Seda
Coração Traiçoeiro
Dentro do seu quarto , deitada em seus lençóis macios de seda branca Korina se espreguiça lentamente fazendo seus músculos jovens e fortes saltarem no corpo.
Abre os olhos seu olhar está languido e doce.
E num gesto característico de sua mãe ela se levanta deixando a camisola cair ao chão ,
expondo seu corpo nu como veio ao mundo. A Senhora de Hades caminha pelo quarto em busca de algo que acho que nem ela mesmo sabia o que era. Ou espera...
Se aproxima do criado mudo e visualiza seu celular, nenhuma chamada, nenhum recado....nada, ninguém.
Num suspiro ela o joga sobre a cama e segue para o banho.
Quando sai já vem com um andar mais seguro e passa pelo espelho simplesmente o ignorando.
Abre o armário e pega um vestido vermelho de linho e seus sapatos cor de uva.
Solta os cabelos que ainda serão penteados pelo seu personal hair ... chama seus cães e eles entram de imediato.
- Quero meu café no quarto!
Seu café já chegou senhora, responde um deles. Que providencia colocar na mesa que fica na ante sala.
Korina sentasse e quando vai se servir seu celular toca, fazendo-a derramar a xícara do café.
Seu coração dispara e ela atende sem olhar o número.
-Bom dia menina Korina!
-Mister Gordam?!?!
-Porque a surpresa? Te atrapalho?
- Não, não,não...quer dizer, uma surpresa sim mas...
-Quero te ver hoje, almoçamos?
A voz de Korina quase não sai... a emoção está a flor da pele, seu desejo por Mister Gordam é crescente e quase explode de alegria ao dizer sim.
Chame o personal hair, ordena aos seus cães .
Adentra a suite , fecha a porta e solta suspiros e gritinhos de felicidade.
Olha para o espelho e pede desculpas a mãe.
Me perdoe mãe, este homem não deve ser meu pai, não pode ser meu pai!!
Estou apaixonada! O que faço?
Abraça a almofada que está sobre sua cama e e se joga sobre ela sorrindo enquanto lagrimas correndo dos seus olhos.
SEIXOS E PEDRAS
Sinto-me perdida nos meus lençóis de seda
Onde tudo é suave e envolvente em contrastes
Venho do ventre de minha mãe do barro escuro
Sem fazer mal a ninguém ou roubar coisa alguma
Apenas aprendi da vida o que ela não me ensinou
Aprendi a ver, a sentir, a cheirar, a tocar, a sentir
Através do desbotar das flores em cores lavadas
Pelas lágrimas da chuva, a sorrir e nas folhas a cair
Escondo o coração num abrigo da forte tempestade
Um corpo que deambulante ao acaso na sentida alegria
Que vive todos os dias num ser amado da felicidade
Por isso quando eu morrer já não me pesará a terra
De seixos, de pedras, de fragas, das flores que alguém
Terá deixado frescas ou secas, quem sabe, eu não sei
Eu sei que venho do barro escuro, da terra fértil talvez Assombrada, esquecida do ventre da minha querida mãe.
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És uma bela mulher, lábios desenhados e pele sedosa com a seda e peço-lhe que permita sentir os teus beijos em um suave momento;
Cultuo o teu corpo bailando o meu prazer infinito por ti, mas percebo que em teus olhos queimam o desejo incandescente de se satisfazer a necessidade carnal;
Sinto que interior da sua intimidade queima em brasas ardentes esvaindo de sede de ter a oportunidade de amar e ser amada;
Teu corpo é perfeito em lençóis de seda... No qual valorizam as tuas curvas que tanto me enlouquecem... Perturbam-me... Fazendo-me flagrar a pensar em você;
E translucidamente percebo a tua imensa intimidade e os meus olhos admiram desejando um momento real a teu lado...
Ah se eu pudesse! Te ganharia e até a felicidade caminharia para trazê-la para você... Te provaria que ainda valeria a pena me ter a teu lado;
O que seria um lencol de seda
se seu toque eu perdi
O que seria uma rosa
se nao posso ter seu cheiro
O que seria a noite
sem voce ao meu lado
O que seria o mar
comparado a seus olhos profundos
se nao so agua
O que seria a felicidade
se sua ausencia nao me traz vida
O que seria o som
se sem sua voz tudo parece rugido
O que seria o verdadeiro amor
se nao eh aquele que sinto por voce
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Agora vago fria sem sentidos
O toque do vento nao tenho
O cheiro da flor nao sinto
Noites nao passo
Felicidade nao quero
E todo desejo que sinto
eh so voce ao meu lado
para enflamar ao seu toque
para vestir seu corpo
para sorrir com seu beijo
De corpo em corpo
De toque em toque
De perfume em perfume
De beijo em beijo
De voz em voz
De fogo em fogo
Procuro voce de novo
Álibi
Cortina de seda e de renda
estampada e dourada,
moldura de cela
com grades e janelas,
guardando em sepulcro
uma imensidão de vidas roubadas.
Quadrado fechado
sem claraboia
ou paredes laterais.
Corpo caído ao léu
cansado.
