Por você eu Limpo os Trilhos do Metro

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O cotidiano das coisas


Na fila dos trens, nos pontos de ônibus, no estresse do metrô,

o gado humano vai em busca do pasto seco pra num morrer de fome.

Multidão de operários, todos em comum acordo

de não levar pra casa a má notícia de mais um não.

A falta de oportunidades mina os recursos.

As crianças pedem incessantes

por um pedaço que seja dum pão sem gosto.

Mas o sol pungente esfacela a poeira da expectativa de qualquer futuro.

A vida é sina errante por uma estrada tortuosa.

Miserável cotidiano de sonhos destruídos pela dureza dum caminho

cheio de falhas e falta de sinalização.

A espera de mais uma chance pra tentar fazer diferente

e de novo o mesmo erro de pensar que tudo não é mais igual.

A cova dos meus penhores não atormenta a memória em desalento com a realidade.

Viva cada dia a seu próprio curso.

Mais que pseudo promessas são as realizações,

a concretude do destino, a terra sob os pés, o céu sobre a cabeça.

No final de mais um turno, a única certeza é que parados não vamos a lugar nenhum,


nunca.

Inserida por dohrds

Meu amor por você é igual a obra do metrô Fortaleza. Nunca tem fim.

Inserida por lourenco_collares

Seu coração
É como ônibus, como metrô
As pessoas se empurram para conseguir entrar
Se encolhem para se encaixar
Se esforçam para transitar
Esperam
Dormem
Passam do ponto
Seu coração
É como ônibus, como metrô
Eles queimam para protestar
Protestam para melhorar
Arranjam espaço para marcar; pixar.
Eles brigam por lugar
Mas quem dirige sou eu.

Inserida por luazanella

Quem gosta de calor com certeza não pega metrô sem ar condicionado.

Inserida por aristotiliz

Solidão não é estar só, e sim, a expressão de desespero d'uma alma vazia, ainda que, num metrô em horário de pico! sirpaultavares

Inserida por SirpaulTavares

Ela e eu, eu e ela
Sentados juntos no metrô
Refletindo sobre o reflexo do vidro
Dois amigos?
Não
Dois irmãos?
Não
Dois namorados?
Não
O que então?
Dois, dois desconhecidos que não se apresentaram!

Inserida por MaViTri

A felicidade está no caminho e não necessariamente no destino, portanto, aproveite cada metro percorrido e cada segundo vivido.

Inserida por joseasales

Nesta manhã no metrô, parei, sai de mim, me olhei e pensei ...cara, como você tem estilo..

Inserida por renatoborgeslider

Aí você vai buscar sua filha no metrô e do nada você percebe que virou o tiozinho tatuado que ouve rock pauleira no último volume.
Envelheci mas continuo a margem da sociedade.

Sempre marginal.

Eu vi um anjo
Disso tenho certeza
Ela sorriu pra mim no metrô
Ela estava com outro homem
Mas não perderei o sono por causa disso
Porque tenho um plano

Inserida por pensador

Assombro de metrô

Ainda que o assombro me cause
nas vezes em meio a multidão
eu talvez do conforto abuse,
se não dependo desta condução!

Aos milhões diariamente vai cheio,
se empurra na muvuca de sempre
desta falta de educação receio...
com bolsa ou algo que eu compre,

se em meio a multidão vá furtivo
neste meio sem nenhuma condição
haja visto um ladrão e seu motivo...

que Deus me livre o pensamento
se houver por acaso um arrastão!
Cruz e credo! Deus dê o livramento!

Inserida por marialu_t_snishimura

Uma só vez nesta vida,
Quisera, em metro e medida,
Dizer a velha ferida
Que me queima, devagar!

Inserida por dia_marti

"A velhinha de São Mamede"
A caminho de São Mamede
Encontro uma velhinha
Metro e meio, mais não mede
Sendo ela muito fofinha
Com meiguice um sorriso pede
Não resistindo à gracinha
Aceita o mimo e não impede
Que lhe beije a moleirinha.

