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Pequenas epifanias " Extremos da Paixão"
No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, é careta. Embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio. Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira:compreendo sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe,berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo entre esses dois portos gelados da solidão é mera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o terno do perecível, loucos.
O Estado de S. Paulo, 8/7/1986
“O mais belo sorriso não é o da princesa
Que se escafedeu sabe se lá para onde,
Mais, sim, o seu. Que sorrir agora
Como se fosse uma flor que
Acaba de desabrochar
Entre as mais belas
Do jardim”
O vento sussurra atravessando por entre as árvores
Pássaros fazem um balé no ar
O sol que prontamente invade o céu
Se esconde nas nuvens deixando a chuva lavar…
Quando não conseguir ver a luz
Não entre em pânico
Para vencer as turbulências
Só é preciso enxergar com o coração
E continuar andando…
O amor não precisa ter como objeto um ente, tal qual ocorre no arquétipo romântico. Pode-se concentrar, também, todo o seu poder sentimental em um caro objetivo, em uma Luta. A Luta é a jornada de um indivíduo para concretizar o maior de seus desejos, aquele escolhido dentre todos os outros como sendo o mais puro e necessário, o mais benquisto pela alma.
Carregas o teu ser, com o que tens de positivo nesta vida,
lembre-se que toda oportunidade, por mínima que pareça,
você pode transformá-la em um grande espetáculo, tudo só
depende da forma como tu enxergas o que há ao teu redor.
Toda pedra, por mais bruta que se apresente, pode mostrar seu brilho após ser lapidada.
Construa palácios, edifique teus sonhos, deixe sua mente criar asas, e assim alçar voo, rumo ao infinito onde nossos pés não podem alcançar.
"Recolha todas as pedras", monte um degrau por vez, e quando todos acharem que irás cair, você estará pronto, para subir e se erguer, mais uma vez.
_____ Beto Gávea, In Diamante Negro 11/09/2015
Oculte-me por uns instantes de teu pensamento.
Este é o meu momento, irei mergulhar no infinito do meu ser,
contemplar minha essência, e me despir das turbulências do cotidiano.
E quando voltar, talvez não me reconheças, não serei mais eu mesmo aos teus olhos, serei quem sempre fui,
mas tua irrelevância nunca te permitiu ver-me como sou de fato, abstenha-se !!
Não precisamos moldar marionetes, para que sejamos notados, nossa áurea flui na simplicidade de nossos passos, poucos enxergam.
Eu vi a luz do sol inebriando a pele nos convidando para um novo dia.
Senti uma força imensa se renovando com esta energia, e pude por fim compreender que viver pede mais que isso, pede afago, carinho, uma palavra, ou até mesmo um simples gesto.
Caminhei por estradas até então nunca conhecidas, senti a essência da bondade no olhar de uma criança que só queria colo, e vi a dor do ser humano que entre lágrimas sorria para esconder seu desalento, admirei a força dos ventos que empurram as ondas a beijar a praia em uma noite linda de luar crescente que transformava a água em uma dança que refletia nas estrelas...
E isso foi estonteante!!
E assim percebi que não seria claro todo meu aprendizado se não pudesse dividi-lo com pessoas únicas a quem sempre poderei chamar de amigos como vocês.
Meu carinho eterno, muita luz sempre...
Beto Gávea - Reflexos da vida.
Entre paredes
Eu perguntei para ela: Qual seu nome?
Ela, para minha surpresa, não respondeu
Paredes não falam
Paredes escutam, mas paredes não julgam
Eu perguntei para ela: Porque sou tão errado?
E ela, para minha infinita surpresa, me respondeu com um grato silêncio.
Paredes são sábias.
Entre a migalha e o ouro
É que mesmo confesso e não me canso.
Aliás cansado fiquei.
Quando no esgoto fétido trafeguei.
Tanto, tanto gritei, chorei, dolorido, sangrado fiquei.
Onde estarás tu Senhor, consolador manso.
Pedi, clamei, supliquei.
Oração, clamor, humilhei.
Não chegava, morria todo dia.
Era triste, todo mundo via.
Uma alma abatida sofria.
Foi quando a migalha implorei.
Senhor, senhor, olhe este filho abandonado.
Que nem mesmo os cachorros querem ficar do lado.
Olhe Senhor, sufocado em ardentes fornalhas.
Calafrio ardente, corte de navalhas.
Oh Senhor, suplicando, um pouco das tuas migalhas.
Hoje escuto o que meus ouvidos desprezava.
