Saudades de Quem Mora longe
O amor não é ausência de dor, é persistência mesmo doendo. Amar apesar da dor é persistir na construção, mesmo quando o alicerce treme.
Vivi o silêncio de deus e vi que ele estava lá, ausência de voz não foi abandono, foi espera, no silêncio, aprendi que a presença persiste, mesmo calado, Deus se fez companhia.
O paradoxo revela a dor de existir sabendo que a própria presença ou ausência não altera o curso do mundo. É a consciência da própria irrelevância diante de um universo indiferente, onde o desejo de significado colide com a certeza do esquecimento. A ferida nasce do conflito entre querer importar e perceber que, no fundo, o vazio permanece o mesmo.
A força que tanto busco não está distante. Ela reside, humilde e poderosa, no inesperado e constante aconchego ao meu lado.
Meu coração vigia mesmo quando o corpo dorme, pois sabe que a visão da ausência é a pior das tormentas no silêncio da noite.
O tempo não cura, ele apenas te obriga a conviver com a ausência e a transformar a falta em presença interna.
Quando o coração, ferido pela distância, mal pode sussurrar um clamor, é a doce voz do Mestre que encontra a alma exausta, transformando o choro do deserto na festa indescritível do Seu redil.
A resistência não é a ausência de dor, mas o ato de respirar fundo quando tudo pede que você desista.
A leveza não está na ausência de peso, mas na força inquebrável da coluna que aprendeu a suportá-lo.
A verdadeira cura não é a ausência de dor, mas a nova relação de respeito que você estabelece com ela.
O tempo não apaga a memória, mas ensina a conviver com a ausência sem perder a urgência do presente.