Inserida por ze_vilela

Imagine um trem do metrô parando na estação por uns minutos e você não embarca por qualquer motivo.
Pode até ser que o próximo te leve onde você vai, mas é bem provável que no destino já não estejam as mesmas pessoas, nem as mesmas oportunidades.
Se você costuma não agarrar imediatamente a oportunidade, tenha certeza de que elas não vão ficar esperando por você.

Inserida por marinhoguzman

No metrô escuto ainda os últimos acordes de Notre Dame de Paris, ao longe os debates da Comunidade Européia se intensificam, os programas para o réveillon 2000 estão agora francamente em todos os affiches, todos os souvenirs, todos os cinemas, todos os horários da tevê, apocalipses para todos os gostos e crenças, dentro dos metrôs desenvolve-se, pouco a pouco, uma cultura de quarto mundo, une petite pièce, juste pour vivre, merci, merci... E a cada giro que o mundo dá, caem francos, caem, caem pesetas, caem, caem marcos, caem, caem liras, caem, caem florins, caem, oi, oi, balão, cai, cai aqui bem na minha mão, ai, ai." (O último verão em Paris, crônicas, 2000)

Inserida por Wgm2012

A cada passo dado
A cada metro andado um novo começo
Recomeçar...
É o que fazemos
Pois, mesmo que a estrada seja longa há sempre um final
E a cada final de estrada
Uma nova estrada vamos trilhar

Inserida por MaiLima

Poesia Urbana

O metrô estava tão cheio, mais tão
Que não cabia nem um pingo de educação

Inserida por gvmoraes

O moço do metrô

Era pra ser só mais um dia comum. Despertador estridente e banho frio como método de tortura e adeus ao sono às cinco horas da manhã. Paciência e agilidade matinal - dualidade duvidosa - pra domar a jubinha de leão, deixar pra depois o café que eu não tomo e enfrentar aquele trânsito caótico da cidade maravilhosa rumo às aulas de inglês.

O fato é que o sono não é tão invencível, a cidade não é tão maravilhosa às seis horas da manhã e após enfrentar o trânsito nosso de cada dia, que parecia duas vezes pior, desisti da aula já que pelo horário, só chegaria a tempo de ouvir o "bye, bye...see you on friday!"

Aproveitei o tempo para resolver outras pendências.
Mudei de rota e dessa vez fui de metrô. Até que não estava tão cheio, tinha espaço suficiente para entrar com calma e poder virar o pescoço observando a calmaria comum e tediosa que habitava o local. Habitava, até que, para surpresa geral, chega um cidadão carioca, rompendo o silêncio dominante, cantando a música "fora da lei" em volume e tons propagáveis para todo o vagão. O cidadão comum que acordou se achando o Ed Motta, atraiu a atenção e o estranhamento de todos ali presentes.

A senhora com cara de "tô brava", lançava olhares de fúria, decerto achou um disparate a coragem e suposta má educação do rapaz. O engravatado olhou com cara de reprovação, repassando bravamente as folhas de seu jornal. O nerd afundou ainda mais a cara em seu livro de "alguma coisa chata demais" certamente sentindo vergonha pelo rapaz que, não só cantava, mas insistia nos "paradibirudubuaê" típicos do Ed.
E eu? Eu só conseguia rir. Rir dos "paradibirudubuaê", rir da naturalidade em que o rapaz levava aquela situação e principalmente da reação ao redor.

Me recordei de um episódio do programa "De cara limpa" em que o ator-humorista-músico-autor e corajoso Fernando Caruso entra no metrô vestido de mulher e dança na barra de aço, realizando uma inusitada e divertida performance de pole dance para surpresa, estranhamento e simultaneamente risada geral.
Trata-se de um programa que visa desmistificar as regras do marasmo, levando humor e descontração a locais públicos onde a tensão ou o tédio imperam, assim, na cara dura, ou conforme o nome, de cara limpa. O que é sensacional, eficaz, positivo e porquê não, construtivo em tempos de estresse coletivo e certeiro. Em tempos de correria e agitação trivial, desatenção aos detalhes cotidianos, ao que é essencial. Um momento pra sorrir, um momento pra romper com as barreiras invisíveis do silêncio, doa a quem doer, custe os olhares insatisfeitos que custarem.
Momento pra respirar leveza, diminuir o ritmo. Despir as vestes da formalidade, dos bons modos, ser quem se é quando ninguém está vendo, mas quando todos estão vendo. Coragem? Sim, e autenticidade.

