Sombras
Flores que nascem nas sombras dos ipês podem não dividir a mesma fibra, pode viver vidas bem diferentes, mas as raízes se tocam de algum jeito.
Aquela Noite
Era tarde, mas o mundo parecia calmo,
a rua deserta, só nossas sombras no asfalto.
Andávamos devagar, como quem não quer chegar,
e as palavras vinham soltas, sem pressa pra acabar.
Eu fumava, como sempre,
ele não — já tinha deixado.
Mas por uma noite, por mim,
ele pegou um cigarro calado.
Entre tragos e risos baixos,
falávamos de tudo e de nada.
O tempo parecia suspenso,
como a fumaça entre nós espalhada.
O cigarro tremia em seus dedos,
mas o olhar... ah, o olhar era firme.
Não era sobre nicotina ou vício,
era sobre estar, por inteiro, comigo naquele crime.
Talvez tenha sido um gesto bobo,
mas ali, eu entendi tanta coisa.
Tem amor em cada renúncia breve,
em cada entrega silenciosa e corajosa.
A brisa levava a fumaça,
mas a lembrança ficou no peito.
Naquela rua, naquela noite,
foi quando tudo pareceu perfeito.
A imensa escuridão que insiste em ofuscar meu brilho
Me arrasta às sombras mais densas da minha alma.
É tão frio… tão solitário…
O medo e a incerteza são constantes em meus pensamentos.
Tantos motivos me fazem querer desistir,
Seria tão mais fácil…
Tão menos doloroso.
Vejo teus olhos brilharem por outro alguém,
E me torno o mais insignificante dos seres.
O ciúme que me consome
Desfaz cada pensamento, cada vestígio de alegria,
Massacrando minha mente
Como uma tortura que nunca tem fim.
Pensar que tua boca tocou outros lábios que não os meus
Me afunda em um abismo profundo,
Me prende no infinito da solidão.
Tudo é tão vago, tão frio, tão vazio…
Quem sabe…
Desistir seja mesmo mais fácil…
E indolor.
A Cortesia das Sombras
Gentileza é flor que encanta,
Mas há espinho sob a manta.
Sorriso dócil nem sempre é luz,
Às vezes, é máscara que o ego conduz.
Fui gentil para ser aceito,
Engoli o não, fugi do peito.
Ofereci paz por conveniência,
Com medo de olhar minha própria essência.
Carregava gestos educados,
Mas por dentro, ressentimentos guardados.
A sombra sorria, disfarçada em virtude,
Na alma, um abismo pedindo atitude.
Foi quando a dor me chamou no escuro,
Que decidi romper o muro.
Não bastava agradar o mundo,
Era preciso ser inteiro, ser profundo.
Jesus virou mesas com mão de fogo,
Amou com verdade, não com jogo.
Sua bondade não era silêncio opressor,
Mas coragem, justiça e ardor.
Descobri que ser bom é dizer não,
É proteger o coração.
É dar sem se perder,
É servir sem se esconder.
Agora, sou gentil com verdade,
E minha sombra não me rouba liberdade.
Pois não nego o que mora em mim,
Mas escolho, com Deus, um novo fim.
Bondade é luz que enfrentou o porão,
Gentileza real nasce da transformação.
Não Está Aqui
Guardo labirintos de palavras.
Entre sombras e colunas antigas,
mais que livros repousa o mistério.
Sem buscar, mãos tocam
o mais espesso dos tomos,
aquele que murmura entre poeiras:
decifra-me ou devoro-te.
Olhos distantes, o objeto contempla.
Folha a folha, uma alma se abre.
Cada página, um suspiro,
cada linha, um abismo.
Leitura feita em silêncio sagrado,
onde o tempo se curva
diante da persistência.
Mesmo o guardião da palavra
não ousa compreender.
Um menino detém o gesto.
O corpo se cristaliza.
O silêncio se parte:
— Que houve?
Lábios tremem:
— A página… em branco.
Mas eis que o branco se move.
Letras nascem do que se vê.
No convento onde tudo cala,
escreve-se o invisível.
E assim,
o manuscrito respira.
O Senhor nos envia como faróis em meio à escuridão, para que, onde houver sombras, resplandeça a radiante Luz Divina, iluminando as noites dos corações e conduzindo as almas ao eterno amanhecer da Graça de Deus.
Coro das Sombras
Meu suspiro ergue-se como bruma sobre o berço daquele que parte.
