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O COSTURADO DE CORAÇÕES.
O amor saiu por aí beijando de boca em boca, sem se importar com as pessoas só que ele não contava que iria se apaixonar tão cedo.
Porém certo dia ele ficou apaixonado chega nem prestava atenção no que as pessoas falavam a sua volta.
Para ele tudo era bobagem, ele estava tão cego nas suas decisões, que só queria amar, até que não demorou muito veio as primeiras decepções amorosas.
Quando ele descobriu que tudo não tinha passado de uma pequena troca de afeto mais logo chegou ao fim, e o amor estava com o coração partido ao meio, então o tempo passou e recolheu aquele coração que estava jogado no chão.
Certo dia estava passando pela aquela estrada quando de longe avistei o senhor remendado uns corações, então cheguei mas perto e observei um balde com vários corações, fui embora sem pergunta nada ao tempo.
No outro dia quando voltava, lá estava o velho tempo no mesmo lugar, fazendo os mesmos trabalho, curioso perguntei de quem seria aqueles corações.
Ele virou os olhos em minha direção, deu aquele triste sorriso, olhou dentro dos meus olhos e disse.
Meu filho esses corações são daquelas pessoas que viveram a vida inteira brincando de amar.
Quando ele estava terminando de falar chegava mais pessoas com o coração desperdiçado para ele remendar.
Ele virou as costa foi me dizendo que estava muito ocupado, pois não parava de chegar corações para ele costurar.
Eraldo silva.
Em sã consciência e diante de Deus, que me vê, eu vos declaro que desprezo a liberdade, a vida, a saúde, e tudo aquilo que nos seus livros é chamado de bens da vida.
Durante quinze anos, estudei atentamente a vida terrena...
Os vossos livros deram-me sabedoria. Tudo é mesquinho, perecível, espectral e ilusório, como a miragem.
Podeis ser orgulhosos, sábios e belos, mas a morte vos apagará da face da terra...
Vós enlouquecestes e tomastes o caminho errado. Tomais a mentira pela verdade, e a deformidade pela beleza... vós trocastes o céu pela terra...
E desprezo os vossos livros, desprezo todos os bens e a sabedoria deste mundo.
Para vos demonstrar o meu desprezo por tudo aquilo que constitui a razão de vossa vida, recuso os dois milhões com os quais sonhei em tempos como se fossem o paraíso, mas que agora desdenho.
Encanta conto canta
Lamenta tudo passar
Conto canta encanta
Percebe vai melhorar
Canta encanta conto
Enquanto esperançar
Voa vislumbre balão
Meu medo deve levar
Vislumbre balão voa
Deixe só brio no lugar
Balão voa vislumbre
Aqui sempre vai ficar
Põe comigo consigo
Lembrança de papear
Comigo consigo põe
Jamais irá se apartar
Consigo põe comigo
Esquecer nem se findar
…
Certa vez, havia um caipira descascando fumo, sentado, na entrada de uma cidadezinha do interior. E passou um carro com um homem da cidade grande, parou ao lado e perguntou: ôh caipira, como é a próxima cidade, é boa?
O caipira respondeu: "depende, sô!."
O homem do carro retrucou: depende de quê?
O caipira então disse: "depende se de onde você vem era bom..."
Um conto, assim como a vida, tem dois momentos cruciais e difíceis de lidar. O primeiro é o começo e o segundo o finalizar.
20 de agosto de 2023
Em uma das vezes em que a cortina do tempo se abre, o presente irá compensa-lo com alguém que falará seu dialeto. Pois, não será necessário uma totalidade pura e completa de tal existência soletrando sua alma para outra pessoa.
@poeticainterstelar
Chifrudo é o Diabo
Josineide pensa que me engana com esse papo de caô-caô,
todo domingo saindo perfumada, dizendo que vai ao culto do senhor.
Mas só volta para casa de madrugada, descabelada e deita ao meu lado.
Devagarzinho vai se aconchegando, enquanto eu roncando finjo dormir!
No outro dia já acorda cansada, toda disfarçada e prepara o café.
Eu fico só de butuca com o meu jeitão de mané.
Depois puxa papo e inventa lorota tentando me enrolar;
dizendo que fica até mais tarde no templo ajudando o pastor orar.
Para salvar umas almas perdidas, que já estavam nas mãos do cão.
Enquanto o outro chifrudo aqui em casa, fica assistindo as bostas da televisão.
Se dormir no trilho, meu irmão - não adianta rezar;
Pois se o trem já esta desgovernado,
não há santo que possa ajudar.
Se fosse São Tomé - só acreditaria vendo.
