Saudade Sufoca
Esperei no terminal rodoviário até ter certeza de que não havia mais volta e,fui pra casa aos prantos me trancar no quarto onde ainda há vestígios seus.
Nossa musica nunca mais tocou. Aquele abraço nunca mais rolou. O meu colo ainda espero em ti e ainda tenho medo de me sentir assim. Aquela velha nostalgia me encontra e me faz querer chorar. Você me falou pra não me preocupar. Que era uma coisa besta. Pena que suas palavras brigam com meus sentimentos.
Sei que quando nossas íris se encontram, elas contam historias. Elas ficam felizes em relembrar aquela cena. Você sentado na janela, fumando mais um cigarro enquanto eu deitada materializava o futuro perfeito, com muitas xícaras de café e um cachorro grande. Mas aí, você se transforma. Vira as costas e não quer mais saber. Dói. Dói por ser tão perfeito.
Nove meses para ser feliz. Nove meses para parar com essa mania de sofrer. Sinto-me como uma aprendiza. Uma criança que não sabe de nada e com medo do futuro. E você como um professor as vezes sem paciência. Lamento não te dar as maçãs.
Eu te encontrei e quis duvidar da possível razão de ser feliz. Mas quem imaginaria?
Me tira daqui, me leva pra longe e diz mais uma vez que o amor ainda existe. Que todo aquele rímel borrado não voltará. E que as flores colhidas do jardim serão para coroar uma rainha.
Certeza? Nenhuma. Vontade? Muita. Amor? É o que não falta.
Eu só espero ansiosa o dia que vou ser coroada rainha de mim.
-Foi perfeito!
você me perguntou.
Foi o que respondi.
Deixei você vir e fazer estragos no meu coração,
Dois clandestinos se amando na escada do vizinho...
já disse que amo seu toque?
seu cheiro?
não importa o quanto esteja suado.
Você me seduz... com seu halito quente,
Esse halito ao alcance do meu pescoço,
suas mãos na minha cintura,
Amo seu toque!
você disse que queria mais lembra?
mais eu esqueci de dizer que...
também queria...
Ainda quero.
“ Que vontade louca de te ter aqui no meu colo, de ter o teu abraço, o teu cheiro, o teu calor, de sentir o pulsar do teu coração, o teu respirar... Ah' vontade louca que só machuca o meu coração. ”
Me disseram: O tempo cura! Eu acreditei. É verdade, o tempo cicatrizava as feridas. Mas demorou, enquanto esperava pela cura, a saudade e as lembranças vinham a tona.
Era mais desconfortável ainda olhar para cima e saber que qualquer ação minha estava sendo observada por aqueles olhos. Eu não gostava de ser observada, com o tempo eu passei a me acostumar a ser incompreendida, levei muito tempo para começar a gostar de ser assim. E ele aparece, naturalmente fazendo tudo que pode para me entender. Se eu sabia como reagir a isso? Não, mas também não sabia como reagir a noventa por cento de suas ações. Pela primeira vez em anos me vi perdida, e não foi em mim mesma, e sim, em outra pessoa.
Sei que não sou quase nada, mas se alguma parte de mim é algo, loucura está definitivamente incluso.
Porque eu era tão errada? Tão cheia de nada, enquanto todos eram tão cheios de si? Porque logo eu fui ser tão escassa?
Bom, afinal, nada melhor que traduzir a vida em morte, tudo que nasce um dia morre. E tudo que morre um dia renasce.
Sinto-me viva, eu danço com a solidão. Ele dança do outro lado do salão, não está sozinho, mas sinto que está solitário. Ele acha que não me entende, mas no fim, ele é tão louco quanto eu. Ele está sozinho, por mais que esteja acompanhado, ele se engana ele acha que normal. Ele tenta. Seus passos são tão sincronizados, ele me irrita.
Eu gostava de sentar e só pensar, mas eu adorava quando alguém achava que possuía a audácia de interromper meus pensamentos.
Gostava de ansiar por alguém, que algum dia me dissesse que me entendia, me entendia e me conhecia. Eu queria partilhar minha generosa loucura com alguém.
Nada voltará a ser o que já foi um dia, morrer querendo ou não te torna mais vivo. Estamos gradativamente morrendo. Se perdendo em partes, vivendo de escassos, caindo aos pedaços. Eu morri uma vez. Hoje nasci de novo, e amanhã voltarei a morrer. E vou continuar morrendo até levarem a ultima parte de mim. Bom, afinal, nada melhor que traduzir a vida em morte, tudo que nasce um dia morre. E tudo que morre um dia renasce. Faz parte, tudo faz parte…
Eu me perguntava qual era seu problema, você dizia que era eu, e eu não entendia, tudo que eu fiz foi fingir que existia.
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