Me remete a uma citação de um dos meus escritores preferidos. Luis Fernando Veríssimo disse "Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo". Eu concordo. E o moço do metrô também.

Inserida por YSF

Nao ande quilometros por alguem, que nao andaria um metro por voce.

Inserida por JessicaSiilvaa

Todo mundo sabe que o Metrô Rio não funciona como deveria, que as composições têm intervalos de 5/6min - isso não existe. Se a imprensa começar a vasculhar diversos setores das prefeituras, assim como do governo vai achar uma falcatrua atrás da outra. Todo mundo está cansado de saber que a saúde pública é um caos, que as escolas públicas são péssimas. Todo mundo está cansado de saber que não há segurança pelas ruas da cidade, todo mundo tem conhecimento de políticos corruptos, de favores trocados dentro da política. Todos estão carecas de saber que a cidade de Friburgo não foi reconstruída, que ainda existem dezenas de pessoas até hoje sem casas depois da tragédia no morro do bumba. Todo mundo tem conhecimento das estradas com ‘crateras’, mas cheias de pedágios caríssimos. Todos já sabem que nem maluco consegue se tratar nos hospitais psiquiátricos, e que o crack tem devastado crianças e adultos. Todos estão cansados de saber que ainda estão soltos vários responsáveis por tragédias e assassinatos no nosso País.

Mas o que mais me impressiona, hoje em dia, é a omissão do povo, principalmente de universitários, estudantes, jovens que não lutam mais por um ideal... Aconteça o que acontecer, pras pessoas tanto faz no que vai dar. Jovens mornos, criados em redomas, sem ideologia, sem garra pra melhorar, e lutar pelos seus direitos. Direitos? Nem sabem o que é isso. Pais que desistiram de ensinar seus filhos a pescar, e se acostumaram a dar o peixe. Jovens que não se interessam por política, por economia, por livros, por programas que realmente acrescentam, jovens que não têm mais conhecimento de nada, que nem sabem o que é comprar um jornal numa banca... Jovens omissos, que entram e saem de suas escolas, muitas vezes, caríssimas, sem saber o que aconteceu na rua ao lado em que estudam, ou residem. Por outro lado, jovens que só vivem na rua, soltando pipa, ouvindo funk, que só se interessam por games de máquinas caras, parcelados em 10x por seus próprios pais. Que tipo de adultos nos tornamos, mesmo sabendo que o futuro está nas mãos dos nossos filhos? Meu Deus, até quando vamos viver adormecidos diante de tantas tragédias. Quando a imprensa mostra os verdadeiros responsáveis, cumpre o seu papel, e tudo se “acalma na TV”, apagamos a luz, ligamos o ar condicionado, nos cobrimos com um bom edredon, e dormimos como crianças. E no dia seguinte, preparamos o Nescau dos nossos filhos, afinal de contas, nada como uma omissão atrás da outra, ops! – nada como um dia após o outro.

Parece que a população tomou um chá com ‘dramin’ e só vive 'grog', e no dia das eleições toma uma dose dupla do chá e ainda reelege esses safados e bandidos que não fazem absolutamente nada pela população. Cara, é de cansar ver ano, após ano e nada ser feito. As coisas só pioraram. Não sei mesmo o que vai ser dos jovens de hoje, dos meus sobrinhos, dos filhos das minhas amigas... Não, eu não sei de mais nada.

Garçom, por favor, mais uma dose de Chá de Camomila bem caprichado no Dramin, pq me deu uma dor de cabeça e uma náusea e, assim como eles, eu também preciso dormir.

Inserida por megglima