Poeta
O artista, o poeta, mergulha no inconsciente e volta. Já o doente, o louco, não tem o bilhete de volta. Essa é a diferença.
Eu diria que Justiça é uma espécie de Mal, praticada contra a Maldade. E segundo o Poeta Inglês John Milton como bem dissertou em seu Paraíso Perdido: o Mal contra o Mal, é uma espécie de Bem.
Então a Justiça é uma Maldade do Bem, praticada contra o próprio Mal.
⚖️
Às 09h05 in 15.04.2024
Minha arte capoeira
Minha arte capoeira,
pratiquei a vida inteira.
Sou poeta capoeira,
dessa vida gingadeira.
luta, dança poesia,
capoeira é harmonia.
Indigente
Não sei quem sou nesta vida. Fui tudo, mas não sou nada. Louco, poeta, por vezes filósofo. Intenso e verdadeiro, por vezes ingênuo. Sou um idiota que ama a vida, um amor platônico com sabor de infinito.
Tantas vezes me feri, mas sorri. Não sei de onde vim, nem para onde vou. De tudo que me resta, não tenho pressa para chegar a um lugar que desconheço. Conheci pessoas, amei, sofri, vivi. Não sei se da maneira certa, mas do meu jeito eu vivi.
De poucas coisas me orgulho, mas de nenhuma me arrependo. Sou o que sou, não um Deus, mas um homem. Fui feliz na simplicidade desta complexa vida.
Se eu fosse um poeta, escreveria versos infinitos sobre a sua beleza. Se eu fosse um pintor, criaria obras de arte inspiradas em seus traços perfeitos. Mas como sou apenas alguém admirador, digo com sinceridade: você é a mais bela princesa que Deus já criou.
Quando a voz do poeta se cala, ele fica em silêncio para ouvir sua alma.
Há tanto sentir em um só ser que é necessário respirar e processar o que vai escrever.
Frase de Islene Souza
"Por um beijo que não promete ficar,
por um riso que chega de manhã.
De um poeta que não quer calcular
a pergunta que virou campeã.
Atraído por uma paz pagã,
adversando uma guerra santa.
Minha retina hoje é tão guardiã
dessa presença que tanto encanta".
Trecho de "Hipotenusa", do livro "Ruas & Rosas".
O Passado Bateu na Minha Porta — Capítulo I
✍️ Valter Martins / Santo da Favela, o Poeta da Rua
Diário da Madrugada – Confissões de Rua
O Passado Bateu na Minha Porta Vinte anos. Duas décadas inteiras guardadas num canto silencioso da memória — onde a vida empurra aquilo que a gente pensa que superou. Mas o tempo não apaga tudo. Algumas histórias só hibernam. Ela era jovem — igual a mim —, mas tinha aquele jeito leve, quase de menina, que escondia uma mulher inteira por trás do sorriso. Naquela época, vivemos um romance que parecia improviso: rápido, intenso, urgente demais para ser entendido. A vida nos separou, como costuma fazer com tudo que queima cedo demais. Até hoje. Hoje o passado bateu na minha porta. E quando abri, ela estava ali. Não como lembrança — como realidade. Mais madura, mais linda, com cicatrizes que combinaram perfeitamente com as minhas. Conversamos como quem reencontra um livro interrompido na metade. Sem pressa, sem cobrança, sem aquela inocência de antes. Mas com a mesma chama — só que agora mais consciente, mais perigosa, mais verdadeira. E quando nos tocamos, o tempo desmoronou. Foi como voltar para aquela versão de nós dois que acreditava em eternidade. A pele dela ainda tinha o mesmo sabor que minhas lembranças guardaram. E na ponta da língua, senti novamente o gosto que vinte anos não conseguiram apagar. Ela me puxou como quem sabe exatamente onde guardar meu corpo. E sugou cada gota do meu desejo com uma sede antiga, familiar, que parecia ter ficado congelada no tempo à espera desse reencontro. Não era nostalgia — era destino atrasado. Não era saudade — era continuidade. Não éramos nós de antes — éramos nós de agora, finalmente preparados para aquilo que antes não sabíamos segurar.
O Passado Bateu na Minha Porta — Capítulo II
✍️ Valter Martins / Santo da Favela, o Poeta da Rua
Diário da Madrugada – Confissões de Rua
Ela sorriu quando entrou, aquele sorriso que já tinha tirado meu chão duas décadas atrás.
E enquanto falávamos do passado, ela trouxe à tona um detalhe que eu, talvez por culpa ou covardia, tinha escondido de mim mesmo:
— “Você lembra da primeira vez? Lembra que me beijou na testa? Aquele beijo foi a última coisa sua que eu levei comigo.”
A memória voltou inteira.
Cravada.
Viva.
Cruel.
Lembrei da menina que ela era — corpo jovem, mas desejo de mulher feita, dessas que aprendem cedo demais o que é sentir.
Naquela noite, ela me levou à loucura.
Foi mágico, foi urgente, foi proibido, foi fogo aceso sem pensar no estrago.
Eu lembro da pele dela pedindo a minha, do olhar dela exigindo o que nem sabia nomear.
Eu lembro das mãos trêmulas, da respiração curta, da forma como ela me puxou para dentro daquele instante como se fosse o último argumento do destino.
E antes de irmos longe demais, beijei sua testa.
Um gesto simples.
Quase ingênuo.
Mas para nós dois, aquilo valeu mais que todo o resto:
foi a primeira vez que toquei a alma de alguém sem perceber.
E ela continuou:
— “Você prometeu que ia deixar sua namorada. Prometeu que ficaria comigo… e nunca mais voltou.”
