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OBRA-PRIMA
Todo mundo é uma casa.
Onde já se viu entrar em alguma
e sair deixando a porta entreaberta?
Todo mundo é uma casa.
Você não deveria quebrar uma
achando que a cidade encoberta.
Todo mundo é uma casa.
Você não deveria bagunçar
e colocar a culpa em quem
desarrumou a sua.
Todo mundo é uma casa!
Você não deveria pregar um quadro novo
se tem dívidas lá fora
ou algo que o torne: falcatrua.
Todo mundo é uma casa.
Por isso nunca é simples
essa coisa de ir embora.
Fica sua digital na porta,
fica o que todos vão saber na rua,
fica um rastro seu que mora.
Todo mundo é uma casa.
Não se pode reformar um pedaço
e querer voltar atrás
exatamente igual.
Todo mundo é uma casa.
Casa sente a diferença
se o açúcar for posto
no lugar do sal.
Ela é uma casa.
Se você não trancou direito,
nem sinto muito se um ladrão
adentrar.
Se você quebra a parede,
é pelo buraco que a luz vai entrar.
Eu sou uma casa.
Eu sou minha casa.
Eu ganho uma nova sala
toda vez que outra casa
vem me visitar.
Fico melhor quando quebram um cômodo...
isso é só espaço pr’outro maior chegar.
Todo mundo é uma casa.
E se você tenta destruir as colunas
é sim em cima de você que ela deve desmoronar.
Porque do que outra casa está criando por causa da sua
é preciso também cuidar.
Se você colocou uma ponte entre as duas
era óbvio que se uma desfaz,
a outra vai balançar.
E se a mesa de canto quebrou,
fica um vazio ou uma oportunidade.
Depende de como vai enxergar.
Todo mundo é uma casa.
É preciso criar expectativas, sim.
Nenhuma revista séria vai inspirar decoração duvidosa
– e sem expectativas não há criações reais.
Todo mundo é uma casa.
É preciso esperar que o sofá confortável da propaganda
funcione para o minuto de paz.
Expectativa é diferente de ilusão.
Ilusão é coisa que a casa cria sozinha.
É o barulho que ninguém explica,
é o que pensa da vizinha.
Mas você não deveria colocar um tapete na porta
se ninguém pode colocar os pés nele.
Se fulano vive estacionando lá o carro,
quando empatar uma garagem, vão reclamar é dele.
Entende? É sempre óbvio quando se está
gerando expectativas no outro.
Não entender é como não ver
que sem rede, janela não está segura.
É tão simples perceber quando está sujo.
Sujeira guardada, inclusive, aparece como mofo:
na casa, na fatura.
Todo mundo é uma casa!
Todo objeto posto gera uma ação.
Tudo gera alguma espera,
casa vive a (des)esperar.
Coloque um prato na mesa,
vão usar pro pão.
Não existe isso de calma para o que está parado.
Parado largado está.
Tudo o que você coloca ali, precisa e vai ter uma utilidade…
seja para outra visita usar ou para te assombrar mais tarde.
Todo mundo é uma (c)a-sa!
Bate asa é pra cá. Bate asa pra ficar.
Você não pode julgar a decoração dela
e não pode querer assim que ela te deixe entrar
se não viu as reformas anteriores.
Toda casa é mal-assombrada
pelos visitantes, pelos que já morreram ali
e pelos moradores.
Todo mundo é uma casa.
A construção é constante,
mas para reformar é preciso
gastar tudo o que desgastava.
Todo mundo é uma
ca
sa.
Queda é o que dá.
O resto tira ou faz perceber o que já estava.
Se não sabe se entra ou sai,
bata a porta de vez com força
ou o vento vai chegando pra bater.
A cada demora para ficar na casa,
os arredores vão levando ela de você.
Todo mundo é uma casa.
E se eu preciso ficar te lembrando disso
e de não sujar os seus pés na rua
– porque aí eles sujam também aqui dentro –,
vejo logo que cê é só ponte
pra reformar algo do centro.
Que ótimo, vejo logo que você não merece
conhecer o andar de cima...
Vamos logo, se apresse,
porque minha casa está em obra
-prima.
Minha maior vingança
é que tudo o que
me irrita no outro,
aperfeiçôo em mim.
Se você me rasga, vou dar
curativos a outros
e a você, só o fim.
Tudo o que eu queria
que fosse diferente,
revoluciono em como sou.
