Preconceito Racial
Atualmente na humanidade existem dois degraus que precisam serem superados para proporcionar paz entre os diferentes povos.
O primeiro está na linguagem que será conquistado quando todos os povos tiverem uma segunda linguagem em comum.
O último degrau está no fim do racismo que ainda persiste estruturalmente em diferentes culturas.
A RECONCILIAÇÃO E A TRANSFORMAÇÃO DAS RELAÇÕES HUMANAS POR MEIO DA FÉ EM CRISTO
Dia desses conversando com alguém ele disse não se lembrar sobre casos de racismos nas escrituras. Diante desse fato, parei para meditar o quanto existe, não só existe, como há uma carta especialmente tratando sobre esse tema. Trata-se da carta de alforria, o Habeas Corpus de Onésimo. A carta de Filemom. O verso central da carta a Filemom na Bíblia diz: "Pois talvez ele tenha sido separado de ti por algum tempo, para que o tenhas para sempre," (1:15) Este verso destaca a mudança na relação entre Filemom e Onésimo, com propósito de indicar que Onésimo, que antes era um escravo fugitivo, agora voltará como um irmão na fé e membro da família cristã de Filemom. Esse momento clímax da narrativa aponta para o tema central da carta de reconciliação e igualdade em Cristo. A principal história por trás da carta é a seguinte: Filemom possuía um escravo chamado Onésimo, que aparentemente fugiu de seu dono e acabou encontrando Paulo enquanto ele estava preso. Durante esse tempo, Onésimo se converteu ao cristianismo por meio da influência de Paulo. Na carta, Paulo envia Onésimo de volta a Filemom com a carta, pedindo que Filemom o receba não mais como escravo, mas como um irmão em Cristo. Paulo também se oferece para compensar qualquer dano que Onésimo possa ter causado a Filemom. A carta a Filemom é uma expressão de perdão, reconciliação. Constrange cristãos a viver em igualdade em Cristo. De maneira clara, também aborda a questão da escravidão na época. Ela enfatiza a importância da unidade. Conclama para amor entre os crentes, independentemente de sua posição social. Cor e raça.
Além de preto e poeta, eu sou revolução
Eu ia escrever...
E juro que de início iria escrever um rap
Mas minha caneta era preta
Se eu continuasse daria treta
Por que toda história que preto escreve com uma preta, é porreta.
Seria uma história sobre o próximo 20 de novembro.
Mas até onde me lembro, não tem muito o que comemorar
Se tudo que fazem com pretos e pretas no mundo, é matar.
Eu já cansei de ver no jornal, mais um preto foi baleado foi parar no hospital
E começa-se uma grande divulgação,
Por que parece ser entretenimento ver preto sofrendo na televisão
E não importa o quanto o mundo envolua, o preto sempre vai parar em um caixão.
O racismo se tornou uma coisa tão rotineira
Que ninguém se importa mais em falar "lista negra ou a coisa tá preta". Mas, como dizia Mídria, "ainda bem que os pretos e pretas estão se amando, se armando contra o racismo o colorismo. Haa o colorismo, o colorismo é uma política de embranquecimento do estado
Que faz com que os pretos e pretas queiram odiar os traços genéticos dos seus pais herdados".
Olha ali o negrinho cabelo bombril, que saliente
Então já que meu cabelo é bombril, eu vou lavar essa vergonha na sua cara, hô demente.
Tá, qual é Edgi, isso não foi nenhum pouco de improviso.
Mas tudo bem, pelo menos cada dia que passa eu vejo menos pretos e pretas andando com cabelo liso e se assumindo com são, sem essa de colorismo.
E se depender de mim, o futuro será sem racismo, colorismo, discriminação
E será uma outra história contanda na televisão
Por que além de preto e poeta, eu sou revolução.
Um país desses não pode ser sério. O Brasil é o país onde tudo é muito bem feito pra nada funcionar. DWSF
@DW SALDANHA FONTELLES
Tenho uma enorme dificuldade de aceitar que o país celebre uma semana, celebre um dia, e o resto dos 358, 357 dias, se descuide da questão.
Acontece que pessoas que se consideram brancas, sempre que não se sentem privilegiadas, tendem a criar e viver uma ilusão de que isso aconteceu por militância. Assim, elas continuam acreditando que só não estão no topo, em destaque, por injustiça.
Seca
...Hoje sou madeira seca
cortada pelo lenhador
Sou árvore velha
que morreu para virar tambor
Sou a pele do tigre que embelezou
a sala do matador...
Corpo Escudo
Minh’alma incendeia o corpo com um fogo digno de revolta
Se eu luto é para não ficar de luto pelos meus irmãos que se foram
E se assim foi, não será mais, porque em minhas veias corre veneno
Veneno de Esperança
Minha voz ecoará um grito que ensurdecerá quem quiser me calar
Meus olhos serão fuzis que atingirá o senhorzinho, que acha que preto
tem que fugir e da bala escapar
Meu cabelo medusa fincará no solo toda vez que eu pedir raiz
Meu corpo escudo, mandará pra bem longe todos aqueles que quiser nos boicotar
Agora você, capitão fardado
Da minha terra, do meu povo, do meu corpo vou exterminar
Porque preto que é preto
Sabe que lado lutar.
