Sino
O ser humano engana e trai como se tudo fosse normal. O sino toca, ninguém ouve. Nenhuma prece responde à dor amarga escondida no final sem explicação.
O ser humano engana e trai como se tudo fosse normal. O sino toca, ninguém ouve. Nenhuma prece responde à dor amarga escondida no final.
ASSALARIADO
toca o sino
hora marcada
canta o hino
porta de entrada
preso à senha,
aos pés do senhor
contínua resenha
sem dor nem amor
anos trabalhando
vida rotineira
se aperfeiçoando
na mesma prateleira
toca o sino
vida encerrada
anos de hino
sem fim a estrada
Ah, foi rompida a taça dourada! Teu espírito escapou eternamente! Que dobre o sino! Uma santa alma já cruza o rio Estígio! E tu, Guy de Vere, não vertes lágrimas? Chores agora ou nunca mais!
Veja, no terrível esquife jaz teu amor, Lenora! Leiam-se os ritos funerários e o canto derradeiro, Um hino à mais nobre rainha, a mais jovem a partir, Que duplamente morreu, ainda tão jovem ao sumir.
Semana da volta
Um sino toca, badala
de lá pra cá
De lá flores brancas, caixão
semana santa pisoteada
por procissão.
Um silêncio nas ruas
vozes ao coro
vozes antigas.
Me remeto ao passado,
de quando acreditava
existia tempo
sonhava o futuro
Havia muito chão
terra na mão.
Há tanta paz lá no fundo
em vem a voz de Deus,
dos apóstolos, dos crentes.
Eu só via a pipoca estourar
no carrinho da pracinha
se confundia com o cheiro
de vela.
Com sandálias abertas
como a de Cristo,
eu não entendia nada,
só os amigos que corriam
quando ainda eram vivos.
Sentes?
é o cheiro da chuva,
da pura chuva.
Trouxe o perfume
da minha mãe já falecida,
o céu escureceu
as vozes continuam
arrastadas com tanto peso
e esperança.
O coral é impecável
a casa de Deus tão cheia
povoada por almas pecadoras
um ambiente nostálgico
e fúnebre.
Já me vi um filho
já me vi um intelectual
um bobo
e um alcoólatra
já até me vi poeta.
Hoje me vejo um morto.
E eu nunca vou esquecer
da igreja da minha cidade
do interior de minas.
NATAL
No ermo cerrado, árido, na noite, toca o sino
De esperança, pressaga enche nosso ouvido
Em uma toada de paz e bem, no céu subido
Anunciado o Natal do Deus Menino, um hino.
O presépio em glória, reza ao Filho Divino
A árvore alindada, ornam o amor instituído
Num armento em esplendor num só alarido
Há elevar do opróbrio ao halo o pequenino
E nesta lembrança onde se vence ao destino
O teto de palha, a estrela, os Reis, os pastores
Dobrarás os eleitos, em um respeito peregrino
Humilde, mãe, Maria, das Graças, das Dores
Traz o rebento de afeto, e um amor cristalino
Seu Filho, na manjedoura, todos os louvores!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, dezembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
amanheceu
o galo cantou
o despertador tocou
o sino da igreja bateu
o raio de sol clareou
e eu abri os olhos
fiz uma prece em silêncio
agradecendo ao Alto
busquei o ar renovado
pelas plantas
respirei fundo de emoção
fui tocada pelo canto dos pássaros
e pelo barulho da água
embalei na melodia da natureza
sorri pra vida
reguei-me de boas energias
é mais um dia pra se viver
e menos um dia na estadia
que Deus nos reservou
aqui neste plano
precisamos subir de plano
ou mudar os planos
conforme formos avançando
crescendo e evoluindo
faz parte do nosso princípio
como seres humanos
e vamos recebendo as bençãos
enquanto não nos fizermos
anjos perfeitos na escala divina
viver é nossa sina e que ainda daremos
muito valor naquilo que nos tornamos!!!
A meu ver não é apenas um sino,
Espia! Existe outro ao lado,
É verdade, que são dois sinos,
Sinos são vozes feitas para escutar,
São vozes anunciadoras do tempo,
Sabem ao seu jeito dar o recado,
- e a escuta despertar
Assim anunciam os sinos,
Que daqui para frente vou contigo.
Seguirei para Isla Negra,
Para qualquer lugar,
Desde que eu volte
- sempre -
para a casa do poeta.
Haja visto, de que a moça
- admirável -
e que ele gosta,
- sou eu
Por uns passou desapercebido,
Que o nosso amor chegou
é despercebido,
Faz parte, foi por obra do destino,
- destarte
O amor hoje é fruto ainda proibido.
A meu ver o tempo sempre inflige,
A pena dessa espera,
A espera sempre vale a pena.
Os sinos sinalizam, abrem a alma
Para aprender a ter calma,
- e se concentrar
No tempo que tem o seu próprio tempo,
Espera com paciência,
Que a oportunidade irá chegar.
Na colina fragmentos de polem partículas subitamente morre uma flor...
Sino selados lábios e cor hó bela minha...pêssego fugitiva quadris de cisne nenúfar;
Prisioneiro furioso no silo decadente em meio a um cristal de ecos francos
No éter da lua flanco eriçada de luxúria palpa esferas nitentes
Tremeluzem pelos fulvos em bale de pirilampos
Fleches frouxos de luz palpita a ferida crua na sua palidez ardente desovo meu eu em decúbito espasmo
Aguça afaga-lhe os braços curva em arco num delírio de volúpia súbito frêmitos que perdura êxtase se dilata míngua apaziguá adormece..
