Que Saudade dos meus 15 anos
" Amava meus trabalhos individuais porque em todos os anos criei a minha historia que alucina a minha chegada triunfal sobre todos os que me olham e me procuram no passado, presente e no futuro. Apesar de abrir a janela e ver as nuvens que eu sentia meu olhar que nadava nos rios
Meu pacote de doces
De repente me vejo de frente à minha realidade, meus 62 anos de idade me mostram mais curta a estrada da vida à frente do que a percorrida até agora. Me sinto como aquela criança que ganhou um pacote de doces e como se o último fosse comeu com prazer até perceber, que havia bem poucos, começou a saboreá-los, degustando aos poucos sentindo o gosto de cada mordida.
Já não tenho tempo para discussão, não me meto em confusão, quem veio primeiro o ovo ou a galinha, essa teima não é minha. Não apoio questões absurdas de pessoas que parecem surdas para sugestões, de que servem sermões regras e procedimentos ideologias e regulamentos para no final nada ser alcançado.
Sem pressa eu quero a essência da alma mergulhado na calma da aceitação. Esse é meu mote, poucos doces no pacote me empurram pra junto de pessoas bacanas, pessoas humanas que riem dos próprios erros e não promovem seus próprios enterros, que são exemplo e não ficam inchadas com os próprios feitos nem sentem-se eleitas antes do tempo.
Pessoas que assumem responsabilidade, que defendem a dignidade que andam com a verdade, que defendem a honestidade enfim, meu objetivo é chegar ao fim, satisfeito e em paz, desavença jamais. A nossa segunda vida começa quando termina a pressa que tanto nos estressa por termos apenas uma. Meus doces embora poucos, são mais requintados agora por serem degustados com sensatez e não com a avidez daqueles primeiros ponteiros do tempo.
Ilusão
Por anos busquei pelo teu sim
mas ecoou em meus ouvidos o silêncio,
sinônimo do não, do talvez, ou quem sabe algum dia
esperei tua mão bater à porta
do meu coração
sonhei com o teu sorriso largo, alegrando minh'alma
tua boca me pedindo pra ficar
jurando nunca mais deixar teus olhas sumir do meus
mas foi imaginação nas esquinas escuras da ilusão
onde ouvi tuas juras imaginárias, e teu nefasto adeus.
Meus anos de terapia me ensinaram três coisas: primeiro, tenho uma tendência a tentar controlar situações que não estão sob meu controle; segundo, eu faria qualquer coisa pelos meus amigos, qualquer coisa mesmo; terceiro, minha relação com a realidade é ligeiramente diferente da mantida pelo restante das pessoas.
E de repente, aos vinte e poucos anos, meus filhos me fizeram mãe.
Sem manual de instrução, sem tutorial, sem Google para pesquisar.
Mas, abraçaram a aventura de serem de filhos.
Hoje são minha alegria, exemplo, inspiração...
O HOMEM DO VALE-TRANSPORTE
Quando eu era pré-adolescente, nos meus 14 anos, todo sábado ia ajudar minha tia a trazer uns pacotes para abastecer um armarinho que ela tomava conta. Reparava sempre, no meio do caminho, num cidadão magro, moreno, alto, na conhecida Praça do Diário (Praça da Independência), pedido vale transportes, uma vez até eu dei ao pobre, mas ficava meio assim... (Todo sábado lá, e ele vem pro centro da cidade só com a passagem só de ida e fica pedindo a de volta. Estranho. Ai fui sacando a dele, o cara ia pedindo com uma mão, com cara de choro, nem falar falava, só balbuciava algo incompreensível, e juntado com a outra, daqui a pouco ele começava a vender o que tinha juntado, recebido). Não é que um tempo desses e o entrecortei na Rua da Concórdia, incrível, e pedindo passagem ainda, e me pediu passagem, quer dizer, agora dinheiro, melhorou, não se usa mais vales-transportes. Eu disse: Me erra cara! Te conheço desde menino! Ele não se fez de rogado, virou pra outro lado e continuou pedido a outras pessoas. Hoje, pela manhã, no comecinho da rua Nova Nova, pasmem! Tava ele lá! O próprio! Tirei até uma foto pra guardar de prova, com os cabelos agora já grisalhos, compleição física, no entanto a mesma, sequinho, sem barriga, pedindo passagem ainda com cara de choro e a pouca voz, vida toda. Daqui a pouco se aposenta nesse ramo. Mas o Brasil tá de um jeito tal, atualmente, que ele até dá pena, face ao atual cenário de corrupção desmedida. Tantos agindo sem tanta visibilidade, sem tanto esforço. Subtraindo mais, incomparavelmente mais e saindo bem na foto, posando de bom moço, bem vestidos, nos enrolando direitinho, roubando algo mais precioso: nossa alegria, tranquilidade, respeito, nossa paz, boa fé, nossa confiança, nossa esperança, crença nos homens de boa vontade.
