Saudade é uma Casinha
Realidade de um sonho
Outro dia sonhava
Morava numa casinha de veraneio
Onde haviam jardins e alguns canteiros
Ô terrinha boa de plantar
Salsinha, cebolinha... e umas florzinhas pra cheirar
Uma rede branca na varanda deixava a sesta boa
E o quintal com churrasqueira terminava na lagoa
Lá de dentro acordes do violão faziam o som
Nas mãos de uma leonina de timbre forte e ouvido bom
Amiga parceira, que por sorte, da vida ganhei
E então, daquele sonho despertei
Porém, me embalando na tal rede pude observar
Que tudo aquilo eu tinha, não estava a sonhar!
De vez em quando ela fica meio triste, meio chateadinha e se enfia na sua casinha de caramujo.
Mas ela sabe que não vai ficar lá pra sempre.
Só o tempo suficiente pra acalmar o coração e a alma.
Depois ela volta, linda, sorridente, curada... Não curada de tudo - porque ela sabe que já não há cura - mas curada pra mais um dia e outro e outro e outro.
Tantos dias quanto forem possíveis sobreviver.
Meu antigo lar.
A casinha hoje abatida
onde eu via o sol se pôr
hoje já meia esquecida
só resta saudade e dor
foi minha terra prometida
que passei parte da vida
nos braços do meu amor.
FELICIDADE.
Se for luxo aqui não tem
a casinha é bem pequena
o importante é viver bem
num lugar que vale a pena
sem dever nada a ninguém
pode morar mais de cem
que a felicidade é plena.
Meu pai nasceu nessa casinha da pintura. Ela era exatamente igual esta retratada aí. Esse quadro foi pintado antes da casa virar ruínas e sempre que o olho, navego a um passado que me trás recordações quase vivas em minhas memórias.
Casa de tijolos de barro, piso de terra batida quase cinza, janelas e portas de madeira rústica entalhadas pelo formão e pelo machado, tranquilamente trancadas por tramelas. As madeiras do telhado eram feitas artesanalmente de majestosos troncos de árvores nativas da região e nas suas telhas de barro ainda podia se ver os rastros das mãos habilidosas de quem às fez.
Era linda. Arrumadinha. Fresquinha e cheirosa. Cheirava a rosas durante o dia e o perfume de jasmim invadia os cômodos à noite, com a sutileza que beirava a perfeição. Escondidos sobre a beleza da simplicidade os móveis pesados e robustos, arranjados com matéria prima que trazia mais vida ao lugar. As camas bem simples forradas com esteiras de talinhos dourados e pesados colchões de algodão cru, recheados ricamente com capim seco. Jarrinhos de flores, o pote, a moringa com água, o candeeiro com sua mancha de fumaça preta na parede e as imagens de Santos e Santas, faziam a decoração típica do interior da Bahia.
Nas recordações que meus sentidos me trazem, consigo sentir o cheirinho de café moendo, da panela de ferro cozinhando feijão catador, da lenha do fogão a lenha queimando, até o estalinhos eu consigo escutar. Ficava ali encostadinho observando aquelas cores vivas que o fogo improvisava, a dança louca das labaredas e imaginando que a fumaça que saia bailava ao comando de minhas pequenas mãos.
A visão pelas janelas me parecia quadros. As plantas, as árvores maiores, a vegetação nativa, tudo era encantador. O abacateiro grande e frondoso na lateral fazia sombra para o engenho de cana e o forno de farinha. Abacate, rapadura e farinha é a combinação perfeita. O pé de cereja com suas texturas, cheiros e cores era algo que se sobressaia no quintal, perto do rego de água, fazia sombra para as galinhas e aninhava passarinhos de todas as espécies que procuravam por seus deliciosos frutos. Eu era um desses passarinhos, com a habilidade de criança magricela escalava o mais alto que podia e ficava ali, vendo o tempo passar e comendo cerejas. A cerca que rodeava a casa era também por onde passavam várias pessoas a caminho de outros lugares e um cumprimento alegre era praxe. Toda criança que passava gritava um “Bença!” e ganhava um “Deus te abençoe” de cortesia e de coração.
Os sons ao redor da casa compuseram as melodias mais harmoniosas que já escutei. O radinho de pilha ligado em alguma estação, os pássaros livres e cantadores, as aves no quintal piando descompassadamente pra lá e pra cá, o barulhinho bom do rego de água que cortava fora a fora a linha do quintal, os berros do gado e dos bezerros, o relinchar dos cavalos acordando, os latidos dos cachorros mateiros, faziam daquilo tudo uma composição ímpar, transformavam a algazarra matinal em música pra mim.
Mas havia ainda o maestro. Calmo, porém opulente. Forte, todavia tranquilo. Imortal. O Arrojado! Aquele rio de águas doces, límpidas e frescas, era o que permitia se viver ali e o seu ronco, meio canto, meio barulho era ouvido de longe, de qualquer lugar. O arrojado como o próprio nome diz era destemido, cortava as terras desde o Gerais e levava vida a tudo e a todos. Era ele quem mandava.