No céu que é chão
deitado sozinho,
na cama que é céu
delirante de febre.
Da escrita que é túnel pra fuga de dentro de si
pra escapar dos golpes da sorte
da vida severa daqui.
Espelho quebrado
na serena noite
que traz-me os sonhos,
e a luz que agora vejo
no escuro
que ilumina-me os olhos.
Do peito ferido e aberto
das sombras e vozes que atormentam o dia
das lágrimas caídas dos olhos e que hão de secar um dia.
Limites
Minhas mãos deslizam sobre o tecido leve
De cetim, seda e poliéster
Na minha pele remendada
Se tais contornos que lembram a falha nas placas
Também é limite a minha alma vinda do Himalaia
Não pense que eu esqueci
Do seu riso detalhado
Agora que está marcado em mim
Toda a vasta natureza para ti
Suprema e delicada,
Todos os limites, cânions e vales são para ti
Águas quentes e vales verdes
Verdes piscinas e grutas douradas
Se banhe nessa água
Que para nós poetas foi dada
Lábios úmidos e suspiros
Beijos rápidos e gelados
Feitos de livres ventos e amassos
Dedos deslizam sobre o tecido
Do seu coração remendado
Em transe
Volver
Saudosista,
o poeta galga a teia rugosa do tempo,
enredada por fios de seda.
Sua memória retém felizes lembranças!
Nostálgico,
o poeta aviva velhas recordações,
vincadas num passado remoto.
Sua saudade resguarda a inocência!
Silencioso,
o poeta apalpa o rosto de tez morena,
facetado de amabilidade e afeto.
Seu sorriso se converte em versos!
Mulher e Seda
Há algo em cada mulher que se tateia como se tocássemos seda.
Não me refiro ao que há de frívolo ou comum na expressão "como seda",
mas a algo mais radical que se tateia porque não se sabe e fascina;
que é seda porque especiaria, porque de procedência outra e mistério.
Há algo em cada mulher; ou melhor, na atmosfera que envolve cada mulher,
que transforma as coisas e as faz mais interessantes.
Em torno de cada mulher há um silêncio;
levíssima ausência que sentimos na espinha.
A atmosfera em torno de cada mulher recolhe todas as palavras e,
algumas vezes, nos leva também o ar.
Diante de certas mulheres, há paisagens inteiras.
Há mulheres líquidas que olham como se derramassem o oceano sobre nós e,
outras, diante das quais pressentimos intimidade sombria
com rumor de águas fundas.
Há mulheres de doçura múltipla e de uma urgência que alimenta
e outras que, quando se as vê, prenuncia-se tormenta.
Há mulheres febris e mulheres simétricas.
As que emergiram de uma tela e as que saíram de uma fruta.
Há ,mulheres que flutuam, que deslocam-se como um conceito.
Algumas ventam e tanto que nos sopram num canto;
outras são de lua e nos beijam na rua.
E há aquelas que perdemos; as que não veremos nunca mais.
Mulheres que nos invadem ainda;
às vezes, como punhais.
Há algo em cada mulher que se tateia como se tocássemos seda.
No sentido também de como deve ser sensível o nosso toque.
Que ele não fira. Que não tergiverse e não desvie.
Que seja simples e inteiro sempre.
Que, sobretudo, nosso toque seja tão somente um jeito
de realçar o que faz da seda feminina.
O que nos encanta, além da palavra, o que desconcerta,
neste ser que ilumina.
Shin, shin, shin,
Este é o som do fio de seda
Passando no tear
Para a tecelã criar
Um novo quimono para Amaterasu.
Amaterasu é deusa do Sol
Senhora do povo Nihon, Japonês.
Filha de Izanagi
E irmã de Suzanoo
Amaterasu é a grande,
O fruto de sua descendência
É o imperador do Japão.
Shin, shin, shin,
A tecelã não para.
Cada quimono feito
É um dia na terra do sol nascente.
Se a tecelã produz um quimono azul
O Japão tera céu aberto e dia quente.
Se a tecelã produz um quimono branco
A neve cairá do céu.
Se a tecelã produz um quimono chumbo
A chuva assolará o Império.
São três tecelãs dia e noite no tear
Para fazer o quimono do dia
Para Amaterasu usar.
Shin, shin, shin,
Amaterasu escuta o tear
Mas de repente ele para
E um estrondo ecoa na gruta.
A deusa corre até sua tecelã mais amada
E a vê atravessada pela lança do tear.
Foi Suzanoo quem fez isto
Foi Suzanoo que matou um precioso cavalo
E arremessou o pesado cadaver sobre o tear.
Ouve-se um suspiro cheio de angústia
Atingida pelos destroços
A tecelã fecha os olhos e nunca mais os abre.
SUZANOO! PORQUE MATASTE MINHA SERVA?!
Amaterasu pergunta
Mas nenhuma palavra vem.
Suzanoo sabe a maldade que fez.
Amaterasu sabe mesmo sem resposta
Que Suzanoo tentava vencer uma velha disputa.
Mas Amaterasu não leva o gesto
Como apenas uma brincadeira de irmãos.
Amaterasu se sente profundamente infeliz
Diante da morte de uma pessoa tão querida.
