Texto de Aniversario de 15 anos
Inquietude
Que inquietude sinto ao saber que
a mim esperas ver.
Foram anos de ausência, mas vejo
que não ficastes diferente.
Tua doçura é a mesma, jeito e delicadeza,
são tuas marcas guardadas.
Quando chego ao caminho que me conduz
à ti, o coração dispara chego até a
sentir medo.
Mas quando a mim avistas, disparas em
uma corrida, e logo te sinto pendurada
ao meu pescoço, o mesmo riso, olhar e
beijo.
Volto ao passado, anjo mulher, dona do
meu desejo.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Ciências e Artes
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U B E
Roldão Aires - Poeta da Acilbras
Cadeira - 681
Patrono Armando Caaraäura -Presidente
O PASSAR DOS ANOS
Passam os segundos,
Juntos somados aos minutos
Aparecem as horas
Entre a claridade e a escuridão
Mais um dia que se vai.
Somado os dias,
Mais um mês que se passa
Não demora,
Mais um ano a festejar.
Comemora-se muito com alegrias
Às vezes há tristeza
Quase num piscar de olhos
Outros anos terminam.
De criança a adolescente
Chegam a maturidade e velhice também
As lembranças caem no esquecimento
Até mesmo a família e os amigos
Num toque se afastam por vezes se afastam.
Ficam os escritos do escriba
Como parceiro e confidente
Sem nexo e sem rimas
Parece ficar o dito pelo não dito
De uma pessoa sozinha e vazia.
PENSAMENTO OBSCURO
Sessenta e cinco anos de uma vida...
Não tenho certeza de nada
Por vezes olho para trás, não sei
Se no passado apenas passei
Ou até mesmo a vida plagiei.
Não sei se aproveito a claridade do dia
Com o Sol que me estonteia
Ou da lua quando está cheia
Dando formas ao corpo no chão
Pela sombra do dia iluminado
Ou pela claridade da lua que clareia.
Das brincadeiras de criança
Para a vida não aproveitei
De adulto a vida me decepcionou
Tenho a impressão que metade ofuscou
E a outra metade morreu.
Não tenho certeza de nada
Se um dia me modernizei
Ou o prático que imaginei,
Pelo orgulho não consigo tolerar
Ou carrasco me tornei.
O pensamento voa alto
Como um pássaro de rapina
Se o pensamento fosse concreto
Da vida nada poderia levar
Esse poema para a vida repensar.
DOZE ANOS
A criança que faz doze
já virou adolescente,
mas infância continua,
ela está sempre presente.
Só pensa em brincadeira,
com bagunça e "zoeira"...
nada muda, minha gente!
Até quando é mais jovem,
diz que nunca terá medo,
mas não gosta de escuro,
e mantém isso em segredo.
Porém, no aniversário,
tem festinha com cenário,
e pede muito brinquedo!
Do tempo de bebezinho,
os pais ficam com saudade...
e os filhos vão crescendo,
completando mais idade.
Só nos resta querer bem,
desejar os parabéns,
e muita felicidade!
Eu sou a Tristeza
Parte de mim sempre foi ela
Hoje eu não sei mais como sorrir
Nos meus anos de ouro, na aurora da minha infância, eu sabia
Não existe manual de como ser alguém
Só existe a chance de se esforçar ao máximo para se tornar você mesmo
Das artes mais difíceis que existem
E tem gente indo na contra-mão
Lutando pra ser algo que não é
O medo toma conta de mim
Não sei dizer o que cura
Eu acredito que eu sou a minha própria cura
Se eu cada vez mais abandonar, aquilo que muito tempo levei como verdade absoluta
Conceitos envelhecidos, desgastados
Crenças nocivas e danosas
Adivinha o que sobra? Eu
A minha mais pura essência que em algum momento, na dura face do tempo, eu perdi
Mais me afasto daquilo que me faz mal
E me aproximo do meu próprio ser, do que quero e posso ser
E assim, ao longe, consigo ver a ponta do arco-íris
Eu sei quem eu sou
No entanto, se quero transcender desse mundo
Preciso entender que vou muito além disso
Não representa meu lugar no mundo
Este corpo, este momento, esta fase, essa vida, até mesmo essa poesia é temporária
Tudo é temporário
E se eu desapegar de tudo isso, até de mim
Poderia mais uma vez sorrir
Porque isso não é meu
Nada disso aqui é meu
Apenas os momentos vivenciados aqui, eles se tornam eternizados por todo o amor que neles visita e reluz como um diamante imortal nesta terra fria e dissoluta
Estamos todos aprisionados
E a única forma de sair dessa prisão
É lembrar que não pertencemos a nada e a ninguém
Quem sabe assim desprendem de tanto ódio e julgamento de corpos que nem são seus
E isso é o mínimo que se espera
[SOBRE O CONCEITO DE LUGAR]
A partir dos anos 1960, o conceito de lugar parece já se libertar da conotação exclusivamente locacional. O vínculo do lugar com uma localidade – isto é, com certa posição no espaço – é ainda inquestionável (embora, mais tarde, mesmo isso vá começar a se alterar com o surpreendente desenvolvimento das realidades virtuais e do ciberespaço). Todavia, o acorde conceitual de “lugar”, a partir de então, já passava a exibir outras notas características importantes, para além da mera ideia de localidade. Todo lugar, começava-se a enfatizar cada vez mais, tem o seu lado de dentro e o seu lado de fora (o seu entorno).
