Coleção pessoal de silvestre_kuhlmann

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⁠O Deus que em majestade
Criou o relâmpago e a tempestade
Entrou na história humana
De maneira calma, amena,
Veio de forma tão mansa,
Feito pequena criança,
Se não fosse assim
Seria certo o nosso fim.

⁠Esta é a mais bela poesia:
Ver o Rei numa estrebaria;
Esta é a mais bela poesia:
O Deus onipotente
Dependente do colo de Maria,
Esta é a mais bela poesia!

⁠Antes que o anseio
Se transforme em medo
Antes que o receio
Se torne em pavor

Todo dia cedo
O dia todo cedo
Para o meu Senhor.

⁠A pena se apequena,
O verso se dispersa,
A melodia e a harmonia
Não sabem traduzir
O riso e a alegria
De um coração que canta
Quando a Presença Santa
Dele se apossou.

⁠É só pó
misturando os antigos
Aos incautos,
aos maiores inimigos;
Misturando o pobre e o rico,
Enxertando o feio no bonito.

⁠Amassai feito banana
a curta cultura humana,
Espremei desesperados
gota a gota
Os postulados, teoremas
e tratados de uma vez.
E vede se esse sumo
mata a sede devida.

⁠Que o caminho seja o mais belo,
Que a relva seja a mais verde,
Que o conto semeie eternidade,
Que a brasa ilumine,
que a nuvem deságüe;
Que o poeta faça valer a pena,
Que a alma não seja pequena.

⁠Como conto que se conta brevemente,
Como sombra que se vai ligeiramente,
Como sopro que se abranda
e logo cessa,
Como relva que floresce e cedo seca;
Assim passa a vida da gente.

⁠Chorar com os que choram
Cristo manda
E Ele fez-se humano
e aqui desceu;
Por isto faço minha
esta demanda

⁠Eu não posso fugir,
aonde eu for Ele vai me encontrar,
Perseguiu-me com calma,
tocou-me na alma
e mais...

⁠Nós, indignos, declaramos
Tua dignidade,
Nós, pecadores, adoramos
Tua santidade,
Nós, teus filhos, nos alegramos
por Tua paternidade,
Nós, carentes, agarramos
o Deus da nossa necessidade.

⁠Bela é Belém da Judéia,
Bela é Belém do Pará;
Mais bela é a cidade
Em que eu irei
com Cristo morar.

⁠Um barco na tormenta,
Um grande temporal,
Não lhe atormenta.
O que lhe pode fazer mal?
Descansa!

⁠Quero voar,
não tenho asas;
Poesia, asa ritmada,
Vem e me acode,
sacode o pó,
Me tira do chão!

⁠Nós somos apenas
pó e penas
Mas temos um bico
e lhe daremos louvor rico.

⁠Cantemos ao Deus
Que de sua glória se despiu
Cantemos ao artista
Que este mundo esculpiu
Cantemos de novo
a Quem formou galinha e ovo

⁠Subi no morro
Rápido pra cachorro
Não fui para uivar
Mas para louvar ao Deus
que não me tratou feito cão
Me amou, de tal maneira
Que me tirou da coleira
E encheu meu coração

⁠Movimento de acrobata, exato;
Se a vida é por um triz,
Entrego ao Deus atento.

⁠Se como o ferro
com ferro se afia
Afia o homem
a seu amigo,
Isto hoje te digo:
Podes me amolar!

⁠Assim é bom ver o povo
Na mais completa união
Na alegria da mesa
Na poesia do pão