Texto Futuro
Sentado aqui na minha varanda, sozinho, olhando as luzes de tantas janelas em tantos prédios, e já na segunda taça de vinho, penso que a felicidade é uma palavra de difícil qualificação Comparada com uma cor, certamente teria várias nuanças. Pode significar o estado de um ser ditoso, contente, alegre, de sorte, enfim, um indivíduo satisfeito com a vida por vários motivos. E, nesta variedade de motivos, cabem várias reflexões. Sem dúvida, a felicidade é um estado de espírito e, por isso, muito pessoal e variável. De modo que a razão da felicidade de um, pode ser por outro ângulo, ainda que contrariamente, a razão da felicidade de outro. Exemplo: o portador da boa saúde, forte, belo, econômica e financeiramente bem, é feliz por estas circunstâncias; outro, doente, feio, fraco e pobre, por motivos de crença kardecista, pode se sentir satisfeito e feliz, por admitir pelo que crê, que ao reencarnar ele mesmo escolheu uma vida de sacrifícios, para purgar erros e faltas cometidas em vidas anteriores e, com isso, atingir a perfeição espiritual, para ele mais valiosa que tudo. É feliz por isso. Um outro católico praticamente por viver bem e agraciado por pedir e receber dádivas celestiais que lhe são proporcionadas por seu deus e seus santos de devoção, vive deitado no armarinho da gratidão e felicidade; outro, da mesma crença, levando vida de cão, sofrendo agruras; julga-se, também, conformado e feliz por considerar que tudo que sofre é um desígnio da divina providência e como tal deve entender como justo e aceita conformado e até agradecido. É feliz também a seu modo. Em outras palavras, o que é ótimo para uns pode ser ainda que em sentido completamente oposto, também aceitável para outro. Uma espécie de felicidade pelo avesso. O interessante é que este estado de espírito pode ser sentido, em certas circunstâncias, por uma coletividade inteira, ora sob o aspecto positivo, ora sob o aspecto negativo. Assim, a chuva diluvial que atingiu inúmeras vezes o Rio de Janeiro e, principalmente a Região Serrana, destruindo barracos nos morros e atingindo, também bairros elegantes da zona sul do rio; essa chuva que levou um prefeito a apelar para oração para que não mais chovesse, pois não tinha meios para socorrer os desabrigados, é, sob outro aspecto, a mesma chuva salvadora de vidas em todo o Rio, que poderá salvar os reservatórios, mais uma vez que, sob um terceiro aspecto, vivemos há décadas dos eternos políticos que assentam as nádegas nas cadeiras do congresso. O furacão que arrasta cidades, derruba torres, afunda barcos e mata muita gente nos EUA, considerado dos mais adiantados locais de progresso do mundo é o mesmo vento forte que no Saara, com o nome de Simum, refresca a atmosfera tórrida do Norte da África, estendendo sopro quente através do Mediterrâneo, temperando o clima de todo sul da Europa, considerado o ideal para o turismo da região. Como se vê, a felicidade não é facilmente definível. Tudo depende das circunstâncias. Enfim, as luzes acesas de cada janela desses prédios, tão distantes, continuam iluminando o que estou vendo agora. Tim Tim.
Pensando aqui e cada vez mais, concluo que vivemos apenas no presente. Tudo gira em torno dele. O passado já foi presente, o presente é o agora, é o hoje, e o futuro será o presente daqueles que lá estiverem. Portanto, devemos focar no hoje, em nosso presente, para que, no futuro, o presente esteja presente e possamos viver plenamente.
Vivemos momentos de incertezas. Talvez, esqueçamos de viver o presente. Talvez, o hoje não seja o suficiente. Talvez, o amanhã esteja nos nossos planos e não nos damos conta de que é no agora que precisamos estar. É no agora que a vida desabrocha. É no agora que todos os nossos sonhos serão realizados. É no agora que tudo acontece. São tantos porquês. Tantas indecisões que esquecemos de viver o presente e passamos a viver um futuro que não nos pertence.
Lutei no passado pela a anistia ampla, geral e irrestrita mas quando ocorreu a esquerda, os revolucionários e os exilados, cobraram justiça com as comissões da verdade, num rancoroso revanchismo traiçoeiro. Agora numa eleição presidencial com resultado polarizado apertado, a esquerda diz em palavras de amor que terá governança em união para uma só nação mas a retaliação ocorrerá, traiçoeiramente de novo. A nossa bandeira será maculada de vermelho do sangue, das lutas dos filhos contra os pais, dos miseráveis contra os empresários, dos ateus contra os religiosos e os libertinos sociais sem moral entorpecidos irão afrontar contra os mais letrados tradicionais. Não existe perdão e nem esquecimento, entre os errados vencedores quando estão no poder. Que Deus proteja o Brasil.
A permanência da existência por vida e por voz nesta dimensão é efêmera. Logo é imperativo que antigas palavras e questões existenciais, amorosas, familiares e amistosas estejam sempre bem resolvidas. Uma das maiores frustrações, é ter que posteriormente falar no vazio e viver na cruel incerteza da duvida do perdão.
A sustentabilidade cultural é importante para que o modo de fazer evolua e torne se registro para as próximas gerações. A inovação ocorre com base no passado, passado presente e futuro é uma coisa só, perante a cultura. O tempo, ele é insólito, as referencias sempre dialogam com os movimentos.
O ser humano nas maiores cidades e periferias do mundo, acorda no seculo XXI em uma gigantesca crise cotidiana existencial. A hiper exposição digital mesmo que ficcional lhe trás diminutivos que não conhecia , avança então em uma desigual possibilidade tecnológica que o atrofia e distancia da realidade, de funil desce aquosamente para uma invisibilidade social própria dos que sofrem calados e não demonstram dor. Os resultados disto são catastróficos em termos de uma vida que sonha, que quer ser, dentro dos limites possíveis vazios e meios inadequados do que não é e fecunda ser isolado, até o desesperado momento que se implode, por alguns minutos tudo pode mudar, de vitima contumaz a ser eloquente protagonista da virada em loucura, sem volta e começa o inicio da revolta, não mais escarnecer e caminhar a deriva para o seu triste fim.
A dimensão terra sempre foi e será habitada por espíritos. Por ilusão tradicional, acredita se que eles tenham temporalidade a partir do pressuposto que na memoria histórica tenham sido categorizada como pessoas e tempo. A parte física e material são compostas por veículos espaciais diversos que dão personalidade ativa e passiva ao espirito. O nascimento, a plenitude e a morte são apenas diferentes momentos interdimensionais do percurso existencial da verdade, que se originou para o eterno e para liberdade.
