Sol
É tarde de brisa quente
Me seguras de um jeito gostoso, largo, solto
Deixas sempre uma brecha entre os dedos suados
Quase não quero, mas escapo
Observada por teus olhos
Rabiola de pipa assanhada
Rebolo longe, vou alto.
Tem dias que eu só peço que o sol apareça com toda a sua radiação fantástica e me surpreenda. Será que é pedir demais produção?
No sol e na chuva, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na luz e na sombra, na lama e no caos, alegria!
Escrevo a minha saudade porque tua ausência vem ferindo minha alma a cada dia em que o sol se põe e que a lua nasce...
Cada estrela é como uma lágrima quente e cheia de dor!
Pois você está em cada riso ausente, em cada sonho distante, como um tormento presente na escuridão que agora se segue em minha vida!
Os começos são dotados de uma vibração única de vida. Talvez por isso o nascer do dia seja tão mágico, tão cheio de energia, cores e encanto.
Um rio, um barco, dois corações e um pôr-do-sol. Belezas que encantam os olhos, acariciam a alma e eternizam momentos!
O abrir e fechar da cortina do dia é um evento comum, meramente geográfico, até que as cortinas se abram para o nascimento do nosso sol interior e se transforme em milagre.
LEMBRANÇAS...
O dia amanheceu sorrindo
O sabiá laranjeira saudou
O sol se espreguiçando
entre as nuvens esparsas.
Nos campos o orvalho reluzindo
A névoa colinas descortinando
Aos poucos o ronco dos motores,
caminhões, e tratores.
Na pequena cidade
a caminhonete do leiteiro
e a sirene da fábrica
rompem o silêncio.
Ecoam as buzinas dos motoqueiros,
outrora eram arrojados vaqueiros
parrudos sertanejos, alguns truculentos
tangendo gado, abrindo porteiras.
Sem pressa, levanto, abro janelas
Esquento água, preparo o café
Espalho pão-de-queijo, acendo o forno
Relembro o crepitar da lenha.
O tilintar de copos, talheres, louças
alvoroça os cães, alegres, ruidosos
querem entrar, também disfrutar
do aroma, do calor da cozinha tosca.
O pensamento viaja, ligeiro
Corre solto pelas trilhas
Entre a mata cerrada
À beira dos córregos,
Desbravando nascentes.
Ressurgem detalhes nítidos
Cheiros, cores, sons do passado
Não muito distante, em especial
Aquela linda jovem, diáfana,
Olhos brilhantes, sorriso franco...
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
O sol culpa a lua porque ela dorme o dia todo e só aparece no fim da noite. Só que o sol não sabe que a lua é uma alma solitária que tem que iluminar a terra da escuridão.
O sol continua sua trajetória com mais desejo desse encontro e a lua solitária busca saber sua missão.
O dia se foi, o sol se escondeu.
A noite chegou e você não veio.
Sozinha, estou tentando encontrar
Aquele amor que me fez sonhar.
Mais uma vez a aurora surge no horizonte majestosa no seu resplendor de cores. Com ela chega o sol de um novo amanhecer repleto de sonhos, oportunidades novas e esperanças renovadas.
Um dia bem quente de sol
Só queria um gramado verde e fresco
Num dia bem quente de sol
Para me sentar e comer umas 'mexericas'
E não pensar em nada.
Esquecer de como é ser adulto
Apesar de nem mesmo saber ser um
Ter apenas minha infância novamente
Mesmo que por um dia
Um dia bem quente de sol.
Procurar formas nas nuvens
E rir de tamanha imaginação
Ora, nuvem tem forma de nuvem!
Que besteira
Mas seria perfeito
Esse dia
Um dia bem quente de sol!
E então, o Sol vai começar a se deslocar
na direção sul... logo, dias e noites terão a mesma duração. A natureza muda!
E não há ângulo, que produzirá um olhar diferente.
Há dias que eu não sei se a vida desabrochou para mim ou se fui eu quem desabrochei para ela. Só sei que as manhãs me chegam leves, suaves e com esse cheiro adocicado de primavera abrindo todos os caminhos que levam ao meu jardim interior.