(18.02.2017)
Nos últimos anos meus planos mudaram radicalmente. Sem mais a pretensão de ser quista ou de ser a "colombina", meu coração carnaval parou de dançar o enredo composto por paixões imediatistas que cansaram de tentar virar amor.
Mais uma vez fiquei no bloco dos "fica em casa, entediei!".
Mas, diga-se de passagem, o que eu queria mesmo era dar de cara com o príncipe encantado!.
(Carnaval de 2020)
Pródigo
Jaz no tempo muitos anos
que na tua companhia
os meus passos eu mudei
me tornando um caminheiro
lado a lado, estreitando
tua vida optei.
Me honraram como tolo
por deixar a segurança
o bem-estar, minhas finanças
e, assim, expropriado, estropiado te seguir.
Mas, meu amado, um contratempo
atracou meu seguimento:
outros amores me envolvi.
Quando o medo me apossava,
tirava a paz, me trespassava,
tua saudade a mim rasgava
e eu, sem ânimo, contrito,
não consegui vo-lo sentir.
Ó, desejado, penetrei
no breu sem lume e sem palavras
refiz os passos da estrada
calei a voz pensando em ti
rastro de caos eu restaurei.
A mim sem nada revelar
senão os olhos padecentes
de quem está subjacente
no caminho que segui;
meu esperado, nesses olhos
vi pegadas de teus passos
lado a lado, estreitado
o meu rumo conduzir.
Falta pouco tempo para eu fazer 17, mas parece que eu estou mas próxima dos meus 10 anos do que 2 meses que tem no caminho dos 17. A vida ainda parece uma brincadeira, parece fácil. Parece que tudo vai ficar bem, mas talvez não vá. A verdade é que eu não sei o que vai acontecer no futuro, não sei como minhas ações podem interferir no meu futuro. Eu ainda sou uma criança que precisa do colo dos pais, um tapinha nas costas e um "vai ficar tudo bem". Apenas um ano falta para a idade adulta, mas vai ser tudo como é agora, porque ainda não serei uma adulta. O número só sobe, mas a criança ainda tá aqui. Eu tenho medo do futuro, ele é a incógnita mais difícil de se encontrar, as vezes a gente vive o futuro sem saber. E as perguntas continuam na minha cabeça "será que eu vou conseguir?", "será que vou decepcionar meus pais?", "será que estou dando meu melhor ou estou sendo apenas sendo medíocre?". Essas respostas só o futuro pode dizer por enquanto eu apenas sobrevivo tentando viver.
Meditando meus 42 anos e vejo um porão com amontoados de objetos, logo percebo a necessidade de varrer, limpar e talvez transformar em um ambiente arejado, porém percebo o quanto é cansativo e trabalhoso e olho aos cantos em pedir ajuda, pois muitas vezes na tentativa de construir uma estrutura fui tragado pelo peso, pela sujeira, e muitas vezes preferi a guardar o inútil e conviver com aquela bagagem desnecessária, oh senhor, de fato não posso sozinho, não consigo sozinho, pois já me foi concedido benefícios e não soube guardar e até dons eu não soube cultivar, oportunidades que não soube multiplicar, mas tenho que confessar, toda vez que fui manusear a transformação acabei esbarrando nessa mente empoeirada, nesse porão de sentimentos sujos e cheios de pejorativos, então invoco a tua misericórdia pelo teu espírito de entendimento e sabedoria senhor, que tua coragem seja amiga, em nome de Jesus, e esta pessoa que está lendo adquira o alcance de todos os anseios e seus clamores, oh poderoso altíssimo aceite essas petições.
Giovane Silva Santos
Foi basicamente assim que fiquei conhecida, nos meus já maduros 32 anos, sem imóvel, sem emprego em horário integral, marido nem filho para exibir – a quintessência da ovelha negra da família.
Ah, os meus quinze anos!
Minha única preocupação era como os meninos iriam gostar de mim e de que maneira colocaria as minhas notas na média, se eu soubesse como a minha vida seria hoje, eu teria congelado os melhores momentos e ficado por lá.
