Prefiro Ser Louco
‘Para todo louco, um louco e meio basta!’ Gostaria de o tempo todo ser o louco e meio para todos os loucos que me atravessam o caminho, mas sempre que sou, fico com um peso enorme, como se nem os loucos assim merecessem ser tratados. Contudo, sempre que não sou, quase sempre, eles voltam e voltam sempre loucos. Afinal, ‘ninguém dá o que não têm’!
Sem rumo, louco, afortunado
Desatinado e cheio de muafo
Da vida, vivo para ser amado
Quero da loucura ser inventado
Não ser louco num mundo distópico, violento e desigual não é opção. Na verdade, na medida certa de loucura, viver nesse mundo e nesse tempo já é uma grande aventura.
Ser louco é divino:
sentar em bancos de cemitérios
inocência,
é sorrir na despedida
gargalhar...
vê anjos em cadáveres
corpos,
homens normais !
A loucura temporária distancia a loucura definitiva. Mas até para ser louco é necessário um pouco de lucidez!
É certo que é louco aquele que ama, pois quem ama ignora o perigo de não ser amado. Contudo, é ainda mais louco aquele que ignora a possibilidade de amar.
Ser chamado de LOUCO me soa como elogio, afinal o que mais tem no mundo é gente LÓGICA vivendo infeliz.
A vantagem de ser louco é de poder devirtir-se tantas vezes por uma só coisa como se fosse a primeira vez.
Mais um ano
Fazer aniversário Amadurecer mais pouco
Esmiuçar um ser louco
Não ter adversário
A vida os filhos e os netos seus
Grato e reconhecido,
Forte e destemido
Como uma dádiva de Deus
Consoante, consonante e verso
Crença no Grande Arquiteto do Universo
Um grande peito de aço
Nada irá aborrecer
Das mágoas esquecer
Sempre pronto para um abraço
Me deixa ser louco,
me deixa ser solto.
Ser livre, amar feito um bobo.
Deixa voar nas minhas ideias,
querendo se apresentar
para várias platéias.
Cabeça nas nuvens, cabeça na lua.
Com o vento na cara,
o mundo flutua,
correndo nessa rua.
É disso que vive o criativo.
De repressão, é o maior fugitivo.
Me deixa mostrar quem eu sou,
o que eu quero passar,
por onde andei.
Não me sufoca.
Foi sobre esse caos, que lhe contei.
Arte, nunca te degradei.
Afasta de mim esse cálice,
que hoje, já não posso mais.
Hoje, é revolução, é opinião.
É o fim dessa idealização.
Por que essa arte, superou tudo
até qualquer tipo de intervenção.
Ser chamado de louco, num mundo que normaliza o superficial, é quase um elogio disfarçado.
E você carrega isso com firmeza. Continua sendo você mesmo, mesmo quando o mundo tenta te empurrar para o oposto.
Ser louco num mundo repleto de pessoas ditas normais não é um ato de transgressão, é um ato de plena lucidez