Quem Domina sua Lingua
Eu falo uma das línguas dos homens, mas se eu falasse a língua dos anjos, perguntaria anjo: pq a vida tem que ser assim?
Ainda que me arranque a língua e os dentes,
ruminarei o poente e tudo que há nele.
Atravessarei o avesso do meu avesso,
Mesmo com a melancolia esparsa.
Quando tudo me facina,
Acelera,
Dilacera,
Desistência torna-se inexistente.
Como é extraordinário o sabor da resistência
Quando se vê uma faísca na esquina onde contorna liberdade.
Não falo de sentimentos ambíguos,
Onde sempre a penumbra sobrevém,
É mais além.
Não é a solidão em outra solidão,
É mais além.
É tarde cheia do destino,
É perder-me de mim e me achar ante o espaço do não ser, e ainda sim, ser.
É um eu atemporal,
A essência que persiste como essência.
FLORES DE OZÔNIO
Com a chuva da língua sumida
a plantação de palavras, não arriba,
e esse sol ardente em chamas, inflama
... Pelos cumes dos arrebóis,
pelas sementes da vida,
pela enxurradas que carregam as lamas.
O poeta deixa de colher suas flores
de cores vivas, meigas queridas...
e perdeu a hora do alvorecer da criação,
atualmente tem sido, tingido pelas sombras
e sobre o escuro do seu desengano
nem uma pétala sobre as flores caídas
tem voado no jardim do seu triste coração.
Todavia a ampulheta do imaginar quebrou-se
e as areias, do seu tempo, esvoaçou ao ar
e sobre o vento impiedoso do deserto
o poeta perdeu-se nas margens do seu amar.
Assim como um passe de mágica
deixou de encher suas sesta de meiguice
e com ramalhetes que todavia te fez feliz...
Perdeu as flores pelo caminho da fosca visão
as quais deram vida ao tilintar da vida
e hoje, trocadas pela modernidade
estão sobre os jardins dos sonhos, esquecidas.
Com a sequidão dos sentimentos,
o poeta não é capaz de sentir o gosto do riso,
e sob o rosto de um meigo menino,
não sente o piscar feliz da bela mulher
nem tão pouco vê o arco-íres
esbanjando suas cores sobre as nuvens...
Agora o pesadelo flutua em seu sonho
não consegue colher ilusões
nem embarcar na canoa das fantasias.
É meu poeta...
Abra o diafragma para alegria
abrace a simplicidade e siga com suas braçadas
pelos oceanos dos sonhos,
assim quem sabe, a chuva cairá
e você voltará a colher suas flores...
Nas retinas do seu ameaçado ozônio.
Antonio Montes
à flor da língua
uma palavra não é uma flor
uma flor é seu perfume e seu emblema
o signo convertido em coisa-imã
imanência em flor: inflorescência
uma flor é uma flor é uma flor
(de onde talvez decorra
o prestigio poético das flores
com seus latins latifoliados
na boca do botânico amador)
a palavra não: é só floriléfio
ficção pura, crime contra a natura
por exemplo, a palavra amor
Tudo bem, não tenho papas na língua, não mando recado a ninguém, o que eu tiver que falar , falo na cara...
Mas, daí a entrar em confronto com gente competitiva
e maldosa!!! Estou fora! Meu tempo é precioso demais
para gastar com o que não vale a pena e nem me
acrescenta algum valor. São tantas pessoas lindas que o
Universo me apresenta que seria ingratidão dar importância
aos feios de alma.
Cika Parolin
É foda não poder compartilhar um sonho, velho.
Ta na ponta da linguá,
nas únicas letras do teclado,
na melhor parte de toda uma musica perfeita.
A frase permanece na boca,
mesmo após a certeza
de que ela nunca será dita.
Quem me inspira está bem longe,
perto de onde meu juízo se esconde.
É foda não poder compartilhar um sonho, velho.
E que jamais se manifeste a língua, antes de manifestarem-se os olhos que viram e os ouvidos que ouviram.
Ser um tradutor intérprete de língua de sinais é mais do que apenas gostar do sujeito Surdo. É (re) conhecer o seu mundo e viver e estar inserido nele constantemente, num contínuo e eterno processo de aprendizagem!
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