Seus Devaneios
O que devo fazer? Perder me em uma maldita vida sem razão ou motivo, ou me entregar aos devaneios fugazes? A duvida é uma roleta russa, ela pode ter ou não a bala que tornara sua mente o caos do fim.
Em meus devaneios poéticos, sempre ouço meu eu lírico dizer: _Toma mais esta dose de versos, que passa!
Em meio à devaneios, minha alma pôde descansar em uma praia de ventos álgidos que faziam do meu sangue, gelo.
Meus pés puderam passear pela areia quente e solitária, não havia ninguém ao meu lado.
Era um privilégio escutar a canção das ondas, era um privilégio a ausência de voz que não fosse a minha.
A boa solidão, como eu digo, é um privilégio.
Eu queria estar no controle da minha vida, mas percebo que perco minha direção nos devaneios dos meus pensamentos.
Na imensidão dos meus pensamentos,em meus devaneios me vi sozinho, na quela multidão só estava eu , e isso me bastou .
Devaneios de uma manhã chuvosa !
Eu sou como os três fantasmas do natal
Vivo no presente, passado e futuro
Tudo ao mesmo tempo
Houve uma época
Muito distante
Que eu sonhava só com o futuro, com dias melhores
Mesmo em uma situação difícil
Eu conseguia sonhar com dias melhores
Com o meu "final feliz"
Muitas coisas aconteceram
Os anos se passaram
Sem perceber
Eu fui perdendo o meu brilho
Eu fui deixando de sonhar
Me encontrei perdida
Tentando me reencontrar
Me perdi ainda mais
Hoje !
Vivo assombrada com o meu passado
Morrendo de medo do futuro
E o presente ?
Eu perdi
Os vícios são grudentos
Assim como o vazio sereno
Que rouba devaneios
E nada resta, nem princípios
Os vazios são incontáveis
Medo, desejo, solidão, anseio
De fato, inexistem mãos hábeis
Que suportem o excerto
Os vícios são estrondosos
Capazes de desfazer vazios
Mas, feitos para se tornarem desgostosos
Ignorando possíveis perigos
A vida é bela
Como um amor materno
Mas basta uma queda
E ela se torna o inferno
Nos devaneios vejo tanta verdade que ao acordar me deparo com incertezas profundas. O sonho pode ser mais real que a vida.
Devaneios
Olhe pro céu agora
O céu nitidamente azul
O sol brilha la fora
É outono e as aves já foram pro sul
E eu não ligo se faz frio ou calor
Subitamente me pego
Alegremente me entrego
Infelizmente me apego
E sempre sozinho curo minha dor
Eu quero estar perto
Perto de quem me faz sorrir
Estar de amor coberto
Também fazer retribuir
Dias sim , abastecido de amor
Dias não , vazio e com dor
Os devaneios dos meus pensamentos e ideias são como uma criança hiperativa que não sabe a hora de parar.
Os barulhos são divertidos , são tempestades , são alivio, são refugio, são declínio, são ascensão, são diluvio , são sonhos , são sim e também não.
a vida é cheia de devaneios porque a vida é feita de simplicidade a simplicidade é a felicidade pura
O menino é aquele que se perde em devaneios, que sonha com a vida como se ela fosse um conto de fadas, sem saber das armadilhas escondidas nas entrelinhas. Ele se agarra a ilusões, espera que o mundo lhe dê o que ele sente que merece, sem ter compreendido ainda que o mundo não deve nada a ninguém. O menino espera pelo resgate, pela mão salvadora que nunca vem. Espera pela aprovação alheia, pela validação externa, como se sua existência dependesse do olhar do outro.
Mas o homem… o homem sabe que a espera é inútil. Ele entende que nada será dado de graça, que cada passo adiante é conquistado com suor, com dor, com quedas que ferem o orgulho e fortalecem a pele. Ele não sonha em ser salvo; ele aprende a salvar a si mesmo. O homem olha nos olhos do mundo com firmeza, encara as incertezas, sem perder o ritmo. Sabe que ninguém irá aplaudir seu esforço no final do dia, mas também não precisa desse aplauso para continuar.
O homem aprende a carregar seus fardos em silêncio, a medir suas palavras, a controlar suas reações. Ele já entendeu que a vida não é feita de vitórias, mas de pequenas derrotas superadas com dignidade. Ele não lamenta mais o que poderia ter sido, não se perde mais em desejos infantis. Mata o menino em si porque percebe que para andar adiante, é preciso abandonar o que já não serve.
É uma escolha difícil, dolorosa, cheia de momentos em que o menino quer gritar e lutar para sobreviver. Mas o homem sabe que essa luta não tem mais espaço, que o caminho é outro, que a jornada exige outra postura. Ele sabe que é hora de calar a voz do menino, para que sua própria voz, madura, finalmente ecoe.
Derramo nos meus versos
Meus devaneios,
Escrevo sem sentido
O que sinto é a dor da solidão
O vazio que cresce
O silêncio que alimenta
Abraço tudo
Uma bagunça completa
Não consigo arrumar.
Eu sou isso descrito em poesia
Perdido em meio ao caos do viver.
Existem pessoas que teem sonhos,
outras devaneios.
Ambas perambulam entre existencias e sobrevivência.
" As vezes fico sozinho em devaneios da vida, mas não me culpo por estar assim. O tempo e o acaso não me trazem maus momentos, apenas sinto que na pureza da sublime reflexão encontro alguém e batalhador."
Devaneios
Eu fico sozinho no quarto
Desligo o despertador
Não quero acordar amanhã
Me leve para onde for
E se eu acordar
Você vai vir me buscar ?
E me levar daqui
E me levar daqui
E esse mar vermelho
Eu vejo pelo espelho
No limiar da dor
Dos cortes e devaneios
E o que me segura
Já não é suficiente
Já não consigo mais
Me manter consciente
Entorpecido, reflexo pálido
No sonho que sonhei
Nossas almas não estavam nesse estado
Mas já que se encontra aqui
O que decidiremos
Melhor ficar acordado
Ou dormir durante um milênio
E o mesmo mar vermelho
Calmo como o sereno
Se ficar agitado
Eu me afogo com seu veneno
E esse mar vermelho
Eu vejo pelo espelho
No limiar da dor
Dos cortes e desvaneios
E o que me segura
Já não é suficiente
Já não consigo mais
Me manter consciente
SEM UMA PRESENÇA
Não tenho a quem recitar os meus versos
Dos devaneios, medos, do poetar de amor
Com emoção, sensação, de rumos diversos
Colocando sentido e sentimento ao dispor
No silêncio, sem um olhar pra permanecer
Logo, a solidão poeta e o poeta na solidão
Declama os seus versos para o amanhecer
Tentando poetizar a prosa sem interação
É triste a quem não ter os versos para ler
A cada momento o ledor sem comparecer
E no tormento a imensidão da indiferença
Então, o instante é de companhia distante
E o poema fingindo ser um acompanhante
Quando, a poesia é fira sem uma presença
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 outubro, 2022, 19’25” – Araguari, MG
