Poemas Famosos Portugal

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Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa
Pessoa, F. Mensagem. Poema X Mar Português. Edições Ática: Lisboa. 1959

D. SEBASTIÃO, Rei de Portugal...

Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?

Onde quer que a virtude se encontre em grau eminente, é perseguida; poucos ou nenhum dos famosos varões do passado deixou de ser caluniado pela malícia.

Miguel de Cervantes

Nota: Versão de trecho do livro "Dom Quixote de La Mancha"

Minha Pátria é minha língua. Pouco se me dá que Portugal seja invadido, desde que não mexam comigo.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho adaptado do "Livro do Desassossego por Bernardo Soares" (heterônimo de Fernando Pessoa). Link

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O mundo que me cabe

Eu carrego o mundo onde não cabe nos meus sonhos. Carrego as doçuras, mas também as indecisões. Carrego alegrias que se misturam com as dores. E é disso que minha vida é feita, de tudo e mais um pouco e eu me esbaldo nestas coisas e fico tecendo uma colcha que me defina.
Tenho uma alma criança e vou continuar assim. Gosto de abraços apertados, sentir a alegria por completo, inventar o mundo, reinventar amores, misturar os sonhos em realidade.
Gosto de tudo ao meu modo e assim reinvento e costuro todos os meus pensamentos. O simples me fascina, o difícil me aborrece. Para mim o mundo é enorme e não entendo como as coisas envelhecem e o planeta gira e o amor daqui é igual em todo lugar. Bom, entender eu até entendo, mas algumas coisas eu acho complicadas demais, por exemplo: como pode o mar ser tão grande, o mundo ser colorido e o sol aparecer justamente quando a lua vai embora?
Quem inventou a saudade? Como se faz para tocar a alma? Tem coisas que para mim precisam ter explicações, mas também se não tiverem vou continuar tentando entender. Tenho um coração maior do que eu, maior que meus sonhos. Parece que ele mesmo nem cabe em mim. Nunca sei a altura de minha risada quando estou feliz nem o tamanho de meus sonhos. E por falar em sonhos, sonhos pra mim é aquilo que vou realizar quando eu rabiscar meus desejos no papel e eles saírem correndo direto para meu coração. E olha que tenho muitos sonhos que rabisco, leio, releio, prego na parede para eu olhar todos os dias e lembrar que ali estão os meus desejos mais secretos.

Imperfeita
Eu já o deixe ir quando na verdade eu queria que ele ficasse, aliás eu pedi que fosse.
Eu já chorei todas as dores, todos os amores e todas as angústias. Pensei que não ia passar, mas passou.
Eu já tentei posar de perfeita, mas deu tudo errado e consegui me recompor.
Eu já andei por caminhos que eu tinha certeza. Até que eu percebi que estava na trilha errada.
Eu já procurei mil motivos para ser feliz e os motivos eram tão repentinos que passavam.
Hoje, eu sei com absoluta certeza de que não há nada de errado comigo. Sou imperfeita na tentativa de acertar.

Tenho pavor de não ser eu. Precisar esconder as emoções, ficar calada porque é mais bonito. Esperar a conquista acontecer.
Não ando mais a fim de grandes projetos, sonhos, metas absurdamente altas, objetivos loucos.
Quero mais é tomar sorvete e me lambuzar, ler um bom livro, sair de cabelo molhado e cara lavada e nem me importar se alguém estranhar isso.
Ando com vontade de viver o exagero da simplicidade

"Os sonhos acabam onde a fé permanece.
Sem fé não há esperança, sem sonhos não há ilusão.
Abençoados são aqueles que possuem fé nos seus sonhos.
Abençoados são os que mesmo sem sonhos, possuem a fé."

Se
Se
Se eu correr, me acompanhe. Se eu esmorecer me apóie. Se eu tentar desistir, não me deixe.
Se a alegria me faltar em alguns momentos, faça riso. Se eu tiver dúvidas me dê razões para eu confiar. Sobretudo se eu disser, preciso de ti, fique, porque é de ti que eu realmente preciso.

A tragédia quando somos famosos é que se tem de devotar tanto tempo a ser-se famoso.

O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?

