Prosa Poetica Vinicius de Moraes
O que perdi...
O que perdi foram frases que só a voz de pai que realmente se preocupa é capaz de dizê-las: Vai dormir, está tarde. Com quem você estava? Quem estava lá? Volte (tal)hora. Vem pra cá. Quer ir comigo à (tal)lugar? Coça minhas costas. Tira meus cravinhos. Você não pode comer isso, faz mal. Será que o cara gosta mesmo de você? (e quando o Juninho avisou que viria do Rio de Janeiro cuidar de mim na pós cirurgia) Ele disse: O cara gosta mesmo de você minha filha. Se meu netinho for homem quero que tenha meu nome. Está precisando de alguma coisa?
O que perdi...
Foi um GRANDE amigo, o mais lindo de todos, o verdadeiro amigo com quem eu poderia contar não importando qual fosse a situação e apesar de tudo o que ele representava e ainda representa, é aquele amigo que você teme, que nem tudo você consegue contar, seja por respeito as vontades dele(ainda que sejam diferentes das suas) ou seja por medo de ser criticada por aquela pessoa que te ama tanto, talvez seja por medo de decepcionar mais uma vez, ou por este infinito desejo de agradá-lo não importando muito minhas escolhas. Meu velho, bom e grande amigo... Que saudades de você, que saudades de suas ligações inesperadas, de seus conselhos, de seu olhar, dos teus cabelinhos brancos com cheirinho de neném, que saudades de ver aquela única unha(a do mindinho) grandinha, aquele piercing no dentinho que brilhava ao arrancar um sorriso teu. Meu grande amigo, eu aprendi muito contigo e tenho certeza que você aprendeu algo comigo também (minha sogra me contou que você disse a ela e o Ninho, a seguinte frase: “A Karen, tem me feito quebrar muitos tabus que eu não aceitava antigamente, só ela mesmo pra fazer isso”, puxa, errei muito contigo!
Eu sei que perdi todas essas coisas porque enquanto nesta vida eu estiver não poderei vê-lo ou ouvi-lo, mas eu sei pai, que sempre você será meu pai, que nunca vou deixar de te amar e ser amada e que nunca estarei sem ti, porque isso foi o que falaste pra mim horas antes de viajar, falaste que nunca me abandonaria.
Dizem que a morte nada mais é que o passaporte para a verdadeira vida... Ainda vamos trocar abraços.
Estava pensando neste momento, em como as crianças são peritas na arte de se envolver totalmente com o que quer que estejam fazendo no momento. Minhas sobrinhas então, nem se fala... Minha pergunta é a seguinte: Como elas conseguem ficar totalmente focadas no que estão fazendo? São tão pequeninas... Quando comem apenas comem, quando brincam, apenas brincam... É impressionante como elas se lançam de cabeça em suas atividades.Elas não dão aquele “pit stop” pra descansar, é impressionante, se divertem o tempo todo, seja com as brincadeiras ou com as tarefas entregues a elas no dia a dia, quanta sagacidade!
O que recordo da minha infância é que eu não tinha noção do passar do tempo. Um intervalo de duas horas não significava nada para mim, e eu fazia a mesma coisa que elas, mas hoje não consigo lembrar qual foi a fórmula, como consegui? ... Minha única noção de tempo era o agora.
Aprendi muito cedo a frase Carpe dien. É latim, e significa ”aproveite o dia”, quem me ensinou foi um amigo de minha mãe... Hoje sei que cada dia oferece uma oportunidade de olhar para o mundo de maneira nova e celebrar o fato de estarmos vivos. Você jamais terá a oportunidade de viver novamente este instante precioso. Momento a momento busque perceber ao seu redor. Preste atenção. Participe totalmente da vida .
Você já notou que as crianças pequenas estão sempre fazendo alguma coisa a cada momento?
Embora tenham experimentado a mesma coisa anteriormente, elas expressam enorme excitação e admiração. As crianças não têm padrões de medidas para comparar atividades do presente com o passado. Elas sabem que já jogaram aquele jogo antes ou que na noite anterior seus pais já leram aquela história, mas a história ainda é tão interessante como se fosse desfrutada pela primeira vez... Infelizmente minha pequenina menor mora longe, mas vejo isso diariamente quando observo minha pequenina maior, é mágico. Pode até parecer piegas, mas ainda existe muito disso em mim... E quer saber? Não acredito que isso te faça ser bobo, mas que você tem luz, que você conseguiu sobreviver as frustrações da maior idade aonde os sonhos de criança se vão e o pesadelo começa. O bom é que não existe regra, você pode continuar deixando a criança que existe em você brincar um pouco.
