Saudade de meu amor que mora longe
DESLIZE
Eu da saudade sou quem chora
Da ausência, ilusão, desencanto
Se eu caminho na solidão agora
São motivos de trovar em pranto
A saudade é dor, volúpia ardente
Viva sensação, um remorso vão
Dá-me emoção amarga e quente
Injetada gota a gota no coração
E nessa saudade tão fria e feroz
Da tua privação, a aflição corre
Rimando versos tristes e tão sós
Vivo a suspirar como quem morre
E a lamentar se assim vale a pena
Essa saudade do amor de te amar
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22/08/2021, 15’18’ - Araguari, MG
Quando a saudade aperta, e dói no peito somente choro porque chorar faz esvaziar de dentro de mim a dor da solidão...
A saudade é um bichinho
Que só faz incomodar.
É zumbido de mosquito
No ouvido a chiar.
Se tiver muito carente,
Use logo o repelente,
Vá pra perto namorar!
UM POEMA
Tu, que este versejar, o teu nome chama
Que deixa a saudade suspirar pelos versos
Arqueja na alma em sentimentos diversos
Sussurrando nostálgica rima, denso drama
Nesta prosa poética onde o amor derrama
Diante da inspiração os sonhos submersos
O olhar, de olha-los, são desejos imersos
Em cada trova, sensação daquele que ama
Todo o amor qual andei sempre embebido
Pulsa no peito ao dizer-te em verso terno
O que sempre no meu amar teve contido
É a sedutora teimosia do encanto interno
Dum coração repleto, e pleno de sentido
Esperança, à espera do encontro eterno...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13 setembro, 2021, 21’12” – Araguari, MG
Saudade...
Saudade mesmo eu tenho de vovó,
que acordava cedo e acordava a gente
com o chiado da vassoura de palha
varrendo o piso de chão batido e o cheiro
do café derramado no fogão à lenha.
Saudade eu tenho do cochichado
diário e constante de suas orações,
da leitura da Bíblia depois do almoço,
da missa do domingo de manhã...
Saudade eu tenho da minha infância,
de brincar na rua sem medo,
de estar cercada pela inocência
das outras crianças, que assim como eu,
só queriam ser feliz e sonhavam ser um super herói.
Saudade eu tenho de ter saudade
de alguma coisa boa deste presente...
Somos a chance de um afeto exemplar
Muito antes da vaidade, existe cumplicidade
E saudade do que está pra chegar
Saudades
Ao cair a tarde sinto uma tristeza infindável. Fico ali parada a lembrar dos momentos em que tivemos juntas... Pensava em tudo...
O meu ser reclamava a sua ausência.
Lembro-me do nosso primeiro encontro, foi nascendo em mim um amor puro e fiel, aquele amor que sempre sonhei tornou-se realidade e foi crescendo a cada instante.
Mesmo não estando junto de você, claro que gostaria de tê-la sempre juntinho de mim, para ama-la e compartilhar esses momentos que eu sinto de ausência... Porém, eu sinto o quanto a amo...
Sinto lágrimas rolarem pela minha face, mas não são de tristezas e sim de Saudades!
A saudade bate sempre quando você está só nesse mundo. Pois depois ela é esquecida quando você está com alguém que te faz bem .
Página Virada
O tempo é veloz
É folha de outono amassada
É saudade num retrós
Fazendo da alma amarrotada
Ah! Poema de nostalgia
Com rimas em preto e branco
Que dói no peito sem serventia
O fado com crueldade e tão franco
Sim, quer me enganar com ilusão
Escondendo a vil realidade
Do poeta que fantasia a emoção
Bordando sonhos e felicidade
Nada sobrevive sem quimera
Nem tão pouco o amado ou amada
São flores sem validade na primavera
Oh! Tempo. Na desilusão, página virada...
(Não se pode ao sentimento esconder,
o meu amor não existe sem você)
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03/01/2015, 22’18” - Cerrado goiano
INTERVALO
Te digo que da saudade que tenho
Toda a agonia para assim trovar-te
Entendas, então, foi só por ama-te
Que neste soneto chorar-te venho
Agora é só o suspiro que detenho
O afeto não é mais doce encarte
No coração, apenas parte a parte
Dum vazio que no olhar contenho
Noutro tempo era muita fantasia
Desfez em engano solto ao vento
Escorrendo pela sofrente poesia
Dor, também, doeu no sentimento
Provando do amor puro de magia...
Aí, notei que não era teu momento
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/01/2021, 13’33” - Triângulo Mineiro
a saudade é compassiva e ruim de memória: ela não quer saber se o outro ainda pensa em você ou se as mágoas ainda ressaem.ela não quer saber da última briga ou se o outro não liga.ela só faz o trabalho de sentir tudo em silêncio, sem esperar nada em troca.
Saudade é bom. É o que mais se aproxima de estar próximo de quem não está. Dizemos que não queremos sentir saudade, mas o que não queremos é estar longe. Saudade é o que nos resta. E é o que nos lembra de que estamos juntos, de algum modo, mesmo quando não parece. Ela tem nos ensinado que o ego e o imediato são água salgada para matar a sede. E quantas vezes, por puro desleixo, estamos juntos mas não estamos? Foi um ano de escolhermos a dor da saudade, a dor da distância, em vez de uma dor maior. E quando a escolha não foi nossa, quando o pior não pôde ser evitado, só a saudade nos acolheu. Desejo a todos nós que continuemos escolhendo assim, como adultos, como crianças, como humanos, capazes que somos de ficarmos em pé diante da dor, sem desmanchar por dentro, ainda que as lágrimas venham a correr por fora. E para todas as nossas queridas companhias que se foram deste humilde plano de matéria, usemos a saudade com toda a convicção, para que vivam para sempre.