Gabriel O Pensador

Nota: Trecho da letra da música "Racismo é Burrice"

[Sobre a diferença entre as falas de Portugal e do Brasil]
Nós demos aos brasileiros a terra, o povo e a língua - e nós é que temos sotaque!

Troque a roupa. Mude os sonhos. Acorde cedo. Compre caderno e canetas. Escreva. Desafogue as mágoas. Arrume as gavetas, mas não esqueça de organizar sua cabeça. Gaste tempo incomodando a tristeza. Faça silêncio e escute seu coração. Coma bolinhos de chuva, mesmo fazendo sol. Enxergue desenho nas nuvens. Colha flores para enfeitar a casa. Ouça música para manter a vida. Cante, certo, errado, mas cante a sua canção. Ela é sua expressão no mundo.
Aguarde a sua vez. Espere acontecer. Nada foi feito no primeiro minuto do dia.
Sabote a tristeza. Um coração entristecido não movimenta o afeto.
Escute com o corpo e a alma. Essa é a melhor maneira de importar-se com o outro. Fale devagar e mostre a intimidade do seu pensamento.
Seja inteiro(a) e nesse vai-e-vem da vida espero que não te soneguem o desejo de derrubar os drinques, e com isso, que você tenha a oportunidade de limpar a merda que fez porque não há outra opção a não ser tentar, refazer, arrumar, insistir, prosseguir na segunda dose, segundo porre, terceira tentativa, décima escorregadela.
O pior drama é ter feito o mínimo, errado pouco e vivido metades.

Que seja duradouro o que te absorve.
Forte o que te acolhe.
Intenso o que sentes.
Vivo o que te aguarda.
Doce o que te envolve.
Suave o que provas.
Presente, o que sonhas.
Eterno, o que amas.

Feliz por um dia
Vou andando do meu jeito, visto que viver é emergente, eu quero mais é quebrar tabus, arregaçar as mangas, abrir as portas e soltar todos os meus vocábulos junto com o meu coração. Quero é dizer do que gosto, de quem gosto. Repetir a dose, exagerar no gole, não fazer corpo mole e assumir meus sentimentos.
Quero que se dane a formalidade que me exige andar de salto alto, corpo ereto, copos, talheres e pratos no mesmo alinhamento. Quero mesmo é dar adeus à frescura que me deixa entalada na roupa de festa e me faz beber vinho em pequenos goles, para não entornar. Que me exige dar risadinhas no canto da boca e fazer poses para ficar bem na foto.
Quero sai por ai. Andar descalça. Cumprimentar os passarinhos. Sorri para as flores e gargalhar com as crianças. Quero falar de amor para que todos possam ouvir. Ter liberdade de ficar em silêncio. Falar quando for necessário. Aconselhar meu coração. Sonhar com dias melhores. Cantar sem rima. Escrever sem motivos. Chorar sem razão. Amar sem restrição.
Romper o óbvio. Sair do prumo. Soltar o remo e navegar. Colher flores para dar de presentes. Tricotar verdades. Descartar as mentiras. Dizer bye bye para a tristeza. Não ser levada a sério. Não servir de exemplo. Não dar conselhos. Quero acordar na lua. Tocar o céu. Passear pelas nuvens, pelo menos nos sonhos.
Quero um dia maior para viver com vontade. Um coração mais largo para caber tanto amor. Por favor, não me fale de regras, técnicas, normas. Perdi essa aula por pura teimosia.
Quero viver, aventurando-me na ousadia de fazer um belíssimo espetáculo, sem nenhum script. Sem nenhum diretor que me exija tanta disciplina. Quero é suportar minhas loucuras e me completar com o resto de alegria possível.

Era só pra dizer, um pouco de alma, um pouco de calma.
Era só pra dizer, sem nenhuma intenção, tenho uma dose de saudade.
Era só pra dizer, que os olhos continuam hipnotizados, os pés acostumados com o mesmo caminho, o corpo tomou forma do abraço e nunca mais foi o mesmo.
Era só pra dizer que as noites parecem mais longas que o habitual. Que a vida segue, embora os dias sejam bofetadas.
Era só pra dizer que a ilusão incomoda e meia dúzia de sonhos censurados ficaram guardados. Era só pra dizer que meu vocabulário continua o mesmo, ou seja, uma série de repetições que me enchem de tédio.
Era só pra dizer que a conexão afetiva falhou sem meu genuíno desejo.
Era pra dizer que os imaginários existem, apenas aqui.
Era só pra dizer.

