Soneto da Saudade
" PERDIDO "
Nem sempre falarei, aqui, de amor
por meio de um soneto me inspirado!
Às vezes é melhor ficar calado
pra não colher encrenca e dissabor!
Contraditório, o amor! É bom de um lado
e, de outro, a mais completa confusão
que se perfaz, num tempo, de paixão
e nos remete, após, a triste estado.
Mas a poesia é feita dele e, assim,
eu tenho aqui por conta que ele, enfim,
precisa ser, melhor, é compreendido…
Não falarei de amor nalgum soneto,
se é ruim, se é bom, se branco ou preto,
mas se dele calar-me, estou perdido!
Soneto do primeiro dia
É hoje, meu primeiro dia.
O que carrego ?ansiedade? Alegria?
Vamos começar novamente?
O começo é o fim de algo.
E perder dói. Toda perda tem ganho?
Eu vou começar agora, não importa.
Começar é decidir, agir, ser livre.
Todo dia é um começo e um fim.
O fim do dia é o começo da noite.
Quem se vai, fica, pra sempre.
O começo da dor é o fim da alegria.
Eu escolhi começar novamente.
E cada dia é uma escolha nova.
Cada dia é recomeço, um novo dia.
SONETO DA COBIÇA
Pois, nem quando a noite cai
Faz se apagar a beleza de seu olhar.
Nem as vozes que te detrai
Tiram-me a vontade louca de te amar.
Pois, na desordem se contrai
O nosso aberto amor a se encontrar.
É sangue que nas veias vem e vai
Que não se pode da mente apagar...
Apagar em nós todas as loucuras
Por o desejo de nossas almas puras,
Nem por as entranhas aquecer...
Pois, nos amamos quais dois ateus,
Sem nos esquecer das leis de Deus
Por o nosso intenso amor enternecer.
SONETO DA RAZÃO
Nesta vida de pressentimento altivo,
Elevado e ardente como a chama,
Que aos desejos incendeia e ama,
É por teu prazer que o amor cativo...
E neste sentimento insano, explosivo,
Que de ardor te deseja insana,
Endoidecida, a minha voz que clama,
É por tua espera que sonho e vivo...
Que bem, de paixão tanta, fosse à lua...
Mas, amor, que vivo pr’alma tua,
Que é de mim toda razão nesta vida!...
E, por antes, que não fosse à loucura...
Pois, que te vivo a desventura...
Mas, seja o amor como for, é a lida!
SONETO DA PAIXÃO
Não te darei a chama de amor tanto
Nem poder a julgar-me por te amar...
Quero-te em mim de acalanto,
Do teu corpo em fogo o inflamar...
Não te darei a canção do meu canto
Nem a razão de me ouvir cantar...
Quero-te a me ouvir num espanto,
Aos meus versos loucos te encontrar...
Quero-te infanta em tu’alma louca
A cantar-me ao ritmo de fervor
Quando o beijo eu der-te a tua boca...
Amo-te, oh, fulgente virgem do amor
Na chama que me deste a voz rouca,
Na paixão em que te ama o esplendor!
SONETO VAGO
Porque à noite me abre triste
Num frio intenso sem amor,
E nessa ardência nada existe
E me falta à pele o seu calor...
Porque a lua é sem fulgor
E sem você nada consiste,
Porque em mim tudo persiste
Na luz branca do esplendor...
Porque morrem meus encantos
E intensos são meus prantos
Na noite imensa sem luar...
Porque eu perduro a solidão,
E na dor intensa ao coração
Eu vagueio sem te encontrar...
SONETO DE SEMPRE
Vai, mas antes, dê-me um beijo, meu amor,
P’ra que’u não esqueça do seu rosto
Mesmo que me seja a tanta dor,
Lembrarei por todo sempre do seu gosto...
Por tanto o nosso amor fora composto
Aos jardins, imenso feito flor
Tanto fora de amplidão e esplendor,
Sem mágoas, sem mistério, sem desgosto.
Não entendo te acabar tão cedo assim
Esse tão forte sentimento, dentro de mim
Não haverá d’outro ardor o mesmo ar...
Vai, mas antes, dê-me um beijo, oh, querida,
Que um amor forte assim em sua vida
Não haverá quando velhinha de lembrar...
SONETO VAZIO
O quê ter sem pertencer
o teu sentir de explosão
em mim p'ra poder ter
ao meu ser seu coração?
O quê ter sem pertencer
a tu'alma sem que vão
de intenso o seu prazer
viver d'amor à imensidão?
O quê ter sem o sentir
em mim o explodir
tua paixão ao peito meu?
O dia se vai e a noite vem
No teu sonhar meu bem
sem o pulsar do cerne seu.
