Sítio
ENTES DISTINTOS
Lavra/Sítio/Tempo: Edson Cerqueira Felix | N. Iguaçu – RJ, BR (19/09/2014).
Preito à: Titão.
Suas perspicácias consistem um mar
isentado de mácula, uma imensidão o firmamento
argentino.
Um rebuscado âmago
da cor do céu sem nuvens de preferência amenos que já mirei.
Sua submissão, carência de malícia,
brandura, mansuetude, sucedem um ornamento de
pedras preciosas amarelas e transparecentes do cosmo tanto sintetizado
perante mim
Os artefatos de formosura,
descendem entes tanto distintos,
como tu.
http://edsoncerqueirafelix.blogspot.com.br/2014/09/entes-distintos.html
Quase dez horas da noite
Num sítio perto do Ambô
No chão, sanfona e forró
No céu, a bela lua de hoje
No peito, a força do coice
Que a saudade vem dando
Só me resta ir lembrando
De quem não está comigo
No frio, falta-me o abrigo
Do abraço de quem eu amo.
Açude
Lembro-me daquele açude
Lá no sítio de tia Maria
Onde a água refletia
Meu rosto com plenitude
Lá estava a juventude
Que nunca mais revivi
Só me restou, por fim
A pior das crueldades
Me banhar com a saudade
Que a gente sente de si
(Jefferson Moraes)
10/09/2014
Olinda, Pernambuco
Tanta é a Solidão no Mundo...
Autor: LCF
1
Neste sítio em que vivemos cujo nome é Terra;
Existe mágoa, dor, muita solidão;
Regressão, burrice, demasiada contradição;
Desespero, saudade, infinita desilusão.
2
Quando me sento para, sinceramente, pensar;
Lembro-me de cada momento em que tudo o que há de "Mal";
Invadiu aquilo que eu possuía de original.
3
Mas o que flui nos meus pensamentos;
Para os outros nada importa;
E não aprendendo nada de útil e de novo;
Uma alma aparece, uma alma fragmentada e morta.
4
É essa a consequência de quem vive no egoísmo.
5
Contudo, no fim de contas, eu é que sofro...
6
Sofro de solidão;
Da mais triste das frustrações;
E da mais dolorosa das ilusões.
SEIOS
Lavra/Sítio/Tempo: Edson Cerqueira Felix | N. Iguaçu – RJ, BR (01/10/2014).
Preito à: Lais Silva.
E eu encontrei
Uma linda Mulher
Uma Linda...
Senhora
Que morena
Uma Manhã do Ébano
Sem soutien
Sem lingerie
Banhando-me
De dentro para fora
De dentro para fora
De fora
Para dentro
Dentro
Do meu
Seio
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SEDUÇÃO
Lavra/Sítio/Tempo: Edson Cerqueira Felix | N. Iguaçu – RJ, BR (01/10/2014).
Preito à: Lais Silva.
E cansei de olhar
Ao horizonte
Olho ao vertical no horizonte
E Ela
Leve ao vento
Com frescor ao corpo
Seu
Desnuda
Sob a ducha ambiente
Ao seu corpo
Lindo
Corpo
Em cama de poesia
Em leito de seda
Cortinas de linho
Nas janelas do corpo
Dele
Nudismo
Dança
E provocação
Olhos de menina
Lábios de Menina
Sorriso de Mulher
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ECOSSISTEMA
Lavra/Sítio/Tempo: Edson Cerqueira Felix | N. Iguaçu – RJ, BR (03/10/2014).
Preito à: Humanidade.
As paisagens me beijam
E que elas sejam
Mais do que beleza
Natureza
Nobreza
Riqueza
E que elas escolham
Não serem dissipadas
De alguma forma
Que elas consigam sobreviver
Ao menos nos corações
Emoções
Paixões
De cada ser
E eu vou continuar
À detestar
Aqueles e aquelas
Que dela zombar
Maltratar
Subjugar
Dissipar
Que não nos falte o ar fresco
E até para a escória
Numa estória
Consiliatória
http://edsoncerqueirafelix.blogspot.com.br/2014/10/ecossistema.html
(...)quando nós olhamos para algum sítio estamos sempre a ver o passado. A luz demora algum tempo
a vir do objecto, porque tem de percorrer o espa
ço que está entre o objecto e o observador.Se eu
olhar para aquele quadro ali na parede, estou a
vê-lo há um milionésimo de segundo, ou se calhar
há menos tempo que isso. A luz tem que bater no
quadro, reflectir-se e vir ter ao meu olho.A luz
percorre o espaço entre o quadro e os meus olhos
Quando chega aqui, já chegou com um tempo de
atraso relativamente ao tempo em que foi emitida
Portanto, EU ESTOU A OLHAR PARA O PASSADO.
