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Deus nunca foi visto, nem por mim nem por ninguém. Nem nunca vi ou verei com meus olhos uma flor se abrindo. Jamais verei também aquela força que levou voando para além da fronteira, o meu chapéu. Nem ainda o súbito perfume que chegou até mim.
E a Beleza onde reside e a quem pertence?
Quantos signos ela tem? Você conhece um decodificador de Beleza?
Não tenho essas respostas e ninguém a tem!
Por isso não devemos insistir em desacreditar o indizível ao revés de contemplar as belezas e sentir a força invisível, criadora dos lírios do campo e sustentáculo das aves do céu que voam porque acreditam que voam.
De que valem tantas cores, para enfeitar os fundos de uma casa? De que valem asas forte e saudáveis, se não podem ser abertas ao vento? De que vale ter um céu inteiro e não poder voar livremente? Essa é a realidade de muitas aves no Brasil. Animal silvestre não é bichinho de estimação e muita gente acha que ter um em casa, só para satisfação pessoal, não tem problema nenhum, claro né, até por que essas pessoas não estão sofrendo, implorando com os olhos a vida que lhes foi tirada, o DIREITO de ser livre!
Muitas aves de rapina engasgaram com espinha de peixe, embora acostumadas a comerem peixe, pra outras foi fatal!
Recordou-se que ali já esteve, mesmo não sabendo o que era estar ali, e à princípio sendo guiado pelos seus dissimulados sensores epiteliais notou sua própria existência tênue, calorosa e agradável.
Com receio de que aquele ínfimo momento se extinguisse quebrando aquele devaneio, permaneceu de olhos fechados, apenas existindo no meio de tudo aquilo.
Ouvira sinos de outono na copa das árvores, ecos de aves canoras ao longe, movimentos de raízes tocando a terra ao balanço de brisas prolongadas como suspiros de moça.
Tudo era melodia naquele delicado momento em que aprender à se amar.
Murmuram vozes que uniram gerações, há memórias germinando ao olhar estas imagens e vêm as aves e os ventos saudar-me trazendo-me o aroma da terra...
grávida a floresta adormece em gestações de eras incontidas
para amanhecer em partos originando as avezinhas e flores
é uma sinfonia de vida que pulsa no afago do orvalho
sob a gentileza do manto das nuvens e do céu
Tem gente que é
capaz de tudo, inventa,
mente e cria lenda,
e para cada mentira
tenho sempre um poema.
Tem gente que
não gosta dos animais
e foi capaz de colocar
até palavras na boca
da Nossa Senhora.
Os Quero-quero
não têm e não tiveram
nenhuma culpa,
e por onde passei
ele sempre me ajudam.
Como símbolo dos Pampas
o Quero-quero é
meu anjo de plumas
que não deixa
nenhuma maldição vir atrás.
Quanto mais Quero-quero
eu tenho mais boa sorte
terei para realizar cada
um dos meus desejos,
e o maior deles é viver
coberta pelos teus beijos.
