Tag barro
SURDINA
No ar ressequido o joão de barro canta
Um joão de barro no ar do cerrado
Encanta, na madrugada que se levanta
Que encantado!
Um joão de barro canta. Um rosário
Longe, entre o mangueiral, tece...
Operário, que trabalha solitário
Musicando a sua prece.
Que encantado! Soa na sua sina
De poético, de pássaro bravio
Tomando a sua amada, inquilina
No seu covil!
Silente. O sol no seu nascente
Vazado pelo canto de tua benesse
João de barro, que cantas docemente
Musicando a sua prece
Que belo, na magia em oferta
O olhar melancólico e vazio
Desperta a alma tão deserta
Aos ouvidos este canto luzidio
Já tanto ti ouvi! Já ti ouvi tanto!
Coração, por que estais emocionado?
Por que chora, ao ouvir-te o canto,
João de barro que musica no cerrado.
E com que júbilo o joāo de barro canta
No ar sossegado, no ar do cerrado
Encanta, na madrugada que se levanta.
Que agrado!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Os desígnios de Deus são como as mãos do oleiro sobre o barro: moldam, aperfeiçoam e dão forma a algo belo e perfeito. Cabe a nós, confiar e nos deixar ser transformados por Ele.
A edificação residencial mais perfeita, já nos ensina o passarinho João de barro, é realizada com argila, cerâmica e terracota.
Não entendo a soberba do homem, e muitos não acreditam na existência de Deus , sendo estes formados pelo barro que o próprio Deus criou.
Retire o barro das mãos do oleiro e ele descobrirá outras possibilidades para construir sua fortaleza
O homem é barro, mas dentro do cristão mora o Espírito Santo, porque ele é o santuário do Deus vivo.
Para tudo nesta vida há um propósito, um tempo determinado por Deus. Cada prova e cada luta que enfrentamos aqui é um processo de aperfeiçoamento. Assim como o ouro precisa ser derretido na forja e depois martelado repetidas vezes até alcançar a forma desejada pelo ferreiro, nós também passamos por fases de transformação.
No entanto, Deus, o maior Artífice do universo, não escolheu o ouro nem a prata — Ele escolheu o barro, o mais simples e comum dos materiais, para realizar Sua obra-prima. E mais do que isso: diferentemente do ferreiro, Deus não queima nem golpeia o homem com dureza. Ele nos prova por meio das adversidades, sim, mas também nos promete Sua presença no dia da nossa maior angústia.
Esse é o verdadeiro amor: o amor daquele que se entregou por nós, simples barro, para nos tornar vasos de honra em suas mãos.
Como o oleiro que delicadamente maneja o barro, assim é Deus usando a força necessária para limpar uma panela gordurosa de pecados.
Refeito de tudo você
virá para mim como
Jaebé empenhado
para ter a sua amada,
Viraremos pássaros
e confio que você
fará um lindo ninho
fechado igual
ao de João-de-Barro
para proteger
o futuro dos nossos
filhos de todo o mal
que existe neste mundo.
Me identifico com um vaso de barro, desses de armazenar água, depois de cair e quebrar em vários pedaços.
Tentei me colar mas fiquei craquelada, contudo ainda consigo armazenar água fresquinha.
Tem momentos que escapa água pelas fissuras e isto dói.
Porém entendo que cada pedacinho faz parte do todo que me tornei.
Barro do infinito
Esse negócio de dizer que somos todos iguais é balela.
Deus ama diversidade, e ela está aí para quem tiver e quiser usar os cinco sentidos.
Todos temos e viemos com um selo
que nos difere, desde o nascer e o morrer.
Somos DNA, somos precisos cálculos matemáticos de Deus (cálculos ainda inatingíveis aos homens de inteligência da terra), o qual, nos permite a todos nascer com tudo igual e tudo muito diferente.
Somos iguais?
- Só se no barro quântico do infinito...
☆Haredita Angel
Nos caminhos dela
Enquanto ele seguia, ele a observava.
Não sabia ele se dela gostava ou se não gostava.
Mas uma atração forte a ela o atraía.
Então ele a seguia.
E quanto mais via o que via,
mais atrapalhado ele se sentia.
E o que sentia claramente não definia
de maneira nenhuma o que sentia.
Nos caminhos dela ele se perdia.
E ele insistia... e a seguia.
Segui-a de noite, segui-a de dia.
Devagar ele aprendia... bem o que não sabia... mas aprendia.
Só tinha um medo: o que no fundo aquele vaso de barro, que ele perdidamente seguia, escondia?
Será que só muito tarde... tarde demais saberia?