Pense em suas atitudes enquanto organiza seu cotidiano ou rega as plantas, você vai ter aqueles insights, tua vida terá mais cor... Você já viu uma criança ajudando a lavar a louça ou regar as plantas? Ela mal pode esperar para participar e age como se fosse a coisa mais interessante que ela já fez. É indescritível, de uma qualidade maravilhosa, logo você percebe que ela estar empolgada com a vida, e percebe também que falta isso em você... O tempo é curto, devemos ser flexíveis aos dois lados da vida, agradecer e agradecer por tudo, afinal fazer a sua história também é passar por dificuldades (elas fortalecem), em algum lugar ouvi alguém dizer que “devemos seguir nossos instintos e correr atrás dos nossos medos”... Este alguém tinha razão. Afinal, não importa aonde chegou e que fantasmas encontrou, mas aonde está indo e quão são grandiosos os sonhos que serão realizados.
A vida nos dá inúmeras situações e diante delas você até esquece dos sonhos que te motivam e dão sentido à tua vida, e esquece também que sem eles você não é nada. A vida prega momentos que nem sempre serão muito bons, mas que se faz necessário vivenciá-lo. Então é isso... Se antes, quando criança eu aprendi o que é Carpe dien, hoje adulta vivo o Carpe omnius que dá mais sentido aos meus anseios, quer dizer “Aproveite tudo”.
É o que deixo aqui, é o desejo de vencer, e antes que seja tarde... Apenas deixe-se viver tudo o que há pra viver, com entusiasmo e coragem você chega lá.
PS: Nunca deixe morrer a criança que existe em você. E Carpe Omnius... Aproveite tudo!
Breve Prosa.
Sou mulher.
Sou sensível.
Eu preciso de coisas que você nem imaginaria para ser feliz.
Coisas que para você podem até parecer bobeira ou loucura.
Preciso de toque.
Preciso de afeto.
Preciso de sensibilidade.
Preciso de percepção.
Preciso de sinergia.
Embora não pareça, eu acredito no amor romântico.
Um amor para se desenvolver, precisa de surpresa, de mudança, de fantasias, de degustação, de momentos a dois.
Eu não acredito num amor rotineiro, frio, distante e sem surpresas. Porque amor quando é de verdade, estimula as coisas mais bonitas existentes em nós; de forma que até a rotina seja repleta de felicidade e sintonia.
Eu sou mulher, penso como mulher e sinto a flor da pele, como tal.
Não me julgue por isso, não se irrite, apenas entenda! E se não puder me entender e tentar de fato compreender minha forma de ver o mundo, nem sequer segure a minha mão. Mantenha distância!
Apenas existimos...
A felicidade é apenas momentos...
Em que existem Tudo e Nada em simultâneo...
Que se acaba
Quando os sonhos se destroem...
Em que nós apenas Somos...
A estrada é estreita e longa
Quando olhos se perdem...
À procura do que se esperou...
Apenas existimos com o nosso sentir
No amor não existe escala de tempo
E a emoção é intensa
Nós poderemos estar em mares distantes
Mas o que vivemos... Continua nos corações
E nas lembranças mais doces
Mas tu sempre poderás sentir o meu amor
Talvez seja o acordo do alvorecer
Uma luz que se acende no peregrinar da vida
É assim que refugio o destino
Nos braços de um novo dia...!
Fiapos de Memórias
Se fui pobre não me lembro! Mas lembro de que já cai de caminhão de mudanças.
E isso é coisa de pobre. Ricos contratam empresas, delegam tarefas, colocam
os filhos confortavelmente em seus carros, enquanto funcionários embalam taças
de cristais, xícaras de porcelanas e telas de pintores renomados.
E nós? Como era engraçado. Na véspera arrumávamos caixas de papelão e muitos jornais, embalávamos os copos de vidros as xícaras de louças e portas retratos
com fotos da família. Enquanto todos estavam ocupados, furtivamente fui ao portão do vizinho, despedir-me do menino da lambreta, prometendo-lhe escrever.
Eufóricos com o prenúncio da aventura íamos dormir.