Mando embora o que machuca,
mas machuco de volta somente
virando cada vez mais o oposto
do que me sufocou.
E sufoco nem sempre
é sobre gente que aperta:
às vezes é sobre gente
que não soube segurar.
É seguindo em frente
que a lição foi dada,
é melhorando para quem chegar.
Deliberei sobre o óbvio
Concluir que nem tudo é tão óbvio assim
Quando se é criança se pergunta o óbvio o tempo todo
E as vezes por uma resposta simplória, o encanto acaba
E nos acostumamos com a frase “sempre foi assim”
Mas o óbvio tem que ser perguntado, analisado
É quase certo que não cheguemos a uma conclusão
Mas transcender sobre o simplório
É fundamental para não matarmos aquela criança curiosa que um dia existiu nesse corpo
Não é necessário saber onde está para ir há algum lugar
Mas se você sabe pra onde ir, primeiro tem que se achar
Mas isso é óbvio
Então...
Todas as coisas que segurei
Dentro de mim, segurei tantas coisas…Abstratas, pequenas, grandes, confortantes.
Desenvolvi barreiras para guardar todas essas coisas que segurei, constantemente, estava ali comigo, independente do que houvesse, elas haviam se tornado atemporais, o tempo não transcorria, nada poderia apagá-las na nitidez em que se mantinham firme dentro de mim.
Um desejo incansável de controlar o incontrolável e por ego, não reconhecer a beleza da liberdade. Havia tanto em mim, que pesou. Pesou nas profundezas do interior que já nem era mais meu, entretanto, estava se tornando propriedade daquilo que eu guardava em mim e estava me moldando aos poucos.
No nascer do dia e no fim dele, percebo repetidamente que a vida são fases, ciclos, estações. E tudo de intenso que há no meu peito jamais transformaria-se em concreto eternamente. Não posso guardar, tocar, manter sempre dentro de mim. É preciso soltar, libertar, encontrar o equilíbrio, pois tudo o que realmente nos pertence, jamais vai embora, apenas ressurge em sensações melhores.
Palavras Soltas
São apenas palavras, soltas e perdidas;
Palavras que se desencontram, palavras que se afastam;
Palavras que machucam corações;
Palavras voando, procurando refúgio;
Palavras que alguém pronunciou;
Que saíram de bocas sórdidas ou sujas;
Palavras no calor do momento que saem como labaredas de fogo;
Palavras assustadas que te deixam com o coração apertado;
Palavras nunca ditas que se arrependem de nunca ter falado;
Mas são apenas palavras que ninguém se dá conta que falou;
Que ninguém se importa de ter falado;
Palavras que como lâminas ferem tantas pessoas por ai;
No olhar de tantas pessoas eu vejo vozes e dessas vozes palavras perdidas;
Palavras que nunca mais se reencontraram;
Palavras de um pai para sua filha;
Palavras da filha para o pai;
Palavras agora não importam mais;
Não me peça ajuda com palavras;
Porque palavras mentem;
Palavras escondem desejos, medos, sonhos e lembranças;
Me peça ajuda com o que tiver de mais santo;
Seu eu ouvir a voz do que está te atormentando;
Vou poder sentir o mesmo tanto;
Pra sempre você viverá sabendo que proferiu as últimas palavras para mim;
Que suas palavras me afastaram de você;
Que você mesma disse para eu te esquecer;
Porque palavras afastam corações;
Não me diga mais nada;
Não me procure;
Não te procurarei mais;
Sua face sumirá do meu horizonte
Suas palavras se apagarão da minha mente;
ALAGOAS
Alagoas minha querida.
Fica nas margens do Nordeste
Terra recheada de Cultura;
Na zona da mata, no sertão e no agreste.
Suas belas praias,
Do mundo tem atenção.
Alagoas de águas,
Que causam emoção.
O que não sofreu esse povo
Pra chegarem até aqui.
200 anos não é pouco
Tem guerreiros a servir.
Lugar do meu coração.
Terra dos marechais,
Dos índios e do algodão,
Do fumo e canaviais.
Maceió é a capital,
Intitulada de sereia.
Na bandeira tem branco e azul
E também a cor vermelha.
Um estado arretado
Mistura de muita gente.
Para a terra “brasis”
Deu logo dois presidentes.
Suas terras são fabris.
Um artesanato impecável,
Um dos melhores do país
De matéria prima inigualável.