Se fosse Pôncio Pilatos - lavaria minhas mãos.
Mas sou cabra da peste, devoto de Padinho Cícero.
Descendente do cangaceiro, com sangue de Virgulino Lampião.
Por isso vou ter que dar um chego lá no igreja,
ter um lero com esse pastor e resolver a situação.
O cabra resolver acabar de vez com a hora extra do culto,
ou então que se entenda com o meu três oitão.
Se vendeu a alma para o diabo, meu irmão, não adianta rezar.
Depois que o chifrudo descobre, a conta ele vai cobrar.
Chifrudo é o diabo - literalmente.
Salário, lucro e investimento.
Emprego, trabalho e serviço.
Ganho, medo e perda.
Aparência, status e exibição.
Quando eu e minha equipe fomos mandados embora da empresa, só no meu lugar colocaram quatro pessoas.
Uma senhora, sem estudo, responsável pelo meu desligamento me chamava de vagabundo pelas costas.
A senhora, agora administradora, sem conseguir aumentar o faturamento e sem perspectiva de crescimento, aos olhos dos donos, também com pouca escolaridade, consideravam que com ela a empresa estava em boas mãos, crescendo, aumentando o numero de funcionários e precisando de mais máquinas.
Os donos tinham carros novos antes da minha entrada e passaram a andar com carros velhos. Com a senhora administradora os donos passaram a andar de carros novos, todos financiados.
Não cabe nem reflexão.
Não é meu e nem dela. É dos donos.
Então, já que a história não foi vivida por você, não a conte como se soubesse de fato tudo que realmente aconteceu, pois, tem sempre um algo a mais por trás de toda e qualquer (e)história.
Em toda história contada sobre algo ou alguém, existem três verdades:
Verdade que o lado A conta;
Verdade que o lado B conta;
Verdade Real que ninguém quer contar de fato.
Como sempre, borboletas no estômago, rosas na barriga e joaninhas na cabeça.
Seria tão bom se isso não acabasse com água nos nossos rostos, com raiva nos nossos corações e decepções.
Queria fazer parte do nosso conto de fada.
Onde tuas assas eram minha morada, onde teu sorriso me alegrava e qualquer eu te amo me arrepiava , queria fazer parte desse conto de fadas...
Na minha birra profunda, quis fazer este dia sem fim,
Pensei comigo:
Existe tanta maldade agora, então melhor ficar por aqui,
Enquanto nos resta alguma reserva de amor, carinho e pudor.
O amanhã é incerto, distante e sem sol
Prefiro o calor permanente,
Faço birra,
Na teimosia obstinada em ficar por aqui,
Tudo isso para sustentar à vontade de fazer-me eterno,
Não gosto de incertezas, quero abraçar o que já existe longamente,
Talvez por medo, fraqueza ou acumulo de renitência,
Luto para ficar aqui, pelo que já existe,
Não quero cair na pecha do racional, e ser horrorosamente implicante,
Talvez precise de socorro e Fé,
Dizem que através dela, não precisarei conservar medo do amanhã, afinal, à estes, tudo já existe na convicção.
É isso que os de Fé vivem declarando:
Não é preciso temor.
ÉRIDA
Sem chão nem Fé, me vi flagelado
bem apegado a um Amor tinhoso.
Devaneando, morto, ao Sol do Descaso,
vi o mundo ruir. Abismo vultoso.
O bailar de Érida, Corpo equilibrado,
vinha mostrar seu Passo virtuoso.
Era o Baile corrente, aclamado,
tecido nos Saltos sem pouso.
E veio o Sonho: e foi desperdiçado!
E veio a Morte: o luto renovado,
o espinho encravado em meu pé!
Tudo indicava o Sol! Fiquei embaixo,
na Prisão que estive e em que me acho,
a Sonhar e a bailar, sem chão nem Fé!
Eu gosto de livros de ficção científica. A ficção científica pode te mostrar um novo mundo maravilhoso. Mas eles não são apenas contos de fadas… São extensões de nossas vidas normais. Eles me fazem sentir como parte de um conto também… No mundo real, eu sou apenas um figurante.
O Homem e o Abismo
Um homem tinha sua casa à beira de um abismo. E, por temer o abismo, um dia pensou em se atirar nele. O homem saiu de sua casa e caminhou serenamente até a beira do abismo, e olhou para dentro do abismo, pretendendo se atirar no abismo, o que ele julgava ser a solução para os seus problemas. E os seus problemas eram, em sua totalidade, o medo do abismo. Após um longo tempo à beira do abismo, olhando para dentro do abismo, pretendendo se atirar no abismo, o homem decidiu não se atirar no abismo, e voltou para sua casa.