No encanto de outrora pesamentos busca refugio nos momentos que agora parece tão efêmeros
delir lembranças que corta a alma pela razão do passado não se presente
entoa canções sobre o finamento das costelamentos e sobre as estrelas escrever a mesma historia com fragmentos de memorias tão belas
Sentir saudades de algo tão perto que parece que naveguei na eternidade por longas eras
O tempo passa diferente para nos pois circulo entre ele mas o presente é meu abrigo no momento-fel
By Charlanes Oliveira santos
Surdina
No cerrado, lá no alto um sino canta
Da capelinha, num badalar soturno
Canta um sino e a melancolia pranta
Finda o turno!
Canta, pranta o sino no campanário
Como se assim se quisesse
Benesse, no chuvoso dia solitário
Resplandece...
Na messe! Canta e pranta silente
Na torre da igrejinha sem estresse
E o dia adormece, docemente
18 horas: - tal uma prece!
O coração abafado e vazio
Num acalanto o sino canta
Nebuloso dia... Que frio!
Triste melodia, triste mantra...
Sina!
Bate o sino... surdina!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/01/2020, 19’47” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
É Círio mais uma vez
Outubro vem chegando
Ouço o sino a tocar
No ar o cheiro da fé
Nos olhos uma luz a brilhar
É Círio de Nazaré
A família se alegra
A alma se entrega
E rega a aridez
De um coração sedento
Ansioso na espera
De um dia que era para
E volta mais uma vez
Outubro vem chegando
E eu já nem vejo a hora
A vontade de estar perto
Não espera a demora
vejo mãe em seus braços
O amor que cura a cansaço
A doçura que afaga a dor
A corda que em a ti me atrela
Refaz da forma mais bela
Meu encontro com o senhor
Canto, me entrego, choro...
Faço minha oração
Sinto a paz, uma calma
tomar meu coração
Na alma se refaz
A cura de todo mal.
É nosso primeiro Natal
É nossa escola de fé
É mais que palavras ditas
Uma beleza nunca descrita
É Círio de Nazaré
Outubro vem chegando
Vejo uma multidão passar
Meus olhos umedecidos
A fé de um povo a contemplar
Cada romeiro uma trajetória
Cada história uma devoção
Cada abraço uma graça alcançada
Cada lágrima uma fé renovada
Em cada sorriso a gratidão.
Outubro vem chegando
E eu vejo a solidariedade
Um amparo que gera amor,
Amor que gera a caridade
A sensibilidade no coração
vencendo a intolerância
e reacendendo a esperança
Por um mundo mais irmão
O coração salta de alegria
Os olhos fixa no alto
Os braços firmes aberto
Joelhos no asfalto
Desconhecidos se ajudando
Inexperientes motivando
Como é linda nossa fé
Viva em cada promesseiros
Que se entregam por inteiro
Em cada círio de Nazaré.
Santiago De Maria
Quando você deixa de ser criança, não percebe. É um sino que toca mais do que o esperado, ou simplesmente o resultado de um verão. Quando você deixa de ser adolescente não, nem mesmo isso você percebe. Você está correndo. Você está prestes a perder um trem. Você está concentrado apenas nessa corrida.
E quando você deixa de ser jovem?
Aí é impossível não notar: uma sucessão de sinais, de advertências, te impele, confirma que o suprimento de benevolência que o tempo e o mundo te destinaram está acabando.
Toca o Sino da Igreja Matriz
São Francisco de Assis
rompendo com o silêncio
desta manhãzinha fria
daqui da cidade de Rodeio,
o amor para toda a vida
por aqui ainda não veio.
O galo canta a terça-feira
e como poetisa deste
Vale Europeu Catarinense
poesia tenho sempre feito.
Morar em Rodeio é motivo
de orgulho que neste
poemário tenho o feito.
parece que o amor já estava lá, esperando por mim veio tocando como um sino e causando mudanças dentro de mim.
O sino ultimamente bate de meia em meia hora
O som faz com que meu coração lembre da tua chegada
Em busca do meu amor
Como Evo bem disse:
"Nuestro reencuentro
con el mar no solo es
posible, sino, inevitable",
e esse meu anseio de ver
a justiça devolver a vida
ao seu lugar virou poesia
sem um instante sossegar.
Com o tempo de espera
por causa de quem
não quis conversar
para um caminho
em comum encontrar
a questão já teria sido
negociada e resolvida.
Desfrutar de um mar
em companhia é
melhor do que desfrutar
de um mar em solidão;
bem mais que o diálogo
tão aguardado entre
o Chile e a Bolívia,
quero que reinem
a paz, o amor e a união.
'EM OUTRA PRIMAVERA'
Sonho doce que voa
Lembrança que não se vai
É como o sino que soa,
Um amor que se foi dizendo não volto mais
*
Em meus sonhos te amarei
e não deixarei que se vá,
Em minh'alma te eternizei
Para longe de mim não voar .
*
Com todo meu amor irei te alimentar,
seguindo meu caminho
Igual borboletas no ar.
*
Quem sabe em outra primavera
Meu beija-flor voltará
Para colher da flor o néctar que existe lá.
Maria Francisca Leite
Direitos autorais reservados sob a lei - 9.610/98
Prosa de Natal
Na matriz toca o sino
Pobrezinho, nasceu em Belém
O Deus menino
Veio pra paz e o bem
Na palha dum cocho
Nasceu. Amém!
Divino, predestinado
Seu sofrer avém
Na cruz, amado
Jesus o teu nome
Por todos clamado
Nosso Deus genuíno
Glória lhe é dado
Louvemos, Jesus menino!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/12/2021, 17’05” – Araguari, MG
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