Com a claridade que precede o nascer do sol, meu pai nos acordava, tomávamos café preto com bolinhos de fubá. Lá íamos nós! Minha mãe se ajeitava na cabine
com os três filhos menores, junto ao motorista, e meu pai na carroceria com outros seis filhos incluindo eu. Partíamos rumo ao destino desconhecido.
A mesa da cozinha mais parecia uma espécie de barraca, o colchão em baixo amortecia os solavancos, com a lona por cima e o resto das tralhas espalhadas por todos os lados, uma pequena abertura na lona, nos servia de janela, que era disputada por todos.
Exceto por uma irmã, que com mania de grandeza, não fazia questão de ficar na janela improvisada, morria de vergonha que alguém a visse.
Mas eu me divertia! Acenava a todos, e foi assim que eu cai do caminhão. Foi um susto danado, achei que ia ficar para trás. A gritaria foi geral dentro do caminhão, mas foi alguém da calçada, quem conseguiu alertar o motorista. Reboliço total,joelhos e cotovelos ralados, broncas, risos e beijos. Para compensar tudo isso, uma
parada na beira da estrada, para um sortido, “prato feito”.
A irmã com mania de grandeza fingia que a aquela família não era a dela...
Seguíamos a nossa viagem, que hoje sei que era para um lugar no litoral do Paraná,onde meu pai dizia: O mar de lá tem muitos peixes e nada vai nos faltar.
O Diálogo das Flores
Amanhece, o clarão da luz do dia entra pela
fresta da janela. Lá fora as flores do jardim,
começam a se abrir para o dia que se inicia...
Tímidas e silenciosas, cochicham entre si sobre
como a lua estava bela na noite que passou
e como o orvalho as acariciou durante o sono...
Estavam felizes, mas se perguntavam; porque
está tão triste a moça por trás daquela janela?
sabia-se que ela tinha perdido um amor...
Mas diziam: Como ela perdeu o que nunca teve?
A Rosa olha o Cravo ao seu lado e pensa; mesmo
que eu não o tenho, ele sempre estará por aqui...
O Jasmim, como se lesse o que ela pensou, lhe
diz: Não se iluda Rosa, alguém pode arrancá-lo,
e ela respondeu: A moça triste não deixaria,
afinal somos suas flores favoritas...
Ela até nos presenteou com um poema:
“A Rosa e o Cravo”.
O Girassol ao longe gritou:
Rosa atrevida, ela nos ama igualmente
temos que nos unirmos para alegrar o seu dia...
O Cravo, até então calado em seu canto, decidiu
intervir. Quando ela vir até nós, exalaremos
perfumes ao seu redor.
A Dama da Noite, por motivos óbvios preferiu
não se envolver...
E o Cravo continuou: Que venham os pássaros
cantando uma canção, borboletas decorando
o clarão da natureza, com delicados tons, como
fadas brilhantes pintadas em telas...
A moça triste, se aproxima, ao ver o jardim
tão lindo, um leve sorriso se abre em seu rosto...
Ela senta na relva úmida pelo orvalho da manhã
Fica absorta em seus pensamentos admirando
tudo em silêncio...
Naquela paz interior pensa: Amanhã é outro dia
vou deixar essa tristeza no ontem e viver o hoje
e quem sabe serei feliz no amanhã.
Viver é amor, é dor. A alegria e a dor estão de mãos dadas como um casal de adolescentes apaixonados. Ou como um casal maduro que caminha por toda a vida juntos. O amor e a dor estarão juntos por toda a caminhada que chamamos de vida. Viver é sorrir, viver é doer. Somos proibidos de ter um sem ter o outro.
Você é o piloto e a voz da história. Você é aquele que cria e conta as histórias para aqueles que não puderam estar presentes. Você é incapaz de ser confortado mas deseja confortar os outros. Há algo faltando em sua vida. Não esqueça que você é muito amado. Deixe seu sofrimento ser confortado.
As moças com frequência criam imagens nobres, deslumbrantes, figuras totalmente ideais,e forjam idéias quiméricas acerca dos homens, dos sentimentos, do mundo; depois atribuem inocentemente a um caráter as perfeições que sonharam, e entregam-se a isso, amam no homem que escolheram essa criatura imaginária; porém, mais tarde, quando não há mais tempo de livrar-se do infortúnio, a enganadora aparência que embelezaram, seu primeiro ídolo, transforma-se enfim num esqueleto odioso.