A PORTEIRA DO SÍTIO DO ANGELIM
“ O real da vida se dá, nem no princípio e nem no final. Ele se dispõe para a gente é no meio da travessia” . Guimarães Rosa
Prezado compadre Angelim:
Quem chegar ao teu sítio verá, deslumbrado, que ali existe uma porteira que esconde segredos aos olhos normais. Impossível tentar comprendê-la apenas pelas leis da física.
O poeta que a fotografou , emoldurou-a numa pintura em-preto-e-branco! Posso entender suas razões! Uma foto colorida é muito explícita , não dá a quem olha a possibilidade de fazer voar o pensamento. Já um retrato preto e branco sugere coisas, estimula a criatividade e dá asas à imaginação. É mais que uma cópia do original.
“ O essencial é invisível aos olhos”, dizia “ 'Zé Perri'”! Somente quem possui a arte de ver com a alma é que pode usufruir da magia de ver além-das-coisas. Para Drumond, uma pedra no caminho é mais que uma pedra. Para Neruda, uma cebola é uma catedral.
Assim também quem tiver olhos-além-das-leis-físicas, verá que a porteira que dá identidade ao teu recanto sagrado , tem uma mística, um ar transcendental, um feitiço que somente poetas-cantadores-do-sertão poderão entender. Parece tão fechada que por ela é impossível passar os burocratas, os teóricos racionalistas, os religiosos fundamentalistas. Parece tão mansa que é um convite escancarado para quem quiser adentrar a um universo habitado por coisas-de-outro-mundo.
Dizem que a gente vê o que a gente é. Talvez isso explique o porquê deste singelo-aprendiz-de-violeiro ter sido seduzido pela magia que adorna a paisagem bela e bucólica do teu sítio. Eu pelo menos, toda vez que fico visualizando a onírica porteira , vejo nela satíricos sacis fazendo algazarras, fantasmagóricas almas-penadas fazendo ranger suas enferrujadas dobradiças, além de amantes-de-veredas-tortuosas vindo ali em noites-de-lua para reafirmar seus votos ou chorar suas despedidas. Tudo isso ao som de violeiros ponteando variações sobre a vida-e-a-morte. Fantástico retrato pintado com o tom dos personagens místicos do Guimarães Rosa, sempre inspirados por “um vaga-lume lanterneiro que riscou um psiu de luz”!
A quem estiver lendo minha carta endereçada ao compadre Angelim, e quiser certificar se tudo o que estou dizendo é verdade, basta apear no endereço http://www.angelim.mus.br/. Fique olhando a porteira! Quem conseguir ver outros mil personagens dali saindo, não pense que está ficando doido. É apenas um sinal de que está adquirindo olhos de um poeta-violeiro.
Agora, quem adentrar propriamente no sítio do meu compadre, com certeza , não vai querer mais voltar para o lado de cá. Mas isso já é outra história...
Viva Miguelim!
Abraço do compadre
Carlos Alberto
Não tem coisa mais melhor
Do que um forro no sitio
O povo mata um cabrito
E se lasca no forro
Safoneiro arrocha o no
Puxe o fole no baião
O povo vai pro salão
A poeira chega sobe
Nunca vi coisa mais nobre
A tradição não se entrega
O forro de PE de serra
So canta e dança quem pode
Caminhando pelo sítio
Admirando a natureza
A criação tranquila
O céu azul refletido
Nas águas
Da pequena represa
O cri cri dos grilos
Borboletas a voar
Pássaros a gorjear
Enquanto a bicharada
Livre e solta
Pelo quintal
Fica a vaguear
editelima
10/2020
Sr. ``José´´, colhia nas áreas de mato, nos arredores do sitio em que morava, pedaços de madeiras, pequenos troncos secos que ali havia devido a aridez do sertão, pra confeccionar esculturas.
