Seda

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"As coisas mais bonitas destas vida não vem embrulhadas em caixas de papel de seda....As coisas mais bonitas, são as simples e verdadeiras, os momentos que se quiz ou que se quer, o que se pede, o que se recebe, o que não incomoda...Deixa estar".

Pegou uma caixinha, papel de seda e esticou sobre a mesa, usou algumas fitas coloridas e o embrulhou. Seus dedos tremiam a cada laçada, começou a escrever um bilhete. Suas mãos trêmulas rabiscavam algumas palavras, enquanto suas lágrimas caiam sobre o papel manchando-o.
E suas palavras foram as seguintes:"César, Dou-te meu coração dentro dessa caixinha. Ele já não me pertence há tempos. Então é justo que eu te entregue."

Antes uma verdade rasgada do que aquela velha e falsa rasgação de seda.

Trago em mim a infância guardada numa caixa de madeira com uma fita de seda. Quase todos os dias a espreito para me reencontrar num sorriso de miúda sem idade.

Álibi


Cortina de seda e de renda
estampada e dourada,
moldura de cela
com grades e janelas,
guardando em sepulcro
uma imensidão de vidas roubadas.

Quadrado fechado
sem claraboia
ou paredes laterais.

Corpo caído ao léu
cansado.
No céu que é chão
deitado sozinho,
na cama que é céu
delirante de febre.

Da escrita que é túnel pra fuga de dentro de si
pra escapar dos golpes da sorte
da vida severa daqui.

Espelho quebrado
na serena noite
que traz-me os sonhos,
e a luz que agora vejo
no escuro
que ilumina-me os olhos.

Do peito ferido e aberto
das sombras e vozes que atormentam o dia
das lágrimas caídas dos olhos e que hão de secar um dia.

Ao acordar receberás flores
E entre as molezas
do veludo e a seda.
É hora de levantar.

Mulher e Seda

Há algo em cada mulher que se tateia como se tocássemos seda.
Não me refiro ao que há de frívolo ou comum na expressão "como seda",
mas a algo mais radical que se tateia porque não se sabe e fascina;
que é seda porque especiaria, porque de procedência outra e mistério.
Há algo em cada mulher; ou melhor, na atmosfera que envolve cada mulher,
que transforma as coisas e as faz mais interessantes.
Em torno de cada mulher há um silêncio;
levíssima ausência que sentimos na espinha.
A atmosfera em torno de cada mulher recolhe todas as palavras e,
algumas vezes, nos leva também o ar.
Diante de certas mulheres, há paisagens inteiras.
Há mulheres líquidas que olham como se derramassem o oceano sobre nós e,
outras, diante das quais pressentimos intimidade sombria
com rumor de águas fundas.
Há mulheres de doçura múltipla e de uma urgência que alimenta
e outras que, quando se as vê, prenuncia-se tormenta.
Há mulheres febris e mulheres simétricas.
As que emergiram de uma tela e as que saíram de uma fruta.
Há ,mulheres que flutuam, que deslocam-se como um conceito.
Algumas ventam e tanto que nos sopram num canto;
outras são de lua e nos beijam na rua.
E há aquelas que perdemos; as que não veremos nunca mais.
Mulheres que nos invadem ainda;
às vezes, como punhais.
Há algo em cada mulher que se tateia como se tocássemos seda.
No sentido também de como deve ser sensível o nosso toque.
Que ele não fira. Que não tergiverse e não desvie.
Que seja simples e inteiro sempre.
Que, sobretudo, nosso toque seja tão somente um jeito
de realçar o que faz da seda feminina.
O que nos encanta, além da palavra, o que desconcerta,
neste ser que ilumina.

O que seria um lencol de seda
se seu toque eu perdi

O que seria uma rosa
se nao posso ter seu cheiro

O que seria a noite
sem voce ao meu lado

O que seria o mar
comparado a seus olhos profundos
se nao so agua

O que seria a felicidade
se sua ausencia nao me traz vida

O que seria o som
se sem sua voz tudo parece rugido

O que seria o verdadeiro amor
se nao eh aquele que sinto por voce

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Agora vago fria sem sentidos
O toque do vento nao tenho
O cheiro da flor nao sinto
Noites nao passo
Felicidade nao quero

E todo desejo que sinto
eh so voce ao meu lado
para enflamar ao seu toque
para vestir seu corpo
para sorrir com seu beijo

De corpo em corpo
De toque em toque
De perfume em perfume
De beijo em beijo
De voz em voz
De fogo em fogo
Procuro voce de novo

SEIXOS E PEDRAS

Sinto-me perdida nos meus lençóis de seda
Onde tudo é suave e envolvente em contrastes
Venho do ventre de minha mãe do barro escuro
Sem fazer mal a ninguém ou roubar coisa alguma
Apenas aprendi da vida o que ela não me ensinou
Aprendi a ver, a sentir, a cheirar, a tocar, a sentir
Através do desbotar das flores em cores lavadas
Pelas lágrimas da chuva, a sorrir e nas folhas a cair
Escondo o coração num abrigo da forte tempestade
Um corpo que deambulante ao acaso na sentida alegria
Que vive todos os dias num ser amado da felicidade
Por isso quando eu morrer já não me pesará a terra
De seixos, de pedras, de fragas, das flores que alguém
Terá deixado frescas ou secas, quem sabe, eu não sei
Eu sei que venho do barro escuro, da terra fértil talvez Assombrada, esquecida do ventre da minha querida mãe.