A gente aprende com os anos
Nem tudo sai como esperado
Meus planos são não fazer planos
Contanto que tenha você do meu lado
Eu olho aos cantos, mentalizo meus muitos livros, escritos ao longo dos anos. Em alguns, visualizo as imagens de uma figura derrubada, os tropeços em pedras, das mais diversas, em pés de outros, e às vezes nas próprias pernas.
Penso que algumas páginas poderiam ser arrancadas, jogadas em algum lugar que ninguém fosse ver, principalmente as que contam dos tombos, das vergonhas, ou qualquer situação que valha como vexatória. Mas ao ler a página seguinte, a figura que estava ilustrada caída, está se levantando; descubro que se arrancar a página que tem o tombo, terei que apagar também a página seguinte.
O livro não é uma página, é uma história, cuja alegria de se levantar só existe pelo fato de se ter sentido a dor da frustração e dos tombos. Todas as páginas valem de alguma forma, as particularidades são suas marcas, um dia feliz, outro não tão feliz assim, um dia pra se lembrar, outro pra esquecer.
O livro vai indo, virando páginas, algumas apenas com desenhos, outras cheias de poesias, outras demagogas, outras irônicas, sem contar aquelas cheias de contradições; mas todas reunidas, pra que a vida seja acrescida de aprendizagem.
Mentalizo meu livro, minha coleção, que insisto em escrever, rir de mim e dos outros, das coisas que lembro e das que esqueci, dos conhecidos e dos que nem vi, o melhor livro é o que eu escrevo de mim.
Eu penso que meus 41 anos de idade foram servidos para aprender (vendi pipoca no estadio, entreguei jornal, trabalhei na lavoura, fui garçom, cozinheiro, agora trabalho com o Direito, mas sonho ser agricultor) e com isso tirei as maiores lições de minha vida.
Ser humilde e admitir que a cada tanto se erra e se aprende, que todos somos iguais e todos merecemos ser respeitados, trabalhar com empatia que a cada tanto devemos nos colocar no lugar do outro para obtermos um melhor entendimento na situação vivida naquele momento, e o bom senso pois cometemos erros constantemente; e é com os erros, que os homens de bom senso aprendem a dominar a sabedoria (grau maior da qualidade humana) para a vida.
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora . Sinto-me como aquela criança que ganhou uma bacia de jabuticabas . As primeiras ele chupou displicente, mas percebendo que faltavam poucas , roí o caroço .
Cheguei a conclusão que já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados .
Durante meus quinze anos de vida, convivendo sempre com meu pai, eu não imaginava que ele fosse alcoólatra. Sempre o vi beber, rotineiramente, e sempre ouvi minha mãe reclamando disso. Mas, sempre que ele bebia, em excesso ou não, ele nunca mudava seu humor. Nunca ficava mais ou menos nervoso. Nunca, em hipótese alguma, agrediu alguém. Mas, se alguém abrisse a boca para brigar ou reclamar dele, ele se irritava. Então, após quinze anos (minha vida toda, até agora), eu não tinha me dado conta de que meu pai é alcoólatra. Caí na real após uma conversa com uma prima mais velha. Ela havia mencionado meu pai e um tio meu. Disse que não havia no mundo pessoas melhores que eles, mas que, infelizmente, eram viciados em bebida. Tudo bem, creio que todas as pessoas tem seu lado bom e ruim. E quem somos nós para julgar alguém? Nós não somos ninguém. É sempre difícil aceitar o lado ruim de quem a gente ama. A gente sempre pensa que as pessoas que amamos são perfeitas. Na verdade, elas só são perfeitas aos nossos olhos. Mas eu o aceito assim. Eu aceito meu pai como ele é. Com todos os seus defeitos e qualidades. E eu o amo de qualquer jeito. E sei que ele também me ama. E sou grata por isso. Me pergunto, então, como ele foi se viciar no álcool. E então olho para dentro de mim. Quantas vezes eu quis beber também? Penso que está no sangue. Gosto da bebida tanto quanto meu pai. Então ligo os pontos... Por que eu gosto de beber? Para esquecer meus "problemas". Para esquecer as coisas, palavras e pessoas que me machucam. Para esquecer minha vida. E então penso que talvez esse seja o mesmo motivo pelo qual meu pai bebe. Pelo qual, quando jovem, começou a beber. Eu sei que ele é um homem que vive no passado. Como eu.
Eu ainda quero estar com você aos 80 anos e eu não peço nada além da sua companhia esquentando meus pés no final da noite.
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