Ruínas
Engana-se, senhor, trago essa máscara risonha, mas sou triste. Sou um arquiteto de ruínas.
Anjos caídos, que voam sem asas nos labirintos, perdidos. Onde antes paraíso agora ruínas, construídas pela constância do indigno, se autocondenando por alicerçar o desequilíbrio.
Anjos caídos, nas esquinas, nos prostíbulos, nas cadeias, no ódio assumido e íntimo.
Anjos caídos feridos, simplesmente caminham, na procura da cura que em outrora esteve suave em vossas mãos, agora sentimos, longe distante, e que algo vem nos aprisionando a alma e selando o coração.
Anjos caídos, na contínua busca de esperança pra reverter um veredito.
Anjos caídos...
Mas ainda vivos.
Ela é assim...
Metade Florescer, metade ruínas.
Metade Céu, metade Inferno.
Metade Construção, metade destruição.
Ela é metade fogo, metade gelo.
Metade esquisitice, metade loucura, metade sã, metade razão...
Metade flor delicada, metade cacto espinhento, metade encanto, metade intuição, metade doçura e metade acidez...
Metade paz, metade guerra. Metade companhia, metade solidão.
Ela é assim: intensidade completa, às vezes coração bobo, as vezes coração cruel...
Ela é assim: chata e sincera, moça simples feita de emoções e de razões, de sensatez e de loucura.
Ela é assim: um rabisco escrito, uma poesia completa, um verso mal traçado, uma prosa romântica...
Ela é assim: cicatriz visível, dor escondida. Detalhe pequeno, um trecho que alguém
Póstumas ruínas de mim mesmo
Outrora senti-me bem,
agora não há conforto,
Emerge uma Ágora dentro de mim,
Uma reunião conflitante,
Caótica
Confusa e anárquica,
Onde o único lesado sou eu.
Ao olhar para trás,
Sinto-me amordaçado,
Sensação de impotência,
Uma corda em meu pescoço?
Ah, não, é apenas a angústia corroendo-me lenta e sadicamente
Enquanto submerjo em prantos falhos que de nada valherá,
Cada segundo me vejo mais distante de mim ou de quem já fui,
perdoe-me pela lamúria
Eu precisava disso
Aquele que lança o mal e deixa pessoas em ruínas,Um dia terá que suportar os escombros e as ruínas que ajudou a construir.
São tantas as ruínas, que cada vez mais perdemos a esperança, mais é aí que devemos ter mais esperança, mais não, desistimos sem nem tentar mania ridícula que nos seres humanos adquirimos ao longo dos anos que se passa. E o que todo mundo apenas sabe falar “ O mundo vai acabar em fogo “. Sim, ele acabará em fogo porque parece que estamos desistindo de ajudar os valores que o dinheiro não compra !
Vamos desistir do nosso mundo ?
Vamos desistir de viver ?
Acorda e cuide do que te faz respirar !
Até quando o dinheiro vai ser PRIORIDADE e não NECESSIDADE ?
" O velho lobo, em ruínas não uiva para o luar
suas garras velhas e cansadas,
não lhes sustentam mais
é hora de partir
quem sabe a lua ainda ria
fazendo graça
iluminando uma estrada que levará ao abismo
ou ao céu...
Em tempos de guerra, não se esconda,
as ruínas que sobrará após as batalhas te fará entrar em uma nova guerra, onde tu estará sozinho e as noites serão longas.
Entre as ruínas sempre poderá nascer uma flor. A felicidade cresce e frutifica quando acreditamos no amor.
A UN TEMPLO GRIEGO
Soneto
Célebres ruinas de la tierra doria
Columnario, hermosos frontispicios
El ágora rodeada de edificios
Ilustran el color de tu memoria.
Claro ejemplo de la humana gloria
Capiteles de ornados artificios
A su planta descubre los indicios
De un templo que heredó la historia.
Y en estela de honda sintonía
Esa nota del verso que yo amara
A mi letra prestara su armonía.
¡Noble Grecia! Si entera yo dejara
El alma en tu tierra para siempre
¡En el viento mi canto perdurara!
Alejandro Lanoël-D’Aussenac
Atenas, 2004
Tristes Sinos
Tristes sinos a tanger!
Pelas frias campinas...
Pelas velhas ruínas...
Pelos caminhos de Minas.
Tristes sinos que dobram.,
Por estas romarias,
Pelas pradarias,
Na hora da Ave-Maria.
Dobre de sinos tristonhos.
Nas ermas distâncias...
Por rústicas estâncias,
Por meus sonhos de criança.
Frio repicar de sinos ,
Que espalham segredos...
Que trazem degredos,
Ânsias e medos.
Velhos sinos que segredam ,
Velhas profecias!
Profundas nostalgias...
Tristíssimas monodias!
Vigilante ao mundo ilusório, contraditório...
Irmão? Somos nós?
Ruinas, traumas, ignorância, decadência, talvez assim melhor nos definimos!
Temos o livre-arbítrio porem somos escravos na contramão de nossa "virtuosidade".
União, uma utopia!
Ombridade, um detalhe!
Sonhos...
Irmandade...
Devemos a nós, devemos a nós...
Amor e o ódio, o bem e o mal, virtuosos desses detalhes existem, e como existem,.
Derivados de escolhas consequentes das mesmas, somos todos.
Espelho que reflete o que desejamos é um espelho de virtude duvidosa!!!
Os teus Poemas
São muito mais do que profundos os teus poemas
São imagens na água, nas ruínas
São malditos. São perfeitos.
São feitos por mãos divinas
São cósmicos, são rarefeitos.
São palavras que mordem, que têm efeito
é a falta de palavras nas próprias frases
é o que dizes ou o que fazes
é o olhar quase desfeito
Para reconstruir meus muros precisei enfrentar as minhas ruínas e avaliar o que me trouxe até aqui. Pensar em minhas escolhas de vida sem me punir pelo que poderia ter sido melhor.