SONETO ETERNO
(A Heloiza Fernanda)
Alma de minha vida! Filha do meu amor
Que me enfeita o coração, eternizado!
Dentre o céu, nos meus ais, ao meu fulgor,
Estarás nos meus rosais imaculados.
Para sempre na minha lida sem quer dor
Serão tuas vontades, meu eterno fado...
O meu caminho, mesmo torto, no esplendor
Do jardim dos teus florais serei brocado!
Alma de minha vida! Infante é o teu viver...
Sentimento, ainda não sabe amar...
Paixão grandiosa, um dia, haverá de ter...
Por tudo serei por ti, mesmo absorto...
Aos teus olhos de sorte, meu som, meu ar
Estarás por ti sentir, eu mesmo morto...
Filho da casualidade,
Nasceu soneto,
Sobre os mares,
Sonhando, desbravando,
- e cantando
E a sua rota traçando,
Flutua a caravela,
Procurando aportar
Em terra firme;
O amor não tem limite.
Prosseguindo a embarcação,
Desenhando espumas,
E tatuando o coração,
- a saudade
Nem o vento a tomba,
As brumas não a amedronta.
Herdeiro da verdade,
Eu te escuto,
No tilintar das estrelas,
No beijar dos cometas,
No dobrar das forças,
Eu te pertenço,
E para sempre irei ser tua
Por toda a eternidade...
Soneto de realidade
Outra vez uma história mal contada...
E acada frágil argumentolançado,
quebro, como umvaso despedaçado,
retrato da minha alma machucada...
A decepção bruscamente instaurada...
O afeto assim se fez, menosprezado,
a confiança, este bem tão estimado,
destruída, implodida; reduzida a nada...
Humilhado, sem ter tidoo ônus de errar,
iludido, perdido no limbo desse ínterim,
até sentir o açoite da traição aestalar...
Respiro consternado, perante o fim,
quizera eu, apenas a utopia de amar,
sem que fosse usado isso, contra mim.
Soneto da paixão recente
É felicidade plena,
senti logo de início,
por ti, todo sacrifício,
se torna coisa pequena...
Você faz valer a pena,
tudo... Qualquer artifício,
mesmo sendo malefício,
ou qualquer insensatez terrena.
Por ti faço o que for...
Afim de que resolva,
abrigar-me em teu calor.
Vem... Me leve, me envolva...
Inebria-me com teu amor,
e nunca mais me devolva!
SONETO ELA
Eu pensei que nunca ia acontecer
Mas nos encontramos
Eu andava perdido
Mas te achei
O seu rosto debaixo do véu
Que você me mostrou
Me fez perder o sono
Eu enlouqueci
Eu agora estou com você
Debaixo das cobertas
E acordo ao seu lado depois da noite
Você não reclama da minha solitude
Do meu silêncio
Apenas nos perdemos no tempo
12.6.21
A dor é espiritual: embora a saudade esteja no apego e de ficar só, que temos medo, a dor dói, a justificativa é sua!
O leite derramado agora tem
O gosto amargo. Faz de quem chorou,
Pela tragédia desta perda, bem
Ou mal. Eu sofro por saudade. Sou,
Sinto-me um pobre cachorrinho sem
Cuidado e amor de quem o cativou
Outrora. Fui abandonado além...
Ficaram mágoas e sozinho estou.
Lamento o fim daquilo que não quis
Continuar. Ou nunca talvez possa
Ter existido mas pensei que sim.
O desapego é importante enfim...
Fico sem força, mas sair da fossa
É um bom início para ser feliz...
Angustiado coração
Ainda sinto o cheiro
O toque, o beijo
Embriagado de paixão
Latente desejo
Melodia de arpejo
Dependente compulsão
Lascivo e imoderado
Anseia o ser amado
Sestrosa condição
Noite fria
Cama vazia
Enfim sós, melancolia.
𝑺𝒐𝒏𝒆𝒕𝒐 𝒅𝒂 𝒔𝒂𝒖𝒅𝒂𝒅𝒆
☬ Que um dia possas dizer de mim, o grande amor que tivestes: "Não foi imortal, posto que era chamas, mas foi infinito enquanto durou." ☬
꧁ঔৣ☬ Val ☬ঔৣ꧂
Astro fulgente
Quando o vejo em meu leito sombrio
Uma trilha abre-se
Nela surge um astro fulgente
Desperta meu ser mortal desfigurado
Na sua felicidade a minha deita-se.
A primavera antecipa-se
Mostrando sua linda e colorida aquarela.
Suave é á noite quando o sopro de tua voz
Anuncia a chegada das estrelas
Afugentando a escuridão da noite
Num aceno ímpeto de saudade.
A bruma acaricia o gramado íngreme
Contemplando as madeixas das copas
Que balançam ao soneto do vento...
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