A relação deste lado de dentro (ou deste sítio) com o entorno ou com realidades mais distantes, a experiência humana que no interior desta relação se estabelece, os modos de ver o mundo que afloram quando se está em um lugar e não em outro, os mecanismos de identidade que se impõem de dentro de um lugar ou contra este mesmo lugar – tudo isso começa a compor um sentido mais complexo para esta pequena palavra com a qual estamos tão acostumados na vida cotidiana.
O lugar não é mais apenas um mero local, mas sim um mundo que coloca em jogo as suas próprias regras. Pode-se mesmo dizer que todos os lugares são pequenos mundos. Se o lugar pressupõe uma localização (mesmo o lugar virtual tem um endereço eletrônico), este traço está longe de ser o único relevante quando pensamos nos lugares. Ademais, podemos ter uma localidade – cartografável ou indicável no mapa – mas sem termos ainda um lugar. O local pode ser um mero ponto no mapa definido pelo encontro de um paralelo e um meridiano. Mas um lugar precisa ser nomeado, pressentido por alguém como dotado de uma singularidade. O lugar é o local que adquiriu visibilidade para alguém, porque investido de certos significados.
O lugar, assim, é o espaço ao qual foram agregados novos níveis ou camadas de sentidos.
Conforme nossa própria terminologia, o lugar é o espaço objetivo sobre o qual se ergueu um acorde de subjetividades. De certo modo, o lugar é a quinta dimensão de qualquer poliacorde geográfico.[...] O lugar, sobretudo, implica relações intersubjetivas que se integram a uma determinada objetividade. Em duas palavras, envolve identidade e estabilidade. Ambas as instâncias – a saber, de um lado a identificação, e de outro lado a dupla sensação de estabilidade que é simultaneamente assegurada por um forte sentimento de pertença e pela permanência objetiva do lugar no espaço e através do tempo – parecem produzir nas pessoas sensações diversas de apego ao ambiente construído ou natural.
A sensação de pertença ao lugar, através deste duplo entremeado de subjetividades que envolve simultaneamente a identificação com o lugar e a impressão de sua continuidade no espaço-tempo – pode atingir distintos níveis de amplitude, que vão da vizinhança ou do bairro à pequena localidade, daí à cidade ou à área rural e assim sucessivamente, até atingir lugares maiores como o estado, o país, o continente, o planeta! Todos estes são certamente lugares, os quais são investidos de diferentes tipos e níveis de afetividade, de intimidade, de sentir-se dentro.
[trecho extraído de 'História, Espaço, Geografia'. Petrópolis: Editora Vozes, 2017, p.170-171].
Aos 30
Ahh, os 30 anos... "a idade do sucesso!".
Como se esse simples substantivo tivesse um único significado universal e pudesse ser replicado de igual maneira a toda vida humana na terra.
A pressão imposta pela sociedade para que tenhamos estabilidade financeira, um relacionamento consolidado, com filhos de preferência, um imóvel próprio, com um carro do ano na garagem... tudo isso é muito mais forte quando se chega aos 30 anos.
E se por ventura ainda não tivermos preenchido todo esse checklist nessa altura da vida, somos tachados de fracassados aos olhos da sociedade.
Como se a vida pudesse ser resumida a conquista de bens materiais e a perenidade dos relacionamentos. Enquanto isso, observamos atônitos o crescente aumento na taxa de suicídios, principalmente entre pessoas nessa faixa etária, além de relacionamentos sem amor que são mantidos a base da conveniência.
