. Será que você consegue me perdoar? Implorei para aquele olhar postado em mim doloridamente.
Após vários minutos ela desistiu e partiu. E eu fiquei remoendo a minha dor de haver interferido na didática de ensino da ave. Certamente ela saíra para dar aos filhotes a oportunidade de se virarem sozinhos. Era um meio de forçá-los a saírem para o primeiro vôo a demora do retorno.
Passei o restante do dia moída de remorso. Até pareceu-me que eu tinha declarado a terceira guerra mundial e estava à beira de acabar com toda a vida do planeta terra, tal era a minha dor.
À noitinha saí para dar mais uma olhadela em torno da extensa casa, comprida a perder de vista, e para minha surpresa, avistei o macho, em cima do telhado da cozinha, bem rente à cumeeira de separação com a sala de jantar. Gritei de alegria.
— Léo, você voltou pra vovó.
Ainda em estado de êxtase supliquei esperançosa.
São Francisco de Assis, protetor dos animais, me ajude a encontrar a Leia.
Ele me atendeu prontamente. Léia saiu debaixo do tanque dando saltinhos miúdos, sinal da sua fraqueza por falta de alimentos. Consegui pegá-la desta vez e depois de alimentá-la com uma pequena colher boca a baixo, joguei-a para cima em direção ao telhado. Ela ensaiou um meio voo e parou em cima da casa.
— Léo, cuide da sua irmã até sua mãe voltar, por favor, querido.
Eu tinha certeza que a Budiudiuca voltaria para resgatar os filhos, e ali em cima do telhado era mais fácil avistá-los.
De vez em quando eu saia ao terreiro para ver como eles estavam se saindo. Lá pelas tantas da noite, não conseguindo dormir, voltei ao terreiro e fiquei demasiadamente comovida: eles estavam tão próximos um do outro como se tentassem suprir um pro outro a falta da mamãe.
— São Francisco, por que a Budiudiuca ainda não veio cuidar deles? Perdoe-me a insistência, mas eu preciso que ela volte, a culpa foi minha. Ou então faça com eles arrisquem um voo e sejam vitoriosos.
Fui dormir depois da minha oração muito esperançosa, tenho muita fé no Santo protetor dos meninos irracionais (ou não)? Confesso que ainda alimento muitas dúvidas a esse respeito. Acho que eles pensam e amam como nós humanos, só não desenvolveram a linguagem de palavras.
Ao acordar, corri para vê-los e fui presenteada com uma maravilhosa surpresa: no ninho, que eu não tinha tido a coragem de desfazê-lo, encontravam-se mãe e filha. Ela aconchegada debaixo das asas, só se via a sua pequena cabecinha. A mãe me olhava fixamente. Chorei desta vez de alegria.
— Eu te amo São Francisco. Preciso dizer que beijo teus pés e tua boca, se puder, claro.
Léo não estava lá. Mas a mãe me olhou tão calmamente que eu compreendi o que ela me dizia.
— Meu filho agora é dono do espaço, ele se foi.
Corri a contar para minha mãe que sentenciou:
—Léo voltará, fique tranquila.
Minha irmã não concordou.
— É claro que não volta, ele é novo e não tem noção de rumo, de espaço. Ele se foi pra sempre.
Nós três, eu e as duas aves fêmeas, ficamos num namoro demorado e apaixonado durante a manhã toda. De vez em quando eu ia vê-las e lá no meio do dia em um dos meus regressos no quintal, não as vi, elas não estavam mais lá.
— Foram embora. Nunca mais vou ver nenhum dos três. Fiquei aliviada e feliz pelo desfecho, só que eu teria uma alegria ainda maior...
À tardezinha, fui recolher minhas roupas que já haviam secado e me deparei com a cena mais bela de toda a minha vida. Estavam os três em cima do telhado e em vôos curtos e rápidos, mas numa bela coreografia ensaiada.
Estão se despedindo de mim. Tive a certeza disso e gritei.
—Sejam felizes e se cuidem. O céu é o limite. Amo vocês do fundo do meu coração.
Decorridos três dias, ela voltou passeando pelo chão, deu a volta no quintal todo e de vez em quando me olhava.
— Desmamei-os. Eles agora são donos de suas vidas.
No dia seguinte, apareceu com um galho no bico. Eu a toquei desta vez.
— Vamos nos mudar pequena, não posso deixar a prateleira pra você. Procure outro lugar pro seu ninho, me perdoe.
No dia mudança, eu fiquei pra trás aguardando o caminhão enquanto eles colocavam a mobília no baú e então, ela chegou.
Ficou em cima do muro do outro lado da rua, andando de um lado para o outro, parava e me olhava, muitos, muitos minutos.
— Vou sentir muita saudade Budiudiuca. Acho que desta vez não nos veremos mais. Você não saberá pra casa eu fui e eu não tenho como te levar não é mesmo?
Ela veio para a árvore defronte a casa e pousou no galho mais baixo. Ficou lá até o caminhão sair.
— Meu coração é seu, pequerrucha.
O caminhão foi embora e eu saí, também, olhando pra trás. Ela ficou lá no galho quieta como se com isso fizesse com que eu mudasse de idéia de partir.
Embora, talvez ninguém acredite nisso, eu posso provar. Minha mãe e minha irmã são testemunhas vivas desse meu caso de amor.
Depois de vários meses na residência nova, minha mãe me chamou.
— Vem ver quem está aqui.
Minha amada filha Budiudiuca e seu companheiro. Eu soube assim que a vi. Meu coração a reconheceu. Eles estavam em cima do muro nos fundos da casa e fui lá conversar com ela.
— Minha casa é muito pequena agora e a prateira está cheia de louças que não couberam na cozinha minúscula. Não tem espaço pro seu ninho aqui, mas você tem um vasto mundo pra isso e não ficará com raiva da mamãe, não é mesmo?
Após alguns minutos eles se foram, mas de vez em quando ela volta e o nosso namoro de mãe e filha continua.
A rua da casa onde morei em minha infância, era chão coberto com saibro (barro). Tinha que ter manutenção e sempre apareciam buracos.
Lembro-me que depois foi coberta por paralelepípedos.Tinha que ter manutenção e vez por outra apareciam, buracos.
Ah! Enfim Hoje, ela é asfaltada. Tem que ter manutenção e tem buracos.
Que saudade daquela rua de barro!
Lembro-me que, na minha infância, minha mãe sempre me dizia: Filho! Vá a farmácia e me compre tal remédio!
Via de regra, ao chegar lá e pedir o tal remédio, eu era sempre questionado pelo farmacêutico: Mas, você quer em comprimido, bálsamo, spray, creme, sublingual... E eu que vou saber. Rs rs rs. (Quanta saudade sinto de minha querida mãe!)
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