Banhar nas águas daquele rio era um capítulo a parte, era a aventura maior de todas e ir além de onde se conseguia colocar o pé no chão, me exigia uma coragem sem tamanho. Com os pés flutuando meu coração ia à boca, de medo e de respeito pelo rio. “Rio não tem cabelo menino”, eu escutava dos mais velhos a advertência e assim procurava sempre respeitá-lo como se respeita um Mestre.
Várias lendas e histórias eram contadas a respeito das águas do Arrojado. Algumas pra rir, outras pra meter medo. Quem nunca ouviu falar do Nêgo D’àgua? Aquela criatura imaginária, folclórica e bagunceira deixava minha imaginação fértil. Sempre fui doido para vê-lo, ainda não tive a sorte.
A noite, sentado nas cadeiras no quintal da casa, podíamos ver o maior espetáculo do mundo: O céu!!! Que lua imponente e gigante, dava pra ver a luta de São Jorge com o Dragão todas as noites. Quantas estrelas vinham exibir seu suntuoso brilho. O céu era magnífico e eu ficava por horas, paralisado, olhando pra cima, desenhando coisas, ligando pontos, viajando pelo espaço daquela imensidão de pontinhos de diamantes. Somente os vagalumes, aquelas estrelinhas que voam perto de nós, quebrava o hipnotismo. As candeias disputavam a atenção com sua pequena chama laranjada e seu cheiro gostoso de querosene queimando. A luz mesmo estava era dentro daquelas pessoas: Luz Divina, era a luz de Deus que nos protegia, iluminava e acalentava a noite de sono.
Naquela casinha onde meu pai nasceu, passei bons momentos de minha vida, talvez por conta da dureza da vida e do aprendizado recebido, forjei um pouco do meu caráter, aliás, forjamos, pois somos uma família unida e numerosa e todos que beberam da água do Arrojado se tornaram homens e mulheres virtuosos e agradecidos por ter naquelas casinhas simples da região, um berço de sabedoria, humildade, simplicidade e amor pela vida.
A memória dentro de nós é um tesouro que estará sempre conosco, não pode ser roubado, não deve ser vendido e jamais deve ser esquecido.
À casinha e tudo que ela representa, meu muito obrigado!
Aos bichos e a natureza que vi e me viram crescer, muito obrigado!
Ao Arrojado, meu rio, meu muito obrigado!
Aos meus avós, pais, tios, primos e irmãos, muito obrigado mesmo, família é tudo!
Obrigado Deus, serei eternamente agradecido por viver isso tudo!
A VIDA NA ROÇA.
Uma casinha singela,
Ao lado de uma estradinha de chão,
Onde a vida é simples e bela,
Há paz de alma no coração.
Uma porteira na entrada,
Um mata-burro ao lado,
Um liberando a estrada,
O outro inibi a passagem do gado.
Construída ao pé do morro,
Roupas limpas no varal,
Com a casinha do cachorro,
E uma farta horta no quintal.
Não há luz elétrica e nem muro,
Mas tem lamparina e lampião,
Lá não se vive no escuro,
Lá não há poluição...
Meu casebre e palhoça,
Onde plantei a felicidade,
Eu não troco a minha roça,
Pelo conforto da cidade.
Minha infância
Queria voltar à infância
Queria voltar a brincar
Brincar de casinha e bonecas
pular, correr e nadar.
Queria esquecer a vida,
esquecer a obrigação,
Queria esquecer os sonhos,
o dia a dia , a decepção
Daria tudo pela infância
que ficou como outrora,
voltar a ser criança,
época alegre e gostosa
Queria rever os amigos,
a dúvida , a ingenuidade,
as brigas de criança,
sem ódio e sem maldade.
Por que, meu Deus por que?
Deixais ela ir embora?
Se é a melhor de todas,
Por que não fica e demora?
Agradecimento!
Agradeço a Jesus
o ovo e o cuscuz
e a família no lar...
a casinha sem luxo
a comida no bucho
e um chão pra plantar.
Casa de madeira
No alto dos Montes de Minas
Nas terras de Joaquim Dalélio
Uma velha casinha de madeira:
- Cruzada nas árvores
- Telhado amarelo
- Vistas para cachoeira d’alça d’água.
Ao redor da casa - mata virgem-
E uns pés de goiaba de morcego
Cerca feita de mourões e arame farpado
Com dentes grandes e ferrugem dourada.
Por Todo lado
Mourões de cerca dormente
- (daqueles de “trem”) -
Protegendo a casa dos sonhos de muita gente.
Mas, não protegendo de gente!
Protegendo de bicho:
- Onça do tipo Pintada.
Uns pés de fruta
Na porta da cozinha,
Um pé de rosa cor de rosa
Na porta da sala e
Outro de “Ora-pro-nóbis”
A dar de esmola na cerca dourada.