Sucesso é algo relativo, para alguns pode sim significar tudo o que foi exposto acima, já para outros pode ter um significado completamente diferente. Principalmente em se tratando de uma sociedade desigual.
Para o pai/mãe de família, que não teve acesso aos estudos e trabalha o dia todo em troca de um salário mínimo para garantir o sustento da família, sucesso pode ser a comida posta à mesa ao final do dia, enquanto para o empresário, sucesso pode significar o aumento exponencial dos lucros.
Esse ideal de sucesso, que por muito tempo a mídia e a própria vida em sociedade nos impôs, aos poucos está sendo relativizado. O que enxergo como algo extremamente positivo.
Enquanto isso eu, aos 30, sigo em busca do meu próprio significado de sucesso, desde que este seja sinônimo de felicidade.
Quantos anos
luz separam
seu universo
do meu.
guardião
das minhas
noites insones.
sol que
me desperta
de um sono
longo demais.
voz que me leva
às estrelas.
longe de
onde você
está.
longe de onde
consigo ir.
Um tudo
particular
e singular.
tão íntimo
e distante
que talvez
nem exista.
um sonho
um devaneio
um desejo
um pedido
preciso que
você me traga
de volta pra mim.
Antes de começar, com mais de 40 anos de experiência, 20 na causa animal, vivo animais desse a minha infância, já vou responder: não existe nenhuma comparação entre gato e cachorro, são diferentes em tudo, absolutamente tudo. A única coisa parecida é que são pets, são pequenos e possuem pelos. O resto é como comparar um travesseiro com uma cadeira.
Meu amor por cães nem preciso falar. É a preferência da grande maioria das pessoas mas em 2017 eu tive a minha gatinha Kimi, adotada do abrigo. E aí tudo começou....
Que bichinho estranho. Personalidade e gostos muito claros. Exigente, elegante e curiosa. Em uma semana eu pensei : "o que eu fiz?". Por que eu fui adotar essa menina? Lembre-se disso no final.
Em um mês nós nos conhecemos melhor. Ficamos mais amigos e parceiros. Respeitava o espaço dela, entendia que o tempo do gato é diferente dos demais animais. Mas aos poucos a coisa foi mudando.
Os gatos são engenhosos. Donos de uma inteligência que não compreendemos bem. Possuem comportamentos não previsíveis. A dinâmica dos felinos é completamente diferente do que nosso instinto entende, os cães são mais fáceis de se entender, mais previsíveis, fácil se apaixonar. O gato tem um mistério natural, uma curiosidade, uma expressão pouco compreendida.
Gato é assim, ou melhor, comigo foi assim: fui me apaixonando, apaixonando, e de repente não cabia mais nada além da Kimi no coração. Nos amávamos, eu buscava o carinho dela, ela buscava o meu. Começamos a nós entender pelo olhar. Sabia as coisas que ela queria. Ela entendia e vivia me surpreendendo.
Gatos são assim. Quem não gosta são aqueles que nunca viveram um gato. Aqueles que nunca se testaram a um gato. Quando ouço que gatos não são carinhosos chego a ter pena de quem diz. Azar de quem nunca foi amado por um gato. Gatos são muito verdadeiros, tem um amor singelo, um amor sutil, um amor que dá vontade de "matar de tanto apertar e beijar ". Seus movimentos suaves precisam de interpretação e por vezes nos pegamos olhando suas graças e suas peripécias pela casa.
Ser amado por um gato é o auge. Conquistá-los e ser conquistado por eles é indescritível. No olhar, na piscada, na velocidade dos movimentos, no toque.
A diferença entre um gato e o leão é apenas o tamanho. Felinos são todos iguais. Lindos, amam caçar, amam chegar de fininho, amam miar pra que possamos interagir.
Hoje tenho dois gatos e as vezes passo horas observando suas brincadeiras e suas personalidades. Como são seres apaixonantes, transmitem calma e muita serenidade.
Por fim, minha Kimi se foi em 2020 já velhinha. Chorei o que não havia chorado a vida inteira. Deitava na cama e chorava por horas de saudades. Enterraram uma parte de mim. Uma saudade barulhenta de uma pequena gatinha de 3kg que simplesmente mudou meu mundo.
Hoje meus amores são Maya e Leo. Dois adotados da rua. Quando chego em casa e os vejo, imediatamente sinto que meu lar não é o local físico onde moro, mas onde meu coração se encontra com meus "filhos" de 4 patas, meus gatos, meus amores.
Gato é assim. Chega de mansinho, você nem percebe. Quando seus corações se cruzam, seu mundo muda e o "complexo" gato te mostra o mais simples, genuíno e puro amor!
