Tag moderno
O vulgo, invariavelmente, perpetua a sua inclinação em alardear a "morte" simbólica de heróis, buscando, equivocadamente, evitar a contemplação de sua própria mediocridade. Os apedeutas, mergulhados na carência espiritual, lançam-se mais uma vez em uma busca por um bode expiatório ou alguém que os eleve, ainda que ilusoriamente, à medida que elegem frequentemente figuras de maior estatura para este propósito.
A paz é enlouquecedora
Nos tempos modernos muitos a temem e muitos a querem
Para os que temem ela representa o nada, a calmaria, a contrapartida do que o mundo é agora
Para os que desejam ela é o maior tesouro, só achado no lugar mais escondido dos confins do planeta
É fato que a paz pode ser usada tanto para o melhor quanto para o pior, a decisão cabe para quem a encontrar
Aquele que mantém sua mente à deriva na podridão das águas pestilentas do mundo moderno, deteriora-se sem nem perceber.
Imaginem que agora, no Ocidente, a nossa virtude mais fundamental é REJEITAR qualquer reflexo de sobrevivência na tentativa de nos protegermos contra ideologias que exibem uma animosidade perfeita em relação a nós. Em vez disso, celebramos essas ideologias e procuramos transformar as nossas sociedades em imagens espelhadas de países onde essas ideologias dominam. É o derradeiro parasita da mente coletiva civilizacional. É a derradeira tragédia grega. É o Seppuku coletivo, embora desprovido de qualquer honra ou dignidade (...) A maior tragédia que a humanidade já viu, porque é totalmente autoinfligida devido ao pensamento parasitário e à empatia suicida.
A evolução social faz nascer direitos e obrigações na sua transversalidade; de mera coisificação a animais sencientes, cada vez mais o legislador tem a obrigação de adaptar as normas jurídicas às relações sociais. Os animais sencientes sentem amor, dor, emoção, alegria e outros sentimentos, além de transmitir segurança, lealdade e carinho aos seres humanos. Talvez, o único pecado inocente dos animais sencientes é acreditar cegamente nas atitudes imprevisíveis dos homens pensantes, de atitudes atrozes. O novo modelo conceitual de família contempla a necessária presença dos animais na vida social, e tanto isso é verdade, que no direito de família é cada vez mais presente o instituto da guarda compartilhada nas separações de casais; proposta de licença luto na legislação trabalhista por morte de determinados animais também tramitam no Parlamento pátrio, de forma que fechar os olhos para a nova realidade social é atestar a ausência física do mundo moderno.
No mundo moderno, na era tecnológica, muitos de nós estão se tornado cada vez menos criativos e estão perdendo, cada vez mais, a capacidade do cérebro. Se não soubermos dosar essa dependência, só nos restará nos contentarmos em seguir pessoas nas redes sociais, conversarmos com máquinas, sermos guiados por sotfwares ligados a satélites e, o mais triste, ficarmos de olho na tela de um celular ao invés de buscarmos interação com nossos familiares, enquanto fazemos uma cotidiana refeição. É triste vermos o desespero e a ansiedade das pessoas quando cai a energia ou cai o sinal da internet. Precisamos assumir o controle do mundo real. Se seguirmos por esse caminho virtual, nem precisaremos ler a página seguinte desse livro. Até porque, os bons livros não estarão mais sendo escritos, pelo simples fato de não haver leitores intressados, e serão escassos os grandes escritores.
Haja o que houver mas nunca coloque a carreira acima da família e do amor verdadeiro. O mundo moderno necessita do caos eternamente, mas a sua vida não.
Como um filósofo que analisa há décadas o mundo, compreendo que o transtorno narcisista é uma disfunção inerente ao ser humano que já é mau, no entanto, isso é intensificado ainda mais pela sociedade capitalista liberal e pelo Imperialismo, por meio do individualismo burguês. Sendo assim, é algo que devemos aceitar que existe, já que as únicas formas do mesmo ser extirpado completamente seria uma sociedade sem classes, com um Transumanismo aplicado totalmente numa sociedade do comunismo, ou através de um apocalipse cristão. Portanto, não tenham ilusões.
"O homem pós-moderno,
é um homem que entende
das telas e das redes,
mas desconhece a imagem da vida".
Dificil amar nesse devasto mundo
De atritos e tensões
Caos e inúteis sensações
Vazio de sentimentos
Vazio de conexão mística que provoca pulsar ardente
Fica preso a teoria da solitude é o que resta.
Com que ferro fere?
Com que ferro quer se ferir?
Estive com a febre
E me pediam pra sorrir
E então sorria o dente amarelo
Num gesto tão belo e tampouco sincero
Num ato moderno de abraço ao caos
Que instala o interno de seu hospital
Fraterno é o erro de tal
Fraterno é o erro de tal
Bem-vindos à modernidade
Vivemos novos tempos. Tempos dito modernos ou contemporâneos, tempos de mudança e transformação. Tempos de inversão de valores, perda de princípios morais e éticos e afastamento de Deus.
Tempos de sexo fácil e amor difícil.
Tempo de corpo belo e alma feia.
Tempos de copo cheio e alma vazia.
Tempos de corpo sarado e mente doente.
Tempos de bandidos soltos e cidadãos de bem presos atrás das grades da própria casa.
Tempos de muitos contatos e poucos amigos.
