So Passou pela Vida Nao Viveu

Só conhecemos bem aquilo de que somos despojados.

Saudosa de ti
caminho só pela rua.
É noite de estio.

Um soneto sem defeito vale por si só como um longo poema.

Só o dinheiro faz avançar o mundo.

Em toda a longa viagem,
Só agora encontrei
Um cafezal!

No ocaso do outono
só o carrapicho gruda
na velha calça...

Além do quentão,
só a orelha da companheira
me salva do frio.

Só a insignificância nos permite viver. Sem ela já o doido em que nós prega, tinha tomado conta do mundo. A insignificância comprime uma força desabalada.

A miséria só principia, quando temos empobrecido até de esperanças.

Só vive quem vive o dia de hoje.

Só damos pelo envelhecimento dos outros.

A infelicidade só se consola com a infelicidade dos outros.

O pensamento só se respeita a si próprio.

Todas as doutrinas, todas as escolas, todas as revoltas, só têm um tempo.

A maior parte das mulheres que escrevem as suas memórias só se pintam em busto.

As ideias simples só estão ao alcance de espíritos complexos.

Só seria uma guerra como deve ser se apenas os inaptos fossem mandados para ela.

Os nossos atos só aparentemente são efémeros. Por vezes, as suas repercussões perduram por séculos. A vida do presente tece a do futuro.

Ninguém está mais sujeito ao erro do que aqueles que só agem depois de haver reflectido.

Só, tudo parece breu.
Um hálito ébrio vem de fora:
Estranho, mas é meu.