Quem acabou o texto e tem um gatinho entende perfeitamente cada palavra minha. Sorte a sua! Gato é tudo de bom.
A Oração e o Horácio
Caminhava errante havia dias, meses e anos, quando veio sobre mim uma vontade frenética e aniquiladora por uma xícara de café.
Olhei em volta e, como nada se parecia a um barista decente, optei pelo Balaios, na confluência da Rua XV de novembro com a VII de Setembro. É um bar café pequeno, mas limpo e o barista é de primeira, além dos conhecimentos e experiência necessária, é um ótimo papo.
Cheguei lá por volta das dez e entrei, empurrando a porta de vidro mantida por uma mola que não lhe permite ficar aberta. Segundo me informou o homem do café, manter a temperatura no interior da casa faz parte do ritual necessário ao sabor e degustação de um café verdadeiro. Entre outras inúmeras razões para gostar de frequentar o Balaios, está o conhecimento e a história do café brasileiro.
Para inicio de conversa, ali só se saboreia essa bebida, que dentre todas, é o melhor antioxidante, segundo aqueles que comungam das mesmas crenças ou, pelo menos, fingem que sim. A maior e melhor delas diz respeito a uma verdade incontestável: nosso café abastece o mundo todo com o melhor grão, dentre todos. Não existe melhor café que não seja brasileiro.
Eu não havia depositado minha mochila sobre a cadeira junto a mesa que escolhi, a mesma de sempre, junto à janela que dá para a Rua XV, quando adentrou no Balaios um senhor. Não consegui deixar de notar sua presença. Homens não gostam de admitir quando outros homens lhes chamam a atenção por sua presença física e eu não sou exceção. Tudo nele era atraente. Sua barba branquinha, sua sobrancelha grisalha e seu cabelo penteado, mas longo. Suas roupas lembravam as europeias, mas com um toque bem tupiniquim representado pela camisa amarelo ouro. Calculei sua idade entre sessenta e setenta anos.
Para minha surpresa ele caminhou direto em minha direção, quando chegou a um metro de onde eu estava, estendeu-me a mão e disse:
– “Eu sou o Horácio, muito prazer em conhecê-lo pessoalmente.”
Agora completamente embasbacado, respondi gaguejando:
– “Muito prazer Horácio, eu sou o Lou Mello, desculpe, mas o senhor me conhece?”
– “ Sim claro.”
Respondeu sem titubear. Carlos, o barista, aproximou-se de nossa mesa, Horácio já sentara na outra cadeira fazendo sinal para que eu sentasse também. Sem que eu nada dissesse, ele fez o pedido:
– “Dois capuccinos médios e duas torradas na graxa, por favor.”
Que raios estava acontecendo ali? Quem era esse senhor encantador e presunçoso que sabia exatamente o que eu pediria no Balaios, mas eu nunca o vira antes?
O homem do café distanciou-se. Com dificuldade encarei aquela figura absolutamente cativante. Ele tinha seus olhos azuis penetrantes completamente direcionados aos meus parcos olhos negros. Ficamos assim por alguns segundos, até que ele rompeu o silêncio sepucral que se dera:
-“Lou, vamos encurtar a conversa, pois minha agenda está muito cheia, como sempre. Meu nome é Horácio, de Oráculo, mas você costuma me chamar: Deus!”
Putz! Meu coração passou em segundos para umas cento e oitenta batidas por minuto, podia senti-lo na garganta, fora a maldita sudorese que acompanha essas palpitações inesperadas, fiquei com o peito e as costas molhadas em um instante, e continuou:
-“Aqui estou para ouvir a sua oração. Sabe, você tem me deixado em uma situação muito desconfortável, mas não lhe nego uma certa razão. De fato, deixei você caminhar por aí segundo seu próprio discernimento. Afinal sempre confiei no que havia em você. Gosto muito do seu blog, especialmente quando você deixa seu humor vazar e me critica aberta e corajosamente. A parte que gosto mais é quando você diz que não escuto suas orações por estar ocupado com os magnatas e ai você cita gente insignificante que sobre o que não entende faz ousadas asseverações. Entretanto, suas gracinhas provocaram reações entre os que me cercam. A pressão cresceu tanto que me obrigou a vir ouvi-lo assim, pessoalmente, olho-no-olho.
Nessa altura, passei os olhos pelo pequeno salão do Balaios, a procura do Carlos ou alguém que pudesse me socorrer, pelo menos, chamar o Resgate, pois já esperava um infarto inevitável.
