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Mãe
Mãe é mão estendida por entre o tempo.
Cantiga que ressoa no ir e vir do percurso.
Acalanto que fica na vivência erguida.
Braço estendido para além do sim e do não.
Embora se cresça em tamanho e fazeres,
Mãe é farta em entremear escolhas,
Deixando-nos o amar sem punição,
Que nos faz ser em cada acolhida.
Mãe é terra que em nós frutifica,
Tornando-nos sementes de superação.
É voz que fica na memória sentida,
Tramada de ternura no balbuciar da vida.
Mãe é ventre que embala o que nasce.
Que do pão se reparte mesmo que falte,
Como fermento de amor que sempre fica.
Mãe é palavra maior, que se entrelaça no coração.
"Mãezinha querida, ainda em seu ventre, posso sentir as vibrações de amor que me envia, e através desse sentimento tão gostoso que chega aqui, me encho de alegria"
Ventre do Sentir
Não fiquei a colher a flor,
desnuda entrega de tua voz.
Adentrei-me, avesso ao passageiro.
Desejei-me morada em tua raiz.
Quis ser lamparina,
respiro brotado por entre tuas mãos
no pulsar candente de tuas veias:
- Eis-me: Habitado pelo ventre do teu sentir
Nos murmúrios do vento, domino o silêncio,
Ecoa a brisa da saudade no meu peito. Trago comigo das eras a missão do poema, a urgência grávida de erguer pirâmides no teu ventre.
Anseio salivar a tua doce presença,
Entre ruínas de versos e desejos insatisfeitos.
Ninguém me ensinou a ser tolo, a girar como uma roda de um moinho, mas espreito pelas costuras da vida, à procura dos peixes, dos arco-íris que brilham nas tuas pálpebras, como uma criança abandonada.
Tenho asas e não voo, guelras e só respiro por meio das palavras, dos verbos.
Nos teus peitos cravei estacas para marcar os campos da fome, os limites das baías tristes dos teus cabelos, onde naufrago como um cacto no deserto.
E nas falésias, uno-me às marés e aos ventos, como as antigas caravelas extintas do meu país.
Nem sereias, nem canções, nem moradas, nem lamentações.
Ser poeta é definhar a cada dia, envenenado como um gato vadio que se espuma pelas ondas.
Quem nunca...
JOVEM! NÃO FAÇA MAL A NINGUÉM!
Quando você era feto no ventre da tua mãe, não tinha força para fazer mal a alguém!
Eventualmente, quando você for velho com cento e vinte anos de idade, não terá força para fazer mal a alguém!
Então, não será irracional a tua preferência de lhe fazer mal?
Contudo, ele prefere não te retribuir por mal nem fazer mal a ninguém, apesar de ser também jovem com vigor físico!
Eu carrego em mim todas as minhas ancestrais, eu reverencio a herança deixada por cada uma delas em mim.
A vida é infinita, os laços que nos unem não se cortam mesmo diante da morte.
Nosso Deus, criador de toda a beleza,
Teceu-nos com amor em Sua destreza.
No ventre materno, nos formou com ternura,
Para vivermos eternamente em Sua altura.
Sua criação revela Seu poder imenso,
Céus estrelados e oceanos imensos.
Mas Seu maior dom, a salvação Ele concedeu,
Por meio de Jesus, em quem a redenção se deu.
Seu amor divino, em Cristo se manifestou,
Na cruz, Sua graça e misericórdia resplandeceram ao fim.
Ergueu-nos das cinzas, trouxe vida em plenitude,
Em Seu amor infinito, encontramos nossa virtude.
Como notas suaves, Sua voz ecoa em nós,
Através dos tempos, Sua graça se refaz em compassos.
Nosso destino traçado, viveremos em comunhão,
No abraço eterno de Deus, encontramos nossa redenção.
Oh, quão bela é a jornada ao lado do Pai,
Em Seu amor, nossos corações se desatam em alegria.
Criados para vivermos para sempre com Ele,
Em Seus braços, encontramos a paz que nos impele.
Assim, que nossas almas se elevem em adoração,
Ao Deus que nos formou com amor e perfeição.
Viveremos em Sua presença, em eterno louvor,
Pois somos Seus filhos, amados por Seu amor.
É no ventre da palavra amor que são gestados os sentimentos mais bonitos que Deus em sua infinita sabedoria foi capaz de criar. Nenhuma outra palavra tem espaço suficiente para abrigar tanta beleza.