... ele escultor nato, coisa passada de pai pra filho, fiel e dedicado, em trazer à tona imagens extraídas de troncos considerado velhos.
Visitantes que por ali passavam pra tomar um água e refrescar-se à sombra foi arguido por uma outra pessoa que ao observar suas obras ficara curioso por perceber tamanha exatidão de detalhes.
Vendo toda aquela exposição disse: mas como e de onde vem toda essa sua expiração e sagacidade de perceber num troco tido como velho e inútil a escultura desenhada na madeira que o Sr. faz com tamanha perfeição?
E este visitante foi surpreendido pela simplicidade de resposta dada pelo mesmo!
.. ao que replicou à aquele moço que ouvia de olhos e boca abertos.
`` Sei não seu moço, só sei que a cada lasca da madeira que retiro, cada passada do formão, surge a beleza que ora se esconde lá dentro até que eu faça toda retirada dos excessos, cada casquinha que encobre a imagem que surge até pro meu espanto´´.
O maior elogio foi ao ver uma imagem do Cristo crucificado e ele de novo perguntou!
E esse ``Cristo Crucificado como o Sr. explica?´´
... e eis que subitamente ele disse!!! `` Sou eu não moço, como já disse, na verdade ele já estava aqui dentro, apenas fui lhe descobrindo a cada lasca de madeira arrancada, e ele foi surgindo feito o sol numa manhã de céu límpido´´.
É por isso que devemos valorizar cada ser e entender sua tenacidade de percepção.
O sítio mais puro e mais harmônico para se estar hoje é no teu coração, porque é o recanto mais belo aonde encontro a felicidade.
Angola não é um sítio tornado País, apenas para alguns; é um País, tornado sítio ideal para se viver livre e, se criar bases fortes, que permitam as próximas gerações de se regozijarem por fazerem parte de uma terra independente.
O sorriso rasgado no rosto de uma mulher, transforma o universo no melhor sítio para se estar, ainda que a tempestade trazida pela pandemia, nos esforce a pensar o contrário.
Estórias- XIX- A pescada e o carneiro…
Atenta bem pescador, se há carneiro;
Nesse sítio, onde gostas de ir pescar;
Não vá um grande banho ir apanhar;
Mais cornada, esse teu real cagueiro!
Com essa, até eu me vou precatar;
Por tão também gostar de andar à pesca;
Pra nunca fazer figura: como esta;
Que nesta estória dá pra apreciar!
Que se lixe o pescar, onde houver tal;
Bicho perigoso, como o matreiro;
Que adora em qualquer um mandar marrada!...
Por quer tal, quer o banhar saber mal;
Por quer tal, quer o doer no cagueiro;
Fazer dessa pescada, uma malvada.
Obs. (ver vídeo no Facebook- na minha cronologia ou página)
Com a devida cautela;
Inveja -
Eu não sou nada
Eu não tenho nada
Eu não atingi sitio nenhum,
Então, como é possivel
Que os outros sempre
Tivessem desejado o meu lugar?!
"A noite, neste sítio, devia ser como que um melancólico período de tréguas. Hoje, o sol excessivo que fazia estremecer a paisagem, tornava-a deprimente e inumana"
RUA DA MINHA INFÂNCIA
Lá bem longe onde eu morava
Sem asfalto nem avenida
Era um sítio em que a estrada
Se formava pelo batidão da lida.
Tanto iam as crianças pra escola
Os cavaleiros com suas tropas
Os pedintes de esmolas
No sombreiro da sete copas.
Por ela vinham os mascates
Com suas quinquilharias
Faziam os seus biscates
Para toda nossa alegria.
Ao terço ia a vizinhança
Como se fosse romaria
Na frente muita criança
Atrás os adultos em cantoria.
Rua de terra batida
De dia o sol escaldante
À noite a lua escondida
Só quando era minguante.
Tenho uma saudade danada
Desse meu chão encantado
Quando de dia passava boiada
De noite latia o cão abandonado.
Hoje tudo está mudado
Asfalto com carros e poluição
Preciso de muito cuidado
Para reconhecer meu rincão...
10/06/18
melanialudwig
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