Coleção pessoal de MareaneLima

Encontrados 16 pensamentos na coleção de MareaneLima

duas janelas
abrem, fecham
me olham
mostram o infinito
me deixam amá-las
todos os dias
não só as janelas,
mas a casa inteira.

As mulheres existem para que as amemos, e não para que as compreendamos.

Todas as mulheres transformam-se em suas mães. Essa é a tragédia delas. Isso não ocorre com os homens. Essa é a tragédia deles.

Eu quero te beijar.
Te mimar.
Te abraçar.
Te morder.
Te amar.
Eu quero você.

Seu batom me deixa louco
fico com vontade de morder,
beijar seus lábios, você não vai esquecer.

Ele me disse que eu era o escolhido. Ainda estou esperando.
Eu não sei se considerarei aquele dia como um pesadelo real. Era incompreensível. Era totalmente terrível. Sentia-me como se tivesse acabado de cometer um assassinato. Eu não sabia o que fazer. O que pensar. Estava tudo negro, incompreensível. Ível. Evil.
A última memória comprementava aquele dia, os passos que não faziam barulho, completamente estranho. A massa não existia. Era como se... como se... um nada estivesse caminhando. Estivesse batendo na porta. Estivesse tentando ser humano.
Deus disse-me um dia - curiosamente, o último dia que eu o disse como me sentia, como tudo aquilo fazia-me pensar que estava enganando todos os habitantes da Terra. O último dia que eu o vi -, que, não importa o que você fez, faz ou fará. Importa apenas o que você deseja para si mesmo.
Era a gota d'água. Aquilo não fazia o menor sentido. Vivi sendo educado da maneira certa, escutando conselhos completamente ultrapassados mas que serviam para certas ocasiões. Os humanos estavam e estão errados. Todos eles.
Todos eles.
Todos.
Antes de partir para sempre, Ele murmurou em meu ouvido que, dali a alguns dias, eu seria buscado e levado para longe. Eu não pudia dizer a ninguém. Era uma informação puramente confidencial.
Era mentira.
Há dois anos eu espero isso acontecer.
Nunca aconteceu.
Nenhum sinal de Deus.
Ainda imagino como se tudo aquilo fosse um pesadelo. Sim. Um pesadelo. Sonhos não te enganam, muito menos criam falsas expectativas. Um pesadelo.
Um puro pesadelo.
Porém, os passos leves ainda continuam.
Isso é estranho.

Gilsa era uma criança de sítio. Vivia em uma cidadezinha perto da cidade central, a mais rica do Norte, porém era esquecida pelo governo e habitantes do estado. Ela tinha pai e mãe, ambos fazendeiros, cuidavam de vários gados fofinhos e porcos assustadores. Cães imundavam o local com segurança e alegria. Havia gatos também.
Na escola, Gilsa era nove e meio. A menina estudava e conversava demais, sempre era sobre seus sonhos e desejos, que, desde criança, sabia que era pobre demais para conseguir realizá-los.
- Minha filha, você sabe que quando crescer... terá que trabalhar com o pai e comigo, não sabe? - Dizia sua mãe. Gilsa concordava. Sempre concordava com a verdade.
Algumas semanas mais tarde, ela recebeu o aviso que teria um passeio para o planetário da cidade central. Ela nunca tinha saído de seu próprio bairro minúsculo. Seus pais ficaram desesperados. "E se ela passar fome? A viagem é um pouco longa até lá!", "que roupa ela vai? Não pode ir como uma menina do mato, vão pensar que somos atrasados!". No fim deu tudo certo. Eles tinham preparado um pão francês com margarina e leite para algum imprevisto. Sua roupa era simples, uma camiseta branca com estampa de um sorriso, um shorts de pano preto e um tênis preto-quase-cinza.
Os colegas e Gilsa foram com o ônibus que puderam arrumar. Estava caindo aos pedaços, era mais velho que a própria professora Loiza, uma senhora que vivia com seis gatos, vivia dizendo que não queria mais um porque era muito comum. Queria ser diferente. Mas todos os alunos sabiam que era porque ela tinha medo de ter sete gatos e morrer sozinha. Quem alimentaria os gatinhos? Ela acreditava na lenda local Senhoras com Sete Gatinhos e Zero Namoradinhos.
O passeio foi legal, segundo a pesquisa. Eles foram entrevistados por serem da primeira escola de outra cidade que foi para aquele planetário. "Foi muito louco, senhora... tipo... parecia que eu estava a sete palmos das 3 Marias!", disse Gilsa em sua vez. Naquele dia, Gilsa do Rosário percebeu que tudo que sabia estava errado. Os seus sonhos eram toscos demais perto das estrelas.
Depois daquele grande dia, suas amiguinhas Carol e Aline viviam falando do luar, das estrelas lindas que haviam no céu acima de suas cabeças.
- Um dia eu irei lá pra cima! - Gilsa falava enquanto apontava para cima. - Daí poderão me ver dá tchau para vocês duas do céu.
Elas sonhavam neste dia, brigavam para saber quem seria a primeira a vê-lo. Suas Barbies feitas de feno, pano e botões achados na estrada eram ricas, humildes e astronautas em todas as brincadeiras perto do riacho, tudo por causa do maldito passeio.
Nadadoras Astronautas, Astronautas Corredoras, Mecânicas Astronautas, Caçadoras Astronautas, até mesmo: Humanas de Outro Planeta, Humanas Visitantes do Espaço, Humanas Loucas pelo "Astronautismo", Humanas que não São da Terra mas sim de Marte.
As três cresceram. Afastaram-se uma das outras. Viraram estranhas em meio de outros estranhos. Nem se lembravam dos sonhos, dos desejos, das conversas.
A família de Gilsa cumprimiu o que tanto falara: ela trabalhou com os pais na fazenda. O seu sonho de ser astronauta nunca foi realizado. E nunca seria. Ela nem chegou a pesquisar sobre. Perdeu o belo interesse.
- E seu sonho de ser astronauta quando criança, filha? - Perguntava seu pai já idoso.
- Ah, pai. Sonho de criança. - Sempre respondia. Para o presente e futuro de sua vida a única coisa que existia era a fazenda. A bela fazenda com os gados, porcos e cachorros... ah, e havia gatos também.

