Poesias sobre o Frio
O Calor do Frio
O céu escondeu suas estrelas
A lua deixou de brilhar
O vento passou em meu rosto e esqueceu de falar
Que o frio se jogou em meu corpo
E sem pensar me apertou
Não disse que a chuva eram lágrimas que ele deixou.
Eu senti que era pesado
Seu invisível coração
Que seus passos eram largos
Mas não alcançavam o chão
Seu suspiro eram palavras
Que formavam uma canção
Era gélido mas ardia
No fim tinha uma razão.
O frio em mim gravou frases
Dizendo ''Quero mudar''
''Essa solidão me esmaga''
''Por favor vem me salvar''
Correu do tal desespero
Algo queria encontrar
Procurava pelo mundo
Mas não conseguia achar.
Era rápido e tão simples
Não sabia o que pensar
Dei um abraço no frio
Eu tentei o confortar
Esqueci só uma coisa
E o final feliz mudou
Junto a chuva minhas lágrimas
Novamente só ficou
Ele deixou de existir
Ali naquele lugar
Passou no vão dos meus braços
Eu não pude segurar
A lua triste acordou
Uma por uma estrela voltou
Pra ver o frio virar calor
E agora quente chorar.
ESPAÇOS EM BRANCO (soneto)
No inverno do cerrado, seco, desbotados
meios tons desalentando o olhar, suspiros
a vida na acinzentado pousa baços retiros
que no vário tecem baralhados bordados
Ao fim do dia, o tardar e ventos em giros
tudo se perde no abstrato e, são levados
aos amuos incógnitos, e tão rebuscados
dos balés rútilos dos voos dos lampiros
Há em toda parte fumo nos vazios atados
vago, cada passo, e pelos ipês quebrados
em colorido breve, e cascalhado barranco
Os tortos galhos tão secos e empoeirados
traçam variegados em poemas anuviados
pra assim versar, os espaços em branco...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, agosto
Cerrado goiano
Eu não sei o que me aconteceu ou o que me acontece.
Quando olho em seu olhar o meu corpo padece.
Carece da sua calma e do macio da tez, perece quando em ti encosto e me perco outra vez.
Tua presença me engrandece, a ausência me entristece.
Sem você me sinto frio, perdido no branco da neve.
Me perder, quero sim, no negro desse olhar, olhar que enriquece, enaltece o sentido do meu amar...
DIA FRIO
Num dia frio
Enquanto a chuva fina brinca de escorrega nos telhados
De embaçar as vidraças
E fazer poças nas calçadas
Só quero uma xícara de café
Um pedaço de poesia
E você
Bem quente...
MURO INEXISTENTE
O medo é um muro
edificado no escuro
da mente,
Eis o eco insistente
do grito sombrio
que habita do outro lado do muro:
É um sentimento latente
acorrentado ao corpo
do misterioso monstro do inconsciente,
O frio que percorre a espinha rapidamente
como água corrente
num corpo ardente.
É o muro barrando a frágil coragem
que luta inutilmente
contra a sombra de um sentimento tão forte
representado por um muro inexistente.
Noite fria
Um cobertor, um pensamento, um vazio
E de companhia me faz o frio,
Uma cama, um aconchego, um sorriso,
E de longe sopra o frio.
Uma ideia, uma tosse, um calafrio,
E o vento traz o frio.
Uma sensação, uma vontade, um martírio,
E sinto em mim o frio.
Me aqueço, me esfrio
Põem fogo e apaga.
Me acho me perco.
O contraditório esfriou
Ou o a razão super aqueceu.
O molhado deu lugar ao seco,
Ou será que sou eu?
Frio de junho que fogueira não esquenta,
Frio de junho que sentimento congela,
Congele as preocupações da vida,
E todo o resto deixe que eu aqueça.
Pois pra ter fogo não basta o calor,
Mas a chama que se faz com o mais puro querer ser feliz.
A noite, ainda molhada de chuva e frio, espreita por entre luzes;
enevoando a vidraça, é gélido o ar...
Acomodou-se o vento que assoviava pelas frestas,
escondeu-se do seu próprio esvoaçar...
Guardou suas ondas e adormeceu,
recolheu-se em seus segredos, o escuro mar...
Só nos navios, que nunca descansam,
marinheiros de outras terras passam a noite a trabalhar...
Antes o que era uma leve pontada hoje parece mais como uma facada
O trincado que antes surgira hoje é a rachadura que antes eu temia
O peso na mente que antes me entristecia hoje são as lágrimas que um rio cria
Os calafrios que antes eu tinha hoje me vêm como um frio na espinha
Antes eu só queria uma companhia, hoje que acabe esta vida minha.
Deve ter alguma coisa na água
Porque cada dia está ficando mais frio
E se eu pudesse te abraçar
Você me impediria de afundar
Me sentia tão só, meu coração andava no deserto. Eu sentia tanto frio mesmo estando coberto. Atravessei fronteiras pra dar um fim nessa solidão, subi montanhas, me afoguei no rio de desilusão.
Chorei nas madrugadas procurando alguém que me desse a mão, tanto esperei que encontrei. Você pro meu coração.
