Seca
Você será como uma folha seca, se não tiver o amor de Deus!!
Busque a Deus todos os momentos de sua vida e verá as grandes maravilhas!!
No outono cai a folha,
seca, morre sem calor,
vento traz a primavera,
cores e aroma de flor.
E se mudam estações,
instigando corações
a se abrirem para o amor.
Na Carroça de Senhorinha
"Na minha carroça carreguei água na seca e o meu trabalho para vender nas feiras toda semana.
Saía nessa carroça do sítio na madrugada, de Alagoas para Pernambuco, levava para vender o que podia produzir, agradecendo a Deus por ter saúde para trabalhar nas feiras e conseguir o meu sustento"
Senhorinha (1895-1986)
Ansiedade piorando,
o corpo denunciando,
só consigo ver o mundo girando.
A boca seca,
o que está acontecendo?
Respiração tão rápida,
quanto o coração batendo.
O homem sertanejo
Meu Sertão é seco, mas não é seco por ser mais pobre, é seco porque a seca é uma das paisagens do Sertão.
É fator do clima e do solo da nossa região.
Região que é rica em demasia quando se tem chuva e pobre de fazer pena quando não tem a bendita água nos açudes e barreiros.
Mesmo diante dessa paisagem da vida, o sertanejo é valente, persistente e um vencedor, pois a batalha é constante desde os primórdios do desbravamento do Sertão.
Nunca se cansa e nem se amolenga diante das dificuldades do tempo e do espaço no imenso Nordeste.
O sol escaldante, o solo seco e a paisagem cinzenta, não são desestímulos ao homem sertanejo.
A dificuldade faz até renascer o espírito de bravura.
Meu Nordeste de caboclo trabalhador, de coração sincero e devoto de vários Santos.
Sertanejo que se alegra com o som da sanfona, da zabumba e do triângulo, que faz esquecer as agruras da vida, embolado no forró, xaxado e xote pelo Sertão.
Homem amante das paisagens e dos animais mais comuns do seu dia a dia.
Sertanejo que embreado muitas vezes nas matas e serras à procura do boi, da ovelha, do mel de abelha, da arribaçã, do tejo e do tatu, do preá, do tamanduá, tem aí muitas vezes o alimento do dia.
O homem do Sertão sofre, mas não é um sofrimento com lamentações, pois o sertanejo é corajoso e não reclama fácil diante da tormenta e segue alegre em busca de um novo alento.
Conversa de comadres: Palma
Terra seca: Palma
Fome aperta: Palma
Mãos furadas: Palma
Boi babão: Palma
_Sabe, comadre: Não é todo mundo que sabe preparar a palma!
_Deus nos livre de engolir um espinho!
_Perde a voz! Perde a vida!
_Oxente, comadre!
Barriguda sabe preparar palma como ninguém!
_Como o boi nunca se engasga, comadre?
_ Sei lá! Vai ver a gente precisa aprender a ruminar!
_Ruminar a vida!...
Enquanto a seiva de um seca, a de outro se renova em um novo ciclo , com força, beleza, prosperidade e paz.
"Na minha carroça carreguei água na seca e o meu trabalho para vender nas feiras toda semana”
Senhorinha Maria de Araújo (1895-1986)
Devota de Nossa Senhora do Rosário
FÉ!
Naquela seca que ardia
não crescia a plantação
e o meu coração partia
por deixar minha região
se Deus permitir um dia
eu volto pro meu sertão.
A Solidão Para Mim é Como Uma Folha Seca, Que Cai De Uma Árvore, e Logo Se Desfaz No Solo, e Você Para Mim é Como Uma Semente Que Foi Semeada No Meu Coração, e Cultivada Pelos Meus Pensamentos, e Onde Quer Que Eu Esteja, Eu Como Desse Fruto Chamado Amor.
MARCAS!
O povo aqui tem raiz
e honra a roupa que veste
mesmo na seca é feliz
e ama ser do nordeste
quem não possui cicatriz
nunca fez nada que preste.
Tranquila buscava atravessar uma campina seca e extensa e sentia apenas a serenidade de um vento morno e de mato seco...
E assim, desavisada, me bateu um vento forte, o coração estremeceu com toda a possibilidade de tempestade e aquele vento tocou música em meu coração, mas recuei...
Recuei diante de toda possibilidade e vontade porque bem sei que tempestades deixam suas marcas, deixam destroços e saí da campina que por um instante já não era mais seca e fui embora deixando os ventos fortes que me balançaram tão vigorosamente...
E ainda agora, fechando os olhos posso sentir uma leve brisa que aquele vento impetuoso deixou...
o mandacaru amanheceu coberto de flor,
para avisar que a seca no sertão chegou,
o sol queimou a plantação do lavrador,
o camaleão se camuflou com medo do predador.
Quando a seca chega é para preparar o sertão
os ventos semeiam as sementes por todo chão
os raios clareiam o céu com o ronco do trovão
a chuva cai e faz a semente germinar e a vida brotar de baixo do cão.