Assim dizia o Senhor.
Quero pra ti o ouro depurado.
O diamante jamais achado.
Filho, vens a mim.
A diadema mais cara.
O que tennho aos meus amados não é obras platônicas.
Da terra prometida, da terra mais rara.
Tua mesa farta.
Jaspes Sardônicas.
Cristal cobiçado, ao coração ousado.
Que não se envergonha em bater a porta, chamar, pedir, buscar.
Contempla a mim com zelo.
Tudo se fará.
Giovane Silva Santos
Machado, Machadinho, o que será que tens escondido?
Dentre estas linhas misteriosas
Melancolias, traços frios ou sentido?
Tão sensato, quanto vil
Alguém viu?
Não, mas é claro que não,
Machadinho explora muito mais que a imensidão
Se supérfluo, comparado ao vazio
Pouco vê o que realmente sentiu
Só enxerga o que o sol lhe brilha
Mas não vê o que ali se esquiva
Amigo íntimo foi o que lhe considerei,
Encontrei em seu discurso,
O que sempre procurei,
Não era conforto, nem carinho ou amor
Buscava acabar-me com a realidade do horror
Mostrar o quão vão é o ser,
Que poucos conseguiram ver,
Com suas metáforas tentava se responsabilizar
Em lhe fazer acordar
Pra ver que a vida não passa de uma gota,
No oceano da doce ilusão,
Momentos são as correntes,
Não as que prendem, mas as que levam
Tudo deve significar, nada deve ser fútil
Saibam que sentir é útil
E sempre foi o que ele dizia
Assim como para muitos,
Meu poema pode significar pouco
Talvez nada,
Machado divide o mesmo gosto comigo,
Será que irão entender?
Mas e a rima cadê?
Não preciso ser métrico, cético
Ou qualquer coisa do tipo
O poema é o peixe e você é o pescador
Basta saber como fisgá-lo
Machadinho tem o dom, que poucos buscam alcançar
Levava a própria certeza a se questionar
E os próprios sábios a se calar.
Quando escolher ser uma Gretchen na vida, não se envergonhe, contando que você escolha um homem F*** para isso. Escolha alguém que domine o imprevisível, que te leve ao paradisíaco da vida , que saiba chegar ao ponto G do amor, que te leve a lugares ainda não conhecido, e que acima de tudo, consiga arrancar seus melhores sorrisos. Mas, saiba aproveitar cada segundo disso. E se tudo acabar, você não será mais uma V**** na boca do povo, mas sim, uma mulher que escolheu viver de histórias.
E cada toque
Foi em delírio
O gosto de corpo quente
À flor da pele
Dois corpos unidos
Duas almas separadas
Alguns amores
Nasceram pra ser amantes
E não eternos.
Quando Deus criou o homem, deu a ele o livre-arbítrio e a opção de decisão de escolha para sua vida, inclusive a opção de até ser desobediente a Deus, quando colocou a árvore da vida no Éden. Deus não criou robôs programados, e por ser justo e sermos sua imagem e semelhança, decidimos entre o bem o mal, mas não esqueçamos que Deus também é juízo.
A vitória é conquistada antes mesmo da peleja pois só é vitorioso aquele que se dispõe a acertar seu inimigo não deixando de mirar em sua prepotência.
Aos entre nós privilegiados do dinheiro...
Com tanta doença havida na Terra;
pra mais ou menos dia, a nós matar;
haja em nós, mais ou menos precatar!
vamos, pois, nela acabar com a guerra.
Com tanta doença ainda haver sem nome;
para um dia em nós se vir instalar;
se não em novo/a em velho/a, sem nos poupar;
vamos, pois, cá acabar com a fome.
Vamos erradicar miséria e chagas;
que a tantos de nós cá teimam matar;
precocemente, por não haver tentar…
reduzir que em nós caiam, tão más pragas.
Por isso tu ricaço que já viste;
que se em novo não foste, em BREVE irás;
ter que deixar por cá, todos teus bens…
Divide-os bem enquanto ainda os tais tens;
pois dos da Terra, não precisarás;
mas tão só, dos que em nós; bem repartiste.
O fim é a interrupção da reta. É quando uma constância perde a sua propriedade e se torna outra coisa. Uma coisa imutável. Imutável porque já aconteceu. É tudo que fica para trás e gera arrependimento, daqueles que machuca o peito até o dia da morte. Mas é, também, tudo aquilo que se conta aos netos com orgulho invencível.