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Saudosista,
o poeta galga a teia rugosa do tempo,
enredada por fios de seda.
Sua memória retém felizes lembranças!

Nostálgico,
o poeta aviva velhas recordações,
vincadas num passado remoto.
Sua saudade resguarda a inocência!

Silencioso,
o poeta apalpa o rosto de tez morena,
facetado de amabilidade e afeto.
Seu sorriso se converte em versos!

⁠Limites
Minhas mãos deslizam sobre o tecido leve
De cetim, seda e poliéster
Na minha pele remendada
Se tais contornos que lembram a falha nas placas
Também é limite a minha alma vinda do Himalaia
Não pense que eu esqueci
Do seu riso detalhado
Agora que está marcado em mim
Toda a vasta natureza para ti
Suprema e delicada,
Todos os limites, cânions e vales são para ti
Águas quentes e vales verdes
Verdes piscinas e grutas douradas
Se banhe nessa água
Que para nós poetas foi dada
Lábios úmidos e suspiros
Beijos rápidos e gelados
Feitos de livres ventos e amassos
Dedos deslizam sobre o tecido
Do seu coração remendado
Em transe

És uma bela mulher, lábios desenhados e pele sedosa com a seda e peço-lhe que permita sentir os teus beijos em um suave momento;
Cultuo o teu corpo bailando o meu prazer infinito por ti, mas percebo que em teus olhos queimam o desejo incandescente de se satisfazer a necessidade carnal;
Sinto que interior da sua intimidade queima em brasas ardentes esvaindo de sede de ter a oportunidade de amar e ser amada;

Não rasgo seda pra quem não vale um papel higiênico.

Por uma fresta, um fio de neblina, dançava como a seda mais fina. Lá dentro, um coro baixo que eu ouvia: eram gritos calados ou só melancolia?

Recém-chegada a este corredor, minha mão curiosa bateu, sem temor. Então, um toque, um afeto gentil no meu ombro, neste outono de abril.

Uma música clássica enchia o lugar, não era terror, era só um bailar. E eu caminhei pelas salas vazias deste lar de esquecidas alegrias.

Quem me tocara com mão tão serena? Era o meu outro eu, que me livra da pena. Mas não havia porta, nem música, nem mão... Só o eco dançando da imaginação, no palco sem luz do meu próprio roteiro, assinado por um nome estrangeiro: Esquizofrenia.

Vestes da Alma


Na seda que cobre o rosto, não há disfarce — há revelação. A vestimenta não oculta, ela molda o espaço onde o olhar respira.


Os olhos, espelhos do invisível, falam com o ar, sem som, sem pressa. São letras desenhadas no vento, caligrafias da alma em movimento.


Em árabe, dançam como poeira dourada: العيون مرآة الروح — os olhos são espelho do espírito. Em hebraico, gravam luz no silêncio: העיניים מראה לנשמה — o olhar revela a essência. Em sânscrito, flutuam como mantras: नेत्राणां प्रधानं मानं — os olhos medem o coração.


E assim, entre véus e vozes, a alma se veste de mistério, mas nunca se esconde. Ela se mostra — nos olhos que sabem falar com o ar.

Me refiz de retalhos do que sobrou, eram panos finos, seda, mas eram retalhos. Muitos jogaram fora. Eram retalhos, peguei todos juntei custurei e me vesti, agora me refiz de retalhos.
-Cintia Verissimo

Tecer a vida


Tece a aranha
a sua rede de seda.
Tece o pescador
a sua rede de linha.
A aranha vive
a sua vida inteira
agarrada à teia.
O pescador, nos saveiros,
vive boa parte da sua vida
ao sabor das ondas do mar!


Poema de J.A.Lopes

A noite se expande
com o seu véu negro
da seda pelo céu
do Hemisfério Sul,
A Sucupira retribui
com a sua primícia
grata e fascinante,
Entre nós se escreve
o nosso romance
feito de Versos Intimistas
nas entrelinhas
da silenciosa narrativa
da troca sedutora de olhares,
Certo está que um leva
o outro por todos os lugares.


...




Madrugada poética
de Sucupira em flor,
Com Versos Intimistas
escrevo em ti um poema
irresistível de amor,
E assim somos o quê
existe de mais sedutor.

​"A corrente mais pesada é aquela feita de seda: o que governa teu apego anuncia o fim da tua liberdade."

Juntar a lenha pra fogueira, cortar a seda pra bandeira, preparar a mandioca para o caldo... Ansioso por ver o céu da roça, sola do pé na terra... quiçá borboletas no caminho.

Inserida por Jonatanribeiro