Por você eu Limpo os Trilhos do Metro
Sou a favor do metrô de Brasília tanto quanto sou a favor de que alguém coma um Big Mac. Desde que nenhum dos dois seja pago com dinheiro público.
Metrô NY 1300 KM, 450 estações, R$ 48,00 por uso ilimitado por 1 semana.
Metrô Rio 47 KM, 35 estações, R$ 3,10 por viagem.
Bom dia 18/11/2016
No dia de hoje não seja apreensivo, se só conseguir construir um metro do alicerce de sua nova casa ótimo, o importante não é o tempo que levará para construí-la e sim a segurança que terá quando ela estiver pronta, nenhum fruto tem seu verdadeiro sabor quando colido fora do seu tempo.
O triste fim de Arlindo
Arlindo era um negrinho com pouco mais de um metro e meio de estatura, era um rapaz fogoso que gostava bastante de pagode. Todas as segundas feiras quando ia para o trabalho a rapaziada já o aguardava ansiosa para ouvir as suas histórias, e não aguardavam em vão, pois ele sempre tinha muito que contar. Lindinho,como gostava de ser chamado, num determinado dia chegou contando que estava numa grande escola de samba, que fica no outro lado do valão carioca. Lá, já chegou cantando todas as mulheres que se apresentavam a sua frente, ele não se importava se estavam sós ou acompanhadas, se preta ou loira, alta ou baixa, o que importava era ser mulher.
Tinha como termômetro tudo o que pudesse ser considerado como vitória ou derrota, um simples beijo já era contado como vitória. Neste dia na escola de samba, de tanto que cantou a mulherada acabou a sua noite triste, sozinho e jogado num canto qualquer da calçada, totalmente alcoolizado. Quando acordou estava sendo lambido no rosto por um cachorro do tipo vira lata. Ao se dar conta que havia sido roubado por um grupo de desocupados no decorrer da madrugada, ficou furioso e prometeu se vingar. Mas as suas andanças não o deixava ter um tempo para correr atrás do seu prejuízo. Segundo ele, a mulherada não dava um espaço para que pudesse cuidar das outras coisas que não fossem satisfazê-las. Daí, preferiu esquecer o prejuízo daquela noite, retomando a sua vida de galanteios.
Lembro-me de que numa determinada noite, Lindinho disse que estava cansado de gandaia e que iria buscar a mulher da sua vida, a cara metade que não achara, até então. O cara partiu feroz na certeza que naquela noite iria consegui-la.
Logo ele, dom Ruam do pedaço, pensava de como fazer para diferenciar uma da outra já que onde anda só tem periguetes. Por tudo isso, ele escolheu uma estratégia que achava que daria certo. Começou sem mexer com ninguém até ter a certeza de que a mulher estava sozinha naquela noite, depois começou com os galanteios sem muita ousadia, até que conseguiu uma linda morena. Ele a convenceu que ela teria um futuro maravilhoso do lado dele, só que ele não sabia que a mesma estava brigada com o seu violento noivo, que ao vê-los juntos não titubeou e matou o casal recém-formado na hora. Ele levou três tiros à queima roupa. Isso seria um grave acontecimento se não estivesse sendo contado pelo agora “contador de história” Arlindo, que morreu no final dessa história.
Paixão de metrô
As paixões de metrô são sagazes, fortuitas e intensas. Chegam sem pedir licença e invadem os vagões, mexem com imaginário e causam decepções. Basta um olhar, um cheiro ou até mesmo um sorriso. Ninguém está livre desse sentimento incandescente, que atinge os casados, os solteiros e os aflitos. Basta ser usuário deste meio de transporte que carrega diariamente milhões de apressados, pessoas que desejam chegar a algum lugar, e quem sabe no meio do caminho encontrar uma aventura que ainda lhes façam sentir vivos, no meio desta massa de alienados.
Cidade Itinerante
E naquelas ruas e nas estacoes do metrô, o amor ecoa na boca dos amantes, entre os trilhos da cidade itinerante.
E ali, naquele mundo que é so deles, os amantes de brilho de sol, encobrem os dias cinzas e falta de amor ao redor. ...
A necessidade é um fator (devido) as estórias do metro(-)quadrado, um valor matemático solado pela suposta escassez.
Você criou asas enquanto eu despencava do meu próprio andar de um metro & oitenta, então resolvi escrever um livro sobre a pós-modernidade que oprime, deprime & que não manda flores no dia seguinte.
TÃO PRÓXIMO E TÃO DISTANTE
Você em cima do meu andar,
Você ao meu lado,
Você comigo no metrô,
Você comigo no shopping e no
Banheiro também vou.
Você comigo de manhã
Você comigo à tarde,
Você comigo à noite,
Você comigo no café,almoço e janta.
Você comigo no banheiro: amor e carinho.
Você comigo levando o meu cachorro pra passear.
Na praia, um abraço
E mesmo sem a luz do luar
Um beijo para meu coração consolar?
Então penso: - finalmente um dia só pra nós, finalmente um fim de semana só pra nós. Rs! Um desejo, um delírio, um sonho.
Será?
Então solte o CELULAR!