... acabou o tempo que tuas palavras me ofendiam
Você é preta
Cabelo duro
Hoje, não me curvo
Me curo da doença que me impuseram ser...
Fragmento III – Quimérica desigualdade
Há certa semelhança entre a igualdade oferecida pela lei, a proposta pelo racismo e a que é esperada pela sociedade. Talvez a percepção oferecida pela lógica substantiva, da ética valorativa, não contemple o propósito da reciprocidade em uma relação social.
Assim, a desigualdade é mais um reflexo quimérico e sistemático, refletido por qualquer modelo de coletividade, gerando toda forma atrofiada de ética, moral civilizatória e percepção sensorial do mundo externo, destoante de qualquer equilíbrio.
Eu nunca aceitarei viver numa sociedade que usa fatos de injustiça e discriminação do passado para me fazer viver segregado hoje, mendigando aceitação social e um espaço de fala na sociedade, simplesmente por causa do meu tom de pele.
Eu não estou vivendo lá atrás, estou vivendo agora.
E a história do hoje, quem faz sou eu.
Não preciso de nenhuma ação reparadora.
Eu sou livre, independente e suficientemente competente para conquistar o que eu quero sem precisar de favor de ninguém. Nenhuma algema ideológica me aprisiona, eu sou livre.
Eu não sou vítima, nunca serei.
A minha escrita sempre foi combativa. Essa é a graça de poder me expressar pelas palavras. O que não digo falando, escrevo — e tenho muito a dizer. Não tente me calar. Nasci e cresci em meio à guerra. Se eu não estiver o tempo todo lutando, a sociedade me mata simplesmente por ser quem sou.
Entre tantas datas comemorativas, não é estranho que o Dia da Consciência Negra seja a única a ser combatida sistematicamente?
Entre tantas datas comemorativas, por que apenas o Dia da Consciência Negra sofre um combate tão sistemático?
“20 de Novembro, frutos…”
A resistência das folhagens e frutos de modo geral, sempre nos apontam a simplicidade, ou mesmo a facilidade do seu surgimento, no entanto gostaria de deixar uma visão além, nessa metáfora, onde as flores negras, com sua elegância ímpar, e os frutos de alma escura, como a jabuticaba e a amora silvestre, são símbolos de uma beleza que não se contenta em florescer nas “sombras”. Essas expressões naturais nos convidam a mergulhar nas profundezas da história e a refletir sobre a resistência, a ancestralidade e a luta incessante do povo negro no Brasil. Em um dia como o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, estas comparações se tornam ainda mais pertinentes, revelando um legado que transcende o tempo.
As flores negras, com sua delicadeza paradoxal, evidenciam a força que se revela na adversidade, são flores que brotam em meio às dificuldades e que, mesmo em solos áridos, encontram formas de se expressar e de colorir a paisagem. A jabuticaba, com seu sabor agridoce, assim como a amora selvagem, que cresce de maneira quase silvestre, são frutos que trazem em sua essência a história de um povo que, em constante luta, celebra sua identidade e busca reconhecimento. Esses frutos, que nascem em árvores resistentes, são a metáfora perfeita da luta do povo negro contra as amarras da opressão e do racismo.
O Dia da Consciência Negra é mais do que uma data simbólica; é uma convocação à reflexão e à ação. Como diria Marcus Garvey, um dos mais importantes líderes sobre a luta pela liberdade, “Um povo sem o conhecimento de sua história, origem e cultura é como uma árvore sem raízes.”
Este apelo à interconexão nos faz lembrar que a emancipação não se dá apenas no campo do indivíduo, mas como um ato coletivo. As flores e os frutos negros servem como metáfora dessa unidade: cada um traz uma parte de suas histórias para a formação de um mosaico cultural vibrante, fruto da resistência e da luta.
Não se relacionem nem apoiem aqueles que querem o seu mal. Ideias racistas, xenofóbicas e misóginas não são apenas opiniões divergentes — são promessas à espera de oportunidade.
Como pode um nordestino apoiar alguém que o despreza abertamente? Como pode uma pessoa LGBTQIAPN+ dar voz a quem nega sua existência? Como pode uma mulher defender quem insiste em reduzi-la à inferioridade?
A adesão a discursos que negam a dignidade de um grupo pode vir da desinformação, da manipulação emocional, de promessas individuais ou da ilusão de que "não é bem assim". Mas é exatamente assim. Palavras constroem narrativas, narrativas moldam políticas, e políticas definem vidas.
Não se enganem: o ódio normalizado hoje se torna a violência legitimada amanhã. Nenhuma promessa econômica justifica a negação de direitos fundamentais. Nenhuma tradição pode servir de desculpa para a opressão. O caminho para a barbárie começa com a aceitação da intolerância como mera opinião. E, contra isso, não há espaço para neutralidade.
