Tambor
ROLETA RUA
Uma bala no tambor
Uma lágrima de dor
Uma bala na cachola
Simplesmente o matou.
Uma bala
Uma arma
Uma alma
Uma dor.
O giro no tambor
O medo, o pavor
O dedo no gatilho
A pólvora, o terror.
Uma bala no tambor
Uma bala o matou
Uma bala tirou a vida
De um pobre sonhador.
Tão bom, tambor
Da ancestralidade, criativa, natividade
Esperança, herança que de ti ecoou
Tão bom, tambor
Força que não cessou, mas do teu coro germinou
Tão bom, tambor
Tum, tum, tum
Tocou tambor.
Entre o cântico e o tambor: uma filosofia entre o Gregoriano e o Iorubá
Exu abriu os caminhos —
e com seus pés de encruzilhada, nos levou até esta pergunta:
O que é estar junto,
senão duas almas que aprenderam a habitar a si mesmas?
O que é o amor,
senão um espelho onde Ori reconhece Ori,
e o destino se curva ao gesto de permanência?
Antes de tocar a alma do outro,
mergulha na tua.
Desce os degraus do teu próprio abismo,
ajoelha-te diante de tua sombra,
e pergunta:
— Quem sou eu,
quando o silêncio me olha?
Porque amar não é possuir.
Amar é sustentar o peso do outro
com as mãos que já aprenderam a carregar a si mesmas.
Ìwà, o caráter,
é o solo onde floresce o vínculo.
Sem ele, tudo apodrece:
até a doçura, até a promessa.
É preciso tempo.
Tempo para decantar.
Tempo para conversar com tua ancestralidade,
ouvir os ecos do teu Egbé,
e deixar que Àṣẹ conduza os gestos
ao ritmo da tua verdade.
Conhece-te.
Aceita o teu caos.
Abraça teu corpo como templo e teu espírito como rito.
Não exijas do outro aquilo que tua alma ainda não é capaz de ofertar.
Não prometas o céu, se ainda chove dentro de ti.
Relacionar-se não é preencher um buraco —
é celebrar o transbordo.
Porque, se não há plenitude em tua solitude,
haverá apenas ruína na partilha.
Melhor seguir só,
inteiro em tua solidão,
do que acompanhado,
mas vazio de ti.
Exu não responde com respostas.
Ele oferece caminhos.
E cada escolha é uma oferenda ao próprio destino.
Racismo: meu coração tem a pele negra, que serve como tambor, onde o som ecoa tal qual poder de raças e etinias. Nascemos dentro de uma história de liberdade. Quem é você e quem eu sou? Um ser pensante não olha corpos nem cor. A sombra tem consciência: juntos somos mais fortes. O que passou foi um rascunho.
POEMA
O que é que é poema?
Será samba sem tambor?
Ou um rock sem guitarra?
Será prece sem louvor?
Ou é canto sem coral?
É cura pra todo o mal,
um remédio para a dor.
Eu vou tocar a trombeta
e o tambor,
Erguer alto a bandeira,
ser o portador
Da notícia alvissareira:
Chegou o nosso libertador!
Beija essa flor, que essa flor é Margarida
Bate “tambor de morena” pra nossa damurida
É que a gente se deu o maior amor do mundo
Pra se amar, pra se cheirar, pra se beijar, e ser fecundo
Quando eu aprendi a interpretar o que foi dito nas entrelinhas, parei de tocar tambor para maluco dançar.
E acredite, me fez um bem danado!
Vivo a Paixão
Sou chama acesa, intensa e vibrante,
Meu coração pulsa como um tambor retumbante.
Na dança da vida, entrego-me sem receio,
Com alma em brasa e o coração em devaneio.
Cada toque, um fogo que arde,
Cada olhar, um sonho que invade.
Vivo a paixão em tudo que faço,
No riso aberto e no abraço.
Sou tempestade e calmaria,
Um vendaval de pura energia.
Não sei amar pela metade,
Minha vida é feita de intensidade.
Onde vou, deixo faíscas no ar,
Porque nasci pra viver e amar.
Assim sou eu, sem medo de errar,
Apaixonada por tudo, disposta a arriscar.
SimoneCruvinel
Nas águas do tempo, o tambor ressoa
No ventre da noite, o açoite rasgou,
mas a chama acesa nunca apagou.
Dos becos da dor, dos gritos calados,
nasceu o axé, forte e sagrado.
No giro da saia, no toque do chão,
ecoam os cânticos de consagração.
Dos terreiros erguidos com fé e suor,
a tradição resiste, dança e maior.
Dia de lembrar, dia de sentir,
a força que o vento não pode extinguir.
Do Ilê ao quilombo, do corpo ao cantar,
a herança africana segue a pulsar.
É dia de honrar quem nos antecedeu,
quem plantou a raiz e nunca cedeu.
Que o 21 de março seja sempre farol,
lumina o caminho, aquece o sol.
Roubaram-lhe a voz, o canto, o tambor,
Rasgaram-lhe a alma, negaram-lhe o amor.
Roubaram-lhe a religião, os deuses da terra,
Substituíram a paz pelo fogo da guerra.
A africana oprimida, de olhar profundo,
Carrega nas costas o peso do mundo.
Perderam-lhe a história, sua origem, seu chão,
Escreveram mentiras em sua tradição.
Negaram-lhe os orixás, os ritos, a crença,
Chamaram de errado o que era essência.
Trocaram os altares por cruzes impostas,
E apagaram memórias nas noites mais hostis e frias.
Mas dentro dela a chama persiste,
Uma força ancestral que nunca desiste.
Na dança, no canto, na terra molhada,
A história perdida nunca será calada.
Africana oprimida, mas nunca vencida,
És a raiz que sustenta a vida.
E mesmo que tentem roubar-te o destino,
És a semente que floresce em seu hino.
Nada agrada mais aos deuses que a batida de um tambor!
Nada mais evoca os deuses que as batidas dos tambores!
É uma boa batida de tambores que exalta quem as ouve, Humanos e Deuses entram em congruência e saúdam e tornam-se UNOS numa reconhecível e boa batida de um tambor
Shalom
Salamaleikum
Saravá
Avé
مرحبا---marḥaba!
Namastê
O verdadeiro amor habita além da dor, do sabor, do odor, da cor, do calor e até do tambor. E apesar dele ser sensível, ele é uma sensação além do sentido.
Sinto seu chamado
As ondas suaves batem como um tambor
Ouço sua voz na costa, e isso parece um lar
- Queen of the Seas
Quando eu entendi que não devo tocar tambor para maluco dançar, minha vida melhorou sensivelmente. Hoje sou de quem me quer e como quer em sua vida.
Nem bom e nem ruim, apenas recíproco.
Tambor vazio faz muito barulho a pessoa inteligente fala pouco e tambem baixo mais quem não sabe grita para todos saberem que ele sabe. mais não sabe.
Em Salvador na Bahia, o povo gosta de uma batucada assim, som de tambor da África, fala, grita, percussão.