Dois em um
Ela; quase bonita, quase comum, de cabelo normal,geométrica, tipo mignon, ora alegre, ora triste, espécie maternal, romântica, pés no chão, pés na lua, noturna, complicada, simples,musa de si mesma e tudo o que se pode acrescentar de um ser aparente sensível e sem méritos para nenhum destaque em livro de recordes.
Ele: quase forte, quase decidido, só às vezes romântico alto o suficiente, quase bonito, moreno como estava previsto pra ser, esquecido, lunático, panturrilhas, couro cabeludo, coração, tudo onde deveria estar. Ora sozinho, ora por ai.
Encontro, olhares, conversa café, outro gole, gosto musical, sintonia, risadas, pés, mãos entrelaçadas, olhares de novo, piscadinhas, concordância, fim de noite, cupido, conversas, beijos, carro, apartamento, desejos, roupas no chão, química, cheiro, pele, gosto, respiração, sentimento, teto, céu, afeto, ombro, colo, silêncio.
Isso também era amor.

Eu não sabia que a saudade incomodava, que o amor era tanto e que a vida doía.
Não sabia que a mágoa machucava, que a lembrança desbotava e que a aspereza enrugava.
Eu não sabia que o caminho era longo, que as pedras incomodavam e as curvas confundiam.
Eu não sabia que o silêncio torturava, o desejo salivava e a distância traria o esquecimento. Também não sabia que a ironia maltratava e que em todos os tempos o fingimento não tinha graça nenhuma.
Eu não sabia que a preocupação esquentava a cabeça, que a noite se afeiçoava com a solidão. Eu desconhecia sobre os interesses fúteis como praga que contaminava os dias. Isso eu não sabia.
Eu não sabia que o choro era sinal de fraqueza. Pensei que arejava a alma, em algumas situações. Não sabia que as mães eram heroínas, mesmo que os filhos nem se deem conta disso, nem que os pais fazem um esforço danado para parecem certos o tempo todo com seus sermões quilométricos.
Eu não sabia que a alma fica doente e o corpo padece com isso. Que o coração é lugar para dúvidas e a razão nunca é obediente.
Eu desconhecia o sofrimento como escada para a felicidade, que o medo fragilizava e que havia um abismo entre o sonho e a realização.
Eu não sabia que o universo conspira a favor de quem faz a sua parte. Que sorte é quase uma fábula e que o discurso só funciona quando é resultado de uma prática.
Não sabia que era preciso tanto esforço para viver em um mundo contraditório.

Uns e outros
Alguns reclamam das filas. Outros ansiosos estão nela para receber seus trocados.
Uns falam demais. Outros ficam em um silêncio obrigatório por falta de conhecimento.
Uns caminham apressados para não perder o tempo, a vida, o sucesso, o trabalho, a luta, o dinheiro. Outros vagarosamente fazem da caminhada um passo seguro para a liberdade.
Uns formulam, reformulam, hesitam, forçam, reforçam e sem saber o que fazer não tomam nenhuma decisão. Outros, que também pouco sabem, vão experimentando sem nada deixar escapar.
Uns limpam a casa. Outros cuidadosamente deixam a alma pronta para o que der e vier.
Uns dão sorrisos ensaiados, comemorando os ganhos. Outros gargalham como simples forma de celebrar alegria.
Uns fingem que sabem. Outros mostram que precisam aprender.
Alguns imitam para ser. Outros são escancarados de autenticidade.
Uns vivem em estado de preocupação. Outros ocupam-se em florescer boas intenções.
Uns são securas. Outros terras férteis.
Uns possuem bens. Outros são do bem.
Uns matam a vontade. Outros renascem em esperança.
Uns procuram o sucesso. Outros encontram a serenidade.
Uns agarram a certeza. Outros devolvem a paz.
Uns são fortes. Outros são suaves.
Uns usam os meios. Outros as finalidades
Uns falam. Outros, amam.

Vomitei delitos sobre mim.
Sai na contramão da vida
Abusei do acaso
Desaguei em um beco qualquer
E pedi a sorte para virar poesia.