Trezentos e sessenta graus em menos de um segundo, a vida se iguala ao nada quando se pensa o quão pequeno algo grande pode ser. Talvez, se pensássemos assim - ou olhássemos ao nosso redor -, nada seria tão fácil a ponto de destruímos com apenas um clique.
Uma bomba.
Força nuclear.
Guerras
O humano se resume a isso. Batalhas internas travadas com um pensamento maldoso, o estado emocional facilmente abalado por algo totalmente idiota - que claro, é considerado com sentido nos primeiros cinco minutos de obscuridade, a força de um estado moral.
Perda de intelectualidade.
Mas afinal, o que é isso?
Saber demais, saber pouco, que diferença faz? O que mudaremos no mundo? O que faríamos com esse globo azul?
Nada.
Mudanças?
O mundo já gira demais, pare de se preocupar.
Afinal, ninguém jamais vai parar por sua causa.

Adoro o jeito que ele me olha, causando aquela tão conhecida conexão que eu tanto espero durante o dia, ou, quando ele desgruda seus olhos de mim, para ninguém perceber nosso pequeno pacto, simplesmente selado com um olhar.
Amo a forma como ele brinca, me faz rir, é idiota e sério ao mesmo tempo, e claro, quando ele fala de Star Wars de uma maneira única de um vidrado e Guerra nas Estrelas. Ou quando ele teima que escrever - de um jeito completamente errado, é o certo.Mas, principalmente, gosto do jeito como ele me faz sentir bem, mesmo quando estou doente e sem motivos para sorrir, ou quando ele pergunta, preocupado, sobre minha falta em seu dia.
Não sei como descrever, mas a sensação de cair aos poucos talvez é a mesma de se apaixonar, lenta e gradativamente. Um dia são detalhes, no outro é amor.

Amor, talvez a maior fantasia de todas. Ter alguém pra compartilhar uma vida, ter uma pessoa sempre pronta para te receber seja do jeito que estiver. Aquela ou Aquele, que você vai contar em dias de angustia ou solidão. O alguém ideal, certo, sem medidas.

Sorte tem o homem que te toca quando bem entende, que te mima a qualquer hora e que pode admirar a dança dos teus gestos bem de perto. Sorte tem o homem que te ouve logo pela manhã e te abraça sob o calor matinal das cobertas que retém o teu cheiro. Sorte tem o homem que pode venerar os teus modos mais íntimos, apreciar os teus pecados ocultos e o teu jeito pessoal de escolher entre o sim e o não. Sorte é para poucos, eu sei. Sorte tem o homem que sente amor e ainda tem você sempre por perto.

Sorte tem cada súdito da tua divindade carnal, cada ser capaz de ajoelhar-se diante das tuas maravilhas e chorar de amor. Se até mesmo o miserável que se refestela com as tuas migalhas de descaso tem sorte, que dirá um homem que enriquece imensamente a cada amostra do teu carinho? Sorte tem quem te vê passar e se encanta com teu rastro de beleza e perfume. Sorte daquele que vive, respira e detém a dádiva de poder estar ao teu lado.

Quisera eu que todos os homens pudessem ter a sorte que eu tive de um dia cruzar o teu caminho meramente por acaso e, ainda assim, ser tão feliz. Quisera eu que todos soubessem o quanto vale ter o que eu tenho, o que eu vivo e o que eu sinto todas as vezes que eu seguro com força a tua mão. E esta sorte de ter um amor que vale a vida, me sorri sempre que eu olho nos teus olhos e vejo reciprocidade. Sorte tenho eu de poder confessar o meu amor a quem amo e ouvir de volta, como numa linda canção, que o amor não nasce só de mim.

