Solidão
Existia a solidão de um destempero da saudade
Como nas molduras da catedral, era aplainado toda sua confusão mental
Ficou muito tempo ao ermo largado que nem lembrava mais como era ter alguém
Sua cabeça explodia em seus entendimentos, de como agir no seu interior
O vazio os dominava nós dias de domingo entre o nada ou ter tudo que queria
Parecia fácil essa escolha, mais no fundo sabia que por mais que queria não era sua vida
Um derrotismo ao quadrado dominava seu coração
Entre a cruz e a espada deveria seguir a glória ou o sofrimento
Sua escolha não foi fácil para ele não, um sim ou não o mudaria sua sentença
Entre dois caminhos a sempre duas medidas, a descida ou subida a volta ou ida
A complexidade de ideias se misturavam com o que já havia passado
O vazio nunca poderia se torna uma opção, a morte seria até anestésico nessa ocasião
Mas as vidraças do seu coração foram estilhaçadas, o mundo aos poucos fugindo no normal e voltando a realidade
Pediu as estrelas orou e ignorou a fome por escolhas em sua mente confusa e peito atordoado
Que a história sirva de lição para os que viram, nem tudo deu certo precisava de um abraço
Azoado destruído emocionalmente, a depressão o dominava é a cada dia estava sendo engolindo
Há saída praticada, abandone seu estado de automação como um ninja pelas sombras espancar seu desterro
Nesse momento o melhor e conseguir sair vivo, o ritmo mundano exige demais para aqueles que não foram feitos para ele
Venceu o que não se via, como uma máquina digeriu o gosto amargo da misericórdia dos homens
Desonrado pela solidão passou seus dias, mais um dia a chuva acaba e se a letargia não ti levar
Pode ter certeza um dia as nuvens irão abrir é o céu vai clarear.
Minha casa anda vazia triste e a solidão me lembra o passado
As garrafas das bebidas frias me guiam para o sentimento errado
As imagens do jornal mostram um pais em decadência
E tudo o que pensamos para o futuro se torna imagens de nossa desistência
Tenho saudade de minha infância onde não existiam os problemas
Onde as conversas geram alegrias em qualquer que fossem os temas
Parece que caminho para trás em direção ao naufrágio
E muitos outros parecem me seguir deveria acusar eles de plágio
E tomo mais um gole dessa bebida pensando em ideias tortas
Com uma enorme saudade eu quero aquela fé de volta
A chuva começa a cair me deixando mais pra baixo
Lembro de quando era mais otimista mas isso ficou mais de lado
A dureza desse mundo me fez frio como um monge
E meus pensamentos mais felizes parece que ficaram muito longe
Eu lutava por uma felicidade plural e ver meus amigos sempre de pé
Imaginava todos ao meu redor felizes olha ate onde ia minha fé
Mais todos crescemos e mundo sempre limitando nossos sonhos
E o que antigamente se perdeu nunca mais encontramos
Acreditava em um mundo onde todos eram iguais sem o preconceito
Mais ainda acredito que para tudo se haja jeito
E chuva continua olho pelas frestas da minha porta
E com um único desejo eu quero aquela fé de volta
Os troféus em minha galeria reconhecimentos de tudo que fiz
Alimenta apenas o meu ego mais não me faz mais feliz
Ainda temos um coração que bate a medida do gole de bebida que tomamos
Eu e meus amigos no bar isso nos faz relembrar de nossos planos
Os sorrisos aparecem e ainda são os mesmos de antigamente
E a utopia ainda manda e toma posse do coração da gente
As igrejas da minha cidade e seus lideres no qual eu viso
Me fazem perder minha fé nelas e aumentar minha fé a Cristo
Eu vejo o mundo abalado por uma crença deturpada
Idolatrando os falsos ídolos e suas bondades que muitas pessoas mata
Tenho saudades de quando tudo era simples onde minhas tristezas eram mortas
Em outras palavras acreditar que vou ter aquela fé de volta
Ei, é verdade que eu sinto saudade
Quero voltar a encontrar
Aquele grande amor
Que só com aquela fé iria achar
Não vês que está ficando tarde, covarde?
Que a hora é de mandar embora a solidão,
Do teu orgulho abrir mão e agarrar a paixão?
Guria da Poesia Gaúcha
SOMBRA DA SOLIDÃO
A penumbra livre atirando-se no pensamento como ave escorregada das nuvens e caíndo ao seu encontro. Penso como vento que corre ao encontro do mar para se abrigar na vivacidade das águas; como corrente do rio que lava as diversas pedsas deitadas em seu leito para repousar;
A tua ausência invade minha alma…e agora sei que o teu nome é… Solidão !!!
E dentro dela, o silêncio que cala tua voz, enche o vazio com palavras esquecidas…
Não me deixes só…
Minha solidão te busca...
A minha saudade costuma te
procurar nas madrugadas na
esperança de te encontrar
e enfim adormecer, contigo.
Minha companheira é a solidão. Às vezes se fica tanto tempo sozinho, que a solidão deixa de ser ausência e passa se tornar companhia. (Edir Araujo)