-“Sossegue filho, você não terá nenhum ataque. Eu estou aqui, lembra? E eu sou Deus, como você costuma dizer.”
Então sorriu largamente. Senti-me inexplicavelmente melhor e arrisquei perguntar:
-“O senhor quer ouvir minha oração? Estou entendendo isso direito?
-“Sim, exatamente! Viu, poucas vezes os homens reagem como você diante de mim. Na maioria das vezes que me apresento em forma humana, preciso gastar muito tempo convencendo as pessoas que sou Deus, mas você está convencido depois de poucos minutos e poucas palavras. Então, qual é a sua oração?”
Claro que eu estava me perguntando qual seria a minha oração. Provavelmente essa era uma oportunidade única e eu precisaria acertar em cheio, como se fosse bater um pênalti aos quarenta e sete minutos do segundo tempo, com o jogo empatado.
-“Agradeço a oportunidade”. Falei com pigarro na garganta. “Desejo paz na terra e saúde às pessoas. Gostaria que a miséria diminuísse e, se possível, fosse extinguida. As diferenças so…” Ele fez sinal com a mão direita para eu parar.
-“Lou, não atenderei nada disso e você sabe por quê. Assisti várias de suas aulas sobre mim e sempre me fascinava o quanto você me entendia. O mundo seguirá seu curso inevitável. Criei os céus, a terra e, sobretudo, o livre arbítrio. Serei fiel, sempre, ao meu compromisso, haja o que houver. Quero ouvir a sua oração e nada mais. Sei que você, em sua nobreza, gastaria todo o nosso tempo sem falar de suas preocupações, aquelas pessoais.” Falou assim, enquanto escrevia uma frase no guardanapo, que dobrou cuidadosamente, deixando-o à mostra, sobre a mesa.
Carlos chegou com as xícaras e os pratos, para meu alívio. A pausa me ajudou a recobrar algum equilíbrio, então me enchi de coragem e disse:
-“ Senhor, nunca acreditei que orar era fazer pedidos, como se o senhor fosse o gênio da lâmpada. Minha oração é a mesma, aquela que o senhor disse não ouvir, coisa em que acredito, ou seja, o que eu pediria para quem tudo me deu? Claro que tenho um coceira danada para pedir a cura de meu filho, mas suponho que isso faz parte, também. Assim, aproveito para agradecer-lhe por tudo e peço perdão por tantos furos que dei por essa vida.”
Um sorriso largo e maravilhoso estampou-se naquele rosto luminoso. E arrisquei uma pergunta:
– “E aquela luz que cega quem lhe vê, quando é que vai queimar meus olhos?”
Seu sorriso virou uma grande gargalhada, então. Colocando sua mão sobre as costas da minha mão que estava sobre a mesa, disse:
-“ Lou adoro seu jeitão de falar, de ser e esse seu olhar de criança carente. Sua riqueza é infinita, pois você me conhece como poucos. Siga em frente, meu caro. Esse sempre foi o caminho certo. A minha paz seja convosco.” Falou isso, levantou, beijou minha face e saiu.
Fiquei olhando-o caminhar na calçada da Rua XV em direção ao Largo do Canhão, através da janela, até ele sumir. Olhei para o guardanapo dobrado e arrisquei ler o que ele havia escrito:
-“Pague a conta, por favor.”
Outono de abril
Ainda me lembro quando a conheci
Como se já a conhecesse muitos anos antes
Anos se passaram, ainda não me
Esqueci dos momentos mais importantes.
Na escuridão perdida
Você foi a luz do meu caminho
Provocou-me cegueira
E não teve jeito,
Esse era o meu destino.
Noites de sabores
Mãos que me açúcaravam de carinhos
Eliminando o amargo de minhas dores.
Mas num outono de abril
Uma tempestade forte surgiu
A madrugada chegou
E o colorido de nossa primavera infelizmente desbotou.
" Após anos andando a esmo na escuridão, eis que encontro uma luz.
Para mim é uma luz tão forte que me faz correr atrás.
Porém quanto mais corro, mais distante ela fica.
Não entendo o motivo.
Então faço a única coisa que posso fazer: paro de correr e grito!
Clamo por toda energia que meu corpo tem e grito o mais alto que posso.
Mas ela continua distante, parada, como se estivesse me observando.
Paro de gritar e fico imóvel...
Após alguns dias observando essa tal luz, me dou conta:
Eu me apaixonei e tentei agarrar uma luz que não era minha e sim de outra pessoa.