Senti o chão abrir.
Porque era verdade.
E eu era o tipo de homem que, naquela época, não sabia segurar nada — nem a mim mesmo.
Disse que ia abandonar um amor morno por uma paixão que queimava.
Disse.
Mas não fiz.
E deixei uma menina com coração de mulher esperando numa esquina que eu nunca tive coragem de retornar.
Agora, vinte anos depois, estávamos ali — dois estranhos cheios de história um do outro, carregando as cicatrizes daquilo que não vivemos.
E talvez tenha sido por isso que, quando a noite caiu, o reencontro não foi só reencontro: foi acerto de contas com o tempo.
Ela me tocou como quem cobra uma dívida antiga.
Me beijou como quem quer apagar duas décadas de silêncio de uma vez só.
E quando me puxou para perto, senti a mesma fome de antes — só que agora lapidada, adulta, consciente de tudo que podia destruir.
A roupa dela caiu como se tivesse esperado vinte anos para cair de novo.
E cada gesto, cada respiração, cada mordida tinha a mesma intensidade de quando era menina — mas agora com a precisão fatal de uma mulher que sabe exatamente onde guardar um homem e como desmontá-lo sem pressa.
E eu me entreguei.
Não como antes, movido por imprudência.
O Passado Bateu na Minha Porta — Capítulo III
✍️ Valter Martins / Santo da Favela, o Poeta da Rua
Diário da Madrugada – Confissões de Rua
Mas como agora: movido por falta, por memória, por desejo que sobreviveu escondido em alguma gaveta da alma.
Na metade do nosso corpo entrelaçado, ela sussurrou no meu ouvido:
— “Vinte anos… e você ainda tem o mesmo gosto.”
E pela primeira vez desde jovem, senti minha própria vida passar inteira pelos olhos enquanto o corpo dela encaixava no meu como se nunca tivesse deixado de ser meu lugar.
Não houve nostalgia.
Não houve fantasia.
Não houve mentira.
Houve nós dois.
De verdade.
Finalmente no mesmo tempo.
Finalmente na mesma pele.
E percebi:
alguns amores não envelhecem.
Eles apenas esperam o relógio certo para voltar e cobrar o que deixamos pela metade.
Quando teus olhos encostaram nos meus,
o mundo perdeu o equilíbrio —
e eu perdi a noção do que era certo ou seguro.
Teu corpo tinha o cheiro de madrugada molhada,
pele quente pedindo abrigo,
e eu…
eu era só um homem cansado demais pra negar o destino
e faminto demais pra recusar tua boca.
Me deitei nas tuas curvas como quem encontra casa,
mas beijei tua pele como quem sabe
que toda casa um dia desaba.
Teus dedos riscavam meu peito,
e cada toque teu parecia um poema escrito com fogo,
um aviso de que não existe amor sem queimadura.
E, mesmo sabendo,
eu me atirei.
Porque quando você sussurrou meu nome,
não era só desejo —
era recomeço, era cura, era pecado,
era tudo aquilo que eu nunca tive
e que sempre pedi calado.
E se amanhã a gente se perder,
que seja.
Hoje, aqui, agora,
eu quero teus olhos, tua pele, teu caos inteiro,
até o último fio de luz
que escorre da tua alma
quando você desmorona nos meus braços.
Hoje, amor…
eu só quero te sentir
até a poesia gemer.
✍️ Valter Martins / Santo da Favela, o Poeta da Rua
Diário da Madrugada – Confissões de Rua
A conclusão de um poema espreita
o bobo poeta entretido com o ser criança das palavras convidadas pra
brincadeira de serem emoção em vez
da coisa catada do alfabeto, elas entram na brincadeira fluindo nos versos dizendo olha tio, pro poeta,
a catada não cata ela veste essa, e de
fantasia em fantasianesse universo
de repente o Booo! no começo longe da tia chata da norma padrão...
a explosão da palavra criança
o que é um fantasma?
e um dinossauro?
Leonardo Mesquita
Às
vezes
não é poeta.
É só uma pessoa
com a capacidade de tocar
os acordes mais profundos do coração
com palavras simples mais de beleza infinita.
Só o poeta tem a capacidade de enxergar milagres
no canto menos inóspito da vida
e engodar dores para enaltecer a escrita.
O Último Poeta do Mundo
Guaxinim JZ
17 Nov. 2025 | 21:13
Vivo entre dois mundos, meio preso, meio solto,
carrego duas rotas, cada passo é torto.
Clarice diria que há um silêncio que me atravessa,
e Racionais lembraria que cada rua também me testa.
Cresci vendo os livros virarem fumaça no ar,
o povo trocando páginas por telas pra deslizar.
A história virou resumo que o algoritmo entrega,
como se o passado fosse peso que ninguém mais carrega.
No meio disso tudo eu seguro a caneta torta,
parece pouco, mas mantém minha alma exposta.
Chico falava do instante que ilumina o canto,
e eu faço do cansaço um verso, e do verso um manto.
É estranho pensar no que quase ninguém pensa,
que o mundo corre e larga pra trás o que sustenta.
Sabotage diria que o tempo cobra o que a mente produz,
e eu sou o último poeta que fecha a porta e acende a luz.
Porque nem tudo é só Flor
Todo Poeta sente Dor
Aquele não a sente
não é ,nunca foi e jamais Poeta
da Vida
da Alma
do Amor !
O poeta consegue colocar peixes na correnteza de uma frase. Ler é fazer como os peixes fazem, com as guelras
o peixe retira o oxigênio da água; com a leitura o homem tira o significado das palavras...
