Tag escuta
O entendimento da palavra declarada pode fazer tudo mudar em relação ao outro e a nós mesmos. Mas, a nossa declaração só é entendida quando alguém nos ouve com atenção. Todos nós temos uma necessidade de sermos ouvidos, mas infelizmente são poucos os que sabem praticar a verdadeira escuta.
Para aprender algo ou entender o outro é necessário calar e ouvir. O silêncio tem um valor imensurável. Quem conversa demais não ouve bem e não percebe o que está a sua volta.
Somente quem tem a calma necessária consegue ouvir o não audível. Isso é possível quando “se ouve” o outro além da sua voz. Quando isso acontece é possível perceber seus medos, sentimentos e queixas silenciosas.
Quem não tem esta calma ouve apenas as palavras pronunciadas pela boca, não ouve os desejos e opiniões reais do outro.
O inaudível é algo valioso e essencial.
Quer ser ouvido (a)?
Procure um psicólogo (a).
Conversando com “amigos”, você começa a falar e logo é interrompido pelos pronomes: Eu, meu, minha.
Ninguém é vidente. Portanto, se você quer que o outro te compreenda e talvez te ajude, fale o que você está sentindo.
Você até pode ajudar o outro ouvindo seus problemas com uma escuta ativa, mas, deve se blindar, entendendo que o problema não é seu. Quando você ouve e se envolve com o problema dos outros você acaba consumindo toda a sua energia e você pode adoecer.
Não há verdade, senão a individual e a certeza que DEUS existe. Entretanto, não esqueçamos que a história é forjada na convivência e só evolui na soma de opiniões!!
Não se cale, fale, mas também pratique a escuta, ela é a chave da evolução
O Saber Não Grita
Não fales alto,
se o que tens no peito
é só o eco do vazio.
O que gritas
são móveis partidos
de um sótão esquecido,
falsas certezas
com cheiro a mofo.
Prefiro o silêncio
do que leu e guardou,
não para vencer a discussão,
mas para entender o mundo.
Há em cada estante
um tempo escolhido
para não responder,
para ser livre
da necessidade de ter razão.
Não te imponhas:
quem precisa de gritar
já perdeu.
Ser é deixar estar.
Pensar é não temer
o que não se diz.
Muitas vezes falamos sem realmente prestar atenção ao que dizemos.
Quando alguém nos repete o que falamos, isso nos dá a oportunidade de refletir sobre nossas palavras.
É uma forma de autoconhecimento através do feedback proporcionado pelo outro.
A noite escuta o mote afeiçoado
ao Céu que sobressai do varandim:
um cante com um mote apaixonado,
no amor do Anastácio Joaquim.
A bela cede ao cante, à bela prosa,
ouvindo os provençais no trovador;
um mago, um dom Juan, um Rubirosa,
que inflama os altos versos do amor.
Apruma a sua voz pela planície,
num modo açucarado e tão sucinto,
e enquanto diz da vida o que não disse,
traduz a inspiração de um Borba tinto.
O tom em dó maior - forte e conciso -
aflora a rouquidão que não lhe acode,
e diz: amor... amor…, nesse improviso,
por entre as largas pontas do bigode.
A bela afaga o nardo, emocionada,
com a voz que se evapora no relento,
e entre uma janela escancarada,
recolhe aos cobertores do aposento.