Rondo Poesia de Cora Coralina

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Temos que aprender com nosso passado. Não devemos esquecer. E temos que ser melhores.

(Kimani Maruge)

Uma Lição de Vida
Uma Lição de Vida (2010)

O amor verdadeiro não é o que você está procurando,
mais sim aquele que aparece quando você menos o espera e te pega de surpresa!

Um mover de olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;

Um despejo quieto e vergonhoso;
Um repouso gravíssimo e modesto;
Uma pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;

Um encolhido ousar; uma brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento:

Esta foi a celeste formosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.

⁠Se tem uma coisa que eu sei é que seu lugar é aquele que te faz se sentir confiante, importante e bem.
Se aquele lugar (música, pessoas, livros, ambientes) te faz se sentir mal, insuficiente e pequeno, então, não é seu lugar.

Um excelente sábado a todos, por favor, reflitam comigo...

Dizem que o tempo é nosso aliado... ele voa, não espera, nos controla, não perdoa, deixa marca, nos envelhece e quando chega a morte... ele desaparece.

DESEJOS

Desejo a vocês...
Cheiro de jasmim
Um amor louco
E um feriado sem fim

Domingo com sol
Segunda sem lei
Terça não fazer nada
Quarta já não sei

Quinta na casa da mamãe
Sexta tomar banho de cachoeira
Sábado assistir um bom filme
E no ano inteiro fazer zoeira

Repito: Antes de entrar numa discussão, decida se você quer ganhar a adesão do interlocutor ou acabar com a reputação dele. E pergunte seriamente a si mesmo por que quer fazer uma coisa ou a outra.
Para muita gente, essa escolha não é clara.

Sou muito grato,
Ó, Deus, por nascer
Em uma época
A qual não sou privado...
De obter e me enriquecer
De conhecimento.

Quando se conta aquilo que nos impressionou profundamente, o coração é que fala; quando se exprime aquilo que outros sentiram ou podem sentir, fala a memória ou a
imaginação.

A Eucaristia dissolve imediatamente aparições e prenúncios — o poder do demônio sobre a imaginação humana.
Uma vida sem a Eucaristia é um convite permanente à ilusão.

Sabedoria de Preto Velho

Meus filhos julgam, às vezes, que perderam um ente querido pela morte. Mas essa visão é errada. Solte o seu parente que você julga morto. Aprenda a libertar a sua alma e deixar que ele voe nas alturas de sua própria vida. Muitos dos filhos acham que reter significa possuir. Engano. Na vida, o que possuímos de verdade é aquilo que doamos. Se você desejar reter as almas queridas, através de suas emoções e sentimentos desequilibrados, você se transforma aos poucos em pedra de tropeço para aqueles que diz amar. Amor não é posse. Amar é doar, é libertar, é permitir que o outro tenha a oportunidade de escolher e trilhar o caminho que lhe é próprio. Amar é permanecer amando, mesmo sabendo que os caminhos escolhidos são diferentes do nosso. Então, meu filho, você não perdeu ninguém, não perdeu nada. Perdeu, talvez, a oportunidade de aproveitar a experiência e aprender a amar de verdade. Esse sentimento de perda é o maior atestado de uma alma egoísta. Ame mais, meu filho. Liberte, liberte-se e procure ser feliz. Mas, pelo amor de Deus, deixe os outros prosseguirem e, assim, encontrarem também o seu caminho. Ainda que seja do outro lado da vida.

Pai João de Aruanda
Sabedoria de Preto Velho

E quando nas águas os ventos suspiram,
São puros fervores de ventos e mar:
São beijos que queimam... e as noites deliram,
E os pobres anjinhos estão a chorar!

Ai! quando tu sentes dos mares na flor
Os ventos e vagas gemer, palpitar,
Porque não consentes, num beijo de amor,
Que eu diga-te os sonhos dos anjos do mar!

Meu amor por você nunca irá mudar.Não deu certo agora , quem sabe depois ?
Se ainda tenho esperança e acredito em nós dois, em tudo o que passamos , sentimos , e nos entregamos é porque vai valer a pena no tempo certo.
Só preciso ter sabedoria e paciência, para poder te esperar.

Fala-me, anjo de luz! És glorioso, à minha vista na janela à noite, como divino alado mensageiro
Ao ebrioso olhar dos froixos olhos (...)
A noite vai bela, e a vista desmaia
Ao longe na praia, do mar!

Soneto XXXVIII

Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar, pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.

Fazia, de papel, toda uma armada,
e estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino.
ao longo das sarjetas, na enxurrada...

Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são de papel, são como aqueles,

perfeitamente, exatamente iguais...
_Que meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!

Eu quero ver o sol atrás do monte
Eu quero ver o brilho que ele traz
Eu quero ouvir de novo a Sua voz!

Cruzamentos sem acidentes

Nossas vidas se cruzaram e foi bom enquanto durou,
Nunca subestimei o amor, ninguém foi substituído, guardo num cantinho dentro do meu coração cada carinho recebido,
Nem o destino e nem o tempo são culpados, não á culpa,
Fizemos uma troca, sem a necessidade de questionamentos ou respostas profundas,
Nossas vidas se cruzaram, e é tão bom relembrar esses momentos, me faz um bem danado!

eu sempre estive sozinho.
hoje eu parei e concluí: a solidão foi a única coisa que sempre esteve comigo durante esses anos todos.

e chegando a estranha percepção dos fatos, conclui
que o assédio mata o ser por dentro
que a corrupção aleija a sociedade doente
que a violência gera o caos na humanidade
que a falta de segurança destrói a população aos poucos
que a falta de educação inibe e coíbe o ser humano
que a falta de alimento extingue a vida por partes
que a falta de água resseca a vida e a alma
que a falta de perdão corrói a consciência e o coracao
que a destruição da natureza extermina o espírito
que a falta de ação para o bem, nos consome de forma geral
que a falta de fé, nos impede de seguir nos caminhos de Deus!!!

Até Amanhã

Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.

É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.

Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.

Eugénio de Andrade
ANDRADE, E., Até Amanhã, 1956