Poetas Portugueses Famosos

Cerca de 102 frases e pensamentos: Poetas Portugueses Famosos

SER POETA

"Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! morder como quem beija!
È ser mendigo e dar como quem seja
Rei do reino de Aquém e de Além dor!

È ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
È ter cá dentro um astro que flameja,
È ter garras e asas de condor!

È ter fome, e ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
È condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
È seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Inserida por DraJaneRebello

A poeta que sente; outros mente(m); és belo e superveniente; estabelecer a primária notória equivalência; da realidade nada supositória; receitando a lógica dos recorrentes.

Inserida por ClaudethCamoes

Poesia não é rebeldia e ou superveniência, para os sim, sempre uma clareza de roteiros.

Inserida por ClaudethCamoes

Recebas todos os poemas gravado no coração, para que assim quem sabe um dia, se aperceba da ilusão que provocas os vazios do então.

Inserida por ClaudethCamoes

A integridade e (ali) é intrínseca a moral, amo os poetas, dou risada dos filósofos e aos cientistas sempre o (ainda) têm que aprender.

Inserida por ClaudethCamoes

Posso ficar sem comer mas sem poesia não se pode viver, sorrir, pular, alegrar... nessa vida é bom amar.

Inserida por ClaudethCamoes

Poema é correr e escrever prá não esquecer.

Inserida por ClaudethCamoes

A vida ai de due é assim, um louco, um poeta, try alquimista, um louco, um programador se metendo sem poeta, true artista, não importando quem é o, sem coragem não é à ti se vista.

Inserida por ClaudethCamoes

⁠Devolver àquilo que pensam ao nosso respeito é perder-se no mundo sem poemas.

Inserida por ClaudethCamoes

O autor aos seus versos

Chorosos versos meus desentoados,
Sem arte, sem beleza e sem brandura,
Urdidos pela mão da Desventura,
Pela baça Tristeza envenenados:

Vede a luz, não busqueis, desesperados,
No mudo esquecimento a sepultura;
Se os ditosos vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados:

Não vos inspire, ó versos, cobardia
Da sátira mordaz o furor louco,
Da maldizente voz e tirania:

Desculpa tendes, se valeis tão pouco,
Que não pode cantar com melodia
Um peito de gemer cansado e rouco.

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

Fernando Pessoa
Poema em Linha Reta

Os amigos

Amigos cento e dez, e talvez mais,
Eu já contei. Vaidades que eu sentia!
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.

Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que eu, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.

Um dia adoeci profundamente.
Ceguei. Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.

- Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver…
Que cento e nove impávidos marotos!

⁠Os paquetes que entram de manhã na barra
Trazem aos meus olhos consigo
O mistério alegre e triste de quem chega e parte.

Amor, com a esperança já perdida
o teu sagrado templo visitei;
por sinal do naufrágio que passei,
em lugar dos vestidos, pus a vida.

Que queres mais de mi, que destruída
me tens a glória toda que alcancei?
Não cures de forçar-me, que não sei
tornar a entrar onde não há saída.

Vês aqui a alma, a vida e a esperança,
despojos doces do meu bem passado,
emquanto quis aquela que eu adoro.

Neles podes tomar de mi vingança:
e, se ainda não estás de mi vingado,
contenta-te com as lágrimas que choro.

Luís de Camões
Melhores poemas de Luís de Camões. São Paulo: Global, 2012.

CONSELHO
Cerca de grandes muros quem te sonhas.
Depois, onde é visível o jardim
Através do portão de grade dada,
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para que te conheçam só assim.
Onde ninguém o vir não ponhas nada.
Faze canteiros como os que outros têm,
Onde os olhares possam entrever
O teu jardim como lho vais mostrar.
Mas onde és teu, e nunca o vê ninguém
Deixa as flores que vêm do chão crescer
E deixa as ervas naturais medrar.
Faze de ti um duplo ser guardado;
E que ninguém, que veja e fite, possa
Saber mais que um jardim de quem tu és —
Um jardim ostensivo e reservado,
Por trás do qual a flor nativa roça
A erva tão pobre que nem tu a vês...

Inserida por EdnaToguchi

ULYSSES

O mytho é nada que é tudo.
É o mesmo sol que abre os céus.
É um mytho brilhante e mudo —
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.

Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.

Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.

(Mensagem)

Inserida por Victor_Gustavo

É MUITO ANTES DO ÓPIO,
QUE MINH'ALMA É ENFERMA

Inserida por JOSEFFMADU

⁠Quando as crianças brincam
E eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.

E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.

Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.

Fernando Pessoa
Poesias. Lisboa: Ática, 1942.
Inserida por pensador

⁠Pior velhice

Sou velha e triste. Nunca o alvorecer
Dum riso são andou na minha boca!
Gritando que me acudam, em voz rouca,
Eu, náufraga da Vida, ando a morrer!

A Vida, que ao nascer, enfeita e touca
De alvas rosas a fronte da mulher,
Na minha fronte mística de louca
Martírios só poisou a emurchecer!

E dizem que sou nova... A mocidade
Estará só, então, na nossa idade,
Ou está em nós e em nosso peito mora?!

Tenho a pior velhice, a que é mais triste,
Aquela onde nem sequer existe
Lembrança de ter sido nova... outrora...

Florbela Espanca
Poesia de Florbela Espanca: volume único. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2015.
Inserida por pensador

⁠A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te ouço a passada
Existir como eu existo.

A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.

Fernando Pessoa
Poesias. Lisboa: Ática, 1942.
Inserida por rodrigo_marzullo