Jônatan Felipe Ribeiro
Eu até hoje não sei o que quero fazer de verdade, mas optei por alguma coisa.
Você tem que escolher algo que esteja relacionado com coisas que vc goste, que te inspire os dias e que te motive a ser melhor naquilo que você for fazer, se não, não vai valer a pena passar sua vida fazendo.
Por fim pensei que queria fazer algo que tivesse algum sentido maior do que apenas ganhar dinheiro...
E resolvi tentar salvar vidas.
"De repente me vi crescendo, perdendo algo que ainda não havia vivido. Não quis. Tentei me agarrar à minha imaturidade, mas ela ja há muito se havia esvaído... Sou um Homem e não mais um menino... E isso se torna claro a cada primavera, a cada decisão, a cada desafio. Eu quero é viver da melhor maneira possível, perder de vez o que sei que não tenho e me agarrar àquilo que vale a pena.
Estou arrancando de mim todas essas ilusões. Desde de você até a mim mesmo."
Com aquele sentimento estranho, de que algo deveria estar diferente. Sensação de que o rumo não é exatamente este. Aquele momento de introspecção, de buscar algo essencial escondido no âmago de nosso ser. As coisas estão mudando e por mais que pequenas elas fazem toda a diferença.
Saudades daquele tempo que eu não vivi, quando os homens se cumprimentavam por educação e as mulheres usavam lindos chapéus com penas de pavão. Saudades daquele tempo quando os avós contavam histórias pros netos e passear no parque era diversão. Bom foi o tempo em que a família era patriarcal e se casava pra ficar casado. Tempo que havia respeito, cavalheirismo, romantismo e até amor, não apenas paixão. Saudades das cartas escritas à mão, daquela luz no lampião, das frias noites de solidão. Naquele tempo as amizades eram preservadas e o sobrenome valorizado. Naquela época, nem faltava tanto pão... cada um tinha um pezinho de limão. *-*
Juntar a lenha pra fogueira, cortar a seda pra bandeira, preparar a mandioca para o caldo... Ansioso por ver o céu da roça, sola do pé na terra... quiçá borboletas no caminho.
E novamente aquele conflito barroco se encerra dentro de mim... Somente quando me vejo voltando pro mesmo caminho é que percebo quanto tempo eu perdi distante... Se eu sempre volto é porque é o melhor caminho. No fundo eu sempre sei o que é melhor pra mim... só não tenho a coragem necessária pra deixar de lado tudo o que ilusoriamente me é tão necessário.
Esses caminhos da enfermagem são diversos. O bom é que as opções agradam a quase todos.
Digo e ja ouvi dizerem que não escolhemos a enfermagem, e sim é ela que nos escolhe... digo isso porque realmente não é uma profissão fácil quando vc se compromete a ser um bom profissional.
Nosso reconhecimento no mercado é bem pequeno. Alguns autores até dizem que a enfermagem entra não como uma profissão, mas sim como uma sub-profissão. Isso porque nossa história está diretamente ligada à prática médica. Sempre fomos os auxiliares dos médicos e essa cultura ainda é bem forte. Em alguns serviços, mesmo com a distinção entre técnicos, auxiliares e os enfermeiros de fato, desempenhamos sim um papel submisso ao médico, detentor do poder e do maior conhecimento.
Isso para alguns é uma tortura quase insuportável, para outros não passa de um detalhe de "lutas de ego".
Outro lado não tão empolgante é o "reconhecimento" financeiro. A enfermagem ganha muito mal comparado à outras profissões do segmento.
Contudo quando se escolhe a profissão com uma visão além-material, além-ego, além-eu e sim com a visão no outro aí a história muda. Vejo uma oportunidade incrível de desenvolver a arte do cuidar, do amar, do se importar.
É na profissão que vejo a oportunidade de desenvolver a humanidade que nos é a essencia, muitas vezes escondida e esquecida. O outro, ou os outros mais de 8 bilhões espalhados pelo mundo merecem nosso olhar, nossa atenção. Somos seres dotados de amor e isso nos proporciona a oportunidade de nos entregar ao outro. Acho que é por isso que admiro tanto o 'Enfermeiro', pois vemos no trabalho deles toda essa humanidade acima citada. Todo esse amor, essa atenção ao outro.
E olhando pro passado percebi que tenho muita disposição de "amar"... e que
"Às vezes o amor dura, mas, às vezes, fere"
E fiquei triste por um momento... me senti raso, fácil, carente.
Foi quando olhei para presente... e percebi que sou tipo um romântico, que
"...conhece o gosto raro de amar sem medo de outra desilusão..." e que
"...romântico é uma espécie em extinção..."
Entendi que "tudo vale a pena quando a alma não é pequena" e que aquele amor que vai, mas volta, que é recíproco, onde há entrega entre ambas as partes, esse sim vale a pena.
E então olhando novamente para o presente, percebi que sou um homem privilegiado, por amar e ser amado, por compartilhar sorrisos, por ter alguém do meu lado.
E me veio a imensa vontade de ficar assim pra sempre, de ter um futuro presente, de ter um amor permanente.