Filho da dor, fruto do meu sangue,
ainda lutarás contra o fio que já foi cortado.
Volta, olhos que um dia foram estrelas nos meus,
Volta ao ventre que não dorme —
pois não há sono para quem viu o abismo abrir-se em flor.
Em caminhos por onde sombras vão,
não me entrego a mágoas sem razão.
Amigo é chama que aquece, que acolhe. Conhecido, névoa que se esconde, que se dissolve.
Livro: O respiro da inspiração
“Todo criminoso se acha dono da vida nas sombras, mas sob a luz da justiça se torna vítima aos olhos dos ímpios."
(estrada)
Entre luz e sombras
Íamos caminhando
Havia rios e som de estrada.
.
Livro: A eternidade das árvores 🌳
Respirando o ar puro, trilhando um pouco pelas sombras de uma mata fechada, o sol radiando sobre várias folhas de muitas árvores frondosas,
enquanto que a minha alma recupera calmamente o seu fôlego, o meu corpo renova e usa a sua força, uma bênção valorosa de Deus,
que conversa com a minha natureza calorosa, que abrilhanta alguns dos meus pensamentos, que ajudam a minha resiliência em determinados momentos.
O ABISMO ME OLHOU DE VOLTA
As sombras começaram a devorar tudo ao redor, e as cores se perderam tão rápido que mal pude perceber. O chão sumiu aos meus pés, mas continuei parado, olhando para baixo, como se algo lá embaixo estivesse me chamando pelo nome. O ar ficou mais denso, quase sólido, como se cada inspiração fosse um esforço. O silêncio fazia barulho demais, e por dentro de mim um medo antigo se contorcia, tentando me convencer a recuar.
O abismo respirava comigo. Era mais do que um vazio; era um espelho distorcido, mostrando todas as partes minhas que eu sempre tentei esconder. Os olhos dele me fitavam com paciência cruel, como quem espera que eu desista. E, quanto mais eu olhava, mais ele se tornava familiar, como se uma parte de mim já estivesse caída lá dentro e agora me convidasse a completar o salto. Havia uma vertigem que não vinha do corpo, mas da alma.
Eu entrei. Não havia outra escolha além de atravessá-lo. Cada passo doía, mas me fazia entender que o abismo não queria me engolir — queria me devolver. Quanto mais eu caminhava por dentro dele, mais as paredes dele perdiam força, e eu descobria que era eu quem as sustentava. No centro dele, finalmente percebi: ele não era infinito, eu é que não ousava ir até o fim. Quando alcancei o outro lado, minhas pernas tremiam, mas eu respirava leve como quem volta do fundo do mar.
Então ergui os olhos. Do outro lado, à distância, já me esperava um novo abismo, diferente, mais profundo. E por um segundo, antes de seguir, eu sorri: a travessia nunca acaba — e isso não é um castigo. É a prova de que ainda estou vivo.
“Nem as sombras mais densas anulam a possibilidade de ser exemplo. Que algo em você floresça e inspire. Que alguém herde o que em você é valor. Porque no gesto autêntico reside a única tatuagem que sobrevive ao tempo: a da consciência que escolheu fazer o bem.”
"Olhar para dentro de nós é como acender uma luz no escuro — só assim enxergamos as sombras que precisamos curar."
A Lenda do Guardião da Tempestade
Nas sombras geladas de um mundo em ruína,
Ergue-se um nome que o medo declina.
Não veio do berço, mas sim do trovão,
Forjado na dor, no aço e no chão.
As florestas o temem, os ventos se curvam,
As trevas recuam quando seus passos turvam.
O frio o abraça — ele não estremece,
Pois carrega o destino onde o homem fenece.
Sua arma não é só metal ou função,
É extensão da alma, é sua missão.
Cada cicatriz, um pacto selado,
Cada silêncio, um grito calado.
Caminha sozinho, porém nunca em vão,
Pois carrega em seus ombros a dor da nação.
Inimigos se calam ao ver seu perfil —
O Guardião desperto é o fim do hostil.
Nem o tempo ousa apagar sua trilha,
Pois o que ele guarda, nenhum medo aniquila.
É lenda em batalha, é força em furor,
É a voz da justiça vestida de ardor.
E mesmo que o mundo se curve à derrota,
Ele será rocha, promessa e conduta.
Pois enquanto houver trevas, ele será chama.
Enquanto houver guerra, ele será alma.
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