Imploro a escuridão para que a luz se vá e não me faça sofrer mais...
Nada acontece....
Mais alguns dias se passam e então me dou conta do quão tolo sou...
Essa luz veio para ficar, mas não para ser minha.
Ela veio para me mostrar que uma luz descomunal há de chegar em minha vida e tenho que estar preparado. "
Tempo
Engraçado é seu modo, senhor tempo,
nos faz acreditar que ontem foi, o que já se foi a anos...
Toma partido de nossa corrida pelo dinheiro, para nos cegar.
Aí, se passam anos e anos, e a gente só percebe que você veio e foi tão depressa, que nos perguntamos aonde estávamos que não o vimos passar? E pior, o que fazíamos enquanto você passou por nós?
Você cobre nossos olhos com a neblina da vida, nos turva a visão com a correria diária. A vida melhor que buscamos, nada mais é que uma mentira contada pelo tempo, para nos nocautear. E quando acordamos para a vida, já se foram os anos de juventude, as tolices de adultos habituados a não ver o tempo correr, se passou o nosso tempo pra recuperar o tempo perdido.
O que nos resta são saudades de um tempo que nem vivemos...
ESPECTADORA
Eu poderia passar anos aqui... deitada na cama, frente ao ecrã. Da janela do meu quarto vejo a vida passar breve, sempre direta e nunca espera. Eu aqui deitada, o mundo lá fora e nada mais. O silêncio no meu espaço me faz ouvir apenas o ruído ao digitar, também consigo ouvir meus pensamentos. O quarto não parece vazio, apenas silencioso, até um certo momento, é quando perco a concentração. Algo me atrapalha, nesse instante volto meus olhos para janela; meus ouvidos captam sons em meio ao silêncio, posso ouvir delicados assobios, que saem como melodia, algo doce e suave. Congelo por um momento! Na tentativa de ouvir e sentir a pureza de um som tão singelo, porém grandioso; fui tomada por um êxtase e absorvia uma paz interna. Então, me dei conta que o aparelho já estava no chão, não dei importância. Continuei a ouvir aquela cantata. Eu não enxergava o ser, apenas o som que emitia, não havia imagem apenas notas... até que ao elevar meus olhos, eles vislumbraram a imagem que dançava aquela melodia. Eram brancas e cheias de formas, em um grandioso palco azul céu, repletas de formosura. Pude observa que estavam sempre no mesmo ritmo, acompanhando o coral de sons que me despertou. A valsa continuava, ou seria um tango? Eu fitei meus olhos nas dançarinas brancas, notei que se moviam mais rápido. Quando voltei o olhar já eram outras formas brancas, que se tornavam uma imensidão de faces e gestos, mas o palco continuava o mesmo. O som seguia no ritmo do princípio, os autores ou seriam intérpretes, pareciam não cansar. Fiquei ali parada, apreciando toda aquela magia de movimentos. Quando me dei conta, tudo parou! O silêncio se fez presente, a garganta estava seca. Quando me recompus, pude perceber que em minha volta só restava o meu eu, no meu espaço. E assim, como em um estado de transe, tudo não passou de um vasto... cochilo da tarde
JANAÍNA ARAÚJO
(Inspirado em Luan Batista)
Uma amiga especial sempre mexe com meu lado sentimental
Dez anos sem te ver
será que poderia um
dia te esquecer?
Isso jamais, pois
anos se passaram e você
continua meiga e bonita.
Com um sorriso que encanta
qualquer um, e eu creio que
sou mais um. Fiquei feliz
realmente em reencontra la e logo veio
algumas lembranças antigas, lembranças
antigas porém agradáveis, que me fez viajar
ao mais longínquo sentimento da emoção
no qual toda vez que rapidamente toca meu coração
ansiosamente lembro com paixão, que você amada amiga
Já tem um lugar reservado aqui no peito, que só quem
realmente marcou minha vida tem direito.
O que é ser médico?
É passar 5 anos fazendo uma faculdade, e depois ter a profissão mais bem paga do mundo, é usar um jaleco branco e ser o centro das atenções em tudo!!!!
Isso é o que todos pensam.
Mas, na verdade, é:
Um dom divino.
É abdicar da sua própria vida para estar em prol de um desconhecido que as vezes nem saberá ser grato por isso.
É acreditar além da ciência quando suas mãos não podem mais fazer nada.
É amar alguém que não é do seu sangue.
É ser impassível por fora quando está de luto por dentro.