Na alvorada ela se despede do céu
Mas isto está errado
Pois ela é o sol do Japão
E tem de vir no dia.
Mas não vem.
Amaterasu se fecha em sua gruta
E de lá não sai.
No fundo da gélida caverna
Ela não mais ouve os Deuses a chamarem
Mas eles a chamam.
Sem Amaterasu o arrozal congelou.
Sem Amaterasu o filhote da raposa nasceu morto.
Sem Amaterasu a mulher da aldeia
Não teve leite para amamentar seus filhos.
Sem Amaterasu o pescador não consegue os peixes.
Amaterasu é o sol
E sem o sol o Japão morre.
Os Deuses e Deusas eram muitos
Mas todos absolutamente dependentes de Amaterasu.
Eles se organizaram em um plano.
O deus Omoikane que era sábio até no escuro
Apontou a direção do esconderijo
E assim os Deuses se reuniram na entrada da gruta
Levando um espelho cada.
Uzume é a Deusa da Alegria, é a amiga de Amaterasu.
Uzume foi diante da gruta e Diante dos Deuses
E com seu quimono verde
Ela rebolou zombeteira
E fez caretas
E contou anedotas.
Os Deuses eram muito sérios
Mas Diante de Uzume não puderam sustentar carrancas.
Todos cairam em estrondosas gargalhadas.
Amaterasu ouviu a zoada
E ficou muito incomodada.
QUEM É QUE SE ATREVE A FAZER PATIFARIAS NA MINHA PORTA?
Amaterasu sai indignada
Mas quando se depara com Uzume torta
Fazendo deboches
Ela sorri e sem poder evitar, ri,
Neste momento todos os Deuses viram seus espelhos
Na direção de Amaterasu
E ela se vê nos muitos reflexos.
E ela se vê sorridente.
E ela se vê bonita.
Os Deuses conseguem assim apaziguar a Deusa maior
E ela veste seu quimono do dia
E sai da gruta rumo ao céu
Onde se acende em grande farol.
Onde se acende do Japão o Sol.
Shin, shin, shin,
Este é o som do tear das duas tecelãs
Que neste exato momento
Estão a tecer e costurar
O quimono para Amaterasu usar
No céu do Japão
No dia de amanhã.
天照大神
Cedo ou tarde, cai a seda sobre o rosto, o olhar se contrai e os punhos se fecham. A boca seca, o desejo e uma humanidade. Escolhas e espinhos, sangue e justiça? Aquele homem morreu por nós. O vento está frio essa noite.
Não vem com rasgação de seda para o meu lado... porque não sou costureiro e nem confecciono balão...!
Começo
Ainda tenho em meu corpo a seda das tuas
mãos, o doce calor da tua boca a beijar
a minha, tenho o calor do teu corpo junto
ao meu, sinto-o por inteiro,e que bom é
senti-lo.
O aroma do teu perfume, é como uma tatuagem,
permanece em mim.
E assim o dia começa.
Por vezes tenho a vontade de te trazer bem
para perto, ter-te silente ao meu lado basta
que ali estejas, nada importa deixa o mundo lá
fora, importa o amor que sentimos dele façamos
um hino, e o cantemos pela vida afora.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro Honorário da U.B.E
Amazônia
Quando o bicho não é da seda
Uma rede é tecida na floresta
O vento passa junto com o orvalho
O círculo não se fecha...
O veneno é solução de laboratório
Engarrafado que nem saci
Todo dente de cobra tem um rótulo
O sapo que mata engole os mistérios
O chefe é o homem da mata
E a natureza retira e deixa o extrato
Decomposição vira colher destilada
E as sílfides na leveza do ar
Espiam pelo funil o labor do planalto.
Áspera Seda
A espera se envereda,
O antídoto se envenena,
A insinuação se confirma,
Fora do set é nossa cena.
Personagens sem cenário,
Um roteiro sem um texto,
O conjunto separado,
Um dueto sem contexto.
Meras associações
Citadas sem nexo,
O reflexo de mim
Colocado em anexo.
Áspera Seda,
Áspera Seda,
Me absolve, me condena.
Áspera Seda,
Áspera Seda,
Me envolve, me sustenta.
Abrigado ao relento,
Apagada a centelha,
Um carinho, um acalento,
Rosa Vermelha.
Lágrima seca,
O norte no sul,
A chuva impermeia,
A Rosa Azul.
Áspera Seda,
Áspera Seda,
Me absolve, me condena.
Áspera Seda,
Áspera Seda,
Me envolve, me sustenta.
A lágrima seca,
Apaga a centelha,
Áspera Seda,
Rosa Vermelha.
Este é meu reflexo,
Colocado em anexo.
A minha herança é essa.
Áspera Seda,
Áspera Seda,
Me absolve, me condena,
Me absorve, me alimenta,
Me envolve, me sustenta.
Áspera Seda.
Lagrimas do meu rosto escorrem tocando a fina seda do colchão
Da minha mente palavras saem como um arrame que aperta meu coração
Do meu peito ecoa um vazio grito de solidão
É isso o que eu ganho por jogar o coração que quem me amou no chão
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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