Gênese Poética
Cada poema de um escritor é como um filho que foi gestado com carinho em seu sagrado ventre poético. Às vezes, o processo de gestação é demorado, outras vezes não. Quase sempre o parto é natural e sem nenhuma dor. No instante do nascimento, se cria um vínculo emocional eterno entre o poema e o seu autor. Vínculo este que nem o tempo desfaz. Depois de parir, a escolha do nome é um dos momentos mais emocionantes, seguido do registro em seu nome. Como toda mãe zelosa, um escritor não admite que toque em seus filhos. Se quiser arrumar briga com ele, pelas próximas dez encarnações, basta tocar em um fio de cabelo do seu filho. Então, não tente tomar para si um poema dele.
A paciência para existir dentro de uma pessoa, não pede endereço, não pede credenciais, não pede idade e nem diplomas, apenas o pouco de paciência que já adquiriste desde o ventre materno.
Abençoado seja o ventre materno que sabe acolher uma outra vida, traçando antecipadamente todos os cuidados, elaborações e sentimentos amorosos à serviço do crescimento da vida, da educação dos filhos e da comunhão familiar, porque destas lindas e frágeis criaturas ela, na função de mãe, rainha do lar, é capaz de torná-las, através de seus braços, esforços e sábios conselhos, homens e mulheres fortes, úteis e valorosos à nossa sociedade, uma geração carente de felicidade, de valores e nobres realizações sociais.
Gêmeos
"Há algo em mim que não é meu.
Há um fôlego que continua a me oxigenar mesmo depois que meu corpo se rendeu.
Há uma força que impulsiona quando as minhas pernas já não se movem.
Há uma bondade que compartilho que essencialmente não é minha.
Quando escrevo, não sou um, mas dois.
O que dita e o que redige.
O que é, e o que gostaria de ser.
Eu e você.
Sou o religioso e você a espiritual.
Eu lagarteio, enquanto você borboleteia.
Faço poesia pela minha incapacidade, de como você,
viver poeticamente.
Temos o mesmo DNA, os mesmos dias de vida
ainda assim você é muito maior do que eu.
Dividimos apenas o ventre não os predicados.
Minha esperança é, que ser você seja inevitável também para mim.
Ao vê-la percebo tudo no que posso me tornar.
Somos o Já e o Ainda Não.
Como semente que possui em si todo potencial de uma bela e frutífera árvore,
mas ainda não é arvore.
Você é arvore, você é já, eu... ainda não.
“Mãe tem o ventre que não cicatriza e o coração que não despeja, para que o filho sempre seja seu inquilino.“
Se o pensamento cria a realidade como você ainda não se materializou?
Na ausência do material o imaterial tomou lugar. Meu pensamento criou asas e foi te visitar.
Pensamentos felizes esse é nosso segredo.
O papel é o meu passaporte para o nosso lugar.
No lá... já existimos e o somos o que quisermos. A poesia é o nosso ventre.
Mente livre, ventre livre
Não era liberdade completa, é certo
a lei mantém a condição de objeto.
A liberdade não veio das mãos de quem
escravizou. Nem escravo, nem livre foi
o que o negro se tornou. Mas a liberdade
caçou seu jeito de acontecer. Quando o
ingênuo viu que a verdadeira alforria era o acesso ao saber.
Mãe é verbo
Mãe é verbo.
Na língua da eternidade,
o feminino de Deus é silêncio grávido,
é oração de nove luas,
é evangelho que se derrama em leite.
E o Verbo se fez carne.
Não apenas carne —
mas ventre,
e, na tessitura de sangue e espera,
aprendeu a amar antes de saber o nome do amor.
A Mãe —
quarta pessoa da Trindade,
ausente nos púlpitos,
presente em todos os partos.
É ela quem cria o Deus que vai chorar no mundo.
A teologia não sabe,
mas o coração conhece:
Deus ensaiou o milagre da vida
no corpo que aceitou perder-se
para que outro existisse.
Todos são filhos.
E, por isso, antes da cruz,
houve um útero.
Antes do sacrifício,
houve uma mulher dizendo “sim”
com o ventre e com a alma.
Fruto do ventre, mas educada e moldada pela vida.
Sou perfeita com todas as minhas imperfeições, e sou exatamente quem estou destinado a ser.
Nada escapa ao olhar do nosso Deus e Pai Celestial, que conhece cada detalhe da nossa existência, desde o ventre materno até o nosso último suspiro.
Lei gradual pra viver só recebe se dou, porque quando carente e desejoso já estou em debito, sendo assim até o Universo me suprir outra vez padecemos.
Portanto esteja grato e SEMPRE!