Sim. Sou eu este homem de sorte que sempre se alegra quando ouve o seu nome. Sou eu esta pessoa que morre de amores todas as vezes que acorda e te vê sorrindo, numa espécie de alvorada particular. Sou eu que vivo garimpando em todas as manhãs outras maneiras de te desejar mais um bom dia ao meu lado. Sou eu o teu homem, o teu companheiro e o teu servo a te carregar no colo sempre que a caminhada virar cansaço.

Sorte minha poder fazer parte deste universo que orbita em torno de ti. Sorte minha fazer parte desta história de amor, onde o amor é o personagem principal. Sorte minha poder estar aqui nos teus braços e não em outra companhia que não me alegrasse tanto. Sorte minha poder sonhar contigo em outros fevereiros e sorrir por saber que o futuro nos trás mais esperanças quando temos alguém a quem amar e compartilhar a sorte de ter um amor que só sabe dizer a verdade.

Grande pessimismo. Afeta a todos em uma enxurrada de palavras malditas. Executa os seus sobreviventes como algo desnecessário, faz de si próprio algo forte, rolando feito pedra, descendo como foice na garganta de doentes por afeto. Quando de repente, tudo se interrompe, e ao tempo certo, retorna em seu ciclo vicioso. Voltando aos poucos a realidade humana, sem sua mente o traindo a cada passo.
Eterno vício em si. Palavras, gestos, objetos, pessoas, sentimentos, privilégios... o ser humano é feito disso! Sem delongas, sem muito ou menos. É apenas um animal solto, sem sentido ou completo saber. Desconhece a si mesmo, desconhece ao seu mundo, e simplesmente, pertence ao nada.

Evitar. É comum, pelo menos para mim. Evitar todos os tipos de dores possíveis. A vida já se doí por si mesma, aliás, é incrivelmente engraçado o quanto todos se doem. Seja pela solidão que atinge os desesperados por carinho, seja pelos corações partidos que são atingidos pela falta de afeto. Pelos pobres, que vivem suas vidas a procura de uma solução, uma riqueza, uma última fisgada em suas almas. Falta, dor, angustia, doença, agonia, tudo soa como um só e, infelizmente, é disso que a vida se trata.

Assim como os frutos caem de tão maduros pra que novas plantas brotem no chão, algumas amizades deterioradas devem acabar pra que a gente renove a nossa capacidade de cultivar e cativar quem realmente deve seguir caminhando ao nosso lado.

Porque existem amizades que não valem a ressaca de uma festa. Porque existem amigos que não merecem o nosso empenho de querer estar junto. Porque uma amizade verdadeira vai muito além do interesse individual de um ou do outro. Porque um amigo verdadeiro tem que ser muito mais do que um amigo. Um amigo verdadeiro, tem que ser um verdadeiro irmão.

Na vida, às vezes a gente tem que se arriscar, se reinventar através de uma dolorosa metamorfose, cortar na própria carne, sangrar, mas se libertar de dores ainda maiores que vêm nos torturando em conta gotas através dos dias com a nossa conivência e omissão.

É isso que venho fazendo comigo. Venho me transformando radicalmente em mim mesmo, porém, mais feliz, sem pesos nos ombros, e sem a mínima aptidão de fazer coisas contra a minha vontade ou conviver com pessoas que me sugam e não me acrescentam.

E nessa saga de mudança, vem sendo inevitável começar perdendo pra ganhar depois. Porque ganhar de virada é muito mais gostoso. Porque o mal sempre vem como hospedeiro do bem. Porque certas moléstias só são curáveis através da extirpação de partes importantes de nós mesmos. Porque pra ser feliz, quase sempre é necessário fazer sacrifícios. Porque toda cicatrização é precedida por uma ferida aberta.

Olhe os meus olhos atentamente
E conte uma por uma
Cada lágrima alvissareira
Que molha o meu sorriso cansado

Eu ando tranquilo e preocupado
Às vezes cantando, às vezes calado
Me alternando entre dias e noites
Me desencontrando em sentimentos ambíguos
Hoje eu sou um amigo evitando uma guerra
Amanhã serei uma guerra querendo inimigos

E é assim que a minha alma faz
Brinca de gato e rato e outros animais
Ascende e apaga, tal um vaga-lume na madrugada
Intermitente e insistente
Estrela cadente brilhando na chegada

E no intervalo entre a luz e a escuridão
O meu coração se expande até onde o mundo alcança
Batendo sempre alheio à minha vontade
Sempre escapando da minha mão
Sempre na iminência de morrer de saudade
De arritmia ou de soledade
Desde o dia em que você me disse não