Terra fértil
Terra amada
De encantos mil,
És tu, Alagoas do meu Brasil
**"Madrugadas de Ausência (Versão Final)"**
As horas noturnas escorrem lentas, e meus pensamentos — esses visitantes indesejados — insistem em perfurar o silêncio. Há dias não me reconheço no espelho: a força que exibo é apenas um disfarce que desmorona na solidão. Eu daria tudo, até meu próprio nome, para dobrar o tempo e reescrever nosso fim. Talvez, num ato de loucura ou redenção, eu encontrasse as palavras que faltaram.
*Saudade.* Três sílabas que pesam como um mundo. Você era meu porto seguro, meu norte em noites sem estrelas — e agora é apenas um eco, um fantasma que habita meus "e se". Talvez esperasse que eu despertasse a tempo, mas eu, mergulhado em minhas próprias sombras, não via a luz que você me estendia. Sei que agora floresce em outros braços, e essa certeza é uma faca que torço no peito toda vez que o relógio marca 3h17 e eu, insone, revisito nosso passado.
A dor que carrego é orgulhosa: não se expõe em lágrimas fáceis. Esconde-se nas entrelinhas do meu riso, nos copos vazios da mesa de bar, no hábito de ainda olhar para o celular esperando uma mensagem que nunca virá. Aprendi que o tempo não cura — apenas ensina a conviver com a cicatriz.
Somos agora dois estranhos que compartilham um museu de memórias. Como explicar que já naveguei por todo o teu ser? Conheci a geografia do teu riso, as tempestades nos teus olhos, os segredos que você sussurrava no escuro. Seu abraço era minha única pátria — e hoje sou um exilado do seu calor.
*Sinto falta do ritual de cuidar de você:*
— Das gargalhadas que eu roubava dos teus lábios mesmo nos dias cinza;
— Do modo como ajustava o cobertor sobre seus pés frios;
— Da coragem que você me emprestava só por existir.
Nossas lembranças são como um filme projetado em paredes úmidas: cada cena, um paradoxo de dor e gratidão. Obrigado por me ensinar que o amor pode ser tão vasto quanto o mar — e, ainda assim, caber no espaço entre duas mãos entrelaçadas.
Três anos. Mil e noventa e cinco dias de eu me enganar dizendo que "já passou". Seu nome ainda brota em mim como hera em ruínas: devagar, implacável. Descobri que você espera um filho — e essa notícia me transformou em um atlas de mundos paralelos, onde em algum universo esse bebê teria meus olhos e seu nariz perfeito.
Você voou para os sonhos que um dia plantamos juntos. Eu, aqui, rego as sementes que sobraram com lágrimas estéreis. Segui em frente porque a vida exige movimento — mas meu coração é um relógio de areia que insiste em virar sozinho, sempre de volta a você.
*"Fleur de ma vie"*, você permanece:
— Na canção que toca no elevador do shopping;
— No cheiro de jasmim que algum vento traiçoeiro me traz em agosto;
— No vão da minha cama, que ainda guarda o formato do seu corpo.
E se um dia nossos caminhos se cruzarem novamente, prometo sorrir com os olhos (como você me ensinou). Até lá, continuarei escrevendo cartas que nunca enviarei — porque algumas saudades são tão profundas que precisam ser vividas no silêncio.
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Não foi difícil enxergar no olhar de cada um a vontade e a persistência, o companheirismo e a audácia. E lembramos bem de uma frase que diz: "A dor é passageira, mas a glória é eterna". Por fim chegamos ao término do curso, e em nome de todos agradeço a oportunidade de estarmos mais uma vez aprendendo, há um tempo como soldado do Efetivo Variável, e atualmente como o aluno de Formação de Cabos.
Obs: Eu fui escalado para elaborar o texto e ser o orador da minha turma, no dia da formatura de conclusão e certificação do Curso de Formação de Cabos, no dia 29 de julho de 2016 (sexta-feira). Quando eu fiz o curso eu já era soldado EP, porém, no curso, tínhamos dois soldados EV.
(Cabo Marcos Kamorra Sebastião dos Santos.)
(O instrutor (não me lembro o nome do Tenente) me pagou a missão para eu ser o orador da turma, eu elaborei o texto, o Diretor do curso, Capitão Terra, aprovou o texto e, por fim, eu o apresentei no dia da formatura de conclusão e certificação do curso de Cabos).
"Oratória de Conclusão do Curso de Formação de Cabos 2016.
Dado início no dia 23 de maio de 2016, o Curso de Formação de Cabos, realizado na 2ª Bateria de Obuses do 32° Grupo de Artilharia de Campanha Dom Pedro I, localizado em Brasília/DF, teve a participação de um efetivo de 51 alunos, aos quais 20 eram do respectivo Quartel responsável pela formação e 31 de Organizações Militares externas, localizadas na mesma região.
A comando do Diretor do curso, o Capitão Terra, e sua equipe de instrutores, passamos por situações de stress ao qual tivemos que aprender a controlar as nossas emoções, raciocinar e agir de maneira mais eficiente para a conclusão da missão.
Passamos por situações de frio e calor intenso, exaustão nas pistas de instruções, mas todos unidos com um único objetivo, realizar o curso com êxito.
Não foi difícil enxergar no olhar de cada um a vontade e a persistência, o companheirismo e a audácia. E lembramos bem de uma frase que diz: "A dor é passageira, mas a glória é eterna."
Por fim chegamos ao término do curso, e em nome de todos agradeço a oportunidade de estarmos mais uma vez aprendendo, há um tempo atrás como soldado do Efetivo Variável, e atualmente como Aluno do Curso de Formação de Cabos.
AL 30 - MARCOS: PORQUE NÓS!!!
ALUNOS: SÓ ADMITIMOS OS FORTES!!!
AL 30 - MARCOS: E OS FRACOS!!!
ALUNOS: QUE SE ARREBENTEM!!!"
Texto: Aluno 30, Marcos. O, ad aeternum, Cabo MARCOS Kamorra Sebastião dos Santos.
(Atualmente encontro-me na situação de reservista).
A ORQUESTRA DO INÚTIL
Às vezes, tento querer escrever o que esta sociedade pretende dizer, mas logo descobro que ela mesma já se perdeu na vontade de enunciar-se. Não há verbo que a represente, nem sujeito que se assuma. Há, sim, um murmúrio colectivo, um desejo de parecer pensamento. E escrever o que a sociedade quer dizer é como tentar traduzir o silêncio de um homem que aplaude porque os outros já o fazem. É tentar dar nome ao abismo quando o abismo, educadamente, nos pede um autógrafo. E depois só contamos. Contamos quantas horas restam até o próximo.
Há quem, por ofício ou desvario, destile notas como se o tempo coubesse inteiro numa só melodia. E fá-lo com tamanha urgência que o silêncio. E depois morre afogado na enxurrada de compassos. E assim, entre a batida e o aplauso comprado, ergue-se o trono de um Rei, não por virtude mas por volume, não por arte mas por frequência.
É nobre, sim, o timbre. E há talento disso ninguém duvida, mas até o ouro, quando em demasia, perde o espanto e vira moeda. E a sociedade de ouvidos embotados, aplaude por reflexo. Confunde constância com génio, e quantidade com legado. Ora, família, o excesso também é uma forma de desperdício.
Só para poetas, escritores e estudantes e afins com conteúdo postado fora das redes sociais: quando houver confronto de horários de prints nos seus posts nas redes sociais em posts de muitos anos, use os aplicativos para caçar plágio que eles encontram o seu post mesmo que ele não esteja indexado no Google.
Há uma infinidade de aplicativos caçadores de plágio para auxiliar na sua busca como uma maneira ainda mais robusta de comprovar a sua autoria.
Três regras básicas para interpretação da bíblia:
1) Sinoticidade bíblica. Um versículo não interpreta um capítulo, um capitulo não interpreta um livro e um livro não interpreta toda a bíblia.
2) Textos fáceis é que devem explicar os textos difíceis e não o contrário.
3) Observar o que o texto não diz, pois isso destrói as inferências dos heterodoxos.
A Geração da Fé Está Morrendo.
E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e a outra geração após ela se levantou, que não conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel. Então fizeram (...) o que era mau aos olhos do Senhor; e serviram aos baalins. E deixaram ao Senhor Deus de seus pais Juízes 2.10-12.
A geração de fé está morrendo, e está chegando uma geração inconstante e deslumbrada com o sucesso.
Está morrendo uma geração que não tinha título de apóstolo, não tinha doutorado em divindade e que se moveu sem os holofotes das mídias sociais; mas que edificou igrejas Brasil afora.
Uma geração que, apesar dos poucos recursos financeiros e teológicos nunca desanimou com a obra missionária.
Uma geração que ensinava a palavra, a reverência e a santidade diante de Deus.
Uma geração de homens e mulheres que pregavam um evangelho sem filuras, sem extravagância e sem verborreia de termos teológicos e filosóficos difíceis.
São homens e mulheres crentes que estão morrendo, que viviam o evangelho sem pensar em enriquecer com ele.
Homens e mulheres que levantavam cedo para oração, que jejuavam, visitavam o rebanho e que tinham muito compromisso com Deus.
Esses homens e mulheres que passaram por muitas dificuldades, que lutaram e choraram pelas madrugadas da vida estão morrendo.
Muitos desses homens e mulheres não construíram nada para eles, não negociaram o evangelho e muitos estão velhos e doentes de uma vida dedicada à obra do Senhor. Mas estes homens e mulheres estão deixando um memorial de fidelidade ao Senhor, vão se encontrar com Deus de cabeça erguida, sabendo que foram mordomos fiéis.
Essa geração que nos deu exemplo de viver em fidelidade com Deus está sendo recolhida; Essa geração que está morrendo preparou a estrutura que estamos usando hoje.
Depois leiam 1ª Samuel 12.1-5 e 2ª Timóteo 4.6-21.
Ótima semana e pense nisso!
No Amor do Abba Pater, Marcelo Rissma.
Cela da Alma
Entre concreto e ferro, a mente vaga no fluxo... Liberdade não é bandeira, não é hino é ter a parada certa no peito, mesmo se o mundo te engoliu no trecho. Na cela escura, o coração é o único rolê sem custódia.
Quem tá de consciência limpa não teme a sombra do juízo. “Mano, o sistema pode trancar o corpo, mas o pensamento voa tipo pipa sem linha.” Na quebrada do cárcere, a paz é o traço mais rebelde: não se vende, não se rende.
Enquanto o tempo rasteja na parede, a alma dá um grau... Saber que não deve nada é a única cela que não tem grade.
Nossa intuição é sagrada. Não significa que devemos levar tudo o que ela nos diz ao pé da letra, porque ela pode ser influenciada apenas por uma falta de simpatia, pelo momento que estamos passando ou pelo excesso que nos rodeia quando desconfiamos de algo.
Só que precisamos respeitar quando a nossa intuição se manifesta. Escutá-la, sabe? Não desconsiderá-la por completo. Porque se acendeu o sinal. Se o alarme tocou. Se algo sussurrou baixinho no nosso ouvido é porque no mínimo devemos ir mais devagar. Ter calma e respirar fundo.
A gente se empolga. Se apaixona. Se entrega. Conta todos os segredos as novas amizades. Deixando nas mãos da intensidade nossas ações e, contrariando a nossa intuição, vamos pulando etapas. Vivendo de exageros.
Como se o mundo fosse acabar amanhã, colocamos nosso sentimento em risco. E por mais que o outro esteja na mesma vibe que você, por mais que a outra pessoa seja intensa como você é, nem todo mundo tem a responsabilidade afetiva quando a euforia passa.
Por isso, nem tão devagar. Nem tão rápido. O ideal é ficar atento. Não se deixar enganar por equívocos. Mas apurar os ouvidos e tentar compreender a direção.
Paciência. Nossa intuição não joga palavras ao vento. Não desperdiça as suas forças em vão. Ela só abre o seu alerta quanto tem certeza que alguém vai sair prejudicado de uma história. É que quando temos caráter, a nossa intuição também se preocupa com o próximo. E se ela percebe que você não está na mesma sintonia quando pensa está, ela avisa. Acredite. Ela avisa, sim.
Então, não tenha medo, mas respeite o seu faro. A voz que vem de dentro e que você tropeçou, caiu e se ralou tanto para deixá-la mais apurada merece atenção. Afinal de contas, cicatrizes sentimentais não devem ficar no coração por ficar. Faça valer a pena cada experiência que viveu e saiba aproveitar para se rodear de pessoas que você mereça. E que mereçam você.
SOBRE TER UM FILHO
A ideia de Espinoza sobre a frase magnífica:
"A mente humana é parte do intelecto de Deus."
Nos faz pensar sobre o que é uma obra para seu autor. É um lugar, um ser especial, em que você põe todas as suas melhores impressões de mundo, nossas qualidades. Se pudéssemos colocaríamos todos os nossos pensamentos ali, em um livro, todas as nossas ideias, desejos e paixões, e até as nossas desilusões, ou seja, coloraríamos nossa própria essência em um livro, em uma obra de arte.
Penso que uma obra seja isso, parte da essência de seu autor. Contudo, trazendo esse pensamento para a criação, Deus criou o homem, então disse Ele, " Façamos o Homem a nossa imagem e semelhança". Com essa ideia em mente, você logo conclui que o ser humano é uma réplica da alma de Deus. Todavia, alguns falam de atributos, de qualidades que só Deus tem, mas que o homem também pode desenvolver, como amor, bondade, misericórdia, justiça, enfim, e outras tantas.
No entanto, essa ideia de a mente humana ser parte do intelecto de Deus vai muito mais além de tudo isso. Pois trata-se de você criar algo a partir de sua própria essência, assim, no caso de Deus, como autor, o homem seria de forma bem pequena e resumida, parte da essência de Deus. E ao criar o homem, Ele ordena que o homem se reproduza, que encha a terra, ou seja, que replique a alma de Deus em seus próprios filhos, em suas criações pessoais.
É essa ideia que eu tenho sobre se ter um filho, é a honra de replicar a alma de Deus, e, ao passo que se replica a alma de Deus, nós replicamos a nossa própria alma, temos o privilégio da coautoria divina. Então desejamos pôr no filho nossa verdadeira essência, nossas melhores qualidades, queremos que ele seja nossa cópia, especialmente naquilo que conseguimos copiar de Deus. Dessa forma, durante toda nossa existência, vamos tentando ensinar ao nosso filho como se comportar, como viver evitando perigos e sofrimentos, muitos dos quais não conseguimos evitar.
O mais importante, é que com essa ideia em mente nunca excluirmos Deus dessa construção magnífica que é a criação humana, a de Deus, no princípio de tudo, e nossos filhos, obra que damos seguimento ao projeto divino.
Evan do Carmo
SOBRE AMIZADE
Já tive dúvidas, quanto a saber se meus amigos cabiam na palma da minha mão. Contudo, hoje tenho certeza que não cabem, minha mão não é suficientemente aconchegante para acomodar o amigo que almejo. Todavia ainda espero encontrar algum que caiba e queira morar dentro do meu coração.
Qual o homem ideal a ser alcançado?
O homem é de uma só natureza, humana, carnal, mas o espírito, que é o reflexo do seu caráter
moral e intelectual difere entre todos.
Uns são céticos, outros científicos, outros crédulos,
com respeito ao seu modo de viver.
Os céticos dizem: "Deus não existe, então tudo é permitido."
Os científicos procuram respostas para tudo que não compreendem na ciência, e estão dispostos à pesquisa
e, não raro aceitam mudar de ponto de vista.
Os crédulos responsabilizam Deus por tudo, até por coisas ruins que lhes acontecem...
Mesmo sem a arrogância do Super Homem, às vezes penso que devia subir um degrau acima da humanidade.
As discussões são tão estúpidas e sem propósito nobre, por serem apenas agressões cruéis e críticas sem fundamentos, ofensas polarizadas de dois lados de uma moeda sem valor.
Contudo, depois de tanto refletir, me vem a iluminação do Cristo. O que seria a humanidade sem essa dicotomia, sem essa insana procura de sentido?
Todo empenho do homem bom deve ser buscar a união dos homens em torno de algo superior, produtivo, algo honrado e justo, não a união das ideias, pois isso é algum inumano.
Então me surge a questão: O que é bom? O que é justo? O que é honrado, digno e superior?
Seria algo que fosse capaz de ensinar ao mundo que a violência, o desrespeito pelo próximo e a falta de compaixão não produz a paz...
Só o amor sem hipocrisia e sem distinção pelo outro pode produzir algo bom, digino, justo e honrado...
Diz um velho sábio, um grande amigo meu:
" Quem é meu amigo senta à mesa comigo."
Ter muitos amigos é complicado, diria impossível, sobretudo se levarmos em conta o bom caráter e a nobreza dos que escolhemos como amigos.
Até o Cristo, que era perfeito só conseguiu ajuntar à mesa 12 amigos. Contudo, entre esses havia alguns mais especiais que outros. Um o negou por 3 vezes, outros discutiam acaloradamente quem era o maior entre todos, para sentar à sua direita.
Todavia, entre os 12, apenas um se destacou por sua ingratidão e vilania. Esse, o mais intenso nas suas atitudes despojadas o entregou para ser morto por seus inimigos.
Aconselho, portanto, que não se deve desejar uma mesa muito grande, com mais de dois ou três lugares reservados para nossos melhores amigos.