Tempos de diminuição da fé e aumento da solidão, depressão, angústia e ansiedade.
Tempos de famílias juntas na selfie perfeita e separadas por quilômetros de ausências dentro de uma mesma casa.
Tempos de fartura de celulares, tablets, lep tops, jogos eletrônicos e escassez de livros.
Tempos de variedade na mesa e falta de vitaminas no corpo.
Tempos de muito tempo nas escolas e pouco aprendizado na mente.
Tempos de apreço das marcas e grifes e desprezo do diploma.
Tempos onde a beleza é prioridade e conforto é deixado em segundo plano.
Tempos de rapidez tecnológica e lentidão dos serviços de saúde, educação e transporte.
Tempos de encurtamentos das distâncias e distanciamento de Deus.
Tempos de pais ocupados demais e filhos com muito tempo sobrando.
Tempos em que tudo se arruma com cirurgia plástica, mas o caráter fica cada vez mais distorcido.
Tempos em que o professor faz papel de pai, enquanto o pai curte descompromissado a sua vibe.
Tempos em que as crianças são estimuladas a se tornarem adultos precoces, ao passo que, os seus pais decrescem dentro da síndrome de Peter Pan.
Tempos onde as mulheres trocam filhos por amores virtuais cada vez mais passageiros.
Tempos de muito barulho e pouca música.
Tempos de muitos presentes aos filhos e pouca presença.
Tempos de muitos parceiros e nenhum compromisso.
Tempos de redes sócias cheias e teatros, cinemas e bibliotecas vazias.
A verdade é que, mais do que tempos modernos, vivemos tempos de destruição e desprezo do que tem valor e de uma supervalorização do que tem preço.
É feliz quem tem muitas historias e sorrisos espontâneos para contar, e nenhuma necessidade de provar que é feliz.
Primata Moderno
Eu estava bem no meu sossego da manhã de sábado, exercendo o meu compromisso afetivo diário com um pouco de leitura útil; estava lendo as primeiras cinquenta páginas de "Uma Breve História do Mundo", do historiador australiano Geoffrey Blainey.
E então, fui subitamente interrompido pelos berros insolentes e vexatórios de uma jovem filha adulta e dona de casa, que agredia, constrangia e intimidava verbalmente a mãe idosa que mora com ela, conspicuamente debilitada.
"Vai tomar no c*", "vai se f****" e "veia chata do c******" foram as palavras de ordem. E sucederam-se coisas piores! E ainda continuou!...
Depois de todo esse aviltamento, não consegui mais me ater à minha meta diária de história útil; hoje, ironicamente, sobre o ser humano.
Ser inconvenientemente resgatado da imaginação de 2 milhões de anos atrás, quando primitivos caçavam nozes em colônias de família, e trazido de volta para a realidade das famílias de hoje, é grosseiro demais para qualquer primata moderno com alma e espírito.
(Edilson Costa, 6 de Junho de 2020)
Quando soube desta experiência, soube que era a minha cara. Era o oposto do que o namoro moderno se tornou.
(Matt)
É importante notar que, nas plataformas digitais, prevalece uma noção de tempo baseada no imediato. Tudo ocorre no "aqui e agora", em ciclos curtos de atenção e reação. Já a democracia liberal, como a conhecemos, é fundada em processos que exigem tempo: tempo para o debate, para a deliberação, para a construção de consensos. Ou seja, é um sistema ancorado em procedimentos que só fazem sentido se houver disposição para esperar, ponderar e negociar.
Além disso, a subjetividade contemporânea — marcada pela valorização moderna das emoções — coloca o sentir acima do pensar. Assim, toda fala torna-se, antes de tudo, uma afirmação do eu, uma forma de autoafirmação identitária.
As plataformas digitais revelam e criam um tipo de sujeito que é incompatível com o sujeito suposto pela democracia liberal — aquele sujeito capaz de fazer a separação entre dever e desejo, o dever na esfera pública e o desejo na esfera privada. Esse sujeito é quem realiza um tipo de discurso e paixão que permite o processo de mediação dentro do direito e da justiça. Essa capacidade de mediação é fundamental para o funcionamento da democracia liberal, que depende do compromisso racional e do respeito às regras coletivas.
No entanto, a dinâmica das plataformas, ao favorecer a expressão imediata e identitária, tende a diluir essa separação. Estimula a emergência de coletivos que se formam mais por identidade e emoção do que por programas políticos ou acordos institucionais, fragilizando assim o tecido do debate público tradicional. Como consequência, presenciamos o enfraquecimento dos partidos tradicionais e o fortalecimento de formas de organização política mais fragmentadas e baseadas em identidades, que ganham cada vez mais força.
Nesse contexto, a política, que depende de negociação, mediação e compromisso, se fragiliza. Afinal, não se negocia com o eu: ele não aceita ser questionado ou relativizado, pois reivindica validade por si mesmo.
Essa característica das plataformas digitais cria um tipo específico de coletivo: não um coletivo fundado na convivência de diferenças, mas sim um coletivo pela semelhança, pela concordância imediata. É, de certa forma, o oposto do projeto da democracia liberal, que surgiu justamente para estabelecer procedimentos comuns capazes de conter conflitos sectários — como as guerras de religião — e possibilitar que pessoas discordantes pudessem coexistir.
