So Nao Muda de Ideias que Nao as tem
ÔNUS
Tantas vezes, chorei, no infinito da emoção
Solto no silêncio áspero da pesada saudade
E em soluços os sonhos caíram na solidão
Tonto, vazio, e o pensamento pela metade
Sem ti, a alma voa num espaço de ilusão
A noite... atordoa sem a menor afinidade
E os dias me parecem não mais ter chão
A imensidão dobra para uma eternidade
Para cada verso da inspiração parda, dor
O meu universo cheio de pesar e de breu
E o coração já não mais trova com ardor
Tudo é rumor no ávido afeto que foi seu
Confesso... - que não mais está ao dispor!
Deste amor... - levo somente o que é meu...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
REALIDADE (soneto)
A dor foi longe demais, para voltar
Nos canteiros onde havia só flores
Hoje a erva daninha tomou o lugar
O que era voz prazerosa, há dores
Em nós, vazio ficou o falante olhar
Aos antigos sensos, outros amores
E na saudade do amor, um silenciar
Com os esboços com outras cores
Valores? Há um, a doce lembrança
Que ficou no outrora, ali a de estar
Uma vez já bailada, outra a seresta
Quebramos tudo, toda a esperança
O que era para ser, se perdeu no ar
E a poesia dedicada, não mais nesta!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/03/2020, 12’07” – Cerrado goiano
POÉTICA POESIA
O meu romantismo na quantia
Seja trovando só, sem escolher
Com o amor pouco no conviver
Venha do afeto, agrado e fantasia
A esses versos leia quem quiser
Chore, esbraveje, ou até sorria
Mas não me venha com ironia
Prover, sem da paixão ter saber
A outros a chance de o prazer
Tem, e que seja de harmonia
Pra não ser de tristura ao ler
E assim, a magia seja pro dia
O encanto na noite então ter
Numa variegada poética poesia
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 de março de 2020 - Cerrado goiano
copyright © Todos os direitos reservados
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
JUVENTUDE (soneto)
Lembras-te, poesia, quando, era só alegria
Ao fim do dia, o pôr do sol mais que luzidio
Era arrepio na alma, e a satisfação persistia
E em teus versos canto de juventude no cio
Tudo era ingênuo, melodioso e de fantasia
Felizes, ambos, íamos trovando o desafio
Fio a fio, nas venturas com a boa teimosia
Ecoando em nós o inato recato de ter brio
Tudo era longo, e o agora mais duradouro
O azul do céu num infinito da imaginação
E o amanhã no amanhã, um novo tesouro
E em nosso olhar, aquela tão mágica visão
De que tudo é possível no sonhar vindouro
E o mundo seguia mundo sem preocupação
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31/03/2020, 14’27” - Cerrado goiano
O Deus que habita em meio aos louvores do seu povo só se manifesta onde Ele é o adorado. O resto é emocionalismo espiritualizado que se acaba quando as luzes se apagam.
O tempo como meu carrasco perguntou: Qual seu último pedido?
Eu como sua vítima respondo: Só quero um pouco mais de tempo.
Teve dia que só desejei seu abraço, seu sorriso, seu colinho, mas terei que me acostumar com sua ausência.
Esperas de mim amor, porém só encontras ódio, esperas de mim paz, mas só encontras guerras, esperas de mim coragem, mas só encontras covardia, esperas de mim soluções, mas só encontras complicações, esperas de mim desânimo e desistência, porém encontras força e perseverança para buscar os adjetivos que me faltam.
Há uma diferença muito grande entre: ser feliz é estar feliz. A felicidade plena só é alcançada através da PAZ de espírito. Sl 42.11
O justo morre fisicamente para que a eternidade lhe seja uma realidade. A vida eterna é só para os que crêem.
Vivemos tentando preencher um vazio que só cresce, buscando sentido em um mundo onde tudo parece efêmero. Criamos metas, relações, crenças, nos apegamos a ideias e ilusões para não encarar o fato mais aterrador: estamos sozinhos dentro de nós mesmos. Podemos ter tudo e, ainda assim, nos sentir vazios. Podemos conquistar o mundo e perceber que ele nunca foi o bastante. Porque a liberdade nos permite querer, mas nunca nos ensina a ser satisfeitos.