Triste
Todo o corpo frio
Apenas na face
O sol se poe
Um pouco por vez
Rouba o brilho do mar
E nesta forma agora
O vento pode levar
Corpo agora vazio
Vestido de tempo
Enroupado de rio
Segue seu curso
Rompe seus muros
Deságua seguro
Enide Santos 05/02/15
Releitura:
O corpo frio de tristeza e em sua face sente o calor como o do sol em forma de lágrima que por sua vez são gotas como as do mar leves para que o vento possa levar.
Sentimento de perda ainda prossegue, mas agora assume uma postura como a do rio, apenas segue
Frio e escuro
.
Não percebo nada mais que o frio e o escuro,
Não me é possível emergir sem você.
Não entendo as (des) necessidades da vida.
Vejo-as infiltrando-se com gana do extermínio
Todas as razões para alegria,
Não serão o bastante se não o tenho.
E esta é a primeira dentre todas a se ir.
O sorriso faz descaso de qualquer motivo.
Quanto à vontade, esta é perseguida acuada, abatida.
O frio do escuro, o escuro do frio, são propícios ao momento
Só há uma espécie de gloria no fétido horror que permuta cada hora.
Nada é mais belo e prazeroso que o saber
Que não sou se não tenho você.
Enide Santos 09/04/16
Eu quero viver. Eu quero sorrir.
Eu quero andar e ser livre por aí.
Eu quero amar. Eu quero sentir
o vento, o sol, a chuva e o frio.
Papai Jesus me chama
Papai Jesus me ensina
Papai Jesus me ama
Papai Jesus me Doutrina
A Doutrina de Jesus
Para alma e pensamento
A Palavra da Luz
Que conforta meu momento
Receber a Santa Luz da Verdade
Exteriorando o fervor
Exalando Lealdade
Exaltando o Amor
Hoje nasceu
Veio a existência a Luz
Nosso Pai prometeu
Coração de Jesus
"vento Frio "
Vento frio como acorde de violino,
rasga a madrugada de silêncio
arrepiando desalinhadas memórias.
Vento com chuva percorre a rua,
derramando-se sinuosamente,
ondulando cascatas de folhas,
abstrato corpo dançando,
que a noite vai devorando...
Por quem lamenta este vento,
inquieto visitante noturno,
que na janela vem bater?
Vento na pele arrepia,
O frio carece a pele serena
Da pequena menina morena
agitando sentimentos como folhas,
O sol radia em tempo gelado
A menina morena quer ser aquecida pelos teus abraços.
Que brota no rosto de uma criança
Protegida por um verdadeiro amor.
Você me fez de menina á mulher.
Fez meu corpo sentir uma brisa intensa, e minha barriga esfriar
Fez meu corpo arrepiar
e da coração meu peito quis saltar.
Fez dos meus olhos teus escravos, do meu corpo um louco apaixonado
Me fez menina aos meus ouvidos cochichar, e mulher quando senti meu corpo esquentar.
Me deu o sorriso mais lindo,
que meus lábios jamais pudera imaginar.
Meu deu seu coração, suas verdades, seus defeitos
Você a mim se entregou, e minha sempre será
Pois quando a ti disse que amava,
esse foi o juramento que a mim, tu sempre pertencerá.
"(...)A pior lágrima é aquela que cai sem nenhum
amparo, sem ninguem para enxuga-la e vai
direto ao solo, e para sempre será esquecida,
uma gota de sentimento, de dor, de magoa, de
um não tão bom dia, de tristeza, até mesmo de
saudade, tudo isso em uma pequena gota que
cai, sendo absolvida rapidamente pela terra fria,
e para a terra não passará de 1mm3 de líquido,
entao pare, esqueça, viva, permita-se, e acima de
tudo, derrame lagrimas por quem realmente vale
a pena. Afinal, quem vale a pena te fará sempre
derramar lágrimas de alegria.(...)"
O insano
Junte o útil ao agradável,
O infiel e o profano,
A moral e a ética,
O amor e o humano.
Se fosse simples não mais seria bonito,
O amor mensurável não serve,
Não eleva nem agrada ao espírito.
Não peço-te permissão,
Nem te digo que foi escolha.
É mais uma imposição do destino que nos entreolha.
Sinto-te distante,
Como um grito no vazio.
Vozes oscilantes, de uma mente inerte em meio ao frio.
Se sob a penumbra cinzenta recai a noite,
Me faria eu desnecessária.
Colmada por súplicas infiéis e de glória empavesada.
Num sóbrio recanto me conduz
A paisagem já atravessada.
Gestos secos e sem luz.
Alma distante, intocada.
O contraste ideal existente.
Olhos negros estes teus,
Fariam estrelas terem inveja deste tal brilho fosco.
Apenas sigo a linha do horizonte, ignorando vertentes.
Meras súplicas abandonadas,
Pudor inexistente,
Vidas separadas.
Colecionador de amor tu és.
Obra de vidas passadas.
Colecionador de dor tu és.
Portador de histórias equivocadas.
Afundo-me em teus males, mergulho em teus receios,
Bebo da fonte dos teus medos.
Jogo-me por inteiro.
Ainda que louca, desvairada,
Entendo-te um pouco.
Vives para os outros,
Pensas nos outros.
Ah meu bem, pense em mim!
Morte, você é meu doce amor,
venha e me dê o seu abraço frio ...
Envolva seus braços em volta de mim,
me abrace, me beije até que eu morra ...
Deixe-me sentir a sua pele fria,
sentir a morte da minha carne ...
Solte a minha alma a partir desta agonia,
dá-me liberdade, deixe-me morrer ...