É tocar, acreditar e examinar sem se enoja dos seus pacientes.
A vocês médicos que escolheu a medicina por amor e não por um diploma meus parabéns é grande admiração.
18 de Outubro dia do Médico!!
"ANTIGAMENTE" os relacionamentos duravam muitos anos e não 2, 3, 4 meses como agora.
A conversa tinha palavras e não emoticons, gostar era dar um abraço e não dar um jóinha ou um curtir na foto do perfil.
Conhecer melhor era sair juntos, e não pelo whats ou pela webcam.
Relacionamento sério era quando se apresentava ao pai e a família e não se apresentando ao mundo virtual, trocando o status.
Declaração de amor era fazer uma surpresa romântica, mandar flores, tudo ao vivo, não fazer um vídeo com fotos selecionadas aleatoriamente por um app..
Nada contra fazer "tudo isso" do novo, desde que não deixem de fazer "nada daquilo do velho".
Será que o AMOR esfriou?
Não, quem esfriou foram as "pessoas"
quando meu pai morreu aniquilei tudo que era sentimento que existia em mim, um jovem de 19 anos de idade, via minha mãe desesperada olhar para mim e perguntar, e agora, o que faremos? e os dias foram passando e as lágrimas escorrendo e eu sem pensar em nada, mas onde era escuridão de repente foi se aclarando e se tornando tudo mais transparente, e a minha fé em Deus ajudou-me a seguir e a pelo menos a viver, peguei com minhas mãos e joguei terra sobre o corpo de meu pai, naquele momento não enterrei os bons momentos e seus ensinamentos pois são vivos em mim, quantos momentos senti saudades e o esperei chegar na minha formatura e não o vi para abraçá-lo e receber seu beijo em minha testa como de costume fazia, resta ainda a lembrança, o amor, e a certeza que a vida se perpetua, se agarre, meu irmão, em Deus, chore em seus braços e retome com forças a vida, talvez seu pai não feche mais a porteira pra você ao ir embora de sua casa, mas,sempre estará escancarando seus braços para lhe receber em suas saudades e ausências... que Deus te abençoe meu querido e nobre irmão, força e fé.
mensagem ao amigo Antônio Batalha pelo falecimento de seu pai em 20/10/2017
O Casamento de Elisa e Randolfo
Elisa é uma Moça Jovem de 23 anos.
Trabalhadora. Estudante de Propaganda
e Marketing. Determinada, sempre
alimenta seu objetivos e ideias com foco.
Seu grande Sonho e Desejo é se casar com
Randolfo, a quem esta namorando há 3 anos.
Randolfo é um Jovem de 27 anos.
Verdadeiramente Apaixonado por Elisa.
Também é um Rapaz muito Trabalhador e acalenta
também o Sonho e Desejo de, com Elisa, se casar
e formar uma linda família.
O Sonho em comum dos dois, além de se casarem,
é de terem 2 filhos. Um garotinho com a cara do
Pai e uma linda menina com a cara da Mãe.
Finalmente conseguem marcar a data do Casamento
com a aprovação, umanime, que toda a família dos
dois e apoio de todos os amigos em comum.
Elisa, como toda Noiva, se engaja nos preparativos
do Casamento. Será o dia mais Feliz de sua Vida,
superando o dia em que conseguiu, com muito esforço,
entrar na Faculdade para fazer o Curso tão desejado.
Correrias para todos os lados nestes preparativos.
Organizar a Festa. Enviar Convites à todos. E o mais
importante, o confecção do "Belo Vestido de Noiva".
Depois de tantos preparativos e ansiedades pelo dia
mais feliz, eis que chega o grande dia.
O dia esta lindo, ensolarado, tudo já bem preparado.
Ela levanta cedo, ansiosa, corre para um Salão de
Beleza para ter seu "Dia de Noiva" com direito a tudo
que sonhara. Ao sair do Salão de Beleza, esta
irreconhecível...a mais Bela de todas as belas noivas.
Randolfo, por sua vez, se senti perdido diante de tantas
coisas a fazer neste dia de grande conquista, e um sonho
acalentado há tanto tempo, finalmente chegará o dia de
seu casamento com sua Amada Elisa.
O dia passa correndo, como se as horas quisessem voar.
E quando menos se espera, lá estão os noivos, rumo ao
altar.
Igreja lotada. Todos os parentes e amigos se fazem
presentes. Até a velha Tia de Elisa, Catarina, com sua bengala
e a língua afiada, esta sentada na primeira fila da Igreja.
No altar os Pais do Noivo, todos muitíssimos elegantes.