A casa, bem construída em terreno firme, tinha uma horta e um cercado para as galinhas, tinha água para a plantação e pasto para o gado; o tipo de lugar onde nada de ruim tinha como acontecer. Mas tinha o abismo. E tinha o medo do abismo. E, desde então, inúmeras vezes, o homem caminhou até a beira do abismo, e olhou para dentro do abismo, pretendendo se atirar no abismo. Todas as vezes, porém, o homem decidiu não se atirar no abismo, e voltou para sua casa. Todas as vezes, ele decidiu, sabiamente, viver. Todas as vezes, menos uma. Uma única vez, o homem se atirou no abismo.
#UM #CONTO #DE #NÃO #FADAS
Era uma vez...
Um país perdido no tempo...
Abandonado por todos...
No esquecimento...
As leis eram manipuladas...
Favorecendo a quem pagava mais...
De cara e intenções mais deslavadas...
A Arquitetura morreu de tristeza...
Ao cair das alturas...
Se machucou, teve grangrena...
A Medicina , que só tinha um diploma na parede...
De enfeite...
Foi atender...
Não soube como fazer...
Fez um puxadinho em suas pernas...
Deixando-a manca...
Para sofrer...
A Educação optou por se fazer de cega, surda e muda...
Diante de tal fato...
Só não perdeu seu olfato...
Quando queimava a erva maldita dos ratos...
Justiça teve um AVC fulminante...
Quando os juízes miliantes...
Amasiada com a política embriagavam-se juntamente...
Vendendo sua alma na esquina...
A quem aparecesse na frente...
Com cobres , ouro ou prata...
Sorriam alegremente...
Com todos os dentes presentes...
A Saúde, coitada, ficou muito doente...
Abandonada ao povo carente...
Delirava constantemente...
Jogada no chão...
Em solidão...
Seus gemidos embora altos...
Não chegavam aos palácios dos magistrados...
Estavam muito ocupados...
Bebendo caros vinhos...
Comendo camarão...
O povo que sofria...
Em dolorosa intermitente agonia...
Em sua ignorância só rezava e dizia...
"Amanhã vai melhorar...
Somos o país do futuro que está a chegar".
Velas era acesas...
Mãos postas em oração...
Porém brigavam entre si...
Em estranha confusão...
A mão esquerda batia na direita...
A mão direita batia na esquerda...
Fazendo ritmo para dançar...
A Corrupção...
Era um país de extrema beleza...
De muitas cores e de grande alegria...
Mas tudo somente ia ficando cinza...
Dia após dia...
O preto brigava com branco...
O marrom brigava com o amarelo...
E assim crescia...
Esses estranhos flagelo...
O Tempo que a tudo via...
Partido nenhum tomava...
Sabiamente gargalhava...
Emboscada preparava...
De passado outrora em glória...
Triste presente ausente...
O que adveio foi o terror...
Impossível narrar...
Tamanho torpor...
Debaixo da poeira da ignorância...
O Futuro se suicidou...
Tão triste história de um país...
Que antes de ser estrela fulgurante...
Doente...morreu...acabou...
PS: Qualquer mera coincidência que sirva de alerta para que o mesmo não aconteça conosco...
Sandro Paschoal Nogueira
O urso entra numa caverna e hiberna, digerindo as experiências que vivenciou. Ele se reconecta com a Mãe Terra, numa introspecção intensa, para depois ressurgir na primavera da alma, num renascimento, quando tudo está brotando novamente. Nesse período nada do que está lá fora importa, apenas o refazimento, o ato de pensar sobre as atitudes tomadas, acreditando que as respostas estão dentro de nós mesmos.
O CONTO E O PRANTO
No conto pode haver rimas,
no pranto às vezes coincidência.
O conto tem limites,
no pranto eu ando ao infinito.
No canto sinto a alma,
no pranto ela agoniza.
O conto é eufórico,
o pranto melancólico.
A ribalta do conto é em palco iluminado,
a do pranto é um vale nublado.
O conto elucida perspectivas,
o pranto é cego.
No conto posso mudar o final,
o desfecho do pranto é imutável.
No conto escolho os personagens,
o pranto não importa se estou pronto.
Do conto posso esquecer detalhes,
dias de pranto são memoráveis.
Um conto pode não ter valor,
todo pranto fortalece vencedores.
Acredite ou não, a vida é o Geppetto e nós somos o Pinóquio, e se você se deixar levar nesse conto é só uma questão de tempo para passarmos de madeira a realidade!