Quem não sabe lidar com as suas frustrações jamais será feliz. É impossível ter tudo o que se quer, logo, frustrações, haverão muitas ao longo da vida. Mas quem compreende bem as decepções e desilusões não sofre nem se desespera. É feliz dentro das suas possibilidades e limitações, à sua maneira. Somente aprendendo a lidar com as adversidades é que o ser humano poderá encontrar, um dia, a verdadeira felicidade, que não está nas coisas da matéria, como dinheiro, romance, status ou profissão, mas na paz interior que ilumina a alma e torna o espírito inabalável diante das imperfeições do mundo. A paz interior finalmente conquistada é a felicidade real que ninguém, nunca, poderá nos roubar.
Há sempre um perigo no amor que tem utilidade. Enquanto o outro exerce uma função na nossa vida, corremos o risco de não experimentar o amor gratuito(...) A utilidade pode parecer amor, mas não é. Amor que se fundamenta na utilidade que o outro tem corre o risco de se transformar em abandono num futuro próximo.
"Mostrei minha obra prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes dava medo. Responderam-me "Por que um chapéu daria medo?" Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jibóia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jibóia, a fim de que as pessoas grandes pudessem entender melhor. Elas têm sempre necessidade de explicações detalhadas."
Existem as pessoas que apenas têm sede de vida e aproveitam cada minuto, crescem com cada tropeço e levantam revigoradas e prontas para sorrir de novo. Pessoas assim são urgentes para o amor, mas têm suavidade para vivenciá-lo. Elas se apaixonam por gente, circunstâncias e trocas. E gargalham de verdade. E abraçam de verdade. E absorvem o Outro para apreendê-lo, não para sugá-lo. Essas pessoas sentem com o corpo todo, gostam com o coração inteiro.
O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo.
Antes de chorar sobre os limites que possui, antes de reclamar de suas inadequações, e fadar o seu destino ao fim, aceita o desafio de pousar os olhos sobre este aparente estado de fraqueza, e ouse acreditar, que mesmo em estradas de pavimentações precárias, há sempre um destino que poderá nos levar ao local onde o sol se põe tão cheio de beleza
(...)se descobrem homens felizes em maior proporção nos desertos, nos mosteiros e no sacrifício do que entre os sedentários dos oásis férteis ou das ilhas (...) Acontece simplesmente que, onde os bens são em maior número, oferecem-se aos homens mais possibilidades de se enganarem quanto à natureza das suas alegrias. Para já, pode acontecer que eles, na abastança, se enganem com maior facilidade e façam circular mais vezes riquezas vãs. Como os homens do deserto ou do mosteiro não possuem nada, sabem muito bem donde lhes vêm as alegrias e é-lhes assim mais fácil salvarem a própria fonte do seu fervor.
Não te confessarei o meu sofrimento, porque ele te faria desgostar de mim. Não te farei censuras: elas irritar-te-iam justamente. Não te direi as razões que tu tens para amar-me, porque não as tens. A razão de amar é o amor. Também não me mostrarei mais, tal como tu me desejavas. Porque tu já não desejas esse.
O boato é um ente invisível e impalpável, que fala como um homem, está em toda a parte e em nenhuma, que ninguém vê de onde surge, nem onde se esconde, que traz consigo a célebre lanterna dos contos arábicos, a favor da qual se avantaja em poder e prestígio, a tudo o que é prestigioso e poderoso.
O olhar de um homem acostumado a tirar de seus capitais um juro enorme adquire necessariamente, como o do libertino, o do jogador ou o do cortesão, certos hábitos indefiníveis, movimentos furtivos, ávidos, misteriosos, que não escapam aos correligionários. Essa linguagem constitui de certo modo a maçonaria das paixões.
Este grande preceito é frequentemente citado em Platão: Faz o teu feito e conhece-te a ti mesmo. Cada um desses dois membros engloba em geral todo o nosso dever, e igualmente engloba o seu companheiro. Quem tivesse de fazer o seu feito veria que a sua primeira lição é conhecer o que é e o que lhe é próprio. E quem se conhece já não toma como seu o feito alheio: ama-se e cultiva-se acima de qualquer outra coisa; rejeita as ocupações supérfluas e os pensamentos e projetos inúteis.
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