É mais dificil ouvir um grito a um metro de nós. Ruim é ainda saber que o mesmo grito acontecia por nossa cansualidade.
A cada metro rodado na estrada
Eu via uma cruz
E cada cruz, dizia o meu pai,
Era uma alma que se salvava
Desse mundo cruel...
A VIDA
A vida e um corredor, nele tem alergia, felicidade e tambem dor.
Cada metro que vc anda te leva pra mais perto da morte, isso e da natureza humana nao necessita de sorte.
Mais quem pensa antes de dar o passo, e sabio e nao um palhaco.
Muitos acham que tudo na vida e fácil, mas quando cresce percebe que tudo e instavel.
Tenho medo não é de viver, mais sim das escolhas que tenho de fazer.
Gosto de fazer versos e rimas, traz alegrias e quebra os enigmas.
Para que viver a vida com medo de errar, porque você só consegui algo se ir lá e tentar.
Tem que ter coragem de enfrentar, assim vc se torna uma grande pessoa e nada vai te derrubar.
Mais a essência ç de ficar sempre de pé, não é a vontade e sim a fé.
Nas cidades muita gente por metro quadrado
em meio ao concreto que Nao cultiva nada
e só consome.
E agora... está vindo a revolta do planeta
vai fazer o que...
O Senhor Debaixo
No metrô de SP
Lá vai o senhor
E sua bagagem.
Às 6 da tarde
Com um envelope na mão,
Desce ele desse trem.
O senhor debaixo da neblina,
Acende o abajur no parque infantil,
Tornando visiveis
Os fantasmas que o rodeiam.
Envolto na nevola,
Um sussurro se faz ouvir:
"O pendulo da morte,
É a seta apontada pro peito do homem
Que vaga sem definir seu destino."
À caminho da catedral,
Avista o tempo transbordando
No peso de megafones,
O grito de desespero
Das almas que não partiram.
Exala do perfume funebre
E corre para a catedral.
Esta se encontra a meia luz vermelha
E o Cristo crucificado
No centro do altar
Chorando pelas almas perdidas.
Vermes circulam as velas
Que adornam o ambiente sagrado
E o Cristo desapontado
Com os homens,
Se retira do templo.
O senhor debaixo
Da sagrada escritura,
Resgata o bilhete do Cristo:
"A vós vim com o amor
E tudo que presenciei,
Foi a repulsa as minhas palavras.
Portanto, Aviso-te
O amor não habita
Em corações fechados."
Ouve-se o som bizarro
Da ambulancia a circular.
Sob o comando do palhaço
A gargalhar dos homens,
Incapazes apenas de praticar
As palavras do seu Cristo.
Ao abrir da porta traseira,
O paciente na verdade
É o próprio Cristo.
Não com marcas da salvação,
E sim feridas no peito
Fruto do abandono ao seu semelhante,
Jogando pelo ralo,
Toda a pregação .
Então o senhor debaixo
Do misterio que o cercava,
Apenas abriu sua mala
E levou o tal bilhete.
As pistas agora se encontravam
Como mais uma lembrança
Do descaso.
O Cristo se foi, mas o homem,
Ah o homem...
Nem sabe o que faz.
No metrô escuto ainda os últimos acordes de Notre Dame de Paris, ao longe os debates da Comunidade Européia se intensificam, os programas para o réveillon 2000 estão agora francamente em todos os affiches, todos os souvenirs, todos os cinemas, todos os horários da tevê, apocalipses para todos os gostos e crenças, dentro dos metrôs desenvolve-se, pouco a pouco, uma cultura de quarto mundo, une petite pièce, juste pour vivre, merci, merci... E a cada giro que o mundo dá, caem francos, caem, caem pesetas, caem, caem marcos, caem, caem liras, caem, caem florins, caem, oi, oi, balão, cai, cai aqui bem na minha mão, ai, ai." (O último verão em Paris, crônicas, 2000)
Sou um trem
Não um trem bala, porque gosto de calma
Não um metrô, porque gosto de paisagens
Sou um trem água, que não anda nos trilhos...
Ora vagão, curtindo
Ora máquina a vapor, fervendo
Gosto de alternar o comando
Porque controle todo o tempo é ruim
Então, também gosto de ser levada...
Meus caminhos não têm fim
Algumas vezes sinto-me bloqueada por pedras
Então, paro durante o tempo suficiente, faço o desvio e começo outro caminho
E a viagem continua...
Alguns se deixam serem vagões quando sou maquinista
E viajam seguros e felizes
Outros se arriscam a serem vagões quando sou maquinista
Mas viajam apreensivos e tensos
E quando sou vagão eu também me alterno, dependendo de quem é o maquinista...
O barato mesmo é a viagem!
Saio do metrô e me deparo com a coreana contemplativa diante de um 'affiche' do Rio de Janeiro, também me aproximo, outras pessoas se interessam, somos agora um pequeno grupo de curiosos reparando, da Gare de Montparnasse, o enorme Cristo redentor de braços abertos para a cidade maravilhosa, o mar muito azul e quente soprando na nossa cara, um cheirinho bom de maresia, cadê as favelas que estavam aqui?, o rio levou, a nuvem apagou." O último verão em Paris, 2000