Vida tranquila
Vivida devagarzinho no
Sossego da serra de Minas!
Um pito de fumo de rolo
No papel de milho e
Um trago de cachaça
Feita no alambique daqui
Com cana cavalo colhida no quintal,
Doce igual mel!
.
Um pedaço de queijo branco
Com cafezinho (novo):
-Adoçado com garapa!
Humm...
Vida sossegada
Do tipo dessas que se vive
- (enquanto se sonha) -
Nas terras de Minas.
De vez em quando ela fica meio triste, meio chateadinha e se enfia na sua casinha de caramujo.
Mas ela sabe que não vai ficar lá pra sempre.
Só o tempo suficiente pra acalmar o coração e a alma.
Depois ela volta, linda, sorridente, curada... Não curada de tudo - porque ela sabe que já não há cura - mas curada pra mais um dia e outro e outro e outro.
Tantos dias quanto forem possíveis sobreviver.
Casinha azul...
Uma casinha azul
de janelas brancas,
onde meus sonhos,
podem morar
e pássaros,
cantam livres, na floresta
que cerca a casa,
distante de qualquer lugar.
Sem grades nas janelas
que deixam cortinas voando
com a brisa
que vem de lá,
onde nasce o rio
que desce cantando
e lentamente vai serenando,
só para vê-lo passar.
by/erotildes vittoria
♥ Casinha de bonecas
Ela ainda era menina-criança
Brincadeiras, sonhos, esperança.
Vestidinho com renda na barra
Correndo, sorrindo, fazendo farra
Cabelos compridos, lisinhos.
Sorriso gostoso cheio de carinho
E da cor do céu tinha o olhar
Menina que sozinha se acostumou a brincar
Correndo pelo terraço
Era lá seu mundo, seu espaço.
Num canto a casinha de bonecas
E logo o jeitinho sapeca
Dava lugar às fantasias
E como se dentro da casinha entrasse
E seu mundo transformasse
Ela era então a dona da mansão
E a casinha de bonecas era agora
O mundo que alegrava seu coração!
O CASO DO ESPELHO
Era um homem que não sabia quase nada. Morava longe, numa casinha de sapé esquecida nos cafundós da mata.
Um dia, precisando ir à cidade, passou em frente a uma loja e viu um espelho pendurado do lado de fora. O homem abriu a boca. Apertou os olhos. Depois gritou, com o espelho nas mãos: – Mas o que é que esse retrato de meu pai está fazendo aqui?
– Isso é um espelho – explicou o dono da loja.
– Não sei se é espelho ou se não é, só sei que é o retrato do meu pai.
Os olhos do homem ficaram molhados.
– O senhor. . . conheceu o meu pai? – perguntou ele ao comerciante.
– O dono da loja sorriu. Explicou de novo. Aquilo era somente um espelho comum, desses de vidro e moldura de madeira.
– É não! – Respondeu o outro. – Isso é o retrato de meu pai. É ele sim! Olha o rosto dele. Olha a testa. E o cabelo? E o nariz? E aquele sorriso meio sem jeito?
– O homem quis saber o preço. O comerciante sacudiu os ombros e vendeu o espelho, baratinho.
Naquele dia, o homem que não sabia quase nada entrou em casa todo contente. Guardou, cuidadoso, o espelho embrulhado na gaveta da penteadeira.
A mulher ficou só olhando.
No outro dia, esperou o marido sair para trabalhar e correu para o quarto. Abrindo a gaveta da penteadeira, desembrulhou o espelho, olhou e deu um passo atrás. Fez o sinal da cruz tapando a boca com as mãos. Em seguida, guardou o espelho, olhou e deu um passo atrás. Fez o sinal da cruz tapando a boca com as mãos. Em seguida, guardou o espelho na gaveta e saiu chorando.
– Ah, meu Deus! – gritava ela desnorteada. – É o retrato de outra mulher! Meu marido não gosta mais de mim!
TransmutAÇÃO
Arrumei uma casinha dentro do meu silêncio,
o barulho interno que pulsa forte da entranha da minha alma,
exclama querendo sair, gritar, desmascarar
Mas a solidão que virou minha amiga, diz Não!
Estou sentindo na pele a dor silenciosa, mas creio, essa dor pode se transmutar em Flor.
O que eu sonho pra nós ñ tem nada de exuberante;apenas uma casinha que nós possamos chamar de lar,com tudo do nosso jeitinho,onde caibam nossas brincadeiras...nossas bagunças...
A FELICIDADE.
Numa casinha assim carente
ou dentro de uma mansão
a felicidade está presente
até num aperto de mão
porque a foz de sua nascente
vem das obras do coração.
Eu trocaria tudo pra estar com você, pra ficar com você. Ficar velhinho ao seu lado, numa casinha só nossa. Ver nossos filhos correndo pela casa, nós dois brincando com eles de se esconder, amarelinha, quebra cabeça, pula corda, de todas as brincadeiras que marcaram nossa infância.
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