Poeta
Nada do que crio
serve ao ócio,
serve ao ópio,
serve ao cio.
Nada do que sou
serve a mim,
serve à míngua,
serve ao engano.
Prossigo adeusando
tudo que vejo,
tudo que desejo,
esperando o fechar das portas,
o apagar das luzes,
o descer do pano.
Distopia.
Desajeitado, andei, falei,
pensei.
O estranho é mais poético,
cada ato é verso,
já fui poesia.
Ambição de poeta é se tornar anônimo.
Ser, e só.
Improvável, o singular não cabe
no anonimato.
Para enquadrar-me,
travesti-me de multidão.
De poesia virei prosa, prosaico.
Descomprometi-me com a rima e seu desfecho,
conotação limitou-se a denotação,
o lirismo acabou com a chegada da distopia.
Matei o poeta, limitando-o.
E de mar, virei arroio.
Já fui verbo encarnado,
hoje sou texto inconcluso.
No fim da estrada,
estarei sozinho.
Os amores, os amigos,
os parentes, os saudosos inimigos
já terão me esquecido no caminho.
Terei os olhos vermelhos,
marca de letras nos joelhos
e as cicatrizes dos carinhos.
Uma lua silenciosa e amiga
vaga pela amplidão,
traz momentos de paz
e que seja bom o sono
e o descanso ao teu coração
A montagem de um filme é quando a insanidade, a prudência e a condição atmosférica são trigêmeas, onde o pai é a licença e a mãe é o poeta.
Eu mesmo não me rendo em qualquer braço.... Não me encanto com qualquer sorriso de mulher.
Sou poeta e não mercadoria barata.
Aquela Garota
Eu observo o tempo de quando te vi passar
De quando eu sentei do seu lado uma vez no ônibus
Quem diria que veria aquela garota de novo
Uma colegial e seus sonhos
Um rapaz adulto e seus problemas
Eu senti que te vi em outra vida
Em uma vida que talvez sonhei
Ou que talvez não vivi
Mais senti que era você quando te vi chegar
Mas você não se lembrou que era eu
O moço do ônibus que sentou do seu lado
E que disse que ser adulto não era bom
Que ser adolescente era demais
E ela dizia que não, que ser adulto era demais
E cá estamos nós dois adultos em seus mistérios
Te ver chegar assim tão grande e eu assim ainda tão pequeno
Me fez ver que andamos em caminhos opostos
Você aprendia a crescer e eu aprendia a ser você...
E quem diria que o destino tem dessas coisas...
Eu teria que aprender a te amar.
E quem diria que teu rosto beijaria
E mais ainda sorrindo (...)
@cicerolaurindotextos
Distinta das Demais
Seu andar
Não se promovia
Em pisadas convencionais,
Constituíam exímios
Passos coreografados.
Dispunha de algumas manias,
Que a diferenciavam salientemente,
Ainda mais das demais.
Bem como a incapacidade de falar baixo;
Assim como dissera antes,
Ela adorava estremecer os ambientes, Com timbres vocais apurados,
Naturalmente superiores,
Quase que como um sétimo sentido;
Pois o sexto, já fora acima referido, Sendo algo próximo
Da autopromoção inconsciente.
Não que fosse um problema para ela,
Pois parecia tratar-se de uma aliada, D
as atitudes que constrangem outros
E jamais a constrangiam;
Parecia ser desprovida de timidez.
Ela simplesmente alimentava,
Em seu grau mais elevado,
O arbítrio alforriado,
Da adocicada libertinagem.
Senhorita, desprovida de timidez,
Uma em milhões, distinta das demais,
Convertia sutileza em nitidez,
Exageradamente, distinta das demais.
Bem como a incapacidade de falar baixo;
Assim como dissera antes,
Ela adorava estremecer os ambientes, Com timbres vocais apurados,
Naturalmente superiores,
Quase que como um sétimo sentido;
Pois o sexto, já fora acima referido, Sendo algo próximo
Da autopromoção inconsciente.
Não que fosse um problema para ela,
Pois parecia tratar-se de uma aliada,
Das atitudes que constrangem outros
E jamais a constrangiam;
Ela simplesmente alimentava,
Em seu grau mais elevado,
O arbítrio alforriado,
Da adocicada libertinagem.
Senhorita, desprovida de timidez,
Uma em milhões, distinta das demais,
Convertia sutileza em nitidez,
Exageradamente, distinta das demais.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp