Texto de Solidão
Ser lembrada
Se não pode estar lá fora
Entre todos que te viu passar,
Encontre agora em mim
Mais que um lugar para ficar...
Mas se for outro o seu lugar,
Deixa ao menos que eu lembre de você...
Melhor é ser lembrada
Por alguém que não te esquece,
De que cercar-te tantos outros
Que nunca venha te lembrar.
O sussurro que nos cerca
Não nos calam o coração,
Nem quebra o silêncio dos teus olhos
Em que eu consigo me encontrar.
Não importa se não veio pra ficar,
O que importa é saber,
Que mesmo estando longe,
Sempre juntos vamos estar...
Edney Valentim Araújo
1994...
Arrogância
De novo estou voltando,
Voltando pra mim mesmo...
Onde eu era tão pequeno
No mundo grande que havia.
Vivia a vida como vinha
Um pouquinho a cada dia,
Querendo estar lá fora
Onde tudo acontecia...
Um dia eu fui pra fora,
Pensando eu saber
Que tudo conhecia...
Só a arrogância a mim precedia.
Vejo agora tão distante
Que meu mundo era grande
E na infância todo ele eu conhecia...
Agora homem velho
Nesse mundo tão pequeno
Nada mais eu já conheço.
Edney Valentim Araújo
Às vezes surge um pensamento esquisito
A vontade de sumir é maior que a vontade de ficar
Você já não consegue mais enxergar o mundo tão bonito
E a vontade de viver não parece mais importar
As pessoas não conseguem entender o que você sente
Ao mesmo tempo nem você sabe ao certo o que quer
Você chora, chora, chora e parece só uma pessoa carente
Mas no fundo só você mesmo sabe o que é
A tristeza bate na porta do coração
E todos perguntam o que você está sentindo
Mas o que toma conta do seu eu é a solidão
E parece que aos poucos ela vai te consumindo
Queria ter um remédio pra curar essa dor
Uma dor que não tem motivo e nem explicação
Mas só você sabe que não importa onde você for
Você sempre vai sentir essa sensação
Dentro do seu peito só vai ficando um vazio
Todo mundo fala que isso é uma bobeira
Você sente seu corpo cansado, suando frio
E só agora percebem que depressão não é brincadeira.
Queria ser um sonhador,
Mas as pegadas do deserto,
Me levaram até você!
Desejei ter ódio, mas só tive amor!
Vi ao longe um oásis por perto,
E ali perto chorei olhando para o céu,
Com minha visão embaçada pelas lágrimas.
Gritei para me levarem embora,
Mas quando voltei a mim,
Falhei em te deixar,
Naquele instante fez tudo parar.
La estáva você sem respirar.
Te ver assim faz tudo valer a pena,
Se ao menos tivesse sorte,
Mas foi muito tarde agora,
Pois já morri faz tempo,
As pessoas me julgam,
Não se importam comigo,
Fizeram pelo meu bem?
Sério que fizeram?
Apenas me disseram que pra me salvar só a morte,
Meus pais me mandaram embora.
Aonde isso é para o meu bem?
Todos somos odiados, mas mais alguns do que outros.
Temos que seguir as regras, só por que amamos de jeitos diferentes?
Amar a pessoa certa e as vezes somos julgados só por ser diferentes.
Mas somos iguais, pois sentimos amor, dor, ódio, teisteza, agora pense somos tão diferentes só por você achar que todos temos que seguir a linha que você acha que existe?
Mas para mim eu amo, pois sei que tosos somos livres para amar a quem nos ama e odiar quem fica me impedindo de ser feliz
Meus pensamentos
A essa hora meus pensamentos voa,
E no silêncio da madrugada apenas ecos se pode ouvir...
Ecos barulhento e dispersos pelo vento,
Que me faz acreditar que seja um caos eterno.
Fica uma confusão em minha mente, como se houvesse uma grande multidão aqui, o incrível é que não há ninguém ali, muito menos aqui.
Há somente eu, apenas eu! Que no meio desse vazio se perdeu em pensamentos, e agora anda a espera de uma luz que conduz.
Conduz essa angustiante solidão. Conduz a não deixar esses pensamentos pairar em minha mente. Conduz a levar tudo isso para bem longe desse quebrantado coração.
Preciso mim ocupar, sair dessa vida fria, e refazer tudo o que está por um fio.
Pesar da vida
Eu não sei o que aconteceu,
Nem tampouco explicar,
Mas uma angustia na alma,
Meu semblante fez mudar.
Dores dentro do meu ser,
Agonia no coração,
Com um sentimento de culpa,
Que mim faz sentir uma solidão.
O que podes eu fazer,
Pra que tudo isso venha acabar,
Talvez a minha pessoa precisa,
Simplesmente tudo a Deus Entregar.
Não precisa palavras bonitas,
Nem mesmo grandes citações,
Apenas um coração humilde,
Quebrantado em uma simples oração.
Amo muito vcs! Essa distância às vezes sufoca. Principalmente nos dias de domingo, onde geralmente já acordo com uma angústia enorme no peito. E nesse dia que, desde pequenos na beliche de casa, ouvia irritado a esperada voz (levantem, escola dominical!). Era nos domingos que a comida tinha um sabor mais "amor de mãe", era nos domingos que o cunhado folgado ia comer em casa, que os sobrinhos corriam pela casa me deixando extremamente irritado (até olhar para a beleza e pureza que carregavam). Domingo...
Sempre aprendemos ser o dia da família...
Onde vamos almoçar hoje? hahaha
(Era sempre assim)
Domingo que hoje para mim se tornou indiferente, frio e inafetuoso. Nostalgicamente me alimento dessas lembranças, elas fazem romper um pontinho de luz em meio a tanta solidão e vazio...
Domingo em família!
Jasmim
Olha para ela,
E veja a beleza de uma flor...
Olha para ela,
E sinta o perfume do amor.
Eu daria uma flor à minha amada,
Se já não fosse ela uma flor...
Rosa púrpura vermelha,
Cor que me inflama de amor.
Em todas as estações
Se aflora em minh’alma.
Parece tomar-me de encanto
Como se fosse jasmim.
Olha para ela,
É uma flor que não sabe de mim...
Edney Valentim Araújo
1994...
" Declaração"
Vazia vagava pela vida
Achando que a felicidade não haveria de existir,
Ou que estava num copo de whisky!
Dele me enchia
A felicidade por minutos me aparecia
E eu acreditava que era feliz
Mesmo que por pouco tempo
Mesmo vazia... Sozinha... Sem nada!
O pouco me era tudo...
Já me contentava...
Olhava-me no espelho, só o reflexo enxergava
Não havia mais o que enxergar
Além de um alguém que só queria se encontrar...
Ou que alguém, queria encontrar
Para que assim, houvesse um motivo para sorrir
E houve!
Foi quando te conheci, que tudo mudou em mim
Senti que tudo era por um bom motivo:
Primeiramente o fel... Depois o mel!
Conhecer-te, foi como conhecer o céu!
Seus olhos me lembravam a ele
Iluminado e puro...
Pude neles enxergar-me, pois tu me enxergavas
Como nunca ninguém fez...
Com você pude ver que tudo que eu queria, poderia estar num só ser
Tudo que eu buscava, encontrei em você
Quando eu já estava prestes a desistir
Quando já havia cansado de procurar
E que não tinha mais motivos para sorrir
Você me apareceu, e encheu meu coração
Vi-te como minha salvação!
Pois do Drink, minha paixão passou a ser um homem...
Chamado Rick!
O Homem que transformou a menina triste, numa mulher feliz...
E que hoje, quando se olha no espelho
Consegue ver um brilho no próprio olhar
O brilho que nasceu, quando aprendi a amar...
E após isso, não houve mais vazio
Meu coração cheio está!
A solidão se foi...
Você ocupou o lugar...
Hoje eu tenho tudo o que eu não tinha...
E que vivia a sonhar...
Alguém para amar...
E me ajudar a caminhar...
Uma noite de pensamentos
Me deleito em minha cama em quanto ouço o som das almas em meu quarto,
gritando por ajuda em um amor não acabado
Ao som dessas vozes vou me entorpecendo em agonia.
Agonia, Agonia, uma bela vista
Vejo o sol desaparecendo, e a escuridão aparecendo infligindo no meu coração
as maldades que vem por dentro, temo não esquecer, esquecer, esquecer, pois quando esquecer,
corre o risco de ocorrer.
ocorrer ocorrer
Olho para os lados e não consigo esquecer, a tua face em meu ser
sinto que estou cada vez mais sozinho, mais sozinho, mais sozinho...
Chamo-te em meus pensamentos, e a maldade que vem de dentro, não me faz esquecer
esquecer esquecer
Me sinto sozinho como ao som de um piano que está tocando uma melodia triste,
tento levar minha vida ao som de uma melodia que no final acaba desaviar pelas
loucuras e amores da vida em que rodeiam o mundo.
loucura a loucura
Essas luzes me deixam mais violento, ao som do vento, vejo oque não é real
vejo o inexistente que acaba existente em minha mente. A loucura de um amor
que me traz pavor, alegria e paixão que no desvaira da emoção me compõe em chuva
trazendo assim uma grande solidão.
Estou tão triste, me sinto tão sozinha.
Olho para os lados e por mais que me veje rodiada de pessoas, que dizem que me amam, não me sinto amada, ou muito menos que há alguém por perto.
Sinto uma imensa solidão, falta de ter uma pessoa que esteja ao meu lado, que me abrace e diga que vai ficar tudo bem, que me ouça e me dê uma solução. É como se o mundo estivesse bem e eu aqui, sem destino, sem direção, sem saber o que fazer e por onde ir. Só queria me sentir amada, me sentir bem comigo mesma. Pelo menos uma vez na minha vida eu queria que alguém se orgulhasse de mim de verdade, e não simplesmente fazer fingir para me agradar ou para que me sinta bem. Eu só queria ser feliz de verdade,por completo.
Cadê as vozes que te perturbam,
Cadê as palavras que te derrubam.
Cadê as flores que florescem,
Cadê a lua quando os dias amanhecem.
Ja vi tantas folhas cairem,
E tantas pessoas sumirem.
Ja olhei em volta,
Me pergunto se tem alguem que se importa.
Apenas estou sozinho nessa escuridão,
Chegara um dia onde vou estar em plena solidão.
Queria ser um corvo para anunciar,
Que meu dia a de chegar.
Poderia gravar em muros. Tom vermelho sangue. Usando somente as unhas das mãos, escreveria o quanto a solidão me faz companhia. Riscando e riscando até o sangue ser tinta. A dor como matéria prima. Esse seria meu tributo original. Tudo estaria em lingua antiga. Iniciaria em latin e terminaria em yorubá. Pontos e vírgulas estariam dispensados. Quando a carne nas extrimidades dos dedos
já não existissem. Quando o próprio osso fizesse ranger, alternaria com a outra mão. Verdadeiro manifesto de amantes. Daquele dia em diante, aqueles que por alipassarem não conseguirão evitar tamanha contemplação, ajoelharao. A parede fria seria beijada como se beijassem as feridas de jesus ainda cruas. Bem ali, seria constituído ponto de oferenda para os diferentes deuses. Sacro muro. Pagãos seriam bem vindos. Ratos encontrariam verdadeiros banquetes. Baratas dançariam em sincronia com outros insetos. Mariposas teriam refúgio à sombra do muro. Nada poderia ser profanado. O pé que ali pisar, untado em azeite deverá estar. A boca que ali abrir, em vinagre terá sido inundada.
Tudo terminaria assim:
para ela,
solidão
minha algoz e fiel companheira
Agigantou
.
O que eu diria a minha amada
No silencio do meu coração
Quando tudo que se fala
É um breve e único olhar...
.
Pra além das ondas
Que se lançam mar adentro
Vão distantes os pensamentos
Onde possamos nos amar...
.
Ah!!! Essa distância...
Que te me afasta no teu corpo
E me translada pra esse amor,
E por inteiro, nos põe num só coração.
.
Faz de mim tão pequenino
No teu sonho de menina
Que se entrega a um grande amor
Que só em mim se agigantou...
.
Edney Valentim Araújo
1994...
Para onde vamos tão apressados?
Será que estamos atrasados?
Para onde estamos indo?
No meio de toda essa pressa...
Me sinto lento...
Meu corpo pesa...
Meus olhos ardem...
Acho que vou cair...
Tudo me parece passageiro...
Tudo me parece tão sujo...
No meio de tudo isso...
Eu me sinto sozinho...
Meu rosto parece tão jovem...
Mas me sinto tão velho...
Por que eu não posso parar?
Eu preciso parar...
Eu não posso parar...
Me sinto sufocado...
Sinto mãos por todo meu corpo...
Elas querem minha alma...
Deve ser a única coisa...
Que eu tenho a perder...
A cada segundo que passa...
Mais meu corpo amadurece...
Eu ainda acredito no amor...
Não o vejo a dias...
Não o sinto a decádas...
Em meio a toda dor...
Eu busco o amor...
Meu único motivo...
Vou caminhando...
Acredito que esse seja o caminho...
Eu não posso cair...
Será esse o caminho?
Lamento tanto, por pessoas que ficam procurando desculpas e culpados, pelo que não lhe aconteceu. Lamento, pelas que pensam que a solidão é um castigo, e não um estágio, que Deus usa para restituir um coração ferido. Só Deus é capaz de dar vida, ao que já morreu um dia. A vida é um espetáculo, a gente não tem que vê-la passar, simplesmente... Mas, acompanhá-la, vivê-la, sabendo que, tudo que teve um começo, certamente terá também um fim. Eu só lamento!
joanarodrigues.com.br
Passeio pelas ruas do espinheiro
quero
pelos olhos da cidade
apreciar papoulas
abertas de par em par
para deleite dos cãezinhos
e colares de pérola de maiorca
(a pressa atropela a solidão do homem
que vende pipoca na esquina
o vento do carro
levanta a saia da moça lilás
para felicidade dos operários
já libertos do andaime
e da rigidez das horas)
quero
pelos olhos da cidade
sentir cheiro de pão e de fuligem
de brisa e de cimento
e testemunhar o preciso instante
em que o beija-flor afaga
a papoula aberta de par em par
Abstrato
Estou pintando esse quadro
Quase arte sem artista
Em que se divide a autoria...
Abstrato coração
Que pontua de emoção
Um amor pra toda vida...
Ela é o meu caminho
Que caminho com destino
E já não sei mais ser sozinho
Abstrato coração
De moldura outrora informe
Que agora se moldou ao seu amor...
Edney Valentim Araújo
1994...
Não te demores a ir se a ti meu peso por completo recai-se. Não me mintas palavras vagas se em teu peito meu veneno guardas. Não te deixes enganar, o mais abrupto dos gelos há de degelar. A mais ferrenha rocha há um dia de se sedimentar. Meu perjuro coração há um dia de se rachar (embora já esteja aos pedaços).
Não há ritmo capaz de seguir meu compasso, vaqueiro a prender-me no laço, droga a sanar meus espasmos. Não vingo neste chão, Terra não há de me ser um lugar, meu planeta não é este, é dor a me tomar.
Não te disse, quem diria? Amor, meu caro amor, nada fácil é me amar. Juro-te aos prontos, das tarefas, é a mais árdua a se dominar.
Cravos e rosas entalam meu esôfago, para cada flor a vomitar, há um espinho tomando frente a me perfurar.
E ao final, nada há de mudar, sairemos feridos como cravos, e como rosas a nos despedaçar.