Quando a presença de alguém passa a não ser mais opção e sim necessidade, quando alguém de repente te assusta e te apaixona, aí sim tudo passa a valer a pena.
E quantas primaveras são necessárias pra se florir por inteiro?
Quantos anos de vida são necessários pra vivermos nossos sonhos?
Acho todos não seriam suficientes.
O bom é quando as pessoas conseguem no pouco que ja viveram mostrar ao mundo sua beleza. Cativar com sua presença e aproveitar o melhor que o mundo pode oferecer. Bom é poder ver amor nas atitudes, sabedoria nas palavras... bom é o prazer de conviver.
Porque se você não aprendeu nada com a última experiência, aí foi perda de tempo. Você não cresceu, não amadureceu e, então vai cometer os mesmos erros do passado.
E as vezes me acomodo no interior da pelagem do coelho, me esquecendo do mundo de possibilidades que a ponta me proporciona. Quero continuar dançando e parecendo louco aos olhos daqueles que não conseguem ouvir a música.
Escolhas nos fazem abrir mão de algumas coisas na vida... elas são necessárias o tempo todo. Que eu escolha os sonhos mais lindos, os caminhos mais floridos e os amores mais intensos e que o que ficar pra trás não me machuque tanto assim.
Depois de passada a tempestade você se lembra do passado e se arrepende de ter sido tão duro com os outros e com você mesmo. Parece que se esquece da angustia e da tormenta que o rondava quando aceitava tudo como estava. Julgar o que passou é fácil, difícil é viver o presente e feliz.
O que importa é não se acomodar nem se acostumar com menos do que você merece. Corajoso é aquele que larga o que é bom na esperança de algo melhor.
Janeiro tão ligeiro, já foi-se e nem vi que veio. Ja vivi um "cadinho bão", uns dez quilos de satisfação. Depois de tanta vida no mês primeiro, quero ver o que me espera Fevereiro.
Comemoro a cada desilusão, a cada oportunidade de ver o real, de deixar de viver o ilusório. Oxalá que o tempo e o vento não me enganem outra vez. Não me façam devido o esquecimento do sofrimento me iludir de novo e de vez.
Frio, vê-se tudo em preto e branco. O som ecoa no fundo. A voz que sai da boca é abafada pelas do pensamento. Nada de interessante na esquina, nem mais a expectativa. As coisas invisíveis, aquelas essenciais se perdem na escuridão. O vale da sombra "daquela" se torna o pasto não tão verdejante. O rio de águas, não tão vivas agora, nos mantem afogados em nós mesmos. A lua brilha, o vento venta, o dia passa. A vida pesa. Sempre o mesmo ciclo, sempre a mesma morte. O pecado. O desejo, aquele de negar a si mesmo, mas tão intensamente que finde a existência. O buraco negro do ser, a busca incessante do eu, do seu, do nada, do tudo. Absurdo.
No desejo de tomar um banho de chuva, acabei sendo tomado por inteiro. Chuva que cai pingo que molha, tão inconstante é o seu cair quanto o meu caminhar.
Acabo de ler um texto intitulado: "Estatuto do Nascituro: mulheres são apenas um vaso de planta".
Confesso que senti vontade de rir dos argumentos baratos e das comparações rasas que foram feitas. De repente tenta-se vender a imagem de mulheres vitimas de um criminoso, o feto, esse tão mortal e indesejado, tão vil e traiçoeiro, que mesmo não tendo consciência e não participando dos deslises de seus pais paga o pato e o preço da morte. Isso porque morrem milhares (ainda não sei onde) de mulheres ou perdem sua liberdade, seu futuro, sua vida.
Oh quão vil tal feto, que pobre mulher! Dá-lhe o direito de matá-lo logo, esse tão cruel ser.
Lógico que o assunto tem que ser muito mais aprofundado e que temos sim pós e contras, ainda que doa, temos que levar em conta que em casos de estrupo o assunto muda um pouco, mas resumindo tudo pra caber aqui, poupem-me desse papinho de saúde pública. Cristão ou não a vida continua tendo que ser valorizada.
Acredito no movimento #oBrasilsouEu
Acredito naqueles que antes de irem para as ruas mudar o país, já começaram a mudar a si mesmos.
Sou daqueles que acreditam que é legítimo o grito daquele que protesta contra a corrupção dos governos, mas já parou de querer passar a perna no irmão, no colega ou no amigo.
Sou daqueles que a aceitam a crítica contra a política no Brasil, mas conscientes de que muito melhor estamos nos últimos dez anos do que estivemos nos dez anteriores a estes.
Sou daqueles que acreditam no mundo, nas pessoas, na vida e no direito conquistado, mas que tem nojo dos hipócritas que juntos protestam, mas que sozinhos só pensam em si, nas suas ambições e egoísmos. Que só pensam em ganhar dinheiro, assistir novela e futebol e comer um churrasco no final de semana. E ainda riem e se acham superiores àqueles que passam fome, que sofrem no campo, ou que são esquecidos à margem do mundo. O amor é um só.
Uma revolução verdadeira é aquela que luta pelo direito de todos e do outro e não aquela que pega carona na bagunça para benefício próprio.