Do outro lado do altar, os pais de Elisa, orgulhosos pelo
grande dia da amada filha.
Junto a Eles, os padrinhos do noivo e da noiva. Todos,
também, muito bem trajados. As Madrinhas com vestidos
longos, todos na mesma tonalidade de cor.
Enfim, tudo estava mais que perfeito, estava simplesmente
MARAVILHOSO!
O Noivo entra na Igreja, cumprimenta a todos os convidados.
Abraça seus Pais e o Pais e Elisa. Toma sua posição
diante do altar aguardando a Noiva chegar.
Não demora muito, ouve-se de longe um murmúrio:
--- A Noiva chegou...a noiva chegou!
Clima tenso, finalmente a noiva chegará e a cerimonia tão
esperada e preparada iria começar.
Toca-se uma música de cerimonial de entrada da noiva.
Na porta da Igreja já se pode avistar a belíssima noiva
junto de seu pai...entrando na Igreja.
Passo a passo, vão entrando. Elisa visivelmente feliz.
A cada passo, faz movimentos gesticular, cumprimentando a
todos que vê ali, presentes em seu grande dia de felicidade.
Passo a passo, acompanhada e conduzida por seu pai...
finalmente esta diante do altar. Chegou, enfim, o momento
tão esperado de sua vida...seu CASAMENTO.
Elisa olha para Randolfo, com um olhar radiante, e o
acha mais belo de todos os noivos. Seu verdadeiro
Princípe Encantado, aquele que seguirá, para o resto de
sua vida ao seu lado.
Como Randolfo estava, para Elisa, mais belo do que nunca.
Isto só afirmará seu Amor por aquele Rapaz que estava
naquele momento, para se tornar seu Marido e Companheiro.
Três degraus são subidos para finalmente chegarem, Elisa
e seu Pai, diante do altar. Seu pai beija-lhe as mãos,
com lágrimas nos olhos, e toma sua posição diante do altar.
O Padre, já aguardando, cumprimenta os Noivos, Padrinhos e Convidados.
Faz um pequeno e breve discurso. Começa uma Missa Cerimonial de
Casamento e em seguida vira-se para Randolfo e lhe faz a
tradiconal pergunta:
--- Randolfo, você aceita Elisa como sua verdadeira Esposa, para
amar e respeitar por toda sua vida???
Randolfo sem pestanajar, de imediato, com um enorme sorriso no
rosto responde:- Sim Padre, aceito!!!
Em seguida o Padre se vira para Elisa e com as mesmas palavras
pergunta:
--- Elisa, você aceita Randolfo como seu verdadeiro Esposo, para
amar e respeitar por toda sua vida???
Neste momento Elisa fica pálida. Sua feição muda imediatamente.
Ela leva as mãos à barriga. As lágrimas começa a rolar por sua
face.
O Padre novamente volta a pergunta, mas Elisa parece não
conseguir ouvir as palavras do Padre.
Elisa se volta para todos no altar como se quisesse gritar
algo. Olha para seus pais, para o Padre, e novamente se nota,
uma nova lágrima escorrendo em seu rosto.
Dá uma rápida olhada para o belo e aflito Randolfo que nada esta
entendendo naquele momento, e se vira para os convidados amontoados
na Igreja.
Eis que inesperadamente Elisa grita:
Não! Não! Neste momento não!
E saí correndo pelos corredores da Igreja gritando:
Quero cagar! Que cagar! Cadê o banheiro gente! Quero cagar!
Conclusão Gente:
Neste Mundo somente existe um Comando Interno em nossas vidas.
Nunca existiu um Imperador, Um Comandante, um Governante ou
até mesmo um Grande Líder Humanista que, realmente, fosse tão
prontamente atendido.
Nesta vida, quem realmente manda e comanda, é o " CÚ "
Você pode estar fazendo o que for, onde for, e com quem for...
o " CÚ" mandou...você imediatamente Obedece!!!
Como se diria na velha Roma Imperialista:
Havemos o " CÚ ".
E tenho dito!
Aos 5 anos eu queria conhecer a cidade grande,
fui aos 7,
aos 14 anos queria ter 18,
fase difícil intempéries,
passei até os 23 pensando o que fazer,
aos 50 começou os sintomas de alegria por
ter conseguido o que sempre sonhei,
continuo sonhando pois não sei o dia
que deixarei de sonhar.
Sei apenas que a cada segundo minha
vida está direcionada ao meu EU...
e estou feliz com os resultado desta passagem.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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